Fanfic: Arco do tempo | Tema: Fairy Tail
Era quase final de tarde, o céu destoava tonalidades purpuras e alaranjadas em contraste com o azul sobressalente. No horizonte, o sol se punha vagarosamente entre os campos floridos atrás da estação, um cenário dignamente pitoresco. Essa com toda certeza foi uma viagem longa, poderiam ter chegado mais cedo, mas, infelizmente, caíram no sono e passaram cerca de três cidades depois do ponto de destino. O ajuste de percurso foi marcado por outra longa espera até o próximo trem. Agora que desembarcaram, sentiam-se aliviados, em especial Gajeel.
Levy: Ah! Até que enfim chegamos – disse espreguiçando-se.
Gajeel: Juro que se tivesse que ficar mais tempo sob transporte faria você me carregar até Hosenka, enquanto acompanhava esse trem. – afirmou emburrado para Lily.
Lily: Tsc, não ficaria satisfeito com isso, mas devo concordar que horas de enjoo devem ter sido demais pra você. – suspirou – Eu tentei acordar vocês, mas ninguém me seu ouvidos.
Levy: O importante é que chegamos. De acordo com o papel da missão, o contratante está no centro da cidade, é melhor irmos andando. Quanto antes o encontrar, mais cedo poderemos descansar e comer alguma coisa.
Lily: Tem razão. Se não estou enganado, o centro da cidade fica ao norte da estação. Vamos?
Dito isso, os três marcharam sem mais discórdias. O crepúsculo vespertino banhava as ruas do distrito central quando chegaram; apesar de ser quase noite, ainda havia movimento devido ao horário de fechamento dos comércios, algumas pessoas aproveitavam os últimos minutos de oferta das lojas, já outras dirigiam-se apressadamente até suas casas. A atmosfera era bem familiar a de Magnólia.
Pararam em frente à Estalagem do Leão, como era o nome da hospedaria. Aparentemente, o contratante também não era daquela cidade. Assim que entraram, perceberam o ambiente quente e festivo; o hall era uma taberna, mesas rusticas abarrotadas de clientes espalhavam-se pelo local, muita conversa alta e música festiva preenchendo o ambiente, de certo modo era acolhedor. Seguiram até o bar a fim de encontrar informações sobre a pessoa que os requisitara, por sorte, o atendente já estava ciente e apenas pediu que aguardassem.
Escolheram uma mesa ao fundo, longe de toda movimentação, perto da escada que levava aos quartos da estalagem. Logo que se acomodaram, um senhor envolto por uma capa se aproximou, sentou-se em frente à Levy e Gajeel e descobriu o rosto. Era um senhor de idade, supunha-se que tinha pouco mais de 50 anos, mas sua aparência era porte forte e militar, de olhar duro, seu cabelo castanho milimetricamente cortado combinava com a barba aparada.
- Você deve ser Levy, não imaginei que viesse em companhia – havia algum tipo de insinuação no seu tom de voz que não pôde ser identificada, mas despertou em Gajeel o sentido de desconfiança. Se antes ele estava apático, agora sua atenção estava desperta e levemente hostil.
Gajeel: Ahn? Algum problema ela vir acompanhada?
- Nenhum – respondeu pausadamente – mas não vou pagar a mais por isso, pedi apenas por um mago.
Gajeel: Não se preocupe, não irá gastar além do esperado – retrucou em desafio. Percebendo o estado do amigo, Lily o cutucou para que se acalmasse.
Levy: Ah! Sinto muito por isso. Também peço desculpas pelo atrasado, tivemos um contratempo no trajeto.
- Imaginei algo assim, mas não importa, vamos aos negócios. Estou pesquisando um artefato mágico, no entanto, não se sabe exatamente o que é. Descobri informações sobre ele em uma caverna próxima daqui, porém existe algum tipo de código em língua antiga. Procurei por magos que pudessem traduzi-la, então, ouvi boas recomendações sobre uma maga da Fairy Tail que entende alfabeto arcaico. Por essa razão, pedi por você, Levy; pode me ajudar com isso?
Levy: Ora, trata-se de um trabalho de tradução então – sorriu disfarçando o constrangimento pelo elogio – É verdade que sei alfabeto arcaico, mas existem diferentes tipos de escrita, preciso ver de que gênero estamos falando.
- Hum... entendo. Nesse caso, seria melhor que fosse para caverna amanhã de manhã, pois não tenho nada impresso comigo. Podemos combinar assim?
Levy: Ah, claro, sem problemas. Conto com você.
- Em todo caso, estou hospedado aqui, tomei a liberdade de já deixar um quarto reservado para você quando chegasse, creio ser um trabalho que lhe tomará alguns dias – o homem gesticulou para que o taverneiro se aproximasse e solicitou uma garrafa de hidromel para a mesa, quando terminou seu pedido levantou e virou-se para os magos – Infelizmente, não imaginei que viessem mais magos, portanto, terão que dividir o quarto – disse olhando para Gajeel – Devo me retirar agora, sugiro que provem a bebida, é a melhor da casa.
Levy: Ah! Perdoe-me pela indelicadeza, não perguntamos o seu nome.
- Zakum.
Assim que pronunciou seu nome, um umbroso sorriso de canto se formou em seu rosto, deixando a capa balançar conforme seguia seu caminho. Quando chegou ao topo da escada fechou o semblante, assumindo formas mais obscuras.
Gajeel: Eu não gosto dele – murmurou. Lily balançou a cabeça em concordância.
Levy: Disse alguma coisa? – ainda olhando para a escada onde Zakum desapareceu.
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Sentia raiva, sentia desespero. Por que? Por que tinha que ser assim? Tempos atrás sua vida era alegre e feliz, suas únicas preocupações eram as provas da escola, lidar com seu irmão abobalhado e revidar as brincadeiras de Storm. Agora se via correndo em meio a floresta para sobreviver. Felizmente, não estava totalmente sozinha.
Erza: São muitos, é perda de tempo lutar contra todos, apesar de me irritar bastante ter que fugir.
Jellal: Eu sei amor, mas não temos escolha. Primeiro temos que despistá-los. Lutar com eles aqui só fará com que cheguem próximo de onde queremos ir.
Luke: Argh! Eu não quero mais fugir. Vou chutar a bunda de cada um que se aproximar – disse com os punhos em chamas.
Nashi: Não pode onii-chan! Mamãe, papai, todo mundo depende de nós - disse com determinação.
Jellal: Não gostaria de sugerir isso, mas acho que a nossa melhor chance agora é nos separarmos, podemos pegar caminhos diferentes para o mesmo lugar e faze-los se perderem. Entregue uma chave para seu irmão, Nashi. Se qualquer um de nós tiver sucesso em chegar ao laboratório, pelo menos uma das chaves estará segura – ao fundo podiam ouvir o som trovejante dos passos da guarda de Zeref e o farfalhar das armaduras. Nashi jogou rapidamente a chave de Virgo para seu irmão e se despediram com uma troca de olhares, não eram necessárias palavras entre os dois, eles tinham uma conexão tão profunda que era difícil explicar.
Erza: De fato, é uma boa ideia. Tenha cuidado – despediu-se com um beijo apressado e, antes que Luke brigasse, pegou o garoto e desapareceu apressadamente.
Jellal: Vamos, Nashi!
O cenário mudou, se antes a floresta os cercava, agora estavam em meio a uma clareira. Haviam várias rochas, entre elas uma grande pedra em particular com uma entrada triangular. “Chegamos”, constatou aliviada. Para quem não conhecesse a área poderia parecer apenas uma caverna normal, mas não era tão simples assim. Era necessário passar pelos pontos certos para que o laboratório se revelasse, além de ter que confirmar a identidade mágica, pois havia uma barreira que encobria o lugar e tornava-o invisível.
Logo que avistaram a entrada, Levy já os esperavam. O laboratório da maga era altamente seguro, seu sistema foi baseado em tecnologias que a própria cientista desenvolveu. Nashi conhecia muito bem os segredos daquele lugar, era seu playground nas horas vagas, sua curiosidade era imensa e tinha sede de conhecimento, por isso passava bastante tempo com a azulada.
Levy: Ah! Que alívio, estava pensando justamente em vocês – olhou ao redor – Cadê a Erza e o Luke-chan?
Jellal: Parece que fomos os primeiros a chegar – deixou-se cair no chão junto com Nashi para descansar – Fomos perseguimos e nos separamos no caminho, logo mais estarão aqui.
Levy: Estamos mesmo em tempos difíceis. Me acompanhem – fez um gesto para que entrassem.
Assim que usou sua magia para abrir a porta, o cenário transformou-se drasticamente, revelando um largo e extenso túnel de metal, que levava ao laboratório principal. Gajeel investiu muito metal naquele lugar, tudo que Levy precisava ele conseguia. O espaço tornou-se mais amplo e um conglomerado de máquinas e equipamentos de alta ponta podiam ser vistos.
Normalmente Levy era bem organizada, mas Nashi percebeu que o local estava bem bagunçado. De certo, a cientista trabalhava em algo grande e complexo para deixar tudo naquele estado. Papéis espalhavam-se por todo o lado, o painel de tarefas abarrotado, a mesa de planejamento lotada de pergaminhos e livros sem conexão lógica. “Mas o que ela esteve fazendo aqui?”, pensou espantada. Enquanto a garota percorria o local tentando entender, Levy confrontava Jellal em outro canto em voz baixa.
Levy: Alguma notícia de Lucy?
Jellal: Nada, só o que sabemos até agora.
Levy: Entendo – deixou o silencio cair por alguns segundos antes de bater no próprio rosto para recuperar o foco – Muito bem. Temos pouco tempo, Lucy veio me procurar tempos antes de desaparecer, ela me sugeriu algo que na época não achava ser possível, mas devido aos últimos acontecimentos comecei a pesquisar a respeito e quando encontrei Ultear, me ajudou a achar uma solução.
Jellal: Mas do que é que você está falando?
Levy: Quando descobrimos o que estava acontecendo por trás do desaparecimento de Yukino, Lucy pressentiu algo ruim e me questionou ela poderia voltar no tempo novamente caso não pudéssemos mais controlar o caos de Zeref. Não entendi o porquê de tanto pessimismo na época, mas algo em mim me disse pra não subestimar o que ela estava sentindo – disse olhando para Nashi – Afinal, compreendi que ela queria uma garantia para nossas crianças. Então iniciei os trabalhos de pesquisa.
Jellal: Você está sugerindo que conseguiu uma tecnologia capaz disso? – perguntou abismado.
Levy: Sim, ela combina os fundamentos básicos da magia do tempo Toki no aku de Ultear com o controle de espaço-tempo dos espíritos celestiais, através de Horologium. Resumindo, com os espíritos celestiais consigo traçar um canal de transporte e com a magia do tempo consigo programar onde se deve ir e quando. Mas não é um transporte perfeito, ainda não foi testado.
Jellal: Nesse caso, eu vou. Farei o teste – falou com admiração e temor.
Levy: Gostaria de poder discordar, Jellal. Seria muito mais seguro fizéssemos pequenos testes antes, mas devo entender que não temos mais tempo, né? Peço desculpas por isso.
Jellal: Não se desculpe, estamos depositando nossas esperanças nisso.
Nashi: Como esperado da Levy-sensei. Acho que vai precisar de mim pra isso – apareceu cruzando os braços em desafio.
Levy: Nashi? Estava escutando a conversa? – repreendendo a garotinha.
Nashi: Não foi necessário muito esforço – disse presunçosa – Por mais baixo que falem esse lugar amplifica o som e produz eco – suspirou resignada – Eu quero ajudar, vi o mapa que fez na mesa de planejamento e você precisa da magia de um mago celestial pra fazer funcionar, eu fui a única que sobrou – seus olhos marejados com a declaração cortaram o coração da cientista.
Levy: Eu já ia pedir sua ajuda Nashi – sorrindo em compaixão.
Se antes ela enxergava com clareza, agora não via mais nada, estava tudo escuro. “Estou com medo, não sei o que fazer”, ela dizia. “Vai ficar tudo bem, segure isso e procure por mim, quando me encontrar mostre o lhe dei”, reconheceu a voz de Jellal. “Nashi, querida, talvez você sinta algum desconforto como efeito colateral, provavelmente ficará fraca pela drenagem da magia. Lembre-se, mantenha o foco não vá fazer ou falar nada que mude o curso do futuro natural”, foi o aviso de Levy. Por alguma razão seu rosto estava húmido. Não via Levy, não via Jellal, não via o laboratório altamente iluminado, não via nada. Aos poucos voltou a ter consciência de seu corpo, percebeu que soluçava.
Abriu os olhos e se deparou com a escuridão novamente, mas agora enxergava alguns contornos, reconheceu o lugar de imediato. Estava deitada sob a cama, levantou-se tentando entender o que havia acontecido “um sonho? Não... uma lembrança. Cai no sono e recordei as minhas ultimas memórias antes de viajar”, passou a mão pelo rosto esfregando os olhos “lagrimas?”. Notou a porta do quarto entreaberta e a voz de alguém do outro lado. Saiu do quarto encarando a claridade.
Erza: Ah! Já acordou? Acabei de falar com Jellal, em uma hora ele irá nos encontrar em uma clareira perto daqui.
“Então ela estava mesmo escondendo o jogo”, pensou com divertimento. Seu humor melhorou depois disso.
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Quase tarde da noite. Queria que sua antiga casa não fosse tão longe de Magnólia, lhe pouparia trabalho e tempo. Bom, não podia reclamar completamente, seus amigos fizeram um bom serviço ao ajuda-la. Trazia consigo o antigo quadro da família que estava no sótão, para restauração. A imagem de quando era criança, sentada em uma cadeira com sua preciosa boneca e atrás dela seus amados pais. Amar seu pai, aprendeu isso tardiamente. Permitiu-se pensar que daqui pra frente não deixaria que algo assim ocorresse novamente.
Natsu: O que foi Lucy? – percebendo o olhar perdido da amiga.
Lucy: Ah, nada. Só me senti um pouco nostálgica – pararam em frente ao apartamento quando chegaram – Obrigada por hoje.
Happy: Que maldade Lucy, só vai agradecer? Nós estamos com fome.
Lucy: Oi oi, só fizeram isso pela comida? – disse com intensa irritação – De qualquer forma, estou sem comida em casa, ainda não tive tempo de ir ao mercado, então sugiro que comam na guilda.
Natsu: Ah, isso não é justo – disse consternado – E você, não vai comer não?
Lucy: Estou sem fome e meu cansaço é maior.
Happy: Nha Lucy, não é assim que você vai perder peso. Se quer deixar de ser gorda... – essa foi a última e incompleta frase dita para ela naquela noite antes de saírem voado céu acima. “Por que eu também?”, Natsu pensou em decolagem.
Na visão de Natsu, Lucy era uma garota histérica, mas gostava do seu jeito mesmo assim, às vezes, conseguia ser doce e carinhosa. De alguma forma se identificava com os traços mais rudes dela, uma vez que ele não era muito diferente. Faziam uma boa dupla, disso ele sabia. Onde ela era fraca ele sustentava com sua força, onde ele não compreendia, ela entrava com sua mente aguçada. Chegaram à guilda famintos.
Natsu: Tadaima! – disse chutando a porta da guilda ao lado de um Happy flutuante.
Gray: Ahn? Quem se importa? – virou-se para encarar.
Natsu: Disse alguma coisa tanga gelada?
Gray: Pode vir, foguinho de merda! – cara a cara os dois queimavam suas auras em confronto direto, com uma troca variada de insultos. Em outra mesa, Jet e Droy assistiam tudo desinteressadamente.
JET: Natsu! Preciso te contar – falou com um pouco mais de animação – você não vai acreditar quem veio hoje pra guilda – ignorado pela briga com Gray.
Droy: Talvez ele não esteja mais interessado na garotinha, Jet. – nesse momento, a briga parou imediatamente para dar lugar à atenção.
Natsu: O que disse? – rapidamente agarrou os dois pela camisa.
JET: Ah, aquela garota de hoje de manhã, voltou na guilda hoje à tarde e você não vai acreditar, ela é aprendiza da Erza!
Natsu: Como é? – “É algum tipo de piada?” – Ela estava com a Erza o tempo todo? Ah! Vou agora mesmo procura-la.
Gray: Oi, essa não é uma boa ideia.
Natsu: Ahn? O ator pornô ainda está falando? – disse colorindo o ambiente com a familiar hostilidade.
Gray: Só estou dando um aviso, rei da estupidez – respondeu aceitando o convite para mais um confronto – Aposto que você não passa da porta.
Natsu: Oh... então vamos fazer uma aposta – seus olhos brilhavam maliciosamente na forma de estrelas – Se eu encontrar a garota hoje, você terá que admitir a derrota e passar um mês morando com a Juvia.
Gray: Que tipo de aposta é essa? – sentiu seu corpo retesar e todos seus nervos entrarem em colapso diante do pensamento.
Natsu: Então, não vai aceitar? – riu em deboche.
Gray: Tsc, se você perder terá que passar um mês com a Lucy! – concluindo uma ideia muito errada sobre o tipo de punição ideal para Natsu, já para Happy, por outro lado...
Happy: Não, não Natsu! É a Lucy, pode ser perigoso! – voou suplicante em direção ao companheiro contaminado pelo desafio.
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A floresta estava carregada em breu, a luz do luar às vezes entrava por entre a copa das árvores, ouvia-se apenas o farfalhar das folhas conforme caminhavam, acompanhado por alguns sons de animais noturnos. Logo mais adiante, avistaram a clareira com rochas dispersas, o local era conhecido da rosada, mesmo no escuro dificilmente se perderia ali.
Antes de entrar na clareira, uma figura em um manto esvoaçante entrou no seu campo de visão. Não havia como não o reconhecer, sempre imponentemente trajado e com características bem marcantes. Jellal permaneceu imóvel, em prontidão de ataque, até relaxar quando avistou Erza.
Jellal: Vejo que trouxe companhia hoje – dirigindo o olhar para o pequeno vulto entre as árvores.
Erza: Ela insistiu, temos muito o que conversar, a propósito – olhou ternamente para o azulado e completou – Fico feliz em ver que está bem – quando tocou seu braço, ele retrocedeu instintivamente com um semblante dolorido – Está ferido! O que houve?
Jellal: Nada com o que se preocupar. A guarda do conselho encontrou uma pista sobre nós e acabaram nos perseguindo, na fuga acabei me machucando, mas é só um arranhão. – dito isso, o farfalhar entre as folhas revelou a garota.
Nashi: Posso cuidar disso, se não se importar. Minha magia é essencialmente curativa.
Jellal ainda a via com desconfiança, mas como ela já conhecia a natureza calculista e cautelosa do rebelde, para demonstrar confiabilidade pegou uma faca e fez um corte no antebraço esquerdo. Guardou a faca assim que o sangue se pôs a escorrer, Erza a olhava com preocupação.
Nashi: Está tudo bem, veja – uma faísca saiu da sua mão oposta ao braço ferido, chamas crepitavam brilhantemente. Depositou o fogo ardente sob o corte e quase instantaneamente se fechou, sem marcas de queimaduras ou cicatrizes.
Jellal: Inacreditável – tanto ele quando Erza estavam estupefatos – Nunca vi poder de cura agir tão rápido.
Nashi: Posso cuidar de você agora?
Resignado, aceitou a oferta. O fogo não ardia em sua pele, mas emanava calor. Sim, eles estavam realmente impressionados, era um poder fascinante. Erza olhava para garota com admiração.
Erza: Quantos segredos mais você esconde?
Nashi: Isso não é segredo, é minha magia, só não tive oportunidade de usa-la até agora.
Jellal: Bom, eu agradeço por isso. Erza comentou que você precisava falar algo importante comigo.
Agora sim, chegou o memento que tanto esperava. Nashi se apresentou e contou com detalhes quem era, as mesmas informações passadas à Erza foram disponíveis à Jellal. Quando terminou de falar, desenrolou o cachecol revelando um cordão com pingente quebrado, tirou de seu pescoço e entregou ao mago.
Nashi: O Jellal do futuro pediu para lhe entregar isso. Não sei o significado – Jellal pegou o cordão e riu.
Jellal: Como esperado de mim, na dúvida de acreditar ou não na sua história, eu a faço enviar minha própria assinatura – levou sua mão ao pescoço puxando o mesmo cordão, mas com um fragmento de lacrima no pingente – Eu não sabia que tipo de lacrima essa pedra era, mas desde que a encontrei ela avisa caso algum inimigo esteja por perto.
Nashi: É isso! – exclamou compreendendo o porquê do encontro com Jellal – Essa é uma parte da lacrima celestial. Então você tinha uma consigo o tempo todo. Só de portar ela, você marcou um alvo em si mesmo. – ambos os magos franziram o cenho diante da declaração.
Erza: Eu não entendi. Essa pedra é perigosa? Do que é que está falando?
Nashi: Não, ela não é perigosa em si, mas as pessoas que estão atrás dela são. Essa pedra é apenas o fragmento de uma enorme lacrima, chamada Castitatis Vitae. Trata-se de uma lacrima imaculada e pura, ela tem grande poder, pois é fonte de energia massiva sem função e sem direcionamento, significa dizer que ela assume uma função dependendo de quem a porta. No seu caso, como está com problemas com o Conselho Mágico, o fragmento tomou sua necessidade e te deu poder de alerta e esquiva.
Jellal: Faz sentido – disse em profunda compreensão.
Nashi: Como já disse antes, eu venho do futuro, estou aqui para reunir os fragmentos antes que os lacaios de Zeref o façam. No Futuro, Zeref se apodera da lacrima e a combina com magia celestial – olhou tristemente para um ponto qualquer da floresta – Nós não fazíamos ideia do nos esperava na época, tudo estava tão calmo – suspirou – Acho que está na hora de contar toda a história; tudo começou quando a guilda recebeu um pedido de missão da Sabertooth.
Erza: A Sabertooth enviou uma missão para Fairy Tail? Missão de uma guilda para outra? – perguntou interrompendo em descrença.
Nashi: Sim. Não é comum, mas eles estavam desesperados. Yukino tinha saído em missão e desaparecido, por um tempo procuraram sozinhos, Sting quase enlouqueceu de preocupação; então, enviou o pedido de busca para todas as guildas de Fiore. Logo, vários magos foram procura-la. Minha mãe foi a primeira a se prontificar e iniciar as buscas – nesse momento, olhou para Jellal – Inclusive a polícia independente foi acionada, quando o Conselho Mágico declinou ajuda.
Jellal: Policia independente? – notando que a mensagem foi dirigida à ele.
Nashi: Continue fazendo o que tem feito e será recompensado – sorriu ternamente – Bom, o caso é que os magos que foram atrás da Yukino começaram a desaparecer também, pelo menos por um curto período de tempo, depois reapareciam completamente diferentes. Atacavam aliados, armavam emboscadas, traíam seus companheiros, até chegar ao ponto do caos tomar espaço e não saber mais em quem confiar.
Erza: Mas como uma coisa dessas foi acontecer? – perguntou consternada.
Nashi: Essa era a pergunta que não conseguiram responder, até... – o vento soprou forte e o cristal de Jellal brilhou intensamente.
Jellal: Tsc, tem alguém se aproximando. É perigoso ficar aqui – movimentaram apressadamente em busca de refúgio.
Erza: Acho melhor continuarmos a conversa outro dia, se alguém o encontrar vamos ter problemas – Jellal assentiu em concordância.
Jellal: Vou manter contato – olhou para ruiva transmitindo uma promessa velada, virou-se para Nashi antes de desaparecer – Foi um prazer conhece-la, Nashi. Tenham cuidado.
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Natsu, Happy e Gray caminharam até o dormitório de Erza na calada da noite, seus resmungos grosseiros podiam ser ouvidos por quem passasse. Quando chegaram à entrada do dormitório, Natsu preparou seus pulmões e não perdeu tempo.
Natsu: Erza! – gritou – Oi, Erza! Aparece aí. Tenho que perguntar uma coisa.
Gray: Ei Natsu, não acha que está exagerando?
Natsu: Calado Gray, você só não quer perder a aposta.
Gray: Tsc, depois dessa quero ver quem vai perder – debochou.
A 10 metros de distância, tanto a ruiva quanto a rosada, que seguiam em direção ao merecido descanso, pararam ao notar a confusão em frente ao dormitório. “O que é essa gritaria? Parece briga”. Ao se aproximarem, contemplaram os dois idiotas rolando pelo campo de entrada. Nashi não perdeu tempo e se escondeu, “pai idiota!”. Erza compreendeu o desaparecimento da garota e foi de encontro aos incômodos à frente.
Erza: Oh! Vocês têm mesmo coragem de fazer esse escândalo aqui – proclamou com a aura em chamas. Os dois pararam imediatamente, sentando-se comportados.
Natsu: Ah! Finalmente, queria falar com a menina que você escolheu para ser sua aprendiza. – Mal terminou de falar e diante da força bruta da guerreira, pela segunda vez no dia, voou longe, com Gray e Happy logo atrás.
Erza: Pronto, pode aparecer agora, eles não vão incomodar por hoje. Francamente, o que deu neles? – questionou com desinteresse.
Nashi: Obrigada.
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Independente da impressão que o contratante passava, uma coisa ele tinha razão, aquele hidromel era realmente muito saboroso. Depois de comerem, sentiram-se satisfeitos e o cansaço tomou conta de seus corpos de vez. No entanto, quando Lily e Gajeel deram por si, perceberam que havia um problema ainda não notado, ou melhor, dois problemas: teriam que encontrar outro quarto e, além do mais...
Lily: Oi Gajeel, você não acha que a Levy está um pouco estranha? – cochichou com preocupação para o amigo.
Levy: Hey Gajeel, hic. Vamos, vamos, se apresse tem um quarto quentinho nos esperando, hic. – cambaleou com uma alegria estranhamente exagerada, agarrou-se forte ao braço do mago e riu descaradamente. Este, por outro lado, estava surpreso e dolorosamente desconfortável.
Gajeel: Oi oi, se não me engano hidromel tem álcool, não é? – perguntou mais para si do que para alguém em específico – Tsc, não tem jeito, Lily leva ela para o quarto, vou pedir mais um para gente.
Obedecendo, Lily assumiu sua forma mais desenvolvida e a capturou de Gajeel, arrancando seus protestos enquanto se debatia. Ainda ouvia as reclamações de Levy à medida que era levada, por pouco seu coração não entra em colapso; com isso, fez uma anotação mental para não a deixar beber mais. Desolado, dirigiu-se ao taverneiro.
Gajeel: Hey, você, tem mais um quarto sobrando? – disse em alto tom.
Taverneiro: Ora? Não há nenhum, daqui a dois dias teremos um festival na cidade, por isso ela parece mais cheia do que de costume. Duvido muito que encontrará algum lugar livre, todas as hospedarias já comportam os visitantes para o festival.
Gajeel: Só pode ser brincadeira! – ao que parece, perdeu sua alma nesse momento, hipoteticamente falando.
Resignado, subiu as escadas para os quartos. Encontrou Lily à porta em sua forma de gato, informou a decepção vivenciada e, tomando fôlego, abriu a porta do quarto. Levy parecia dormir profundamente agora, aliviado voltou sua atenção para o quarto. Havia apenas uma cama – bem ampla por sinal – mais ao canto tinha um sofá, uma pequena lareira ao de uma escrivaninha e, por fim, um armário. Era um quarto de tamanho médio, devia bastar. Observou mais uma vez Levy dormir antes de se arrastar para o sofá. Mal se acomodou e a azulada pulou da cama, indo em direção aos seus braços.
Gajeel: Oi oi, Levy, o que está fazendo? – “Isso é algum tipo de provação” constatou.
Levy: Ah... hic! Aqui é mais quentinho, hic. – afagando seu rosto corado no peitoral do dragon slayer.
Gajeel: Tsc! Você tem ideia do perigo que está correndo? – pegou-a no colo e levou para cama novamente; olhou para Lily pedindo ajuda silenciosamente, mas o amigo fingiu que nada viu e apenas desviou o rosto, enrolando-se no sofá. Contrariando seus instintos, soltou Levy delicadamente e afastou-se.
Levy: Gajeel? – disse sonolenta – Pode ficar um pouco comigo, até eu dormir?
“Isso é sério?” pensou em desistência. Se ele tinha alguma cor de pele antes, então essa deixou de existir para dar lugar à cor vermelha. Olhou para seu gato, que agora tampava as orelhas. Suspirou profundamente, reuniu coragem e deitou-se ao seu lado. Prometeu internamente que sairia de lá assim que ela realmente pegasse no sono, pelo menos esse era o seu plano antes dele mesmo fechar os olhos, vencido pelo cansaço.
Autor(a): nuxa
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
O abrir da janela foi um convite para os raios de sol entrarem, a luminescência a saudou e brindou com um lindo dia ensolarado. Depois da noite anterior não tinham tocado mais no assunto, simplesmente chegaram e foram descansar. Havia muito o que conversar e discutir, mas a maior urgência agora era conseguir o desjejum; assim, caminhou para o cômodo ...
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