Fanfic: A Aposta (Adaptada) | Tema: Vondy, RBD

Estamos agora no quartel-general de Dulce, ou melhor, em seu quarto. Você pode até pensar que, com a personalidade forte da garota, o quarto não seja um lugar feminino e aconchegante. Engano seu.

Esse é o reduto de uma garota de dezoito anos que, apesar de ter se convencido de que finais felizes não existem, lá no fundo do seu ser acredita, sim, em príncipes encantados. Só não contem que eu dedurei, o.k? Ou o meu rostinho sofrerá as conseqüências.

O quarto não é rosa nem lilás. É azul, com lambris brancos até a metade da parede. Várias reproduções de Romero Britto estão finamente emolduradas, dispostas de maneira linear na imensa parede que leva ao banheiro.

O guarda-roupas tem portas de correr branca, vazadas em acrílico transparente. As roupas penduradas nos cabides dão um colorido todo especial ao ambiente.

Do teto, pende um imenso lustre de ferro, daqueles rústicos com pintura em pátina. Pranchas de snowboarding são utilizados como prateleiras, pregadas umas sobre as outras, sustentando todos os livros já lidos por Dulce.

No Hagar da cabeceira da cama, um nicho de acrílico foi confeccionado para exibir a imensa coleção de óculos de sol e relógios de pulso, duas paixões da garota. Sobre a cama boxe, uma colcha prateada está estendida, com várias almofadas em formato de instrumentos musicais para decorar.

Numa outra parede, a guitarra e o violão estão pendurados em ganchos sobre a poltrona de fuxicos multicoloridos. Na bancada da janela, o notebook está aberto e a foto de Ucker berra em cores.

Dulce, sentada em uma cadeira laranja de rodinhas, analisa detalhadamente a tal foto. Mai e Annie estão jogadas sobre almofadas coloridas espalhadas pelo chão.

- Sério, qual foi o seu intuito ao lançar essa aposta? Ainda não me convenceu sobre o lance de humilhar o Ucker. – Mai ajeita os óculos de aro vermelho sobre o pequeno nariz.

-Ah, qual é, Mai? Não seja estraga-prazeres. A diversão só está começando. – Annie brinca com as franjas da almofada.

- O cara precisa de uma lição. É um babaca com o ego inflado. – Dulce se recosta na cadeira, imaginando o rosto na tela como alvo. Ainda fantasiando, ela lança uma flecha invisível bem pontiaguda no meio da testa de Ucker. – Certo, Mai, releia o contrato – pede Dulce, com o olhar glacial fixo na tela do computador.

- Vamos lá! – Mai pega o papel e limpa a garganta, iniciando a leitura:

“Pelo presente contrato, fica concordado que Dulce Maria Saviñón e Christopher Uckermann, ambos maiores de idade, aceitaram participar da Grande Aposta do Colégio Prisma.

Cláusula Primeira: Dulce e Ucker firmam o presente contrato tendo como objeto a aposta Jogo de Sedução, em que Ucker fará de tudo para conquistar Dulce em um período de sete dias, tendo como cenário a Ilha Inamorata.

Cláusula Segunda: É expressamente proibido seduzir com o uso de substâncias ilícitas ou mesmo sob efeito de álcool. Em qualquer um dos casos, a aposta será encerrada e Dulce será a vencedora.

Cláusula Terceira: A aposta estará valendo a partir do momento em que Dulce e Ucker pisarem as areias da Ilha Inamorata e seu término acontecerá quando a ilha for deixada para trás.

Cláusula Quarta: Caso Ucker vença a aposta, receberá o valor de R$ 6.000,00 de Dulce Maria Saviñón. O cheque preenchido já está com o banqueiro Christian Chavez e será entregue ao vencedor apenas quando retornarem de viagem.

Cláusula Quinta: Caso Dulce seja a vencedora, a humilhação pública de Ucker será o seu pagamento.

Sem mais, as assinaturas reconhecidas em cartório tornam o contrato válido.”

- Juro por Deus, ainda não acredito que isso esteja acontecendo. – Mai finaliza a leitura, tirando os óculos.

- Isso vai ser tão divertido! – Annie bate palminhas afetadas. – Entre no clima, sua chata! – Ela bate no braço de Mai, que mantém a expressão fechada e preocupada.

- Vencerei essa aposta, Mai! Então, qual é o problema? – Dulce coloca o computador para dormir e gira a cadeira para encarar as amigas.

- O Ucker é um tipo irresistível, Dulce. Acha mesmo que será fácil? Ele vai usar todas as armas de sedução que conhece, que não são poucas. – Mai balança a cabeça, certa de que a amiga está em apuros.

- Acha mesmo que eu posso me apaixonar pelo Ucker? Enlouqueceu? – Dulce se altera.

- Acho, sim. Esse é um jogo perigoso e você está brincando com fogo. – Mai dispara.

- Pare com isso, Mai. Aposto todas as minhas fichas na Dulce. E, sinceramente, acho que essa será uma viagem hilária. – Annie solta uma sonora gargalhada.

- Depois não diga que não avisei, ta legal? – Maite se levanta, guardando o contrato dentro de uma pasta transparente.

- Não vai acontecer, eu juro. Depois do que eu passei com o cachorro do Bruno, estou imune. – Dulce entrelaça as mãos atrás da cabeça.

- Será mesmo? – A dúvida de May reverbera no ar.

Volto semana que vem