Fanfic: A Aposta (Adaptada) | Tema: Vondy, RBD

Ucker é o tipo de cara que saca as pessoas numa primeira olhada. E o que percebeu, quando Dulce Maria Saviñón foi apresentada à sala pelo diretor, gritava aos quatro ventos: “Não se aproxime, eu mordo”.

Como todo garoto inteligente, Ucker entendeu a mensagem. Apesar de estar babando na carteira, Dulce não era para o seu bico. O fato se comprovou semanas depois, quando a garota, de saco cheio das Kibis, resolveu dar o troco.

Nessa ocasião, Dulce, Maite e Annie já eram amigas inseparáveis. Annie tinha no celular uma foto comprometedora do acampamento passado. Na imagem, Belinda, Fuzz e Angelique se fingiam de bêbadas e as três levantaram a camiseta até o pescoço, o que revelou que não usavam nada por baixo. Com os seios à mostra, as três posaram para a câmera de Annie.

Dulce sorriu ao ver a tal foto.

Com o auxílio do Photoshop, a garota não precisou de muito tempo para criar o layout. Gravou a imagem em CD e correu para a gráfica expressa mais próxima de sua casa.

Cem cartazes ao todo e várias mãos femininas dispostas a ajudar na empreitada, afinal nenhuma garota do último ano vai com a cara das Kibis. Elas roubam namorados, beijam todos os garotos e ainda destroem a auto-estima das meninas sempre que podem. Alguém precisava fazer alguma coisa e essa pessoa finalmente havia aparecido: Dulce.

A mulherada do último ano chegou mais cedo ao colégio naquela manhã nublada. Maite havia desligado as câmeras de segurança e Dulce distribuiu os cartazes auto-adesivos. Cem cartazes foram grudados nas paredes do segundo andar do colégio, e vou dizer: era impossível arrancar aquilo sem detonar com a pintura. Quando as Kibis chegaram ao Prisma, o tempo fechou.

Os cartazes eram gigantescos e Dulce não é tão má quanto vocês imaginam. Ela poderia ter usado a foto na íntegra, mas não o fez. Estrelinhas mínimas cobriam as partes intimas das três garotas. A fotografia estava centralizada num fundo preto, destacando bem a imagem. Acima, em letras garrafais, o titulo gritava: “KIBISCATES”. O termo foi inventado por Annie e Dulce numa dessas tardes em que não há nada para fazer.

- Sua vaca! Foi você, não foi? – Belinda gritava, apontando o dedo de unhas douradas na direção de Dulce, enquanto Fuzz e Angelique choravam, descompensadas.

- Prove. – Dulce mantinha um sorriso desafiador nos lábios.

- Eu sei que foi você! – Belinda aproximou-se, pronta para estrangular a garota.

- Nem pense nisso. – Annie tomou a frente de Dulce. Foi o que bastou para que as meninas fizessem o mesmo. – Para chegar até ela, vai ter que passar por cima de todas nós.

Ops! A coisa ficou feia para as Kibis. Treze garotas contra três? Quem compraria uma briga dessas?

Os garotos apenas riam, doidos para que o quebra-pau começasse.

Mas não houve nada além de insultos ou xingamentos. E isso também acabou quando o diretor, acompanhado de vários professores, entrou no corredor do segundo andar:

- Se você não me deixar em paz, libero a foto original para todos os celulares do colégio, entendeu? – Dulce sussurrava para a Belinda, entredentes.

Belinda não respondeu. Suas bochechas estavam vermelhas e não era pelo excesso de blush.

A passos largos e irritados, o diretor acabou logo com a balbúrdia. Os professores interpelaram os estudantes, mas, infelizmente, não havia provas contra Dulce e ninguém a dedurou. Nem os garotos tivera coragem para tanto.

Após um tempo longo demais, ficou concordado que os cartazes seriam retirados – com espátula – por todos os alunos os alunos do último ano e o corredor seria repintado, também por eles. E assim foi feito, num fim de semana para lá de divertido. Não para as Kibis, obviamente.

Belinda poderia ter chamado os pais, mas recuou só de pensar na cara do seu velho tendo de encarar aquela foto. Como ela iria se explicar? Não, isso seria humilhante demais. Mas essa história não terminaria naquele corredor cheio de cartazes auto-adesivos. Oh, não!

E Belinda, com a ajuda de Ucker, dará o troco à altura.