Fanfic: Aconteceu Você - Adaptada (Vondy) | Tema: Vondy

DULCE

    Voltamos para a mansão em completo silêncio e a tensão causada pela raiva que o Christopher sentia preencheu o carro, a tal ponto que eu estava me sentindo asfixiada. Enquanto ele acelerava pela Madison Avenue, eu me recriminava por não ter tentado impedir o beijo do Alfonso. E não tinha como negar dessa vez porque eu estava mesmo errada. Fui contratada para representar um papel e acabei estragando tudo deixando que o primo do meu "noivo" me imprensasse contra uma parede qualquer de uma boate lotada.

    Quando chegamos à mansão, Maria nos esperava com um sorriso agradável no rosto e quis saber se precisávamos de algo antes de irmos nos deitar. Christopher a dispensou grosseiramente, daquele jeito estúpido e eu o recriminei com o olhar, furiosa. Ela não tinha culpa da merda que eu tinha feito.

     Rezei inutilmente para que ele fosse tomar alguma bebida antes de subir, ou tivesse algum trabalho urgente para terminar, sei lá, qualquer coisa que o fizesse me deixar sozinha, mas não tive tanta sorte.

    - Você é uma vadia, porra! - ele gritou e me empurrou para dentro do quarto com força quando nos vimos sozinhos. Me debati contra ele e cambaleei para trás assustada, mas não adiantou muito e, com toda certeza, eu teria marcas no meu braço pela manhã.

     - Tire as mãos de cima de mim - pedi. - Você prometeu que não me trataria mal e está me machucando - disse, tentando soltar seus dedos do meu braço.

     - Você cumpriu o combinado, Dulce? - Me contorci de dor quando ele apertou meu outro pulso. Meu coração parecia querer sair pela boca, de tão assustada que eu estava com sua reação. Será que ele não tinha nenhum controle?

    - Por favor, Christopher...pare - pedi mais uma vez. Seu olhar, que estava preso ao meu, duro e frio, desceu para os meus lábios e eu percebi que a essa altura sua raiva tinha se transformado em luxúria. Crua e simples luxúria.

     Christopher deu um passo à frente, diminuindo o espaço entre nós dois , e eu,  ainda imóvel, observei cada movimento que fez. Eu me sentia como a típica presa indefesa prestes a ser devorada pelo leão faminto...Seus dedos puxaram meu cabelo para trás de forma áspera e ele me manteve dessa forma.

   Deixei de raciocinar, era impossível conciliar qualquer pensamento dentro da minha mente. Christopher era o último problema que eu precisava na minha vida...

      Porém, mesmo assim, meu corpo não se controlou quando ele forçou um beijo e eu entrei em combustão de imediato. Como tudo nele, seu toque foi agressivo. Christopher controlou tudo, cada segundo, cada movimento e eu me senti engolida por algo muito maior. Exposta a sentimentos e sensações mais profundas do que eu achava que poderia lidar.

      Derreti-me involuntariamente ao seu toque, meu ventre se apertou, causando uma intensa dor que eu nunca havia sentindo antes e que me fez gemer contra sua boca exigente.

      O som do meu gemido o incentivou, e em poucos segundos estava rodeada por seus braços, mãos e língua. Eu tinha me tornado um redemoinho quente, que pulsava por algo mais ...algo que me deixaria completamente vulnerável.

     - Pa-pare! - gritei quando seu aperto se tornou mais forte em meu cabelo.

     - Eu não sou a porra do meu primo, Dulce. Não sou manipulável e muito menos sou como esses idiotas que pagam para trepar com você! - ele rosnou nervoso enquanto me obrigava a encará-lo.

     - Eu não estou...

     - O que Alfonso queria com você, sua vadia? A porra do dinheiro que eu vou te pagar não é suficiente? - Fiquei imóvel, porque qualquer movimento que fizesse o faria puxar ainda mais meu cabelo. Tentei controlar o ódio que sentia e a vontade que eu tinha de matá-lo. eu só queria que ele engolisse cada maldita ofensa que estava jogando em cima de mim. - Me responde, porra! - Christopher me sacudiu, fazendo meu corpo tremer sob o controle das suas mães.

      - Eu não fiz nada! - gritei desesperada e fui empurrada bruscamente contra a cama. Minha respiração já agitada, ameaçou explodir quando Christopher se aproximou e tomou novamente minha boca.

      Lágrimas começaram a descer pelo meu rosto. Medo, raiva...desejo. Tudo se tornou uma mistura confusa dentro de mim.

     - Não minta para mim... - murmurou severamente. - E preste bem atenção no que vou te dizer. - Sua mão acariciou meu rosto suavemente, mas o brilho que vi em seus olhos me disse que ele queria fazer exatamente o contrário. Christopher queria me esganar. - Posso transformar sua vida em um inferno se eu quiser, Dulce, então não volte e me contrariar. Seja boazinha e se mantenha longe do meu primo. entendeu? - Assenti rapidamente, querendo ser deixada em paz, que ele saísse de cima de mim e desaparecesse da face da Terra. 

     E por mais que eu sentisse a raiva me corroendo por dentro, meu corpo parecia desperto o suficiente para ansiar pelo toque dele. A barreira que passei anos erguendo ao meu redor estava começando a ruir...e eu não tinha a menor ideia de como lutar contra isso.

     Enquanto respirava com dificuldade, me dei conta de que aqueles olhos castanhos-escuros me estudavam atentamente, como se eu fosse um animalzinho dentro do cativeiro. Seu maxilar cerrado e o vinco na testa eram a prova do quanto ele estava nervoso, mas a julgar pela dura e**** que eu sentia contra minha barriga, eu podia apostar que Christopher estava com as mesmas dúvidas que eu.

     O corpo querendo ceder, mas a mente decidida a não afundar no maior erro que poderíamos cometer.

     E por sorte, ou azar, não saberia dizer ao certo, Christopher se mostrou ser bem mais controlado do que eu.

     - Agora que entendeu, feche suas malditas pernas, Dulce - sussurrou de maneira rude, me deixando envergonhada. Porque nem todo tesão do mundo vai me fazer f*** alguém tão imunda quanto você. - Ele se levantou da cama exibindo um sorriso sarcástico no rosto duro, mas antes de sair do quarto seu olhar percorreu minhas pernas até...

     Nervosa, as fechei institivamente, me odiando por ser tão estúpida. Mas foi só quando ele bateu a porta do quarto, que reuni coragem para correr ao banheiro e me trancar.

     Minhas mãos tremiam enquanto eu me livrava do vestido e da lingerie. O vapor do chuveiro quente envolveu meu corpo enquanto a noite passava como um borrão pela minha cabeça. As ofensas se misturaram aos beijos e eu solucei de raiva por ter desejado mais...

     Deixei que meu corpo escorregasse pelo vidro embaçado, sem forças, até que me sentei no chão, abracei minhas pernas e me permiti desmoronar.

     A ideia de que eu estava nessa vida sozinha, de que não tinha ninguém para me segurar e garantir que isso tudo iria passar, me fez querer gritar em completo desespero.