Fanfics Brasil - Agares Demons - 1 Temporada

Fanfic: Demons - 1 Temporada | Tema: Amor Doce


Capítulo: Agares

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“Ainda que eu esteja no caminho da verdade, posso escutar os gemidos sombrios do vazio me chamando...”


 


[...]


 


 Valerie sabia que aquilo não podia continuar. Se durasse mais um pouco mais alguém iria se machucar, e ela não queria carregar mais culpa. Pessoas tinham sido mortas pelas mãos dela, e isso não podia acontecer de novo. Ela sabia que se continuasse iria acabar machucando seus pais, e ela preferiria morrer ao fazer isso.


 A menina se levanta ouvindo os estalos de seus ossos enquanto se movia. Seus pés frios tocam o tapete peludo de seu quarto e ela se firma em pé com dificuldade. Valerie se move lentamente em direção ao banheiro e se lembra da noite passada. Aquele homem. Seus olhos azuis imploravam pela vida enquanto era sufocado. Tudo o que se pôde ouvir naquele beco escuro fora  seu ultimo suspiro antes de ser levado pela morte. Valerie é tirada de seus pensamentos quando entra no banheiro e encara seu reflexo no espelho. Seus cabelos negros bagunçados contrastavam com seus olhos heterocromáticos. O direito era verde escuro e o esquerdo um lindo castanho claro. Amanda sempre lhe dissera que aquilo não era motivo de orgulho, e sim um defeito. Valerie sempre a ignorava, pois seu pai amava seus olhos e dizia que eram os olhos mais lindos do mundo. Ela caminha até o box do chuveiro e se despe. Enquanto sentia a água quente cair sobre sua pele pálida, pensava sobre a escola e logo se lembrou de Spencer Lewis. Uma garota rica e mimada que morava num bairro de classe alta. Spencer era o tipo de garota que ou você ama ou odeia. Ela era simplesmente perfeita. Alta, magra, loira e cheia de amigos e seguidores. Mas sua aparência não compensava seu caráter. Valerie nunca conhecera uma pessoa tão egoísta e egocêntrica como Spencer. Nem mesmo sua mãe. Spencer adorava perturbar os alunos que considerava ‘’inferiores’’.  Seus pais eram donos da empreiteira Lewis, simplesmente a família mais rica de sua cidade. E o mais importante: era namorada de Gael Robinson, o menino mais bonito da escola, mas não para Valerie. Para ela, Gael era só mais um garoto idiota e metido que gosta de lideres de torcida.


 Valerie estava tão distraída com seus pensamentos que nem lembrou que ainda era quinta-feira e, infelizmente, tinha aula. Ela sai do banheiro rapidamente torcendo para não estar atrasada e se veste na velocidade da luz.  Ela olha em volta de seu quarto e se lembra de que tinha esquecido a mochila no beco na noite passada, e a essa hora já deviam ter roubado seus materiais. A menina bufa e se encaminha até a cozinha.


  ­−Bom dia, querida. – Diz seu pai sorrindo enquanto lia o jornal local da cidade.


  ­−Bom dia, papai. – Diz Valerie procurando por Amanda com olhos pela cozinha. – Cadê a mamãe? Ela já foi a igreja?


  ­−Já sim, querida. A chamaram mais cedo hoje. Vai precisar de carona até a escola?


  ­−Hã...acho que sim. – Valerie diz sentando a mesa junto com seu pai. – Pai?


  ­−Sim? – Diz seu pai desviando a atenção do jornal para a filha.


  ­−Por que a mamãe não gosta de mim? – Valerie diz com a voz tremula. Seu pai para de olhar para ela e encara algum ponto da cozinha. Ele pensa alguns segundos antes de responder.


  ­−Sua mãe é pessoa difícil, filha. Ela sofreu muito antes de ter você. Mas tenho certeza que ela te ama tanto quanto eu, entendeu? – Diz Roger segurando a mão de Valerie com gentileza e dá um beijo delicado em sua testa. – Agora vamos, senão vai se atrasar.


  ­−Ta bem.


  ­−Onde está sua mochila? – Perguntou seu pai franzindo o cenho. Valerie estremece. Se contasse que perdeu sua mochila naquele beco, estaria perdida. E não queria que seu pai gastasse mais dinheiro com ela.


  ­−Eu esqueci na escola, vou pegar quando chegar lá e procurar nos Achados e Perdidos. – Disse ela tentando ser convincente.


  ­−Tudo bem, vamos logo. – Disse seu pai pegando a chave do carro em cima da mesa e saindo pela porta da cozinha.


 [...]


 Depois de poucos minutos Valerie chega no portão da escola e entra correndo tentando se esconder de Spencer que como sempre estava treinando passos de dança com as outras lideres de torcida no gramado do campus. Valerie corre até o banheiro e se esconde lá dentro onde checa debaixo das cabines e não vê nenhum pé. Ótimo, estava sozinha. Ela se aproxima de uma das pias e abre a torneira lavando seu rosto tentando manter a calma.


  ­−Calma, vai ficar tudo bem. É só mais um dia na escola. – Ela disse com os olhos fechados deixando passando as mãos molhadas no rosto. Quando levanta a cabeça e abre os olhos novamente, vê as palavras ‘’JUNTE-SE A NÓS’’ escritas no espelho a sua frente com o que parecia ser sangue.. Ela se apavora e começa a tentar apagar aquelas palavras com as próprias mãos, mas acaba ficando suja com aquele sangue. Ela olha suas mãos completamente vermelhas, ela abre a torneira e tenta lavar suas mãos. Ela raspa as unhas em seus braços tentando tirar o sangue e acaba ficando arranhada. Seu pavor aumenta quando escuta passos indo em direção ao banheiro. Ela tenta correr mas algo a puxa e ela continua no mesmo lugar.


  ­−Ora, ora... A fantasminha está aqui. – Valerie reconhecia aquela voz e aquele apelido que ganhara na segunda serie por ser muito pálida. Spencer. – O que está fazendo aqui? Conversando com espíritos? – Valerie tenta passar por Spencer para ir embora mas a mesma tranca seu caminho e logo outras três meninas chegam. Hanna, Paola e Naomi. Melhores amigas de Spencer que a seguiam por onde fosse. Spencer olha para Valerie de cima a baixo e faz uma expressão de nojo. – Hoje nós vamos te ensinar um truquezinho de maquiagem. Vamos te deixar mais...apresentável.


 Spencer pega Valerie pelos cabelos e a joga no chão com força. Hanna e Naomi seguram Valerie enquanto Spencer e Paola começam a investir chutes e socos em sua barriga. Valerie tosse alto com a dor e tenta com todas as forças sair dali. Seu cabelo e puxado  novamente e sua cabeça e batida com força no chão frio do banheiro. Valerie sente seu nariz sangrar e sua visão embaçar.


 Poucos minutos depois ela é acordada sentindo algo passar em sua testa. Ela abre os olhos e vê Spencer com um batom vermelho na mão direita escrevendo algo em seu rosto.


  ­−Vê se aprende, vadia. Bem que eu queria ser boazinha com você, mas não gosto de gente estranha. Espero não te encontrar aqui no colégio de novo amanhã ou você vai ter uma primeira vez nada agradável. Sabe, Bruno costuma não ser nada gentil com as esquisitas, e se eu quiser ele pode acabar com você. Sua mamãe não vai gostar nada de saber que a filhinha dela não é mais virgem. – Disse Spencer sorrindo. Valerie já havia ouvido falar de Bruno. Ele estava no terceiro ano, assim como Spencer. Ela já ouvira falar que ele fez serviços com novatas a mando de Spencer. Meninas espancadas e estupradas. Era isso que Spencer gostava de fazer com as novatas ou meninas que entravam em seu caminho, sem falar em drogas e posse de armas que Bruno fornecia para alguns alunos do terceiro ano. – É isso. Beijinhos.


 Spencer e as outras meninas caminham até a porta do banheiro mas são interrompidas com o barulho de Naomi sendo arremessada contra o espelho do banheiro. As meninas gritam e se apavoram enquanto Valerie permanecia jogada no chão. Naomi por sua vez já estava inconsciente, caída no chão com cacos de vidro pelo corpo todo. Hanna tentava desesperadamente abrir a porta sem sucesso.


  ­−Abre isso logo, sua imbecil! – Spencer grita para a amiga. Logo as luzes do banheiro começam a piscar e as portas das cabines batiam com força sem parar. Paola se aproxima do corpo ensanguentado de Naomi e se desespera ao checar o pulso da amiga que estava morta. Em questão de milésimos, Paola é jogada contra o teto do banheiro e cai novamente ao chão com força. O barulho do impacto do corpo de Paola no chão é alto e faz Spencer e Hanna gritarem. Elas correm para uma das cabines e se trancam lá dentro enquanto as portas das outras cabines continuam a bater com ainda mais força.


 Quando tudo para e fica silencioso algo puxa o pé de Hanna por baixo da cabine. Ela tenta se segurar na perna de Spencer mas a mesma a chuta para fora gritando. As portas voltam a bater e as luzes a piscar. Hanna é levantada pelo pescoço por algo invisível e é jogada contra a parede. Sua cabeça bate no azulejo branco o fazendo ficar com manchas de sangue. Valerie observava tudo sem expressão alguma, mas seus olhos estavam vidrados em tudo o que acontecia. Spencer continuava gritando sem parar quando foi puxada pelos cabelos para fora da cabine. A loira não conseguia fazer nada além de gritar e se debater. Seus cabelos são puxados em direção a uma cabine interditada por conta de entupimento do vaso sanitário. A porta é arrancada com força e a cabeça de Spencer é afundada na privada que ainda tinha fezes, bitucas de cigarro e urina. Spencer é retirada da cabine e sua cabeça é batida com força várias vezes contra a pia de mármore. Seu sangue escorre em seu rosto coberto por maquiagem cara enquanto ela dá um ultimo suspiro.


 Valerie se levanta e calmamente caminha até a pia. Lava seu rosto e tira todo aquele sangue e as palavras escritas em sua testa e bochechas. ‘’VADIA’’, ‘’BRUXA’’, ‘’PUTA’’, ESQUISITA’’. Valerie sai do banheiro e olha em volta. Os alunos estavam todos no gramado do campus ouvindo a banda da escola tocar uma musica alta. Ela ignora todos os olhares e atravessa o campus andando na rua. Sem rumo e perdida.



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Autor(a): qu4sw

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