Fanfic: Pólos

6

 Despejamento de tudo.

Olívia concordou com a cabeça e ele voltou a falar.

-O que você acha que o meu irmão sente por ti é paixão?

-O que te levou a chegar nessa conclusão?

-Eu não conclui,eu estou o analisando e estou chegando a uma conclusão...

-Ele fica triste,se isola,grita,chora muito,fica bem depressivo.

-Más isso não é paixão,tem uma fase do amor que é assim.

-Más o amor constrói e não destrói.

-Más às vezes não é correspondido do jeito que a pessoa quer.

-Ele te ama garota,não brinca com o amor que ele alimenta por ti.Ele sofre muito com esse amor não correspondido.

-Eu nunca brinquei,ele vive namorando,todas querem namorar com ele.

-Más você é a especial,ele não te trocaria por nenhuma das anteriores.

-Quem disse?

-Ele próprio.

-Más nós mais brigamos do que ficamos em harmonia.

-Más ele te ama,eu só sei disso.

-Ele tá voltando.Eu não sei que ele me ama,tudo bem?

-Tudo bem.

Bernardo se sentou.

-Que conversavam?

-Sobre o amor.

-É uma droga.

Olívia o olhou e ele baixou a cabeça e ofereceu um cigarro a ela e a seu irmão.

Olívia não quis e nem François.

-Vocês estão de complô contra mim,ambos gostam de cigarro e hoje deram pra darem uma de não fumantes.Vão longe.

Ele estava irritado e François quis tirar satisfação e Olívia impediu a briga que ia dar entre os dois.

-Eu só paro se tu ficar com o meu irmão.É dele que tu gosta.

-Falou bem,eu só gosto dele.

-Fica então Garber.

Olívia o olhou irritada e se sentou no tapete.

Bernardo a intimidava e François sem palavras.

-Eu não vou consentir com isso Bernardo.Para de ser imaturo.

-Beija quem tu gosta Olívia,não enrola mais.Vai.

-Eu já te disse.

-Então prova.

Olívia fechou seus olhos e suspirou e pensou no pai de François e Bernardo,bem que ele poderia chegar.

Más ele não chegou e até mandou uma mensagem que iria chegar mais tarde(encontrou um amigo na rua).

-Não acredito.

Bernardo ficou esperando sentado,com um semblante triste e abatido,ele tinha cheirado por isso estava descontrolado(digamos assim).Ele vendo que não iria acontecer nada sem o seu impulso pegou forte o braço de Olívia(sem a machucar) e a jogou ao lado de François.

-Começa.

-Não existe beijos automáticos e mecânicos Bernardo.

-Cala a boca François,você é um travesti.Se esconde dentro dessas roupas certas e cultas.Vai se danar.

-Você duvida da minha masculinidade?

-O instinto vai falar mais alto que a racionalidade meu culto irmão?

-Cala a boca idiota!

-É tão simples. Voces dois se desejam mesmo. O que custa?

-Quem disse que eu a desejo?

-Se não há desejo,beije-a então.

-Ele está dopado,insuportável,não há outro jeito pra fazê-lo se acalmar do que isso.Você permite?

-Não vai significar nada para nós dois e eu disse que gostava de ti por que realmente eu gosto más gostar é diferente de amar.

Bernardo ouviu isso más não disse nada.

-Eu permito.

François chegou mais perto de Olívia e colocou suas mãos no rosto dela.

Foi só um selinho.Não um beijo especial.

-Viu Bernardo.Sossega agora.Eu vou sair.Boa noite.

-Eu quero ir contigo François. Não me deixa com ele aqui.

-Vem.

François pegou Olívia pela mão.

-Eu te considero como uma irmã e incestos eu abomino.

-Foi um beijinho bonitinho.

-Sem maldades digamos.

-Sim sim.

-Agora o Bernardo vai chorar no mínimo e depois cai no sono. Que personalidade a do caçula hein?

-Nem me fale. Sou filha única.

François não sabia o que fazer, se ele voltasse iria dar uma tremenda de uma briga e se ele continuasse o passeio que antes era programado para o singular e não plural, ele acabaria beijando Olívia. De verdade

Más ele prometeu a si que se controlaria e puxou um assunto sobre a cidade.

-Essa nossa é grande, eu não sei como eu agüento tanto agito.

-Nem eu.

-Aquele beijo foi bom...

Olívia o olhou e continuou a caminhar com a mão nos bolsos de seu casaco preto.

-Que bom que eu coloquei o meu casaco, esfriou.

-Por que a desconversa?
-Você quer  torturar seu irmão? Que agora nada mais nada menos deve estar atirado na cama, naquele medíocre estado.

-Não. -Disse seco.

-Então temos ambos que desconversar.

-Eu pude sentir a leveza dos teus lábios. Foi rápido más foi bom enquanto durou.

Olívia olhou pro céu, e pensou numa resposta.

-Não posso te responder, pois vou falar verdades.

-Estamos sozinhos.

Ela o olhou.

-Jura que amanhã você terá esquecido tudo isso que eu vou dizer pra ti agora?

-Esquecer não, más vou guardar só comigo.

-Eu vou confiar em ti. Espero não me decepcionar.

-As suas palavras vão ficar em um coração fechado.

-Eu sempre nutri um sentimento amoroso por ti... E eu não sei mais como prosseguir.

Ela continuou a falar olhando para o chão.

-Olhando pro chão fica mais fácil... Foi no inicio do ano passado.Você tinha se formado na faculdade e eu fui na janta de comemoração convidada pelo Bernardo.

-Todo este tempo?

-Sim,eu sentia o meu coraçãozinho batendo mais forte quando tu passava,me cumprimentava ou até quando você estava por perto.

Eu te amava insuportavelmente.Me pegava pensando em ti e esse beijo recente foi como um calmante para o meu amor não correspondido,mesmo que incrivelmente tímido e em curto tempo de duração.

-Amor não correspondido? Quem disse isso?

-Eu.Você não me ama.Atração é o nome do seu impulso e desejo por meus lábios.

-Eu não amo só os teus lábios,eu amo você por completa.Desde sempre.Quando eu te vi.Más prezo muito por meu irmão e acho que nós dois confessando agora,todas as chances foram por água abaixo e seguimos nossas vidas.Continua.Faremos dessa noite,uma noite do despejamento de tudo.Tudo que nós confessarmos fica no ar dessa noite parisiense.

-Certo...Eu tenho vontades de te beijar,que não consigo falar quando estou junto a ti.Eu fico com a voz baixinha.Quero me esconder num buraco bem fundo.Meus olhos te olham contemplando o seu charme.Minha pele se arrepia e o meu andar se bamba.

-Eu sinto quase o mesmo desses sintomas,só falta mais dois:o nervosismo e a vontade de sempre estar junto.

Olívia riu silenciosamente.

Ambos se sentaram no cordão de uma rua próximo a uma pensãozinha.

François pegou a mão de Olívia que estava suada e quente,e acariciou em seu rosto.Ele conseguiu ouvir as batidas fortes e violentas do coração desta.

-Eu não consigo mandar em mim.Procurava...

Ela parou a frase e deitou sua cabeça no ombro de François e continuou até completá-la.

-Não machucar por inteiro o Bernardo.Eu luto para conseguir amá-lo más não adianta,eu sempre te amei puramente.Nós não escolhemos quem amamos mais.Eu o amo como uma velha amiga,tivemos ótimos momentos,mesmo que  na maioria deles fosse estragado por brigas,desentendimentos e até choros más ambos se consideram pra valer.Más é inevitável não te amar.

-É difícil eu me declarar pra alguém.Sou fechado e insensível quando se trata de amor.Já fui apunhalado uma vez e só essa me fez ver o amor como um enganador e não como uma coisa bonita e encantadora e agora me deparo com essa cena.Do teu lado e completamente desnorteado.Não podemos levar isso adiante.

-O amor é irônico.-Sorriu de leve Olívia que colocava suas mãos no casaco de François. Que a beijou delicadamente como se estivesse tendo ambos o primeiro beijo.

-Estou com frio.

Ele deu umas luvas a ela e a pegou pela mão e a ajudou a levantar da calçada.

E ambos foram todo o caminho de volta calados,já tinham despejado tudo mesmo más François tinha mais uma coisa a dizer.

-Você sabe aquela coisa que eu te disse sobre incesto?

-Sei.

-Eu estava meio distante,é tudo besteira.E que eu disse que não te amava e tal...Más com o meu irmão naquele estado...

-Impossível..Eu sei das circunstâncias.

François a pegou pela cintura,colocou seus braços como se a estivesse abraçando e juntou seu rosto com o dela.

-É pelo Bernardo.Eu queria te amar todos os dias más eu o amo demais para traí-lo.Quando ele ver que as suas tentativas de nada adiantam e se frustrar...Eu espero um bom tempo e volto a te amar todos os dias como hoje.

 -Eu esperarei pacientemente e juro que farei de tudo para gostar dele.

-Faça isso.