Fanfic: A Aposta (Adaptada) | Tema: Vondy, RBD

Ucker observa Dulce desaparecer do seu campo de visão. Que garoa intragável! Essa aposta está fora de cogitação, sem chance. Christian interrompe os devaneios do amigo quando pergunta para Maite e Anahí:

- Como agüentam o mau humor dessa garota?

- A Dulce? Qual é, Christian, ela é legal. – Maite parte em defesa da amiga.

- Sei. – Ucker revira os olhos.

- É verdade, a Dulce é muito gente boa. – Anahi confirma. – Deveriam tentar conhecê-la melhor.

- Qual é o problema dela com pessoa do sexo masculino? - Christian indaga, interessado.

- Longa história e, sinceramente, não vou contar a nenhum de vocês dois. – Annie não vacila. – Vamos, Mai.

- Vamos. – Maite concorda em ir, mas não se move. Essa paixão platônica por Christian já está tirando Annie do sério. Ela precisa praticamente arrastar a amiga dali.

- Até mais. – Christian despede-se, indiferente ao fascínio que exerce sobre Maite. Os homens, em sua maioria, são cegos.

Quando as meninas se afastam o bastante, Ucker fuzila o amigo com o olhar. Christian dá de ombros, sem saber o porquê do olhar cortante.

- Certo,o que foi?

- Você levou a aposta adiante sem o meu consentimento. Cara, eu disse que estava fora.

- Man, consegue três mil reais. – Christian gira o boné na cabeça, deixando a aba para trás. – Três paus, cara! Qual é, vai amarelar?

- Não vai rolar, Cabeçudo. E outra, três mil é só a metade do que eu preciso. Mesmo se eu decidisse prosseguir com isso, ainda teríamos que pagar aos apostadores.

- Ucker, meu camarada, se você vencer essa aposta, os três mil são seus, limpinhos.

- O que está dizendo? – Ucker confronta, franzindo o cenho.

- O que quero dizer é que todos apostaram na Dulce, ou seja, se você ganhar, a grana é toda sua, sem divisões.

- Mas que merd a! Ninguém apostou em mim? – Ucker replica, pasmo. – Nem você, cara?

- Só estou tentando ajudar. – Christian dá um tapa no ombro de Ucker.

- Christian é sério, devolva o dinheiro para os apostadores e esqueça essa merd a de Grande Aposta. O diretor está de olho em mim, cara!

- Era com vocês mesmos que eu queria falar. – O tom arrogante não deixa dúvida de quem chega interrompendo a conversa: Belinda.

Ela se aproxima embalada numa calça jeans skinny, dessas que se agarram ao corpo de maneira impossível. Rebola sobre as sapatilhas com padronagem de oncinha e requebra os quadris ao fitar Ucker e Christian.

A camiseta do colégio sofreu transformações significativas após uma sessão de customização. Está tão curta que deixa parte da barriga à mostra, desrespeitando a regra básica de etiqueta da escola.

- O que quer, Kibi? – Christian suspira antes de remendar: - Desculpe. O que quer, Bel?

Belinda é a ex-namorada de Ucker. Bem, ex-namorada é subjetivo, já que a coisa toda não passou de uma aposta. E, como toda garota orgulhosa e vingativa, Belinda ainda não se esqueceu do que aconteceu no ano passado, mas contarei os detalhes sórdidos mais tarde.

A loira oxigenada balança a cabeça teatralmente, lançando os cabelos desbotados para o ar. Apesar de nutrir uma paixão avassaladora por Ucker, jamais admitirá o fato. Amor e ódio, uma combinação explosiva. E a garota é puro TNT.

- Vou relevar Christian a piadinha, mas só porque tenho uma proposta para o Ucker. – Belinda se recosta na mureta azul, dirigindo-se ao ex-namorado. – Soube que não vai levar a aposta adiante, é verdade?

- Soube corretamente. – Ucker admite, certo de que algo bombástico sairá dos lábios vermelhos de Belinda.

- Que tipo de proposta é essa? – Christian estimula a garota a continuar.

- Soube que precisa de seis mil reais para arrumar a sua moto. Bem, eu tenho o dinheiro, Ucker. – Belinda verifica as unhas cor de fogo, preguiçosamente.

- E como eu disse, não vou levar isso adiante. – Ucker se mantém impassível.

- O que quer do Ucker, Bel? – Christian a escara, desconfiado.

- Vocês dois sabem o que aquela vadi a da Dulce aprontou comigo. Só estou querendo dar o troco, nada de mais.

- E quer a minha ajuda? – Ucker adivinha, acertadamente. – É melhor se esquecer de mim nesse seu lance. Estou fora, qualquer que seja a proposta.

- É o seguinte, Christopher: ou você me ajuda nessa, ou então mostro para o seu velho o vídeo que esta no meu celular. – Ela se estressa e tira o aparelho do bolso traseiro da calça, balançando-o na altura dos olhos de Ucker. – E nem preciso dizer que fiz milhões de cópias, certo?

- Você disse que não iria mostra a ninguém. – Ucker se abala, sentindo o sangue ferver.

- E não vou! – Belinda se faz de rogada. – Mas, veja bem, se não me ajudar, como posso ajudá-lo, Ucker?

- Você é uma Kibi filha da mãe. – Christian vocifera, entredentes.

- Cala a boca, Christian. – Ucker nunca tinha sido chantageado antes. A boca está seca e ele umedece os lábios, nervosamente.

- O que me diz? – Belinda finge não ouvir o que Christian acaba de dizer. Encara Ucker e seus olhos castanhos se estreitam perigosamente.

- O que você quer que eu faça? – Ucker foi ameaçado abertamente e não acredita que esteja cogitando a possibilidade de ajudar Belinda. Mas no momento, não encontra alternativa. Não pode permitir que seu pai saiba a verdade sobre o “acidente” com a moto.

- Deixe a Dulce pensar que você desistiu da aposta, mas a verdade é que você não vai desistir, entendeu?

- Não, não entendi. O que pretende com isso? – Ucker tenta se manter calmo, apesar da situação.

- Não interessa o que pretendo. É só fazer a Dulce acreditar que a aposta acabou. Aguarde novas instruções quando chegarmos a ilha. Assim que eu conseguir o que quero, você terá a sua grana. – Belinda acaricia o rosto de Ucker com o celular. – Bom, é isso. Até mais, lindão. E tchau para você, Cabeçudo. – Aramado do melhor rebolado, Belinda deixa os dois amigos embasbacados para trás.

O Jogo está só começando.

HAPPY PONNY DAY <3

Volto domingo