Fanfic: The Queen - Nada é inocente | Tema: Once upon a time, drama, vingança, romance, fantasia

"Essas alegrias violentas, tem fins violentos"

-Shakespeare

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------

"Corra" - Dizia a voz aflita de um homem cujo único objetivo era salvar sua família da desgraça eminente, através de sua respiração já ofegante e dos galhos maldosos que arranhavam seu rosto como se zombando de seu evidente desespero, podia ver - se uma mulher, que embalava duas crianças em seus braços, agarrando - as contra o peito numa tentativa de às proteger do ar gélido da noite e dos galhos que ela desviava, seus longos cabelos negros difundiam-se com a escuridão que emanava da floresta que as essas alturas não possuía nenhum traço de ser encantada.

"Mais rápido, Charlotte" - O homem gritou com urgência, enquanto corria atrás de sua mulher a protegendo de algo que ele não sabia.
"Aqui" - O homem parou abruptamente puxando Charlotte junto para a entrada de uma pequena vila que logo se transformou em um grande vilarejo.
"O que faremos agora, Edgar?" - Perguntou a doce voz de Charlotte, seus olhos verdes assustados, as pequenas crianças em seu braço pareciam não perceber a aflição que emanava de seus pais e apenas continuavam brincando com os cabelos de sua mãe que caiam em seus pequenos rostos pálidos, Charlotte as olhava com carinho.
"Agora, salvaremos nossas filhas, colocaremos elas em um lugar seguro" - Disse Edgar com evidente tristeza, mas seus olhos azuis tinham determinação, Charlotte tendo em vista o futuro de suas filhas, concorda.
"Me dê Emily" - Disse ele pegando a criança com os olhos verdes - azulados, e o cabelo mais claro, e a embalando junto ao peito. "Leve Ashley, coloque-a em uma casa que você acha mais apropriada, as colocaremos separadas, para que não desconfiem e não achem elas, eu levarei Emily para o sul, no reino da rainha Ana, e você levará Ashley para o leste, no reino do rei Nathaniel, assim que as colocarmos em um lugar seguro, iremos para o meio da floresta encantada, tenha cuidado Charlotte, eu te amo" -Edgar a beijou enquanto Charlotte repetia suas últimas três palavras, ele então se inclinou para sua filha que estava sendo embalada por sua mãe e a beijou levemente no rosto, ele sorriu e então se virou indo para o sul, enquanto Charlotte segue para o Leste como combinado. 
Charlotte usando sua magia foi até o reino do rei Nathaniel, correndo entre as casas do reino até ver uma casa não tão próxima ao castelo, ela decide que este será um bom lar para sua pequena filha, a casa parece pertencer a alguém cujo nome está em uma posição mais bem colocada na sociedade do reino leste, ela então se inclinou colocando a sua pequena criança na frente da casa, com magia fazendo aparecer um pequeno cesto confortável para a pequena Ashley, ela a posicionou dentro do cesto calmamente, a pequena criança fez menção de chorar, mas sua mãe apenas acenou com a cabeça negativamente, a criança, parecendo entender o gesto de sua mãe, permaneceu em silêncio, mas seus pequenos olhos azuis brilharam com lágrimas cristalinas, e seus pequenos lábios vermelhos formaram um ligeiro biquinho. 
"Seja uma boa menina, meu bem, papai e eu amamos muito você, nunca duvide disso...se apenas houvesse outra maneira" - Charlotte suspira levantando seus olhos aos céus estrelados antes de baixa-los novamente para a pequena Ashley que a observava atentamente com seus pequenos olhos curiosos e inteligentes. "Você é apenas tão pequena, meu amor...Cuide de sua irmã se a encontrar algum dia, e também seja uma boa filha para quem a encontrar está bem? Eu te amo, você ainda será grandiosa, Ashley" - Charlotte sorriu enquanto batia na porta da casa e beijou sua filha antes de sumir em um redemoinho de fumaça azul.
Mais ao sul, em um vilarejo distante, no frio cortante de Dezembro, um homem colocava sua filha em frente a uma casa de aparência acolhedora, pronunciava com sabedoria quase as mesmas palavras que Charlotte dissera a pequena Ashley, beijava o rosto pequeno de sua filha enquanto virava-se, batia à porta e sussurrava. "Cuide de sua irmã Emily, eu te amo"
Uma coisa ambos - Charlotte e Edgar - sabiam, nenhum deles iria viver tempo suficiente para ver suas filhas crescem e se tornarem de fato grandiosas.
Mais tarde naquela mesma noite de Dezembro, ladrões ágeis e fortes encontrariam Charlotte e Edgar, com as mãos entrelaçadas, esperando no centro da floresta encantada, afastados tanto do Sul quanto do Leste, e com esses mesmos ladrões eles veriam seu fim.
E se alguém tivesse parado para ouvir atentamente junto com a última batida dos já cansados corações de Edgar e Charlotte, teriam ouvido simultaneamente o choro de duas crianças abandonadas.