Fanfic: Aconteceu Você - Adaptada (Vondy) | Tema: Vondy

DULCE

                     *LOVEJELENA: Como é minha primeira fic, adoro quando a elogiam. Espero postar bastante para não perder o ritmo. 

      Após passar a viagem inteira de avião sendo ignorada pelo Christopher, que trabalhava em seu laptop de frente para mim, ou se ocupava folheando os jornais do dia, ele finalmente pareceu notar minha presença.

      - Dulce.

      - Sim? - Desviei a atenção do iPad, onde estive pela última hora enviando mensagens a alguns clientes me desculpando por ter que reagendar os programas.

     - Nós temos alguns detalhes a acertar antes do pouso - falou incomodado com minha distração. Ciente de que realmente precisávamos conversar, coloquei o iPad em cima da mesa que nos separava e o escutei. - Eu acho que comentei que irei receber alguns associados do escritório, não é?

     - Sim.

     - Ótimo, agora preste atenção. Enquanto você estiver em minha casa, eu quero que você se comporte como uma...  - Ele parou pensando nas palavras certas. - Como uma mulher normal, não quero que chame a atenção e nem que tente seduzir qualquer convidado meu. - Cruzei os braços bastante curiosa pelo caminho que essa conversa estava tomando. - Pagarei a você o suficiente para que não tenha que ir atrás de outros clientes durante seu tempo em Nova Iorque. - E quando eu achava que ele não poderia ser mais idiota, ele me surpreendia. - Entendeu?

    - Entendi - respondi com um sorriso forçado no rosto e virei o copo de limonada que a aeromoça tinha me trazido mais cedo deixando um silêncio inquietante tomar conta.

     - Sabe o que eu não entendo, Dulce? - Voltei a encará-lo. - Por que se prostituir, quando você poderia ter qualquer outro emprego? Vale a pena vender seu corpo para ter uma vida boa? Dinheiro é tão importante assim? - perguntou visivelmente irritado e eu não entendi o que ele tinha a ver com isso, porque todo esse interesse.

     - Você não aprovaria meus motivos, Christopher. Então, não acho que deva lhe explicar nada, sabe?

     Seus olhos se estreitaram e ele cerrou o maxilar. Foda-se, se ele não entendia o porquê disso ou daquilo. Ele era rico, sempre teve tudo o que quis, tinha pais que o amavam. Um homem como ele nunca saberia por que pessoas pobres faziam o que tinham que fazer. E não seria eu a explicar para ele que a vida real não era nem um pouco justa.

      - O pior de tudo é que você se orgulha de ser assim, estou certo? - Nenhum dos dois desviou o olhar um do outro por um tempo porque a raiva transbordava dos dois lados..Mas eu fui a primeira a desistir, virando meu rosto para fora da janela do avião e me obrigando a não chorar. Suas palavras não me afetariam, eu não perderia a cabeça por conta da babaquice dele e muito menos lhe daria o prazer de me ver magoada.

      O restante da viagem passou rapidamente, com um ignorando a presença incômoda do outro e assim que chegamos a Nova Iorque, ele voltou a me dar mais algumas instruções. Ninguém podia saber minha verdadeira idade, o que era estranho, porque eu não me lembro de ter dito a ele que tinha dezenove anos. Christopher me deu uma boa quantia de dinheiro também para que fosse comprar roupas mais adequadas, nada de jeans desgastados e vestidos muito justos e, enquanto ele dizia tudo o que eu precisava saber, não só a respeito do meu comportamento como também do acordo que ele estava prester a fechar, percebi o quanto eu era louca por ter realmente cedido à sua ameaça.

      Saindo do aeroporto, outro carro com outro motorista nos buscou. Christopher se manteve ao telefone quase que todo o caminho e eu fiquei absorta enquanto admirava a cidade, já que essa era a minha primeira vez em Nova Iorque. Quando chegamos a mansão da sua família, fui apresentada a governanta, que, pelo que entendi, o viu crescer e hoje o tratava como um filho. Ela se chamava Maria e me recebeu tão bem que me senti culpada por estar no meio dessa farsa, e o pior é que ela havia ficado realemente feliz pelo fato do Christopher ter " finalmente superado seu passado", palavras dela, não minhas.

      Percebendo o quão cansada eu estava por conta do jet lag, Maria se ofereceu para ir comigo até o quarto onde ficaria. Minha pequena mala, e as malas do Christopher já estavam no quarto, e foi só nesse momento que minha ficha caiu. Olhando a imensa cama, eu percebi o óbvio: nós teríamos que dormir juntos.

      - O que foi, não gostou do quarto, senhorita? - ela perguntou ao ver minha expressão de desgosto.

      - O quarto é lindo - garanti. - Eu só estou esgotada - disse sincera querendo acalmá-la e recebi um sorriso carinhoso. Assim que ela se certificou de que eu estava bem acomodada e com tudo o que precisava, saiu do quarto e me deixou sozinha com todos os meu temores.