Fanfics Brasil - Capitulo 01 - Parte 01 A Probabilidade Estatística do Amor À Primeira Vista - Adaptação Vondy

Fanfic: A Probabilidade Estatística do Amor À Primeira Vista - Adaptação Vondy | Tema: Vondy


Capítulo: Capitulo 01 - Parte 01

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Capítulo 1


 


18h56 Hora da Costa Leste - 23h56 Hora de Greenwich


 


Aeroportos são verdadeiras câmaras de tortura quando se tem claustrofobia.


Não apenas por causa do iminente perigo — ficamos presos como sardinhas


e somos catapultados pelo ar dentro de um tubo de metal —, mas também por


causa dos terminais, da quantidade de pessoas, da confusão que turva a vista, do


zumbido que atordoa, de todo o movimento e do barulho, do frenesi e do vozerio,


tudo isso selado por janelas de vidro, como se fosse uma monstruosa fazenda de


formigas.


Isso é apenas uma das várias coisas que Dulce está tentando ignorar


enquanto espera no balcão de embarque. Está ficando escuro e o avião já deve


estar sobrevoando o Atlântico. Ela pode sentir alguma coisa em seu interior se


desfazendo, como o ar que sai lentamente de um balão. Parte da sensação se


relaciona ao voo muito próximo e parte ao aeroporto em si, mas o maior


problema — o maior de todos — é saber que vai se atrasar para um casamento


ao qual nem queria ir. Essa ironia do destino a faz querer chorar.


Os atendentes da companhia aérea se reuniram atrás do balcão e olham para


ela com impaciência. A tela atrás deles já anuncia o próximo voo do JFK para


Heathrow, um voo que só sairia em três horas. Fica cada vez mais claro que é


Dulce quem está impedindo que o expediente da equipe acabe.


— Lamento, senhora — diz uma das atendentes, disfarçando um suspiro. —


Não há nada que possamos fazer, a não ser colocá-la em um voo mais tarde.


Dulce concorda. Ela passou as últimas semanas desejando secretamente


que alguma coisa desse tipo acontecesse, embora as cenas que imaginou fossem


mais dramáticas: greve nacional dos aeroviários, uma chuva de granizo épica,


um caso raro de gripe ou de sarampo que a impedisse de viajar. Seriam razões


perfeitamente aceitáveis para que não visse o pai caminhando pelo corredor da


igreja para se casar com uma mulher que ela nunca havia encontrado.


No entanto, atrasar-se quatro minutos para o voo soava um pouco


conveniente demais, até suspeito, e Dulce não sabe ao certo se seus pais —


tanto o pai quanto a mãe — entenderiam que não foi culpa sua. Na verdade, isso


provavelmente faria parte da pequena lista de tópicos sobre a qual os dois


concordavam.


Foi ideia dela faltar ao ensaio para o jantar e chegar em Londres na manhã


do casamento. Dulce não via o pai havia mais de um ano e não achava que


seria capaz de sentar em um salão com todas as pessoas mais importantes para


ele — amigos e colegas de trabalho, o mundinho que construiu no outro lado do


oceano — enquanto brindavam a sua saúde, felicidade e vida nova. Se pudesse


decidir, nem iria ao casamento, porém, essa decisão não foi negociada.


— Ele ainda é seu pai — dizia a mãe como se ela tivesse esquecido. — Se


você não for, vai se arrepender depois. Sei que é difícil imaginar isso quando se tem 17 anos, mas acredite em mim. Um dia você ainda vai se arrepender.


Dulce achava que não.


A atendente digita no teclado do computador com certa ferocidade, batendo


nas teclas e fazendo barulho ao mascar o chiclete.


— Você está com sorte — diz, balançando as mãos no ar. — Posso colocá-la


no voo de 22h24. Assento 18A. Janela.


Dulce fica até com medo de perguntar, mas arrisca mesmo assim.


— Chega que horas?


— Chega 9h54 — diz a atendente. — Amanhã de manhã.


Imagina a caligrafia delicada no grosso convite marfim de casamento, que


estava há meses em cima da cômoda. A cerimônia começa no dia seguinte ao


meio-dia, o que significa que, se tudo sair conforme planejado — o voo e a


alfândega, os táxis e o trânsito, se tudo for perfeitamente coreografado —, ainda


há uma chance de conseguir chegar a tempo. Uma pequena chance.


— O embarque começa neste portão às 21h45 — comunica a atendente,


entregando-lhe vários papéis organizados num pequeno envelope. — Tenha um


excelente voo.


Vai até as janelas e examina as fileiras de cadeiras cinza. A maioria está


ocupada e as que restam estão com o estofado amarelo à mostra, como ursinhos


de pelúcia descosturados. Ela coloca a mochila sobre a mala de mão, pega o


celular e procura o número do pai na lista de contatos. Está registrado como “O


professor”, apelido que ganhou da filha há um ano e meio, quando anunciou que


não voltaria a Connecticut; depois disso, a palavra pai acabou virando um


incômodo sempre que ela abria o celular.


Seu coração dispara com o toque do telefone; ele liga regularmente, mas ela


quase nunca liga de volta. É quase meia-noite na Inglaterra, e, quando finalmente


atende, a voz do pai está rouca e lenta de sono ou de álcool — talvez de ambos.


— Dulce ?


— Perdi meu voo — diz com o tom seco que naturalmente aparece quando


fala com o pai. É efeito do desgosto que sente por ele.


— O quê?


Suspira e repete a informação.


— Perdi o voo.


Ao fundo, Dulce escuta Charlotte murmurando, e alguma coisa queima


dentro dela, um pequeno surto de raiva. Apesar dos e-mails carinhosos que a


mulher mandou desde o noivado — eram cheios de planos para o casamento,


fotos da viagem a Paris e pedidos para que não ficasse distante, todos assinados


com um entusiasmado “:-)))” (como se apenas uma carinha feliz não bastasse)


—, há exatamente um ano e 96 dias, ela decidiu que ia odiar aquela mulher, e


um convite para ser madrinha não era o suficiente para mudar isso.


— Bem — diz seu pai —, conseguiu outro voo?


 


Oiiii Ester Que bom que você gostou só pq vc comentou vou postar um capitulo quentinho (;



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Autor(a): Anne 💙

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

Prévia do próximo capítulo

— Sim, mas só chega às dez. — Amanhã? — Não, hoje — responde. — Vou viajar de cometa. O pai ignora o comentário. — É muito tarde. Muito perto da cerimônia. Não vou conseguir buscar você — informa e cobre o telefone para falar com Charlotte. — Podemos pedir para a ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 7



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  • candy1896 Postado em 29/08/2016 - 21:48:19

    Continua

  • ester_cardoso Postado em 17/06/2016 - 16:25:15

    Ahh!!! CONTINUAA

  • ester_cardoso Postado em 16/06/2016 - 16:48:23

    Continuuaaaa!

  • ester_cardoso Postado em 15/06/2016 - 15:10:15

    Aiinn Continuaaaaa Esperando encontro vondy!!!

  • candy1896 Postado em 15/06/2016 - 12:17:15

    CONTINUAAAAA

  • candy1896 Postado em 14/06/2016 - 17:44:45

    Continua

  • ester_cardoso Postado em 14/06/2016 - 15:56:09

    Parece que essa fanfic vai ser bem fofa!! Começa logoo por favor Estou ansiosa <3


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