Fanfic: Arco do tempo | Tema: Fairy Tail
Ele parecia tão sereno deitado naquele leito médico, mas sabia que estava agonizando por pensar ser apenas a sombra do homem que costumava ser. Laxus tinha presença marcante, seu poder preenchia o espaço sempre que presente, podia ser intimidador, um oponente de difícil queda e por isso mesmo inspirava confiança e segurança para seus amigos. Forçou-se ao limite para protege-los, portanto, nada mais justo do que retribuir a mesma cortesia.
Mira sentou ao lado da maca, segurou sua mão e desejou com toda a força que se recuperasse logo. Tinha consciência de que o que o matava não eram as partículas ainda sobressalentes, mas sim a condição psicológica que impunha sobre si. Para Laxus, viver à revelia de sua capacidade era o mesmo estar morto; e ela evitaria isso a todo custo, ao sinal da primeira melhora ela mesma iria leva-lo para treinar.
Freed: Como ele está? – aproximou-se silenciosamente.
Mirajane: Descansando. Polyushka lhe deu uma medicação para amenizar a dor. – normalmente ela intercalava com Freed as visitas e os cuidados de Lexus, ainda tinha o trabalho na guilda, portanto, não podia passar o tempo todo com ele.
A atenção dos dois foi capturada quando a porta se abriu. Ambos estavam ansiosos, depois do desmaio repentino, Polyushka fez alguns exames em Laxus para verificar a causa do colapso. Makarov entrou no quarto fixando o olhar em seu neto, sentia-se orgulhoso, embora seu coração de pai gritasse em desespero por vê-lo tão impotente.
Mirajane: Mestre, estamos aguardando os resultados dos exames. Como foi a reunião do Conselho Mágico?
Makarov: O mesmo, sem pistas de Zeref e sempre discutindo questões sem importância, mas isso não vem ao caso agora. Quanto tempo mais temos que aguardar?
Sem precisar esperar, Polyushka entra na ala de recuperação com um semblante sombrio, pela sua expressão não foram necessárias palavras para que os três exalassem preocupação.
Polyushka: Vou ser direta. Laxus está sofrendo de um vazamento mágico, por essa razão se esgota com facilidade. – disse sem rodeios – como todos sabem, um mago possui compartimentos mágicos em seu corpo que acumulam poder mágico; o mago que esgota esses compartimentos sente-se cansado ou pode até mesmo desmaiar, quando isso ocorre é normal que o próprio corpo cuide do reabastecimento captando, através de veias mágicas, as partículas mágicas do ambiente, retornando o mago ao estado de vigor. O corpo de Laxus está com problemas nessa captação externa; suas veias estão impregnadas de miasma, o que dificulta a passagem das partículas saudáveis até o reservatório de magia. Algumas de suas veias também estão rompidas, motivo pelo qual, mesmo sem esforço sua magia escapa para fora de seu corpo.
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Conforme combinaram, Erza tentaria contato com Jellal durante a noite, pois à luz do dia seria inconveniente para ele. Enquanto isso, Nashi passaria a ser sua aprendiza; mesmo relutante com esse tipo de desculpa para frequentar a guilda, seus avisos de que alguém desconfiaria perderam efeito quando a guerreira justificou o porquê de terem que ir pra lá. Assim, seguiram em direção à Fairy Tail totalmente convencida por um motivo, ao seu ver, muito louvável.
Nashi: Nya! Haraheta! – debruçou-se sobre a mesa, esperando servirem a comida. A promessa de comer outra vez a comida de Mira encerrou todos os seus protestos.
Erza: Já ouvi isso em algum lugar – observou pensativa.
Kinana caminhou até a mesa onde as duas estavam, pronta para anotar seus pedidos. Avistou a garotinha desconhecida e não conteve a curiosidade.
Kinana: Ora, ora. Temos uma visitante, quem é você mocinha? – perguntou com doçura.
Erza: Ah, essa é minha aprendiza. – Nashi a encarou de soslaio ainda incrédula com aquele tipo de argumento.
Nashi: Meu nome é Nashi, muito prazer. – virando-se para Kinana, com um sorriso.
Kinana: Ora, isso certamente é algo incomum. – rindo com uma graça surpresa – seja bem vinda. Será nova integrante da guilda?
Erza: Por enquanto cuidarei de seu treinamento, em breve a teremos conosco. – a garota balançava a cabeça diante da afirmação da guerreira. – A Mira não está hoje?
Kinana: Ah! Laxus sofreu um desmaio, ela o acompanhou até a ala hospitalar – disse com pesar. Assim, fizeram o pedido e quando Kinana se afastou, a rosada questionou Erza.
Nashi: Laxus ainda não se recuperou? – disse com ligeira curiosidade.
Erza: Oh! Que bom, então no futuro ele estará saudável. – com a resposta, Nashi desistiu de saber mais.
Nesse momento, voltando de sua cruzada pela reestruturação da cidade, Jet e Droy entram na guilda acompanhados por Lisanna, Gray e Juvia. Um turbilhão de coisas esquisitas começou a se formar em suas entranhas, estava nervosa. Agora era a hora de encarar os demais membros. Jet parou concentrado ao ver a menina.
JET: Oi, você não é a menina de hoje cedo? – todos voltaram sua atenção para a mesa onde ela estava com Erza.
Droy: Claro que não Jet, ela era loira! – afirmou com convicção.
Gray: Lógico que não, seus panacas, ela tinha o cabelo preto! – cruzou os braços, agora só de cueca.
Juvia: Gray-sama, suas roupas!
JET e Droy: Do que você nos chamou? – jogando uma cadeira no colega. Esse foi o convite para iniciarem a briga rotineira que acompanha a saga Fairy Tail.
Juvia: Nya! Gray-sama, Juvia está torcendo por você. Gray-sama, você é tão forte – evidentemente apaixonada.
“Acho que algumas coisas nunca mudam”, pensou com alegria, confirmando ao ver Erza receber seu pedaço de bolo de morango. Nashi estava feliz.
Lisanna: Ah, kawai. – sentou-se ao lado de Nashi, seus olhos brilhavam em deslumbre com a rosada.
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Mira escutava tapando a boca com as mãos entrelaçadas para conter o choro, enquanto Freed e Makarov empalideceram com notícia.
Freed: Não é possível, o miasma já não tinha deixado seu corpo? Não falaram que estava fora de perigo? Isso não pode ser verdade! – visivelmente exaltado.
Makarov: Freed! Acalme-se. – repreendeu, tentando conter sua própria agitação.
Polyushka: Infelizmente é verdade. De fato, boa parte do miasma deixou seu corpo, mas ao que parece as partículas que restaram alojaram-se nas partes críticas de seu organismo.
Mirajane: E não podemos fazer nada? É possível reverter isso? – disse com a voz embargada e tremula. Seu coração parecia não querer mais funcionar.
Polyushka: Não vai ser fácil. Primeiro teremos que conter as rupturas e liga-las novamente, mas só isso não vai adiantar. O miasma em suas veias fará com que se rompam novamente, aos poucos o miasma irá sair evidentemente, mas até que saia suas veias serão cada vez mais comprometidas. Ele terá que ficar internado em observação.
Makarov: Se entendi bem, Laxus terá que ficar internado até que o miasma saia completamente do organismo enquanto suas veias são ligadas cada vez que se romperem?
Polyushka: Exatamente. Essa é uma medida a curto prazo, que requer ingredientes raros. O ideal seria forçar uma purificação completa, mas as magias de curas normais não são capazes disso; é algo que requer o trabalho de uma magia paladina. E não se sabe de ninguém nessa era que tenha despertado tal magia.
Mirajane: O que seria uma magia paladina? – pela cara do mestre, aparentemente, ele também desconhecia.
Polyushka: É um tipo raro de magia curativa que foi extinta com o passar dos tempos, apenas velhos curandeiros sabem de sua existência. Assim como o miasma são partículas de etherionano poluídas pela magia negra. A magia paladina contém partículas de etherionano banhadas por luz, é uma magia sagrada e, desse modo, tem o poder de purificar magias negras; por isso é considerado o mais poderoso poder de cura.
Freed: Então não passa de uma lenda. Se não conseguimos usá-la, o que faremos? – disse desolado.
Polyushka: Farão o que estiver ao alcance, por enquanto. Como falei, será um trabalho árduo, mas podemos recuperá-lo paulatinamente; a urgência maior é reestabelecer os ligamentos. Já ouviram falar da montanha azul incandescente?
Freed: Já ouvi falar, é uma montanha cujo pico tem um brilho azul que é possível observar de longe, dizem que é o lar de monstros tão poderosos quanto os demônios dos livros de Zeref.
Makarov: Sim, fica entre Clover Town e a fronteira para Seven. Não são simples monstros, são bestas. Essas bestas produzem um líquido que em contato com o gelo do pico da montanha deixa a coloração azul incandescente.
Polyushka: Precisamente, é dessa combinação que necessito para os cuidados do Laxus, trata-se de um colágeno mágico que ligará os rompimentos e melhorará a absorção de magia externa. Essas bestas são poderosas por um motivo e a razão está na produção dessa substância, pois é capaz de maximizar o reabastecimento de magia, ou seja, dificilmente se esgotam quando lutam.
Makarov: Hum... se fosse um pedido de missão seria classificada como rank S, infelizmente, nossos poucos magos S então reduzidos à Erza e Mirajane; Gildarts sabe-se lá onde está.
Mirajane: Eu vou, irei quantas vezes forem necessárias mestre. – afirmou com determinação.
Freed: Mestre, por favor, deixa a Raijinshu cuidar disso. Nós existimos para proteger o Lexus, seria uma desonra se ficássemos de fora. – protestou.
Makarov: Sinto muito, mas creio ser melhor eu mesmo cuidar desse assunto. – assumindo o encerramento da questão.
Polyushka: Com os seus afazeres de mestre tem certeza que terá tempo de fazer várias viagens para buscar a substância? – interpelou.
O silêncio percorreu o ambiente. Makarov passava mentalmente seus compromissos na tentativa de ajustar a nova tarefa na agenda, enquanto Mirajane inquieta lutava contra a sensação de impotência. “Por que o mestre teria que se dispor a isso?” pensou rebeldemente. Ela era a que menos tinha obrigações pendentes e ainda qualificada como maga S, obviamente ela teria que ir. Estava prestes a projetar sua contestação quando a epifania a atingiu. Uma ideia brilhante, ariscada, mas certamente brilhante.
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“Quantas vezes mais terei que passar por isso? Agora me deu vontade de distribuir panfletos contando quem sou”, pensou com sarcasmo; quando Erza terminou de explicar sobre Nashi, Gray aproximou de seu ouvido.
Gray: Oi. Tem certeza que quer ser aprendiza dela? É a Erza, afinal – sussurrou incrédulo.
“Viu, por isso ninguém desconfiaria desse plano”, ironizou em sua mente. De qualquer forma, não importava agora, aquele momento era um presente que não via a tempos. Todos reunidos, rindo e brigando, iria aproveitar.
JET: Eu falei, eu tinha razão é a mesma garota. Eu estava certo – insistia como se tivesse ganho uma competição.
Nashi: Desculpem, fiquei envergonhada quando todos olharam pra mim e não encontrei Erza – disse rindo. Era meia verdade, mas por hora bastava.
Gray: A culpa é do Natsu que te assustou, aquele cabeça de fosforo não sabe ter modos – falou de pirraça. A garota riu para disfarçar, embora incomodada; ficou grata por seu irmão não estar alí, aquele cabeça oca certamente cuspiria fogo em Gray pela provocação.
Macao, Wakaba Nab, Cana, Elfaman, Evergreen e Bickslow também compunham a cena. Devidamente alimentada, agradeceu aos céus por decidir aceitar ajuda de Erza. Depois que sua aparição perdeu um pouco da novidade atrativa, aqueles que a rodeavam se dispersaram em seus próprios caminhos. Apenas ela, Erza, Lisanna, Juvia e Cana continuaram na mesa conversando.
Lisanna: Quem diria, Erza com uma aprendiza. – Nashi gostava da albina, apesar de nessa época estar apaixonada por seu pai.
Erza: Acho que meu espírito maternal despertou quando a vi– remexeu-se orgulhosa.
Nashi congelou olhando com espanto para guerreira, “não brinca com isso, você tem três filhos e mesmo assim seu espírito maternal é excêntrico, dispenso” declarou em mente. Todas riram com o comentário de Erza.
Cana: Para ter um espírito desse desperto você deve estar pensando em alguém, hein! – insinuou toda cheia de sabedoria maliciosa.
Erza: Do... do que você está falando Cana? – aparentando visível nervosismo, que serviu só para alimentar a desinibição de Cana, como provou sua gargalhada.
Juvia: Ah! Juvia adora histórias de amor, logo que Juvia casar com Gray-sama também contará diversas fantasia que vivermos.
Lisanna: Acho que esse não é o ponto – desviando a conversa – ainda temos crianças aqui.
Agradeci por isso. “Sinceramente, quem disse que a persistência é amiga da conquista, de certo, conheceu a Juvia”. Pelo que sabia e o que tinha visto até agora, Nashi não conseguia dizer se sentia pena de Juvia ou de Gray. Decidiria mais tarde.
Cana: E você princesinha, não tem nenhum garotinho que goste?
Assustada, se pudesse se esconder debaixo da mesa sem que rissem, ela o faria. Ainda embaraçada, não esperava tais perguntas direcionadas a ela, afinal, só tinha 9 anos, o que saberia sobre amor? Bobagem.
Nashi: Claro que não. Que besteira – retrucou, enquanto Cana ria.
Cana: Gome, gome. Acho que quis perguntar se tem algum amigo de infância que goste. É normal meninas da sua idade brigar bastante com meninos quando brincam. Existe algum garotinho em especial que te irrite? – perguntou astutamente.
Nashi: Colocando dessa forma, Storm – pronunciou o nome do colega com exasperação. – Ele sempre me irrita.
Juvia: Storm? Gostei desse nome, quando Juvia e Gray-sama tiverem um filho vamos chama-lo de Storm.
“Não brinca”, mais uma vez a ironia acenava em divertimento. Lá estava ela conversando com a mãe de seu futuro algoz sobre qual nome lhe concederia. A contragosto, sentiu-se participando da criação de um monstro. De qualquer forma, o assunto teve fim quando Jet e Droy se aproximaram novamente.
Droy: Né, alguém sabe da Levy-chan?
Lisanna: Hum, se não me engano ela recebeu uma missão com pedido especial essa manhã e foi com Gajeel. – informou.
JET e Droy: o que? Levy-chan! – exclamaram em conjunto no que deveria parecer algum tipo de sofreguidão.
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Mirajane: Mestre, acredito ter uma ideia que poderá ser a solução. – radiante, contou empolgada – Trata-se de bestas né? Meu irmão poderia ir junto, assim conseguiria assumir o Take Over da besta e aprenderia a produzir o líquido. Como gelo é necessário, Gray nos ajudaria com isso. Só teríamos que fazer apenas uma viagem e produzir todo o necessário aqui mesmo.
Polyushka: De fato, é uma solução muito louvável. Não precisaria aguardar outras buscas e Laxus seria atendido rapidamente.
Makarov: Assumir o Take over de uma criatura tão poderosa pode ser arriscado, acha que Elfman está preparado para isso? – perguntou com cautela.
Antes que Mirajane pudesse responder, para sua surpresa, Freed intercedeu.
Freed: Nós acreditamos em Elfman, mestre, Raijinshu também está com ele, se o senhor ainda achar que é insuficiente levaremos quantos magos forem necessários para que se sinta confortável.
Makarov: Nesse caso, deixo tudo em suas mãos. – disse com os olhos marejados devido calor familiar transmitido pelos seus preciosos filhos. Vê-los ajudando uns aos outros era o melhor presente que recebia.
Mirajane: Vou com vocês também.
Freed: É melhor não – Mira levantou-se para protestar com veemência, mas Freed ergueu a mão apaziguando – Também é importante ter alguém perto de Laxus, sei que ele se sente bem na sua companhia. – Ouvir aquilo de Freed a fez olhar para a face de Laxus, que agora estavam um pouco rubras; Ela e Freed, embora revezassem os cuidados com ele, acabavam tendo choques de rivalidade; às vezes, o líder da Raijinshu era bem ciumento, por isso, admitir em voz alta que era necessária deve ter custado uma parcela de seu orgulho. Isso a fez sentar complacente.
Polyushka: Não havendo mais o que discutir, vou pedir para que saiam. É melhor deixarem ele com um pouco de silêncio. – caminhou em direção à porta, abrindo-a num gesto convidativo para que se apressassem.
Freed e Makarov se despediram de Laxus, Mira esperou que fossem embora e olhando para porta, viu Polyushka virar o rosto. Com a esperança renovada, abaixou-se até o ouvido de Lexus, sussurrou a promessa de que voltaria no dia seguinte e despediu-se com um beijo na face. Quando a albina desapareceu no corredor, Polyushka voltou-se para Laxus.
Polyushka: Entendeu, né? – Laxus abriu os olhos em total consciência – Nada de sair dessa cama até que esteja melhor.
Laxus: Tsc! – mesmo que atormentado por saber de suas condições de saúde, concentrava-se na sensação do beijo de Mira, que ainda queimava sua bochecha.
Autor(a): nuxa
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Era quase final de tarde, o céu destoava tonalidades purpuras e alaranjadas em contraste com o azul sobressalente. No horizonte, o sol se punha vagarosamente entre os campos floridos atrás da estação, um cenário dignamente pitoresco. Essa com toda certeza foi uma viagem longa, poderiam ter chegado mais cedo, mas, infelizmente, caíram ...
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