Fanfics Brasil - Novas viagens Arco do tempo

Fanfic: Arco do tempo | Tema: Fairy Tail


Capítulo: Novas viagens

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Uma mesa de metal foi posta no interior da caverna como ferramenta de trabalho para Levy, cortesia de Gajeel. Ela ensinou seus auxiliares a copiar transcrições e registrar as inscrições das paredes, foi realmente de grande ajuda, Lily levava mais jeito. Mesmo que o dragon slayer bufasse de tédio, uma vez que esse tipo de tarefa não era sua especialidade, ela estava satisfeita com o que haviam realizado.


A luz do sol já se despedia e nem sinal de qualquer veículo para transportá-los de volta à estalagem. Ela trabalhou bastante, tanto para adiantar o serviço quanto para manter a mente ocupada. Agora, quase já escurecendo, as traduções não rendiam, mais por conta da falta de luminosidade do que por vontade.


Saiu da caverna espreguiçando-se e parou para contemplar a paisagem que recebia o véu da noite, Lily a acompanhou. Só percebeu agora o quão incrivelmente comportado Gajeel se mostrou, isso era preocupante; se ele estivesse em seu estado normal, o comum seria que ele a provocasse com alguma besteira, entretanto, nem isso ocorreu. Ele a ajudou no que precisava e não se incomodou em tocar no assunto que os separavam, mas como encerraram os trabalhos, sem nada para fazer, achou que era hora de conversar. Essa distância já estava incomodando.


Levy: Hm, Gajeel? – chamou-o com pouca coragem. Ele saiu da caverna olhando ao redor.


Gajeel: O transporte chegou?


Levy: Hm, não. – aproximou-se do mago – Você está bem?


Por um momento ele permaneceu calado, correu o olhar pela pequena maga e pôde perceber o quão inquieta estava. Ele também. Passou o dia remoendo suas ações e forçando a se portar de modo menos autentico para que não a zangasse mais.


Gajeel: Eu que faço essa pergunta – levantou uma sobrancelha – tem me evitado desde acordou.


Ok! Tinha que reconhecer, ele era direto. Como expelir as palavras da maneira correta? Pelo que recorda, acordou assustada de vergonha e saiu correndo, mas não sabia como expor seu constrangimento, pois faze-lo significava admitir que gostava dele. A dúvida a corroeu o dia inteiro, se aconteceu alguma coisa entre eles não saberia dizer. O lapso de memória a deixara frustrada, afinal, era Gajeel, a pessoa pela qual estava apaixonada. Tinha por certo que gostaria de estar ao seu lado, mas a maneira como tudo transcorreu não agradava.


Levy: Gajeel – pausou sua fala e depois continuou tão rápido que nem ela acreditou no que saiu de sua boca – Eu sinto muito por ter te atacado ontem. Realmente não sei o que deu em mim, foi constrangedor. Quero dizer, foi a minha primeira vez e nem me recordo. Tudo bem, eu sei que não estava no meu estado lúcido, convidei você para se deitar comigo, mas não imaginei que fosse acontecer tudo desse jeito... – ela falava e continuava falando e enquanto falava sua voz ia perdendo intensidade ao ponto de ser quase inaudível, a mente de Gajeel desconectou com as frases desconexas de Levy. Lily, que estava comendo kiwi num canto, engasgou-se e tão logo aprumou as asas, levantando voo para longe.


 Sua intenção era resolver o mal-entendido ou entrarem em entendimento, dependendo do que tivesse ocorrido, mas diante das feições perturbadas de Gajeel, o bom senso a fez usar as mãos para tapar a boca antes que se embaraçasse ainda mais. Diferente do seu intento original, acabou enrolando-se com as palavras nesse raciocínio confuso, não era o que deseja dizer, esse discurso foi articulado pelo impulso de uma mente desorientada. Mais uma vez desejou fugir.


Gajeel: Do que está falando? – gaguejou as palavras incrédulo, mais espantado não poderia ficar. “O que ela imagina que fizemos?”. Corou só com o pensamento. – Você não acha que...


Se ela pudesse ficar mais vermelha teriam que inventar outra tonalidade de vermelho, pois talvez tenha assumido todas. “Não aconteceu nada? Eu errei? Oh, meu Deus, cavem um buraco e me joguem lá por piedade”. Acabou de falar a maior de todas as besteiras, aliás, acusou-o de algo que não fez.


Levy: Desculpe, estou com a cabeça um pouco confusa. Acho que fiquei tempo demais nessa caverna, deve ter me afetado de alguma forma. – falou afastando-se dele para tentar colocar uma distância segura. Tentativa frustrada. Não foi muito longe, pois Gajeel segurou seu braço impedindo a de se mover.


Gajeel: Não me venha com essa, você está estranha desde manhã. – ele lançou um olhar tão profundo que ela sentiu dificuldade de respirar – O único quem deve pedir desculpas sou eu, aliás, deveria ter feito isso desde que acordei. – suspirou – Levy, sinto muito ter dormido ao seu lado. Eu perdi a noção do tempo e acabei cochilando quando deitei.


Infelizmente ou felizmente, não foi capaz de devolver-lhe uma resposta, pois Lily voltou e os interrompeu com a notícia de que o transporte estava para chegar. Ao que parece tinha uma grande árvore bloqueando a estrada, felizmente era perto e o gato conseguiu ajudar o condutor. Surpreendentemente se viu desapontada, “então ele só adormeceu. Caramba, por que eu sinto uma certa decepção com isso? Não é possível que eu realmente esperasse algo entre nós”.


Logo, chegou uma charrete e durante o trajeto também não houveram novas oportunidades para continuar a discussão, dádiva do enjoo dos dragões. Após quarenta minutos de viagem, avistou a entrada da Estalagem do Leão, onde estavam hospedados; pôs uma mão sob o ombro de Gajeel e tranquilizou-o alertando que logo chegariam. Quando a charrete parou, o mago desceu agradecido, pegou os pesados pertences e adiantou-se para deixá-los no quarto. Levy o seguiu, parecia que algo havia quebrado entre eles, não podia permitir que esse desentendimento se expandisse.


Depois de cumprir seu papel como carregador, Gajeel foi em direção à porta. Todavia, notou algo prendendo sua camisa na parte de trás, quando inclinou a cabeça para olhar viu Levy segurando a ponta da camisa. A garota chegou mais perto e encostou a testa em suas costas. “O que ela está fazendo? Eu já não entendo mais nada”, permaneceu parado com o rosto cabisbaixo.


Levy: Aonde vai?


Gajeel: Convencer o taverneiro a me dar mais um quarto.


Levy: Não há o que desculpar – falou subitamente –  a errada de qualquer forma sou eu. Eu também peço desculpas. – continuou na posição que estava, não se atrevia a olhar para ele – Gajeel... fica. – foi um pedido simples, mas potente.


Gajeel: Tem certeza? – algo na sua voz a fez se arrepiar. Ele se afastou, virando-se para que pudessem conversar frente a frente.


Levy: Sim. – devolveu-lhe um sorriso terno.


Com isso, conseguiram reavivar o saudoso entendimento entre si. De outro modo, não poderiam prosseguir nem com a missão nem com qualquer coisa. De volta à sintonia original, Levy aproveitou para tomar banho e Gajeel foi arrumar o sofá para que pudesse dormir, dividiria o espaço com Lily, mas desde que o gato mantivesse sua forma comprimida não haveria problema.


Depois que ela terminou, ele foi o próximo no banho. Levy acendeu a pequena lamparina sob a escrivaninha do quarto e despejou trabalho. Trouxeram todas as cópias feitas das impressões das paredes da caverna e iniciou a tradução de onde havia parado. Não estava com sono, sentia-se aliviada por tudo estar bem, embora ainda carregasse os vestígios da vergonha.


Gajeel: Está com fome? Trarei alguma coisa se quiser comer aqui. – aparentemente finalizou o banho e ela nem notou, prova de que estava bem concentrada nos afazeres.


Levy: Ah, sim, por favor. Gostaria de terminar duas ou três páginas antes de descansar.


Gajeel: Tsc, não se esforce muito, já fez bastante hoje, tampinha. – como resposta ela sorriu. Ser insultada, ainda mais devido ao tamanho, não era para ser algo agradável, mas estava feliz.


Quando voltou com a refeição notou o quanto estava faminta, devorou sem deixar resquícios e retornou ao trabalho. Gajeel, também satisfeito e bem alimentado, dirigiu-se ao sofá para o merecido repouso. O dragon slayer era grande e o sofá curto. Levy observou-o se estirar e fechar os olhos, tentava se ajeitar, mas não parecia muito aconchegante. Não tinha detestado dormir ao lado dele, apenas se assustou quando despertou essa manhã.


Levy: Gajeel?


Gajeel: Hum? – resmungou ainda de olhos fechados.


Levy: Pode dormir na cama, se quiser, provavelmente é mais confortável.


Ele abriu os olhos e fixou o olhar apático em algum ponto do teto, enquanto refletia: “Ela realmente não tem noção das coisas, não quero prejudicar ainda mais nossa convivência. Embora seja inegável que todas as células primitivas do meu corpo estejam gritando para aceitar. Tsc, mas que inconveniente!”. Por fim, acabou declinando.


Gajeel: Não acho uma boa ideia.


Não podia culpa-lo, ele estava cauteloso, porém não pôde se livrar do peso na consciência ao deixa-lo desse jeito. Enquanto ela dormiria confortavelmente, ele teria que aguentar aquele infortúnio só porque ela pediu que ficasse? De fato, não seria justo. Então, foi até o armário pegar um lençol extra.


Levy: Não entenda errado, do jeito que você está logo mais vai quebrar o sofá – caminhou até a cama e fez uma linha divisória no meio do leito com o lençol, Gajeel acompanhou o gesto sem compreender – Essa parte é minha – apontou para um lado – A outra é sua. Nem pense em cruzá-la.


Gajeel: Tsc, acho que não tem jeito. – vencido, abandonou o sofá. Quando se deu por satisfeita seguiu mais uma vez para a mesa de trabalho. Ou pelo menos tentou, visto que Gajeel a pegou pela cintura e jogou na cama.


Levy: O que está fazendo? – balbuciava hesitante, talvez tenha se arrependido da decisão agora.


Gajeel: Gehee! Se eu vou dormir aqui, você vai dormir também. Já trabalhou o dia inteiro e está tarde, amanhã poderá continuar e ainda temos que passar o relatório para aquele cara esquisito. – afastou-se, foi até a mesa, apagou a luz e, por fim, deixou-se cair no seu lado demarcado da cama.


Lily: Como vocês são barulhentos! – exclamou um tanto aborrecido. Levy não pôde deixar de conter um certo divertimento.


Levy: Bem, boa noite então! – disse resignada, Lily retribuiu a saudação e Gajeel meramente emitiu um resmungo. Logo, finalmente, permitiu que seu corpo relaxasse.


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Que tipo de aposta maluca é essa! Voltou para casa sendo seguida por Natsu e Happy, que não desistiam de passar seu tempo de penitência com ela. No final, sentiu-se aliviada por ter conseguido escorraça-los, desse modo, foi ao saudoso encontro de sua casa para desfrutar a paz do silêncio e aproveitar os momentos de sossego.


Lucy: Moh! Que absurdo, onde já se viu apostar a casa dos outros desse jeito! O que eles pensam que são? – resmungava enquanto caminhava pelo apartamento.


“Espero que eles tenham entendido que não é para continuar com isso, embora eu ache que desistiram rápido demais. Bom, era uma punição também, né? Quem não gostaria de se livrar de uma”. Vagarosamente foi para o banheiro iniciar seu ritual de cuidados pessoais. Preparou a banheira com água quente e sais perfumados misturados com óleo hidratante. Respirou profundamente o aroma e permitiu que sensação de conforto a atingisse, despiu-se e imergiu no banho lentamente.


Ah, sim. Uma das melhores partes do dia era a serenidade do banho, nele podia avaliar seu dia e repensar tudo o que viveu e aprendeu. Ótimo momento para refletir sobre si mesma e sobre outras pessoas também. Outras pessoas. Hoje ela conheceu Nashi, a fugitiva garotinha misteriosa. De certo modo se identificou com a menina, sentia uma conexão que não conseguia descrever.


À primeira vista, Nashi a intrigou e ainda intriga, mas depois de conversarem um pouco notou quão doce ela era. Gostou de conhece-la, mas ainda havia muitas perguntas a serem respondidas. “O que ela fazia no mundo dos espíritos? Só veste aquelas roupas quem vai viajar para lá. Será que está acontecendo alguma coisa no reino dos espíritos? Normalmente o Rei não permite viagens a passeio, mas também não parece ser o caso de um problema grave, do contrário eu seria avisada. Entretanto, também não é como se ela tivesse a Virgo para fazer roupas celestiais. Ah, estou confusa”. Afundou na banheira fazendo bolhas com a boca, em representação amuada de sua contrariedade.


Dado algum tempo, emergiu antes que se enrugasse. Enrolou seu corpo na toalha, enquanto usava outra para retirar o excesso de umidade do cabelo. Contemplando sua imagem no espelho, concordou com seu reflexo: “realmente, eu sou irresistível”, fez pose, piscou e sorriu. Orgulhosa de sua beleza, finalizou com o secador de cabelo. Ritual completo. Foi para o quarto, abriu o guarda-roupas procurando algo fresco e confortável. A noite estava quente, assim, decidiu vestir por enquanto somente a tolha que já usava.


Como ainda tinha tempo até o horário que normalmente dormia, aproveitou para recomeçar a escrever seu novo romance. Usualmente suas histórias tratavam-se de romances policiais e investigativos, mas recentemente decidiu inovar; a nova história refere-se a um mundo de fantasia e espíritos, um mundo onde shinigamis enfrentavam almas atormentadas que se transformavam em monstros, os chamados hollows. O protagonista era um humano de cabelo laranja, na trama ele acaba se apaixonando por uma garota ruiva e com seus amigos enfrentam as adversidades desse novo mundo desconhecido. “Hm, será que fará sucesso?”, questionou-se.


Pensava, escrevia, mordia a ponta do lápis e desviava o olhar para além dos limites imaginários. Nessas andanças oculares, sob a cômoda, seus olhos travaram no pequeno livro de capa marrom sem destaque, a não ser pelas garras do tempo. “O diário da mamãe. É verdade, trouxe ele comigo e não me disponibilizei a ler”.


Foleou as primeiras páginas, Layla retratou seu convívio na mansão; sua relação com os espíritos celestiais com quem tinha contrato; o lado engraçado de seu pai, que até então desconhecia; além dos estudos que fazia. Constatou que sua mãe não só foi uma pessoa maravilhosa, como também se preocupava em otimizar o potencial de sua magia. Detalhou alguns treinamentos para magos celestiais, pesquisas e como progredir na resiliência espiritual. Não ficou surpresa ao se ver impressionada, na verdade, prometeu a si mesma que se esforçaria tanto quanto sua mãe para ser uma grande maga.


Leu mais algumas anotações e, em seguida, se deparou com a última página escrita. “Vitae”. Aquela palavra desconhecida que não passa de incógnita; se for levada ao pé da letra, a palavra refere-se à ‘vida’ em latim, porém não achava que fosse algo tão simples assim, mesmo porque desconfiava que Nashi também sabia algo a respeito, “Castitatis Vitae, seja cuidadosa. Foi o que ela falou”. Tanto Layla quanto a menina eram magas celestiais, dessa maneira, não apostataria em coincidências. Eis outro mistério a se pensar.


Se bem que ela disse que usava uma magia celestial diferente, uma espécie de vertente. Será que tem algo a ver com isso? Gostaria de saber mais sobre essa menina”. Lucy sentiu seu estomago reclamar e seguiu distraída em direção a cozinha, ao mesmo tempo em que seus pensamentos perambulavam entre um raciocínio e outro.


Sua desatenção chegou ao fim quando reparou no estado da cozinha: copos, pratos e talheres espalhados; respingo de comida no fogão; pia cheia de louça e restos de alimento em cima da mesa. “O que houve aqui?”, questionou duvidando por um tempo da sua faculdade de guardar memórias e capacidade de organização. Tinha certeza que não havia sujeira. De qualquer forma, prestou-se a limpar a bagunça o quanto antes.


Fez um lanche leve e caminhou de volta ao quarto. Contudo, um pequeno ruído capturou sua atenção, jurava que tinha escutado uma voz. Apurou sua audição para tentar focalizar o som, captou um baixo murmúrio reconhecível. “Peixe? Peixe? ... não, não, não. Não é possível”. Marchou até a sala a passos pesados.


Lucy: O que vocês dois estão fazendo aqui? – gritou arrancando os invasores do sofá.


Natsu: Hm? – abriu os olhos sonolentos e se viu esparramado no chão com Happy – Ei, Lucy agora não é hora de fazer bagunça.


Happy: Aye! – sussurrou encolhendo-se novamente para dormir.


Lucy: Bagunça? – percebeu imediatamente a implicância disso – Foram vocês que destruíram minha cozinha!


Natsu: Estávamos com fome.


Happy: Aye!


Lucy: Ora! Eu já não tinha sido clara? Vocês não vão cumprir essa aposta ridícula. Fora! – com o Lucy Kick os dois foram jogados para fora, através da janela – Francamente! – suspirou, desistindo da ideia de terminar de ler o diário para se entregar ao sono.


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O laboratório de Levy era uma verdadeira fortaleza, fora o salão tecnológico central, mais abaixo, bem mais abaixo ficavam os andares de testes, refeitórios e dormitórios. Em tempos normais, a cientista teria um grupo seleto de trabalhadores em seu auxilio, mas aqueles não eram tempos normais, de modo que não poderia arriscar se dar ao luxo de permitir que espiões entrassem. Quando descobriram a magia de controle de Zeref, dispensou todo o seu pessoal com a magia de bloqueio de memória de Mest.


Enquanto a pequena maga cuidava dos preparativos para a próxima viagem no tempo, Luke caminhava pelas instalações. Sua irmã sempre visitava esse lugar, mas ele dificilmente tinha permissão para transitar livremente como ela fazia. “Hehe, não há ninguém para me acompanhar dessa vez, pena que Happy não está aqui, seria mais divertido explorar com ele”. O corredor se alongava conforme ia em frente e as portas que apareciam estavam trancadas quando tentou abri-las.


Luke: Preparem-se. Eu sou um espião – enrolou seu cachecol no rosto e andou rente à parede, na tentativa de se camuflar – Vou roubar todos segredos de vocês! – imitou uma grotesca risada maquiavélica.


Escolheu uma das portas casualmente e usou suas chamas para derreter a maçaneta, logo, já estava dentro da sala. “Eu sou demais, vamos ver o que temos aqui”, riu internamente. Olhou ao redor, encontrando novos acessórios. O jaleco branco estava pendurado em um cabideiro ao lado dos óculos de proteção transparente, não perderia essa oportunidade por nada. Vestiu-se a caráter e incorporou outro personagem. Juntou algumas peças e materiais aleatoriamente e as uniu dando-lhes um formato disforme.


Luke: Oh, Frank – disse para um objeto inanimado criado – Eu sou seu mestre e vamos dominar essa fortaleza – riu novamente de modo grotesco.


Caminhou pela sala como um comandante inspecionando seu batalhão, parou de andar quando um mural ao fundo chamou sua atenção. Era um painel com informações do rapto de sua mãe: datas, entrevistas, testemunhos e teorias. Tocou o mural com a ponta dos dedos e seguiu a rota do mistério até o resultado descoberto. Nada que já não soubesse. Tirou sua mão do quadro para encarar as duas lascas presas por um adesivo, uma era vermelha brilhante a outra branca puríssima. Conhecia aquilo, reconhecia o cheiro: escamas de dragão, segunda fase da dragonforce. Ele estava irado, jurou tornar-se mais forte, resgatar sua mãe, proteger sua irmã e encarar seu pai.


- Luke! – o som dessa voz o fez arrepiar de pavor. “Monstro”.


Luke: Arya! – gaguejou engolindo seco, completamente ciente de que seria alvo de suas punições.


A garota de cabelos safira emanava uma aura imponente, um pouco mais velha que ele, normalmente se responsabilizava por manter a ordem das crianças no refúgio. Luke era bem problemático para ela, sempre fazendo o que queria e bagunçando tudo o que encontrava. Não era surpresa estar ali depois de ter retornado, aquela área era fechada e só isso já atiçava o espírito aventureiro do garoto. Não foi difícil imaginar onde encontra-lo.


Arya: Você tem muita coragem de desobedecer minhas ordens, moleque.


Luke: Ahn? Não foram suas ordens, foram da Levy. E moleque? Você não é tão velha assim, só tem um ano a mais que eu – disse emburrado – Ah, que chatice, não tem nada para fazer aqui até eu viajar.


Arya ia responder de modo grosseiro, mas reconsiderou ao ver o que Luke encarava tão avidamente quando entrou. Ela mesma não se atrevia a entrar nas salas e laboratórios, não sabia o que havia nelas, no entanto, sabia do que aquele painel se tratava. Suspirou adquirindo um ar compassivo.


Arya: É melhor nós irmos agora, não vai ser legal se nos pegarem aqui. – Luke concordou carrancudo, largou o jaleco e o óculos em um balcão e a seguiu pelo caminho até o refeitório.


Luke: Arya? – chamou-a cabisbaixo.


Arya: Sim?


Luke: Você acha que meu pai... – antes que pudesse terminar a sentença, a garota se adiantou, já sabendo ao se referia.


Arya: Há somente um culpado nisso tudo. – como se lembrasse de algo importante, Luke melhorou suas feições.


Luke: Você está certa. Vou soca-lo até não existir mais. – chamas brotaram de seus punhos reforçando suas intenções.


Ao alcançarem o refeitório, reconheceu seus amigos barulhentos. Embora as estruturas não existissem mais, a essência da guilda não foi destruída, haviam apenas se mudado para um lugar menos confortável. Se bem que membros de outras guildas também se juntaram a eles, agora, várias guildas ocupavam o mesmo espaço. Bem confuso, mas divertido.


Luise: Então quer dizer que a sargento foi buscar o fugitivo? – debochou a loira da cara da rival.


Arya: Quer brigar patricinha? – já esquipada com armadura, encarou a loira que assumia o Take Over demoníaco. No entanto, não seguiram com a contenda, devido à pequena eletrocussão que atingiu seus corpos.


Rayden: Não é bom que duas damas briguem. Arya, por favor, não caia nas provocações da minha irmã – disse o garoto mais velho de cabelos platinados.


Duas outras crianças, da mesma faixa etária de Luke, riam da situação. Ryos e Lena, com suas risadas peculiares, sempre se divertiam com as disputas dos colegas. Lena era muito amiga de Nashi, as duas trocavam interesses em comuns a respeito de romances, magia, tecnologia e curiosidades. Ryos também era bem próximo de Luke. Resultado do convívio desde o nascimento, pois os quatro nasceram na mesma época.


Ryos: Ei Luke, quais as novidades? – gritou pelo amigo.


Luke: Ah, cara, você precisava ter ido também, fui até o andar dos laboratórios, tem muita coisa legal para aproveitar. – jogou-se na cadeira espalhafatosamente. – Pelo menos até a Arya chegar.


Storm: Quando a mãe dela voltou com você e disse que já retornado a algum tempo, mas não sabia onde estava, a Arya saiu correndo tão rápido que que atropelou a vó Ultear. – comentou aproximando-se do grupo – Já sua irmã eu não vejo faz tempo.


Lena: Verdade. Jellal está aqui, achei que ela estivesse com vocês. Estou preocupada.


Luke: Pois é. Eu tenho uma coisa para contar.


Luke explicou da forma mais simples e prática possível. Os pormenores não lhe interessavam, então soou algo como: “minha irmã está no passado e vou ter que ir atrás dela, também estou preocupado, por isso, vim aqui dizer tchau”. Seus amigos o olharam como se fosse um ser desconhecido.


Lena: Luke-chan, você está bem?


Luke: Ahn? Por que eu não estaria? Não acredita? Foi sua mãe que fez essa engenhoca aí, pode perguntar pra ela.


Ryos: Gehee, que divertido, temos que ir também.


Storm: Levando em conta a situação não acho que seja uma boa ideia. Se ela foi a mando dos adultos então deve estar tudo bem – virou-se para Luke – Relaxa aí, aquela pirralha é esperta. – era o máximo de elogio sincero que conseguia expressar.


De certo modo, Luke não se incomodava com os conflitos entre sua irmã e o amigo, na verdade, até podia compreender um pouco. Afinal, ele mesmo agia de maneira parecida com outra pessoa, assim, sabia que não era algo ruim. Nashi sempre brigava com ele por ser um irmão superprotetor, mas cobrava uma atitude de sua parte quando se tratava de Storm. Como não se importava deixava que os dois se resolvessem, até porque era divertido vê-la irritada.


Luke: Diz isso porque não é sua irmã, palerma.


Storm: Tsc, queria umas férias da Mika, ela é muito grudenta. – Ryos e Lena se olharam e deram as mãos em solidariedade à Mika.


Ultear: Luke – a anciã caminhava a passos vagarosos até o grupo de jovens – Já está tudo pronto, querido, Levy o aguarda.


Ryos: Tsc, que inveja cara, queria ir também.


Lena: Luke-chan, cuide da Nashi, ok.


Storm: Ei – esboçou um sorriso de canto – Diz pra Nashi que mandei lembranças – os dois riram da piada.


Despediu-se de todos, mas sentiu falta de uma pessoa. Queria falar tchau para ela antes de partir, pois a considerava sua melhor amiga. Quase sempre se provocavam, no entanto, se divertiam muito quando brincavam e brigavam. Com Ultear o apressando não teve oportunidade de procura-la, então contentou-se em apenas seguir viagem.


Chegando ao terceiro andar, uma figura de longos cabelos prateados entrou no campo de visão.  A alegria o tomou, alargando um sorriso de fora a fora, porém, só de vê-la notou que havia algo errado, ela estava inquieta. Correu até a garota, deixando Ultear para trás.


Asuna: Fiquei sabendo da viagem, ouvi vocês conversando lá embaixo, depois fui procurar mais informações por aí com os adultos. – explicou sem que houvesse necessidade. – Você vai viajar também, né? Vai para impedir que Zeref pegue o cristal?


Luke: Ah, algo assim. – por alguma razão ela estava impaciente – O que há com você? Está agindo de forma estranha.


Asuna: Luke, tenho um favor a pedir – aproximou-se pegando sua mão, Luke fez sinal para Ultear esperar um pouco. Assustado, pois Asuna nunca agia dessa maneira, assentiu em concordância – Por favor, faça o possível para impedi-lo, ok? Faça com que nossos pais não desapareçam – implorou com os olhos marejados.


“Ah, então era isso”, concluiu pesaroso. Os dois sempre disputavam e treinavam juntos, na escola ela era capaz de acompanha-lo nas travessuras, atividades e encrencas. Ela era forte, uma dragon slayer treinada por seu pai nas artes do dragão branco. Contudo, nesse momento, sua voz era de cortar o coração, mas isso ele entendia. Ele, Nashi e Asuna passavam pela mesma situação. Conhecendo-a como ele conhecia, ela provavelmente estava se roendo para ir também. 


Luke: Nem precisa pedir, idiota, eu já planejava isso desde o começo. – sorriu alegremente para transmitir-lhe confiança.


Asuna: Hunf, vê se não vai destruir tudo pelo caminho, trouxa. – enxugou os olhos para afastar as lágrimas que não caíram. Bateram as mãos em uma sequência coordenada como despedida e se afastaram.


Ultear o olhou com graça. Seguiram até o laboratório central, onde Levy o informou sobre sua missão e o alertou para as consequências da viagem, bem como sobre as advertências de interferir demais. Luke concordou com as condições e ignorou outras. Agora era hora. Contagem regressiva até o outro lado do tempo.


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No dia seguinte, Erza e Nashi acordaram animadas, dispostas a confrontar o mestre e informar sobre os problemas futuros em busca de ajuda. A pequena maga sentia-se bem, com o espírito renovado. Seu irmão sempre a animava quando era necessário, mas sem ele por perto estava agradecida por poder contar com Jellal, Erza e, agora, com o mestre. Se todos da guilda trabalhassem juntos nisso tinha certeza que poderia salvar sua família e amigos. Estavam prestes a sair quando alguém bateu grosseiramente à porta. Erza fechou a cara e, com a espada em mãos, atendeu o ser humano insensato.


Proprietária: Erza, o aluguel do mês – estendeu a mão para receber o pagamento. A maga destrancou a carranca para dar lugar a feições de desculpas.


Erza: Ah, proprietária. Que bom que está aqui, eu ia justamente avisá-la que amanhã estarei com o dinheiro. – riu de maneira tensa. A senhora a olhou de cima a baixo, procurando qualquer sinal de fuga. Contudo, Erza não era de atrasar os pagamentos, portanto, deu-lhe o benefício da dúvida.


Proprietária: Amanhã, então, eu voltarei. – disse semicerrando os olhos.


Erza: Obrigada. – fechou a porta atrás de si, suspirando aliviada – Preciso ir em alguma missão, estou com apenas 400mil dos 500mil jewels de aluguel – disse para Nashi.


Nashi: Sério, talvez se você não alugasse 5 espaços não teria esse problema.


Erza: Isso não é problema. Eu só não tenho ido a muitas missões ultimamente. – a garota não questionou, apenas deduziu o porquê.


Nashi: Jellal? – perguntou só para confirmar.


Erza: Você é mesmo muito astuta.


Dirigiram-se para guilda com o mesmo entusiasmo que acordaram. Como sempre, Mira já cuidava dos afazeres enquanto o resto dos membros ainda despertavam. As duas se aproximaram pedindo algo para comer, conversaram um pouco com a albina e perguntaram onde estaria o mestre.


Mirajane: Hm, acredito que tenha dormido no hospital. Tem havido muitas reuniões do Conselho com os mestres de guilda, então, não teve muito tempo para passar com Laxus. Ontem ele conseguiu algum descanso, portanto, suponho que esteja aproveitando isso.


Erza: Entendo. E quanto ao Laxus, como ele está?


Mirajane: Ah, estamos aguardando o regresso do grupo que foi buscar medicamentos. Quando voltarem Polyushka fará os procedimentos e provavelmente ele estará melhor.


Nashi: Não se preocupem, ele vai ficar bem – sorriu confiante.


Makarov: Ah, nunca subestimem a sabedoria de uma criança – disse surgindo de trás das garotas – Pelo que vejo temos nova integrante aqui? – dirigiu-se sorridente à Nashi. Depois das apresentações, Mira perguntou com urgência.


Mirajane: Mestre, como está Laxus essa manhã?


Makarov: Do mesmo jeito, rezo para que aqueles garotos voltem logo.


Erza: Mestre – falou assumindo um semblante sério – Há algo que gostaria de discutir com você. – ele compreendeu que as conversas com Erza nos últimos tempos têm sido realmente tensas, mas isso devido à importância das suas tarefas.


Makarov: Certo, me acompanhe.


Mira já viu essa cena diversas vezes e a singularidade dessas conversas misteriosas a faziam coçar de curiosidade, no entanto, sabia que se o mestre exigia discrição ela não poderia se intrometer, isso fazia parte da característica de empregada exemplar que cultivou. Makarov conduziu Erza ao andar superior da guilda. Nashi os seguiu e, como Erza não a impediu, o mestre entendeu que não haveria problema. Fechando a porta do seu escritório, lançou um olhar interrogativo sobre a pequena garota.


Erza: Está tudo bem, ela faz parte do meu relatório.


Makarov: Então, do que se trata? Confesso que o Conselho está impaciente.


Erza: Mestre, é melhor se sentar.


Com um olhar preocupado, obedeceu. Erza começou a descrever tudo o que ocorreu desde o início: os encontros infrutíferos com Jellal; o aparecimento de Nashi; a história sobre o futuro; a existência da poderosa lacrima celestial e; a missão enviada pelas pessoas do futuro. Quando terminou, um silêncio incomodo tomou a sala, então, Makarov finalmente se pronunciou.


Makarov: Eu não estou duvidando de você, Erza, mas como saber se isso tudo é verdade? – nesse momento, Nashi se aproximou desenrolando a atadura de seu braço.


Nashi: Porque, como a Erza já disse, eu também sou membro da Fairy Tail. – falou brava e decidiu arriscar mais – Se ainda tem dúvidas posso dizer quem são os meus pais. Mas se eu disser, peço que mantenha segredo. – o olhar dela era forte e resoluto, fazendo o mestre arquear as sobrancelhas ligeiramente espantado. Erza a encarou com expectativa, cultivava esse interesse desde que se conheceram.


Makarov: Creio não ser necessário – sorriu ternamente – só essa marca já prova que é uma legítima filha da Fairy Tail – a garota relaxou, enquanto a guerreira não conseguia disfarçar seu desapontamento.


Erza: É por isso, mestre, que não teremos qualquer pista de Zeref pelos próximos 13 anos – suspirou, ainda de luto pela expectativa frustrada – O Conselho não terá notícias durante muito tempo.


Nashi: Sim. E o Conselho irá relaxar, achando que estará tudo bem, mas quando Zeref aparecer ele virá com todo seu poder. O Conselho não se responsabilizou e ainda recusou ajuda quando foram informados de que o mago negro estava por trás dos sumiços dos magos e das mortes dos civis.


Makarov: Por que não estou surpreso com essa atitude – suspirou consternado – Aqueles incompetentes arrogantes, sempre dificultando as coisas e quando realmente é para agir são as guildas que fazem o trabalho – Nashi concordou com a declaração – Muito bem, do que precisam?


Erza: Como o senhor ordenou, estamos agindo em conjunto com Jellal. Precisamos ir atrás desses fragmentos antes que Zeref os consiga. Nashi tem uma parte mapa com as localizações, mas são muitos. Gostaria de pedir ajuda da guilda para encontra-las, mas eles não podem saber da existência da garota.


Makarov: Entendo, nesse caso não será problema. Posso ver o mapa? – Nashi entregou a ele, estendendo-o sobre a mesa – Realmente, são muitos pontos, se precisamos ser rápidos trabalhar em conjunto é a melhor escolha. Ficarei com o mapa, pedirei a Reedus que faça umas 15 cópias para distribuir aos membros.


Satisfeitas, acertaram os termos finais e desceram ao hall principal. Mira lançou lhes um olhar interrogativo, mas voltou aos afazeres. A essa hora a guilda já estava lotada e barulhenta como sempre. Na mesa, próxima a entrada, puderam avistar Natsu, Lucy, Happy e Gray.


Natsu: Ei, Erza, olha só isso – balançou freneticamente um papel à sua frente – Uma missão com recompensa de 1 milhão de jewels. – os olhos da guerreira brilharam diante da promessa de dinheiro.


Erza: 1 milhão de jewels? - Aquilo a interessou, pensou na proprietária e em como tinha sido negligente com os trabalhos – Era tudo o que precisava, meu aluguel está por um fio.


Lucy: Ahn? Você também tem problemas com aluguel? – por alguma motivo a maga parecia abatida.


Gray: Faz sentido, você não tem ido em muitas missões recentemente, o dinheiro deve estar se esgotando. Bem-vinda ao mundo dos magos comuns – riu da própria piada.


Aquela foi a última peça. Com isso, Nashi ligou os pontos e começou a entender o que havia entre ela e Jellal. O Jellal do futuro tinha pedido que o encontrasse perto da Fairy Tail quando chegasse, mas não compreendeu o porquê, uma vez que nessa época era um fugitivo. Depois, o comportamento estranho de Erza com relação a ele, em seguida, os relatos dela para o mestre. E então a confirmação displicente acerca das missões. Diante da resposta, Nashi sorriu. “É por isso que amo essa guilda”, concluiu.


Não sabia quem, talvez Jellal talvez o mestre, mas certamente um deles, após a guerra contra o império, resolveu fazer uma aliança em busca de notícias a respeito do mago negro, que havia desaparecido. Makarov tinha a vantagem de ter informações por meio do Conselho, enquanto Jellal o fazia por meios que o Conselho não faria ou conseguiria. Erza era o meio de comunicação entre o mestre e a Crime Sorciere e, provavelmente, por estar ajudando também nas investigações de Jellal, acabou deixando as missões de lado.


Como a guilda de Jellal não é oficial e ainda é procurada pelas autoridades, o mestre não poderia envolver a Fairy Tail, por isso, ninguém sabe das escapadas de Erza nem o que estavam fazendo. “Isso é muito melhor do que as aulas de história da vó Ultear”, satisfeita com seu raciocínio, agora, só faltava descobrir como se comunicavam. Bateu palmas para si em auto felicitação, atraindo a atenção da guerreira.


Erza: Ah, Nashi. O que acha de irmos em uma missão?


A ideia de ir em uma missão de verdade (não aquelas missões simuladas da escola) e ainda acompanhada de seus pais foi bem tentadora. Mas isso a fez pensar em seu irmão “o que ele não daria para aproveitar essa oportunidade”. Estava preocupada com seu paradeiro, não esperava que demorasse tanto. Se ela saísse em missão e ele aparecesse aqui, tinha certeza que causaria algum tipo de confusão. Além disso, ficaria bem mal-humorado por não ter participado.


Nashi: Erza, eu bem gostaria de ir, mas acho que preciso ficar.


Erza: Hm, tem razão, o mestre pode precisar de você – falou pensativa.


Lucy: Que pena, seria legal se pudesse ir conosco. – disse carinhosa, fazendo com que a garota se encolhesse de remorso.


Gray: Ei, Lucy, você está bem? – apontou para as olheiras que marcavam seu rosto.


Lucy: De quem você acha que é a culpa – respondeu furiosa – Vocês idiotas me envolvem em uma aposta que é uma punição para mim – dando ênfase à sentença – Passei a noite inteira expulsando esses dois e quando eu via, sempre estavam de volta.


Happy: É horrível Gray, a Lucy não nos deixa dormir. Você não sabe o quanto ela é barulhenta, não sei como os vizinhos aguentam.


Natsu: Ah, Lucy! Não precisa ficar tão brava – disse emburrado.


Lucy: Já vi que não tem jeito. Ok, mas aí vão as regras: nada de bagunça; Happy está proibido de colocar suas garras nas paredes ou mobílias; só toquem no que eu disser que podem; não invadam minha privacidade e; meu quarto é território sagrado, não entrem.


Natsu Happy: Aye, aye!


Natsu: Muito bem, vamos para a missão! – declarou animadamente, subindo na mesa.


Erza: Sim, podem ir na frente. Eu alcanço vocês. – com isso o grupo assentiu e se distanciou para iniciar a viagem – Tem certeza que ficará bem sozinha? – virou-se para a garota.


Nashi: Não se preocupe, darei conta do que precisar aqui.


Erza: Muito bem, ouça, acabei de informar Jellal para encontrar você hoje à noite. – “Ahn? Como assim acabou de informa-lo? Como ela fez isso? Não percebi nada, que falha minha”, Nashi se auto criticou e depois voltou a prestar atenção na conversa – Fale para ele que sai em missão, enquanto eu não estiver vocês se manterão informados, peça para ele passar a você qualquer coisa que saiba. Provavelmente algumas cópias do mapa ficarão prontas hoje, então, leve algumas até ele na campina.


Nashi: Ah, tudo bem. – seu tom era de verdadeiro desapontamento. Erza notou, porém interpretou de maneira errada.


Erza: Eu sabia, você está chateada porque ficará sozinha, não se preocupe – a garota ia protestar, mas Erza avistou Juvia e a chamou – Juvia, vou sair em missão, não gostaria de deixar Nashi desacompanhada. Você vai cuidar dela até eu voltar.


Juvia Nashi: Ahn? – exclamaram em conjunto. Olharam de uma para outra e depois para Erza. Confirmado. Isso não era um pedido, era uma ordem. Sem mais delongas, a guerreira saiu atrás de seus amigos, contente por ajudar Nashi.


___________________________________________________


 


A falta de informação ocasionou seu mau-humor, quanta ousadia o deixarem ignorante em relação aos procedimentos do seu império. “A última peça necessária não foi encontrada e ainda postergam a apresentação dos relatórios de busca, bando de covardes”, maldisse. De seu trono, gritou pelo soldado que guardava o salão dando-lhe instruções para trazer Zakum.


  Pouco tempo depois, a porta dupla do salão se abriu permitindo passagem ao Lord Zakum. Ele caminhava rapidamente e claramente inseguro até à figura imponente que o escrutinava a cada passo, quando chegou perto o suficiente fez uma reverencia e postou-se ereto em expectativa. Zeref guardou silêncio, seus olhos negros encontraram e capturaram os fugitivos olhos do comandante. Os poucos segundos que passaram pareceram uma eternidade nesse massacre ocular. Por fim, Zakum não suportou mais a pressão e cedeu.


Lord Zakum: Há algo que queira discutir comigo, mestre? – perguntou vacilante.


Zeref: Não – disse pausadamente – Mas gostaria que você tivesse algo a discutir comigo – a ênfase na palavra “você” deixou claro do que se tratava.


Lord Zakum: Mestre, ainda estamos investigando – engoliu seco – Houve boatos de que a garota tenha feito algum tipo de viagem no tempo, mas nosso informante não pode confirmar nada, apenas mencionou que Levy provavelmente estava trabalhando em algo assim. Em todo caso, se isso for verdade, pedi para que trouxessem Ultear, ela seria a maior especialista no assunto.


Zeref: E o garoto? – sustentou o olhar de modo especulativo.


Lord Zakum: O garoto? – demandou incerto, não sabia dizer qual era a relevância do menino – Somente a menina é capaz de usar os contratos da magia celestial. Há algo de importante nele?


Zeref: O garoto – pronunciou suavemente em tom cortante – vai onde a garota for, eles não se separam; onde ele estiver, ela estará. Então, mais uma vez eu pergunto: e o garoto?


Lord Zakum: Foi visto poucas horas atrás próximo à floresta de Magnólia, mas os guardas o perderam de vista, Titânia o acompanhava.


Zeref: Ou seja, eles devem ter algum esconderijo lá perto. – suspirou cansado e levou a mão direita ao rosto para esfregar os olhos em desprestigio – Devo também fazer o trabalho de investigação conferido a vocês ou podem pensar por si mesmos?


Lord Zakum: Não será necessário se incomodar, mestre – falou envergonhado pela própria análise falha – Mandarei uma força expedicionária varrer o local e encontrar qualquer pista dos dois.


Zeref: Isso é o óbvio. Vou lhe dar o prazo de uma semana, quero que resolva tudo até lá. Do contrário, serei obrigado a mandar ele, mesmo não estando pronto – parou de falar para que o comandante pudesse processar a informação contida, mas depois de observá-lo achou melhor clarear a questão – E fazer isso me deixaria muito irritado. Agora, por favor, saia.


O comandante assentiu calado diante da ameaça velada, depois de prestar outra reverencia, deu meia volta e refez o caminho. Assim que deixou o recinto, Zeref dirigiu-se à pesada porta de madeira atrás do trono e seguiu por um largo corredor adornado com pilastras, depois de passar pela vigésima quarta pilastra virou à direita. Um enorme quadro, retrato de uma paisagem campal, embelezava a parede; no entanto, atrás desse havia uma porta oculta.


Somente magia poderia abri-la e, quando o fez, o mago foi atingido por ar quente e cheiro de enxofre. Ele estava satisfeito. Qualquer pessoa com olfato apurado desconsideraria procurar qualquer coisa nessa direção, o que era justamente a intenção: disfarçar a olência de quem jaz escondido.


Escadas apareceram rumo a uma escuridão abismal, o Zeref seguiu caminho descendo degraus intermináveis. As paredes eram úmidas e não se incomodava com o mau cheiro, mas era inegavelmente desagradável. Ao findar do último degrau, olhou para as celas; estava ali apenas para alimentar e verificar o estado condicional de seus convidados, afinal, precisava que estivessem vivos. Detestava fazer as coisas desse jeito, no entanto, seu objetivo sobrepujava seus métodos e, no momento, aquilo era um pequeno desleixo que se permitia cometer. Assim que terminou sua tarefa naquele lugar, retornou inexpressivo para o ar fresco de sua fortaleza.


Cada uma em uma cela, as duas pessoas seminuas e acorrentadas à parede respiravam com dificuldade; no mais profundo e obscuro calabouço do castelo, o ar era escasso e abafado pelo o calor escaldante, ali não existia ventilação. Sangue seco melava seus pulsos, devido às pesadas e apertadas correntes que as prendiam. Suar frio era normal agora, já estavam acostumadas depois de tanto tempo em cárcere, mas mesmo assim suportar não era tarefa fácil. Perderam a conta de quantas vezes desmaiaram por desidratação ou baixa pressão. Enquanto uma sucumbia à desistência, a outra ainda nutria uma pequena chama de esperança.


Lucy: Natsu... – sua voz não passava de um sussurro falho – Eu te perdoo.


 


 


 



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Autor(a): nuxa

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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Kinana cantarolava enquanto cumpria com as atividades domésticas da Fairy Tail, hoje seria um dia muito especial para ela, varria o chão da área externa como se espantasse advindos maus presságios, e espantava mesmo. Girava, sorria e entoava cânticos. Sim, estava feliz. Então, um grupo de magos surge no horizonte. Ela larga a vassoura ...


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