Fanfics Brasil - Parte 3 - Final Memories - Um Conto de Daryl Dixon e Beth Greene

Fanfic: Memories - Um Conto de Daryl Dixon e Beth Greene | Tema: The Walking Dead


Capítulo: Parte 3 - Final

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Finalmente encontrou uma casa boa suficiente para abrigá-los com segurança naquela noite. Daryl estava cansado até os ossos da bagunça que vivera horas mais cedo, então uma noite sob um teto e, talvez, com alguma comida no estômago seriam muito bem vindos. A garota caminhava ao seu lado em um silêncio mórbido e profundo, nada a dizer, nada a declarar. A noite se arrastava diante deles, os grilos cantavam enquanto fortificavam a casa, mas ela nem sequer dissera uma palavra. Não era uma grande casa, somente uma pequena fazenda com quatro cômodos, um banheiro, um segundo andar (onde pretendia ficar), e uma geladeira que poderia ter alguma bebida ou comida restando.


Verificara o local antes de entrar e garantiu que era seguro. Nem mesmo um zumbi foi encontrado nela, pelo qual estava agradecido. Beth não parecia dividir a sua felicidade, mas sentia-se feliz pelos dois. “Uma cama para dormir, basta fortificar a escadaria e nenhum merdinha vai passar. Talvez um banho, mesmo que frio, e posso descansar o suficiente para amanhã”. Pensou. Fechou a porta da frente com um grande armário que arrastara sozinho, assim como se utilizou de correntes velhas que encontrou pela casa a fim de deixar o local inacessível e impenetrável. Os zumbis empurrariam, mas o armário era grande suficiente para barrá-los e as correntes faria força para segurar o armário. Um plano útil e muito bem-vindo.


- Isso será suficiente. – murmurou Daryl. – Que tal garota?


Mas Beth Greene aprendera a manter o silêncio por toscas fungadas sem sentido.


- Acho que isso é um sinal de felicidade. – apontou e balançou o dedo na frente dela. – Sei que você está muito feliz também, mesmo que esse bico de tucano tente dizer que não, mas... Sei que uma cama quente e um pouco de bebida podem mudar os seus pensamentos.


- Queria vê-lo conseguir mudar.


“Hostil você. De língua afiada”. Pensou.


- É o que veremos.


Gostaria de tentar ser um pouco mais sensível. Talvez mais gentil, se pudesse, mas não era de seu feitio utilizar-se de sensibilidade em excesso. Aliás, a sua forma dura de viver era exatamente o que fazia de Daryl Dixon ele próprio. Adorava o seu jeito de ser e não se imaginava afagando os cabelos de uma mulher tentando fazê-la ceder. Seu jeito de ser sempre lhe dissera que se a mulher complicava demais, não tinha espaço para ele. Beth Greene o atraía de uma forma totalmente diferente e isso o incomodava em demasia, pois assumir os seus sentimentos por ela para si mesmo seria mais complicado do que assumi-los a própria garota.


Entrou na casa de vez e tratou de subir as escadas na direção do quarto ao final do corredor do segundo andar. Lá havia uma excelente cama de casal grande suficiente para ele, especificamente ele. Também tinha uma porta estranhamente reforçada que, querendo ou não, poderia ajudá-lo caso houvesse algum tipo de invasão. As janelas, estranhamente grandes, poderiam ser usadas em caso de necessidade. Dava para passar duas pessoas de uma vez pela janela sem dificuldades, o qual poderia se dizer agradecido de certo modo. Passara a vida inteira construindo castelos ao seu redor, como se ele próprio tivesse medo de tudo que estivesse a sua volta. Aquilo tinha alguma utilidade agora, deveria dizer.


Beth Greene parou diante do quarto e observou-o de cima para baixo com seus olhos tristes de sempre. Daryl sentiu a dor dela por alguns minutos, enquanto aquele quarto lembrava tudo o que o novo mundo tirara.


- Eu entendo se quiser outro quarto. – murmurou Daryl.


Beth continuou sem dizer nada.


Ele tocou levemente o ombro esquerdo dela com sua mão direita. Estava posicionado exatamente atrás dela. “Aquela menina frágil e fútil que conheci se transformou em alguém forte. Tal como a irmã, eu temo que pior”. Pensou.


- Dizem que quartos estranhos podem se parecer com os nossos às vezes. – disse Beth. – Mas em nossa situação, este quarto me lembra de tudo o que perdi. Tudo o que morreu na minha vida desde que esta desgraça começou. – ela abaixou a cabeça com lágrimas nos olhos. Havia uma foto de família em cima de uma estante, juntamente com outros livros. – Eu só queria ser como você, Daryl. Não olhar para trás, não ficar sofrendo igual uma idiota, uma garota tola, uma fútil.


Daryl Dixon compreendeu exatamente o que ela dizia.


- Quando se é alguém como eu... Bem... – gaguejou um pouco enquanto coçava a cabeça. – Não há muito que lembrar. Eu não tive exatamente uma vida antes de tudo isso. Por isso devo dizer que não há nada para sentir saudades. Queria poder, de verdade, ter algo para sentir falta assim como você tem. – Daryl não acreditava que tinha dito aquilo, mas tinha de seguir em frente. – Uma família, uma vida. Queria poder estar chorando em seu lugar por causa de uma foto que me levasse a pensar na minha família, mas o que tenho? Lembranças de drogas aqui e acolá. Nada importante demais. Eu não era ninguém antes disso.


Beth Greene se sentou na cama enquanto Daryl fechava a porta e arrastava uma estante velha feita de mogno na direção da porta a fim de bloqueá-la. Respirou fundo e esfregou o nariz com as costas da mão direita antes de se aproximar dela novamente. A garota olhava para o chão enquanto ele estendia a mão para ela. Beth segurou sua mão direita com força, massageando-a com um sorriso aquecedor em seu rosto. Algo havia de diferente.


- Por favor, não fale assim de si próprio. – resmungou. – Minha intenção não era...


- Fazer com que eu dissesse a verdade? – ele fungou. – Mas a verdade é esta e não pode ser mudada, infelizmente. Nem todos tem a sorte que você, garota. Um pai, mãe, irmãos. Uma família que lhe dê amor. Eu não tive isso, então se considere abençoada.


- Mas este mundo que vivemos não é para pessoas assim.


- É verdade, não é. – respondeu Daryl. – É por isso que você precisa viver, pois quando tudo acabar, então pessoas como você precisará recomeçar a partir dos destroços do velho mundo.


- Você estará conosco.


- Meu lugar neste mundo não está claro há muito tempo. – Daryl se sentou ao lado dela na cama e deitou-se com as mãos na nuca. Cruzou as pernas e sorriu para si mesmo. – Até este inferno começar e eu compreender que, finalmente, havia utilidade em mim. Então foi aí... Nesse momento que eu...


Ele fez uma pausa, não conseguia prosseguir.


- Você?


- Esquece.


- Por favor... Diga. Não se trata apenas de você, mas sim da verdade. – Beth deitou-se na cama de lado e observou-o atentamente, cada detalhe, com suas mãos debaixo do rosto. Parecia uma criança deitada com toda a sua inocência.


- Que eu a vi pela primeira vez na fazenda. – continuou Daryl. – Um rosto belo, corpo atraente e olhos maravilhosos, mas... Tristes, como se o mundo tivesse acabado e ela tivesse morrido com o mundo, mas ainda respirasse de uma forma inexplicável. Foi assim que eu te vi, porém não costumo ser um poeta ou alguém dedicado às palavras. Sempre fui mais direto.


- O “foda-se” sempre é mais direto?


- É claro. – ele sorriu. – Dizer “foda-se” sempre foi mais direto, pois nunca perdi meu tempo pensando nos sentimentos alheios. Mas você me fez pensar em como seria interessante.


- Seria interessante...?


- Interessante desvendar os segredos de uma mulher. – rebateu Daryl. – Algo que nunca fiz em toda minha vida, eu devo admitir, mas que sempre quis... Fazer. – terminou um tanto tímido. – Estou falando bobagem, não? Muita bobagem.


Ele riu de si mesmo.


- Está sendo sincero e autêntico. Dizer o que sente é fundamental, eu adoraria ouvir mais.


- Ouvir mais um pouco de “Daryl Boca-de-Merda”? – Dixon riu um pouco. – Eu falando sobre sentimentos é o mesmo que um burro vestido de cavalo. Jamais deixará de ser um burro ou agir como tal, mesmo que tente disfarçar.


Beth gargalhou.


- Já temos um começo. Agora você usa metáforas com mais avidez.


- E isso é bom?


“Metáforas não servem muito bem”. Pensou.


Daryl fungou e fechou os olhos por alguns segundos.


- Fico pensando se um dia tudo vai voltar a ser como era. – disse Daryl. – Se nós vamos ver tudo como sempre foi. – ele fez uma pausa e riu de si mesmo. – Mas acho que nada será como foi, tudo já mudou demais, entende? Não vamos simplesmente voltar para nossas casas, nossos empregos e nossas vidas anteriores. Acho que a partir de agora o que vier depois é desconhecido.


Jamais tinha dito algo assim, fato que fazia com que pensasse mais a respeito de si próprio e suas novas ideias de vida. Preferiu resguardar o silêncio por alguns minutos, para que pudesse pensar a respeito de si mesmo. Beth permaneceu ao seu lado olhando firmemente para o teto enquanto o frio vento soprava através da janela semiaberta. A porta estava fechada e bem escorada com todos os tipos de móveis que encontraram no quarto, quase que deixando somente a cama no lugar. “Suficiente para uma noite de sono”. Pensou. Afinal, não estava pensando em montar uma casa ali, somente um refúgio passageiro que logo ficaria para trás.


- O que você faria se hoje fosse seu último dia neste mundo? – indagou Beth.


- Como assim?


- Se sua vida fosse acabar amanha o que você faria hoje?


- Beberia mais do que uma dose de uísque. – respondeu Daryl firmemente. - Por quê?


A garota olhou-o levemente com a face repleta da inocência de uma menina.


- Eu gostaria de sentir amor, por exemplo.


- E você já não sentiu? – indagou Daryl. – Tinha seus pais, tem sua irmã, e também tinha aquele seu namoradinho chato que agia que nem moleque. Não seria isso?


 


Beth parecia demonstrar que não sentira exatamente o que ele imaginava que sentira. Daryl Dixon suspirou por um momento fechou o olhos, pois o sono já o dominava.


- Não se cansa de sempre fazer as mesmas coisas?


- Depende do tipo de “coisas”. – desabafou Daryl fungando. – Fugir de zumbis todos os dias, ficar andando de um lado para o outro em busca de abrigo. Mesmo que isso faça meu estilo, às vezes eu só gostaria de ficar em um lugar só e fingir que nada mudou, e que tudo é mais do mesmo.


- Mas nós dois sabemos que seria uma mentira e nada mais. – afirmou Beth.


Daryl abriu os olhos e olhou para ela de soslaio com um meio sorriso irônico.


- Exato.


Beth limitou-se a sorrir, a garota respirava forte e parecia que tinha algo engasgado em sua garganta. Dixon ficou intrigado com ela, ainda mais do que o de costume. A menina tinha um jeito singular que, estranhamente, costumava atraí-lo.


- O que houve? – indagou Daryl, visivelmente incomodado. – Por que essa respiração estranha, garota? Está morrendo? Precisa de ajuda?


Ela sorriu um tanto sem jeito.


- Talvez eu precise de algo, mas não sei explicar bem.


Daryl virou o rosto para vê-la.


- Então diga de uma vez, menina marrenta...


Beth Greene segurou firmemente o rosto de Daryl e rapidamente beijou-o sem hesitar, deixando-o completamente sem ação, desarmando seus medos, desarmando qualquer atitude de autoproteção. Ele relaxou o corpo, a despeito de qualquer vontade de evitar aquele momento, pois se sentia seguro diante dela e daquele beijo caloroso. A língua da garota foi fundo em sua boca, passeando, enquanto Daryl saboreava o calor intenso da boca dela. Seus lábios se separaram em um rápido momento enquanto se entreolhavam, e a garota corou de tanta vergonha. Foi impulsiva e sabia disto, mas não conseguia mais esconder.


- Por que fez isso? – perguntou Daryl.


- Eu não sei, mas apenas me perdoe. – disse Beth ainda com as mãos no rosto dele. Retirou-as devagar e abaixou o rosto. – Não foi minha intenção... Desculpe.


- Droga garota! Se você pretende começar algo, então queira terminar também! Assim, veja!


Daryl Dixon segurou o rosto dela delicadamente e beijou-a, queria sentir novamente a ardência dos lábios da menina antes que o mundo acabasse, antes que o amanhã chegasse e tudo voltasse a ser a mesma merda de sempre. Ela nitidamente ficou surpresa com a atitude dele. “Não sou bom com romance”. Pensou Daryl. Beth retribuiu rapidamente as carícias e começou a empurrá-lo delicadamente, sentando delicadamente sobre sua virilha enquanto o beijava sem parar. Rapidamente ela retirou a camisa, exibindo o busto escultural, os seios nus e seus mamilos rosados excitavam Dixon, fazendo-a sentir a sua excitação. Rapidamente ele a abraçou, tomando-a com seus braços e beijando seus seios, mordendo-os delicadamente.


Sentir a pele da garota eriçada era o melhor que ocorrera desde o dia que nascera. Empurrou-a delicadamente na direção da cama, Beth tratou de puxar sua camisa, retirando-a rapidamente, exibindo o corpo de Daryl Dixon. Estava marcado por algumas cicatrizes desde o pescoço até a cintura. Ela tocou seu peitoral com firmeza e beijou-o, mordiscando delicadamente. Voltou-se para os lábios de Daryl e mordiscou-os delicadamente, puxando-o para cima dela, arranhando suas costas, mordendo seu pescoço e sentindo o seu cheiro humano, seu calor.


Dixon observou Beth por alguns minutos enquanto suas mãos apalpavam seus seios delicadamente. Desceu levemente suas mãos enquanto ela beijava sua boca e bagunçava seus cabelos com suas firmes mãos bem presas em sua cabeça, prestes a tomá-lo para si. Sentia que não conseguia respirar, e garota era como um oceano de prazer transbordando em sua mente, fazendo a sua cabeça, corrompendo todos os seus antigos pensamentos e transformando-o a cada beijo, a cada toque. Suas mãos alcançaram as virilhas da garota, podia senti-la molhada, excitada, ofegante. Daryl percebeu que não poderia parar ali.


Ele tocou-a em seu sexo, fazendo-a gemer e abraçar sua cabeça com força. Com seu rosto apoiado acima da cabeça de Daryl, Beth suspirava e mordia os lábios. Daryl tocou-a mais vividamente, fazendo com que o corpo dela estremecesse. Retirou a mão de dentro da calça da garota com os olhos semicerrados, ela mordiscou o seu lábio por um momento. Permaneceram por alguns minutos com os rostos colados.


Sentia os mamilos duros da garota roçando em seu peito. Tomou-os em suas mãos, chupando-os delicadamente, massageando delicadamente. Fechou os lábios ao redor do mamilo esquerdo, puxando delicadamente e fazendo-a gemer. Estremecia frente aqueles toques. Daryl percebeu rapidamente que o corpo da menina funcionava como um controle, cada botão fazia com que sentisse um prazer diferente, algo inesperado. Poderia fazê-la estremecer e logo depois sofrer espasmos impiedosos de prazer. Quando descia sua mão até as virilhas da garota, podia fazê-la se contorcer e implorar por mais com seus impiedosos suspiros e gemidos. Podia fazer com que ela alcançasse as nuvens, fazer com que retornasse a realidade depois de um longo beijo e fazê-la querer mais dele. Notou, de uma forma estranha, que era capaz de fazê-la sentir prazer.


- Nunca me deixe partir. – suspirou Beth.


- Ora garota, eu não pretendia... – murmurou Daryl.


Ela tocou os lábios de Daryl velozmente e o silêncio tomou conta do quarto. Beth retirou o cinto rapidamente, puxando-o de uma forma sensual. Era como se sentisse uma onda rebentando, os braços de Beth Greene eram como um oceano de amor, seus beijos demonstravam toda a sua devoção e paixão, suas carícias lhe davam paixão para segurá-la com mais força. Seus sentimentos se embaralharam como cartas e seus mais profundos sentimentos eram como livros abertos para a garota. Os cabelos loiros de Beth cascateavam em volta de seus ombros, seus dedos postos diante dos lábios de Daryl o enlouqueciam, o sorriso da menina e seus olhos fixos nos seus o deixava sem palavras, sem ação, aquele momento em que nada precisava ser dito, mas sentido.


Respirou fundo enquanto ela retirava a calça e finalmente a calcinha, jogando-a para o lado como se não fosse nada. Daryl despiu-se finalmente e sentiu-se dentro da garota quando finalmente penetrou-a, lentamente no começo. Ela estava sentada a sua frente, em seu colo, segurando firmemente suas costas. Ela roçou os lábios nos dele delicadamente, balançando a cabeça de um lado para o outro enquanto sentiam o ar de sexo no quarto, o cheio de excitação, o momento, o prazer. Ela suspirou com o rosto encostado no dele, nariz com nariz, cabeça com cabeça. Beth se mexia cuidadosamente em movimentos cuidadosos.


 


“Tudo o que eu preciso é seu amor de primavera


É como o sol que te aquece em pleno dia frio


É tudo o que eu mais preciso para prosseguir”.


 


Essas palavras ressoaram em sua mente como uma poesia. Uma música que Beth cantarolava às vezes. Daryl adorava a voz dela, era como se fosse um coral de anjos a cantar para os seus ouvidos. Beijou-a novamente enquanto ela apertava as suas costas sem hesitar, quanto mais próxima de seu ápice, mais os sentidos se apuravam e mais perto estavam de chegar às nuvens. Ele repousou suas mãos nas costas dela, e a cada movimento que se tornava cada vez mais veloz e mais forte, sua mão direita descia lentamente na direção dos quadris da garota, apalpando-os e puxando-os para si. O que sentiu ao perceber a pele dela eriçada diante do seu toque não poderia ser descrito.


Beth suspirou novamente, podia sentir os espasmos de prazer, a cada estocada ela estava mais próxima. Os lábios quentes dela passeavam sobre os dele, seus seios roçando seu corpo, seu calor próximo do dele e sua língua viajando por dentro de sua boca lhe davam ainda mais força, mais vontade. Mordiscou os lábios dela antes de beijar o seu pescoço lentamente, descendo na direção dos seios enquanto ela se contorcia para trás em um longo espasmo. Mordiscou-lhe os mamilos novamente, adorava senti-los em seus lábios, o modo que endureciam ao seu mais simples toque e a forma que ela adorava sentir sua boca.


“Tudo o que vejo é um grande vidro embaçado


Enegrecendo todos os sonhos que restaram


Os sonhos que um dia eu tive


Esvaem-se tão rápido


Posso ver seu rosto quando fecho os olhos


Mas eu não posso entender o motivo.


Tudo o que eu toco se torna uma lembrança


Uma vaga lembrança de primavera”.


 


Esse era um dos momentos em que nada precisava mais ser dito. Às vezes pensava em dizer algo, mas sabia que sairia estúpido ou grosso demais. Deveria deixar as palavras para outro momento. A lembrança da música continuava ressoando em sua mente como uma sinfonia, a voz da menina era angelical. Apertou-a ainda mais contra si, prolongando os espasmos dela. Percebeu naquele momento que fazê-la sentir prazer era muito melhor do que recebê-lo. “Desde quando eu fiquei tão... Prestativo?”. Perguntou a si mesmo, procurando a melhor resposta.


- Seja o que for que está pensando, apenas não pare. – sussurrou Beth depois de um longo beijo, escorando seu rosto na cabeça dele enquanto as estocadas aumentavam e suavizavam por um curto espaço de tempo. – Só continue, por favor. Eu... – ela gemeu mais uma vez.


- Precisava disso. – terminou Daryl. Ele segurou os cabelos dela delicadamente e puxou-os levemente para trás a fim de encará-la. Percebeu que a menina mantinha os olhos semicerrados e a os lábios abertos a suspirar em cada estocada. – Não sou bom com as palavras, não me deixe falar demais.


- Pelo contrário. – ela suspirou ainda com os olhos fechados. – Até que você tagarela um pouco. – Beth sorriu e apertou ainda mais as costas de Daryl enquanto mordiscava o lábio inferior.


“Tudo o que eu preciso é seu amor de primavera


É como o sol que te aquece em pleno dia frio


É tudo o que eu mais preciso para prosseguir


Se tudo o que nós sentimos é amor


Algo entre nós está à procura de abrigo


É tudo o que eu mais preciso para prosseguir”.


 


Dentro dele havia uma chama ardente que ansiava por ela, algo que não podia compreender, era algo que não podia revelar, pois nem mesmo ele sabia direito. O amor poderia trazer uma ferida em seu coração? O amor que ela sentia era desperdiçado nele. “Por que sangrar tanto para me fazer perceber?”. Se ao menos ela pudesse ver o que havia dentro dele e perceber o quanto ele estava destruído, algo tão silencioso que ninguém podia ver. Seria ela capaz de curar suas feridas e fazê-lo trilhar o caminho com ela até o fim? Seria ela a brilhar como um vagalume em uma noite escura, uma raridade na noite mais sombria? Seria ela capaz de quebrar seu coração em mil pedaços e refazê-lo a sua maneira?


Ela era única.


Daryl segurou-a com ainda mais firmeza, porém sua mão esquerda desceu na direção das costas de Beth, apoiando-a e puxando a garota ainda mais para perto dele, estocando-a ainda mais forte. Deixou a corrente dos seus medos escapar, e os grilhões que aprisionavam seu coração já não existiam. Beth Greene fez com que percebesse o que agora tinha o que jamais havia tido outrora: amor. Temeu, por um momento, que todo aquele amor lhe escapasse por entre os dedos. Beijou-a mais uma vez, porém desta vez tratou de ser mais incisivo e mais firme, deixou-a perdida em seus pensamentos, em seu prazer. Beth suspirou, seu peito arfava e se coração acelerado já não suportava mais segurar.


Sentiu Beth chegar ao seu ápice no momento em que ela o abraçou forte, escorando a cabeça sobre a dele e relaxando seu corpo devagar depois de sofrer um forte espasmo prazeroso. Seus corpos estavam molhados pelo suor e ela não hesitou em abraçá-lo ao final de tudo. Beijou-o mais uma vez, mas daquela vez, Daryl Dixon sentiu amor incondicional.


- Espero não ter te corrompido. – brincou Beth. Seu peito arfava e um sorriso quente estampava seu rosto.


- Gostaria de ser corrompido mais vezes.


- Eu também. – ela riu suavemente. Ainda estava no colo dele, em seus braços. Daryl agora acariciava seus lindos cabelos dourados que cascateavam em volta de seus ombros. – Peço perdão se fui incisiva.


- Não há o que perdoar.


- Então significa que você também queria?


Ela devolveu as carícias, passeando suas mãos pelos cabelos de Daryl.


- E-eu... – Daryl gaguejou.


Beth Greene segurou o queixo de Daryl com a mão direita e levou o seu olhar até os olhos dela. Naquele momento ele ficou em silêncio com seu rosto franzino e mal encarado, corado de vergonha pela primeira vez em sua vida.


- Sim.


O abraço forte que se seguiu não poderia ter sido mais prazeroso. O calor do corpo dela poderia aquecê-lo em seu prazer, mas era o seu amor que lhe dava conforto, um porto seguro onde, pela primeira vez, poderia repousar. Finalmente havia encontrado um lugar onde poderia descansar seu corpo e sua alma.


Deitaram-se, porém ela se deitou sobre o peito dele, abraçada a ele. Daryl permaneceu olhando para o teto como se estivesse vendo as estrelas cantarolando no céu, como se algo diferente tivesse acontecido em sua vida. Ela acariciava o peito dele, passeando delicadamente. Daryl acariciava os lindos cabelos dela, sentia-se feliz em tê-la em seus braços, finalmente.


- Seria cedo demais para me expressar?


Daryl sorriu.


- Depende do que você quer dizer. – ele sorriu.


- Eu te amo, Daryl. – Beth disse quase que imediatamente. – Não quero ter de explicar meus sentimentos, mas eu sei que sinto.


Ele ficou sem palavras. Não fora preparado para esse tipo de situações. Ficaria mais a vontade em uma guerra com pessoas mortas ao seu lado.


- Então sinta...


- Por favor... Jamais me deixe partir.


- Eu não deixarei. – disse Daryl beijando-lhe a fronte delicadamente.


Ela fechou os olhos lentamente e pegou no sono, mas Daryl não. Ele permaneceu acordado por algumas horas imaginando coisas que jamais poderiam acontecer neste novo mundo. Pensou até mesmo em ficar naquele fim de mundo com a garota somente para viverem juntos, longe dos problemas. “Os problemas viriam até nós, os zumbis não nos deixariam em paz”. Compreendeu que, mesmo que desejasse, precisavam estar junto com seu bando. Observou o teto e os seus pensamentos foram tomados por uma vida que nunca teria, e com filhos ao seu redor brigando, além dele trabalhando em um jardim. “Jardim? Eu chegaria a esse ponto?”. Pensou. Voltou o seu rosto para Beth e percebeu seu sorriso sincero enquanto dormia. Percebeu que por ela poderia mudar sua vida. Mas não hoje.


“Se eu estiver vivo amanhã. Por que não?”.


Fechou os olhos e finalmente sentiu o sono vir. Acordou no outro dia como qualquer dia normal, exceto pelo motivo de estar nu. Beth jogara suas roupas em cima da cama e prepara o desjejum para levarem pela estrada. Daryl tratou de vestir-se rapidamente e encontrá-la com o sorriso mais feliz do mundo. Não tinha preço vê-la tão feliz.


- Precisamos ir embora. – murmurou Daryl. – Tempo demais em um lugar só pode ser perigoso. – tinha pressa. Mais pelo medo de fazê-la correr riscos do que nunca. Se tornara um nômade e isto ele fazia muito bem.


Beth sorriu e nada mais disse. Horas se passaram e a estrada se abria diante deles como outrora, mas não conseguiam fingir que nada tinha acontecido. Caminhavam lado a lado a passos largos, conversando sobre a noite anterior, sobre onde iriam e se voltariam a repetir. Nada poderia ser mais estranho em toda a vida de Daryl Dixon, pois jamais falara muito com uma garota além de “fica de quatro, vadia”. Admitia que o novo mundo destruído tivesse contribuído para torná-lo um homem melhor.


- Poderia cantarolar o final da canção? – perguntou Daryl. – Seria ótimo não continuar andando em silêncio.


- Isso poderia atrair os zumbis. Acha mesmo que seria uma boa ideia?


- Cante baixo.


“Às vezes é necessário caminhar no escuro


E aprender a não confiar nos seus medos


Devagar, me guie pelo caminho da luz.


Eu vejo o em seu coração


Que jamais toquei, jamais guardei para mim.


Mas que eu amei por demais


Um vazio sem fim”.


 


- Você me disse uma coisa ontem que eu não soube responder. – disse Daryl. Ele coçou a cabeça, ainda sem saber exatamente como deveria dizer. – Oras, odeio esse tipo de frescura! – virou-se para Beth e segurou os ombros dela, beijando-a novamente.


 - Já disse? Ou não? E se disse eu não ouvi. – ironizou Beth.


Daryl fechou os olhos por alguns segundos com tanta força que pensou que seus globos escapariam.


- Eu te amo.


- Só isso?


Ele gargalhou sem saber se tinha dito algo errado.


- Você é complicada demais! O que tenho que dizer para te agradar? Eu...


Ela beijou-o apaixonadamente antes que concluísse sua frase. Quando seus lábios se separaram mais uma vez, Beth olhou-o em seus olhos com seriedade e firmeza, mas acima de tudo, com amor.


- Eu o amo, Daryl. – devolveu Beth. – Pare de ser tão implicante. – ela o soltou e começou a caminhar. Daryl permaneceu parado observando-a, imóvel, sem ação. – Vai vir ou não? Nós tínhamos a missão de encontrar o Rick e os outros, ou já desistiu?


“Darylzinho dominado por uma garotinha”. Disse Merle Dixon sentado na beira da estrada. “Eu avisei que ela ia te dominar, mas você é uma mocinha medíocre que se deixa manipular. Seu pedaço de merda”.


- Você é obra da minha cabeça, Merle. Fale com a minha mão.


Gargalhou de uma forma que lhe era estranha, com uma sinceridade que jamais vira dentro de si. Voltou para perto dela e recomeçaram a caminhada, havia uma longa jornada a sua frente. Logo a noite chegaria novamente e precisariam de um abrigo decente, algo que pudesse mantê-los seguros das monstruosidades do lado de fora. Mas em sua cabeça somente uma coisa ressoava, palavras de Beth que davam sentido a sua vida.


 


Às vezes é necessário caminhar no escuro


E aprender a não confiar nos seus medos.



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Autor(a): henriquevietri

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 1



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  • amorbd2015 Postado em 21/06/2016 - 18:59:29

    SOCORRO BRASIIILLLL!!! EU SHIPPEI TANTO ESSES DOIS EM TWD!!!


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O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


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