Fanfics Brasil - Abaddon Demons - 1 Temporada

Fanfic: Demons - 1 Temporada | Tema: Amor Doce


Capítulo: Abaddon

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“É sem qualquer terror que eu vejo a desunião das moléculas da minha existência." 


 


[...]


 


A menina caminhava em meio a chuva gelada que caía naquele final de tarde. O vento frio batia em seu rosto com violência e seus pés cobertos por um tênis encharcado já doía tanto a ponto de não conseguir mais se segurar em pé. Ela se apoia em um poste de luz por perto e olha a rua molhada a sua frente.


  ­−Só mais um pouco. Vai ficar tudo bem. – Ela dizia a si mesma enquanto tentava novamente firmar os pés no chão e continuar a caminhar. Coloca o capuz de sua blusa cinza na cabeça para se proteger e volta a andar.


 Já era a décima vez, ou vigésima. Ela já não lembrava mais de quantas vezes isso havia acontecido. Mas o pior era que não sentia arrependimento algum. Somente uma vontade crescendo em seu peito de fazer de novo. De alguma forma, ver os olhos implorando por misericórdia, ouvir os gemidos de dor e agonia dava cada vez mais vontade dela continuar aquilo. A pobre garota já pensara varias vezes de aquilo não ser ela. E nem ninguém. Mas algo. Uma coisa perturbadora que a assombrava todas as noites e a deixava sem controle sobre o próprio corpo. Mas o que poderia ser? Um demônio? Não. Sua família muito religiosa realizara muitos exorcismos com ela por perto, sem falar nas orações e rezas. Algo muito perigoso e mortal estava dentro daquele pequeno corpo frágil da garota, lutando para sair todos os dias.


  ­−Deus! Aonde você se meteu, garota? – Diz uma mulher que vestia um vestido branco com um crucifixo nas mãos assim que a menina abre a porta de casa. Ela se aproxima da garota a apertando e checando para ver se não tinha nada machucado.


  ­−Me perdoe, mãe.  O ônibus da escola quebrou e eu tive que vir a pé. – Disse a garota tentando não olhar a mãe nos olhos.


  ­−E onde está sua mochila, Valerie? Não podia ter ligado? O seu pai acabou de sair procurando você pela cidade toda! Céus! Quando vai parar de nos causar problemas? – Gritou a mãe chacoalhando a pequena garota pelos ombros. Nesse momento a porta da sala foi aberta com violência batendo na parede fazendo a cruz de madeira pendurada balançar.


  ­−Valerie, querida! − Disse o homem alto com cabelos levemente grisalhos abraçando a filha. – Aonde você estava? Ficamos tão preocupados.


  ­−É exatamente isso que quero descobrir. Roger, sua filha só nos dá problemas, eu já te falei o que fazer! – Fala a mulher interrompendo o marido ainda segurando firmemente o crucifixo.


  ­−Nossa filha, Amanda! Não se esqueça disso, ela é nossa filha. – Diz Roger dando ênfase no ‘’nossa.’’ O marido se afasta da filha e coloca o guarda-chuva num canto perto da porta.


  ­−Ela seria minha filha se me obedecesse, mas só nos causa problemas! – Valerie se afasta dos pais e caminha até o quarto. Ela abre a porta de madeira de carvalho e se joga na cama. Logo seus olhos estão marejados e sua garganta começa a soluçar. Por que tinha que ser assim? Sua mãe não a amava, suas notas na escola iam de mal a pior, todos caçoavam de seu jeito estranho e o pior, tinha algo acontecendo dentro de si. Algo desconhecido mas muito poderoso e fatal. Valerie não sabia o que era mas tinha muito medo de que essa ‘’coisa’’ machucasse mais alguém, mas tinha mais medo se machucasse seus pais. Principalmente seu pai. O homem mais bondoso e gentil do mundo todo para ela. Sempre a cobrindo de carinho e atenção, mas como sempre repreendido pela esposa, Amanda, com os mesmos argumentos. ‘’Ela vai ficar muito mimada’’, ‘’Ela vai acabar mal acostumada’’, ‘’Ela precisa crescer’’. Valerie nunca entendeu o motivo de sua mãe a odiar tanto, mas sempre foi assim. Talvez ciúmes? Mas não fazia sentido algum. Ela sabia que seu pai amava Amanda mais do que a si próprio. Sempre a enchendo de mimos e presente caros, mas ela nunca retribuía. Valerie odiava ver o pai humilhado por Amanda, uma mulher tão mesquinha não merecia o amor de um homem tão bom como seu amado pai.


 Valerie se levanta e espia através de uma fresta na porta a discussão de seus pais.


  ­−Eu já disse Amanda! Ela não vai e não se discute mais nisso!  Ela só tem 14 anos e não vou fazer isso com a minha filha...– Gritou Roger com o indicador levantado para Amanda. Valerie corre para a cama novamente e vira-se para o lado enquanto ouve a porta sendo aberta. Valerie imagina que seja seu pai, como sempre, vindo a seu quarto para lhe dar boa noite. Mas quando se vira  vê Amanda em pé ao lado de sua cama a olhando.


  ­−Você como sempre estragando meus planos e minha vida, sua infeliz. Mas isso não vai continuar em breve seu pai vai abrir os olhos e ver o quão imprestável você é. É só questão de tempo. – Disse Amanda sem nenhuma expressão no rosto caminhando para fora do quarto. Valerie sente um calafrio percorrer sua espinha e fecha os olhos com força tentando controlar ‘’a coisa’’. Ela sabia que se ficasse nervosa ou com raiva iria fazer alguma besteira. Ela se vira novamente para o lado e torce para que pelo menos consiga passar uma boa noite de sono.



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Autor(a): qu4sw

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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