Fanfics Brasil - Epílogo Hey Nerd! Se apaixone por mim!

Fanfic: Hey Nerd! Se apaixone por mim! | Tema: Fairy Tail, NaLu


Capítulo: Epílogo

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               É engraçado pensar nas coisas que nos apegamos, nas coisas de que lembramos quando tudo acaba. Lembro do cheiro do pneu que queimavam no chão e som do rádio que tocava uma música qualquer. Também lembro vagamente dos gritos de minha mãe e os do motorista pedindo para me acalmar.



               Me acalmar. Essa era a última coisa que conseguia pensar naquela hora. 


               O mais engraçado é lembrar como o dia tinha começado bem. A alegria e o entusiasmo da minha mãe estavam no pescoço, mudar de cidade estava sendo empolgante. Mudar para um lugar diferente do campo, ir para a cidade grande e conhecer novas pessoas, era uma grande ideia.


               Até aquilo acontecer.


               Depois de visitarmos várias sorveterias e lanchonetes de Magnólia, Dona Layla e eu discutiamos no carro qual o melhor sabor de sorvete. Meu enjôo não me deixava criar argumentos bons, eu realmente odeio transportes, me enjôo até quando ando de bicicleta. Me deito de bruços no banco de trás do táxi e faço barulhos estranhos com a boca, irritando minha mãe e arrancando uma gargalhada do motorista.


               — Lucyandre! Sente-se direito! Nem parece uma moça de classe! _ repreendeu.


              — Mãe, não somos de classe. E você pagou o motorista com rosquinhas.


               É, ela realmente pagou com rosquinhas. O dinheiro que tínhamos era pouco, o suficiente para comprar um apartamento simples e suprimentos.


               Minha mãe planejava trabalhar assim que nos instalarmos, seu sonho, assim como o meu, era ser astrônoma. Ela era realmente boa nisso, sabia todas as constelações de cor e várias outras coisas do espaço.


               Cada minuto naquele veículo era insuportável, eu queria ter vindo andando, mas sou uma simples humana, e meus pés não permitem. O motorista do táxi ria de nós, todavia dizia que eramos um ótimo exemplo de mãe e filha. Minha mãe sorriu. Quem poderia imaginar que aquele seria seu último riso, a última vez em que eu poderia ver aquela curva singela em seu rosto. Barulho de pneus rachando foram ouvidos, seguido por um estrondo. Meu corpo começou a se debater no carro, dando várias cambalhotas, já que estava sem cinto. Tudo se reproduziu em câmera lenta. Minha mãe gritava com vários cacos de vidro encravados em seu corpo, o motorista nem sinal de vida dava, a porta do carro tinha o atravessado, meu corpo agora estava na parte da frente do carro, preso entre o parabrisa. Eu estava com metade do corpo paralisado dentro do carro, e a metade do lado de fora, com a mão coberta de cacos de vidro. Abro um dos olhos por míseros segundos, e oque pude ver fora apenas vários borrões correndo e gritando coisas sem sentido.


               Acordo em um quarto totalmente branco, pisco meus olhos algumas vezes para acostumar com a luz daquele lugar. Passo o olhar pelo cômodo, e depois por mim, arregalando os olhos. Eu estava em um quarto de hospital, preso em mim tinham vários tubos e faixas, junto a uma máscara na minha boca. Tento mover minha perna para me levantar, mas elas estão mais pesadas que o normal, eu estou mais fraca que o normal. Oque aconteceu comigo ? Por que estou em um hospital ? Cadê a minha... Mãe ? 


               Espera!


               Vários flashes passam na minha cabeça, lembranças do acidente, dos gritos, do cheiro de pneu queimado e gasolina, o sorriso da Dona Layla. Minha cabeça lateja, movo minha mão até a testa, e no mesmo instante sinto uma dor estridente e aguda em meu estômago. Meu gemido foi alto, oque chama a atenção da enfermeira que, assim que me vê acordar, corre até mim e grita um nome de alguém. Um homem velho de roupa branca, provavelmente o medico, entra no quarto e vem até mim. Ele aplica algo em um dos tubos que ficavam presos em mim com uma agulha, e de repente minha visão começa a escurecer.


               Naquela manhã eu recebi cinco notícias:


               Primeiro: fiquei em coma durante três semanas, três semanas!


               Segundo: minha mãe e o motorista morreram no acidente, e isso me deixou dois meses em depressão.


               Terceiro: minha mãe guardava muito mais dinheiro do que havia me contado, dinheiro suficiente para me sustentar por anos! 


               Quarto: descobri que tenho um avô de segundo grau, que agora seria o responsável por minha guarda, pois era meu único parente vivo.


               Quinto: esse avô é dono de um colégio interno, então terei de ficar presa lá junto a aluninhos mimados e filhinhos do papai.


               Tinha se passado quase um ano, era domingo, início de fevereiro e eu estou indo para o colégio de metrô. O colégio é bem longe, mas por sorte consegui ser rápida o suficiente para me sentar. Durante a ida recebi chingamentos de várias pessoas porque rejeitei dar lugar para alguns velhinhos que passavam. Quando eles se aproximam eu finjo que estou dormindo. É maldade ? Sim, é maldade, mas eu tenho que enfrentar sete horas de viagem, e eu não iria em pé. Estava ansiosa e nervosa, estudar na cidade seria uma aventura já que antigamente eu era do interior. Ah! Meu enjôo também parou! Graças a um remédio que comprei em uma farmácia aqui perto.


               Horas se passaram, idosos foram ignorados e finalmente cheguei a meu ponto. O vagão estava vazio, acho que ninguém vinha até aqui além de estudantes, e se vinham era de carro, não de metrô como a pobretona aqui.


               Enorme era pouco para este colégio. Eram três prédios compridos de três andares, sendo que o do meio tinha o grande emblema "Fairy Tail". A entrada era cheia de árvores e uma grama baixa onde alunos se sentavam. Algumas pessoas andavam pelos prédios de cor azul, com uniformes amarelos e azuis.


               Caminhei por todo lado para achar a diretoria. Vi uma quadra de esportes enorme, sala de música, uma piscina gigante nos fundos do colégio e alguns outros lugares que não dei importância. Se perder nesse lugar era fácil, podia ter algumas placas de sinalização. Uma mulher de cabelos platinados vira o corredor na minha frente correndo, sorrindo assim que me vê. A mesma para alguns metros de mim e se apóia nos joelhos, arfando para recuperar o fôlego. Ela então se levanta e estende a mão para mim.


               — Você deve ser a Lucy _ a albina falou. Sua voz era dócil, igual seu sorriso. Aceitei o cumprimento, confirmando — Prazer, me chamo Mirajane, sou assistente do seu avô, o diretor Makarov. Estava ansiosa para te conhecer!


               — Prazer _ sorri. Que simpática! Será que todos aqui são tão legais quanto ela ? Espero que sim! Algumas pessoas passavam e ficavam me encarando, algumas até riam. Será que tem algo de errado comigo ? Ou com minhas roupas ?


               Eu vestia uma calça moletom preta bem larga, uma blusa de mangas xadrez tricotada, um tênis bem gasto e cabelos presos em dois coques. Ageito meus óculos e volto a fitar a albina, já que achei nada estranho em mim.


               — Etto... Pode me levar até a diretoria, por favor ? _ sussurrei corada pelos olhares sobre mim.


               Apesar do colégio ser grande e luxuoso, a sala do diretor era simples. As paredes eram cobertas por armários com livros e uma mesa de madeira ficava no centro da sala, com duas cadeiras de escritório na frente e uma bem maior atrás. Também tinha uma janela logo atrás, que dava vista para a entrada do internato. Quando entrei na sala fui recebida por um forte abraço de um homem que ficava na altura da minha cintura, Mira tinha me dito que ele era o diretor e que não era para fazer piadas sobre sua altura.


               Só oque pude fazer foi retribuir, afinal, aquele era meu único parente, o único que restou.


               Ficamos horas conversando ali. Meu avô, o senhor Makarov, era extremamente divertido. Contei para ele oque tinha acontecido com minha mãe, explicando os detalhes, e também como sobrevivi depois do acidente.


               O mesmo me explicou como funciona o colégio. Explicou que cada um dos prédios tinham funções diferentes. O da direita era onde estudávamos, tinha salas de aula, uma sala de música, uma de química, e etc. O prédio do meio era onde ficavam os diretores e professores, no último andar de cima era o dormitório deles, e a entrada é proibida para alunos. E no prédio da esquerda era o dormitório dos alunos, separados da seguinte forma: eram três alunos em cada quarto — todos do mesmo sexo — O térreo era como um espaço de lazer, com uma sala de estar, uma cozinha, uma sala de cinema e uma mini-biblioteca. O andar do meio era o dormitório masculino e o último era o dormitório feminino. A ida de homens na ala feminina era proibida, e vice-versa.
               Ele também explicou mais algumas regras, como o toque de recolher, o horário das aulas e das refeições, os locais proibidos e mais várias e várias outras coisas.


               Mirajane me leva até os dormitórios e mostra qual é meu quarto que — Uaw! — é enorme. É todo branco, tem três camas separadas, uma em cada canto da parede, tem uma janela que vai o teto até o chão — Esse era o único quarto que tinha essa janela — um armário grande, uma mesa de escritório com dois notebooks e duas cadeiras também de escritório. No lado direito tem uma porta, que provavelmente dá para o banheiro.


               Me organizei no quarto e peguei a cama da esquerda. Meu avô disse que eu posso decorar minha parte do cômodo como quiser, e posso sair do colégio apenas avisando a albina de mais cedo. Eu estou ansiosa para conhecer minhas colegas de quarto, tomara que sejam como a Mirajane, e não duas mimadas.


*      *      *


               Acordo com risadas ao meu redor, devo ter dormido enquanto relaxava na cama. Abro os olhos e vejo duas garotas me olhando e rindo.


               — Olha, a novata caipira acordou _ fala a mais alta, de cabelos vermelhos e olhos assustadores — Vamos, levante, a Flare-senpai tem um trabalho para você, pode começar a arrumar a bagunça que, sem querer, fizemos. _ me levanto.


               — Oi ?


               Era só oque me faltava. Minha animação para estudar aqui se esvaziou totalmente em questão de segundos. Eu tenho mesmo que dividir o quarto com duas patricinhas ? Tsc. Fora que elas bagunçaram tudo de propósito, além de juntar a cama delas em uma beliche.


               — Isso mesmo que você ouviu, nerd! _ agora foi a vez da albina, que é muito parecida com a Mira. — Vamos dar uma volta e quando voltarmos queremos ver esse quarto lim-pi-nho. _ a tal de Flare apenas concordou, fazendo pose e dizendo "isso aí, loirinha"


               Assim que elas saem eu me levanto. É lógico que não vou arrumar a bagunça delas! Caminho até o banheiro e lavo meu rosto, ajeitando meus cabelos.


               — Eu realmente sou muito idiota _ falei enquanto olhava o quarto que tinha acabado de arrumar. Fazer oque, né? Não tô afim de apanhar no primeiro dia aqui.


               Percebo que tem uma caixa nos pés da minha cama. Assim que a abri, vi que era o uniforme que teria de usar. Era uma saia azul rodada — que ia da cintura até metade da coxa —, uma camiseta social branca — de botões e meio amarrotada— e uma espécie de colete vermelho — do mesmo tecido que a sai, porém mais grosso—. Também tinha uma camiseta sem mangas branca com o emblema do colégio, um short leggae, uma sapatilha preta e uma gravata azul.


               Que uniforme indecente! Da para ver meu útero com essa saia e meus pulmões com essa camiseta transparente.


               Tá, eu exagerei. Mas realmente não faz meu estilo, vou ter que dar um jeito.


               — Alunos e alunas, compareçam uniformizados no anfiteatro do colégio. O Diretor Makarov fará um comunicado.
 


 


Continua...


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Autor(a): Tiia_Lucy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 1



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  • jeongnyah Postado em 09/12/2016 - 15:22:44

    Eu realmente gostei dessa fanfic!Nota 10!


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