Fanfic: A Rotina de Amar | Tema: Criação original

                    

Em sua sala de estar, Sandra com o celular em mãos está em uma chamada de vídeo com sua filha, Renata a bela loira de cabelos longos e rosto delicado que fala direto do Rio de Janeiro onde mora:

 

Renata – Quanto tempo faz que você não a vê?

 

Sandra – Nossa filha! Há muito tempo, uns ... 30 anos.

 

Renata – Hum...você era uma garota então.

 

Sandra – Adolescente! Tinha 15 anos quando meus pais morreram, fiquei sozinha naquela tragédia. Conheci a Isadora na época mais triste e difícil da minha vida. Se não fossem os pais dela, eu não sei o que seria de mim, talvez tivesse sido mandada para a adoção, teria ido para casa de uma família terrível e minha vida estaria destruída.

 

Renata – Nem pensa nisso Mãe! Imagina, talvez eu não tivesse a sorte de ter uma mãe como você.

 

Sandra se emociona com as palavras da filha:

 

Sandra – oh!!!...

 

Renata – Eu te amo você sabe disso!

 

Sandra – Claro que eu sei meu amor, mas é sempre emocionante ouvir da sua boca, você é meu orgulho!

 

Renata – Estou morrendo de saudades, nem parece que você veio aqui no Rio semana passada.

 

Elas sorriem juntas.

 

Sandra – Verdade.

 

Renata – Cadê o papai? Ele sim faz um tempão que não dou aquele abraço.

 

Sandra – Ai Renata! Ele anda tão ocupado ultimamente ... se eu não acordar bem cedo não o vejo antes de sair.

 

Renata – Nossa. Sabe, estou pensando em voltar.

 

Sandra – Para cá?

 

Renata – É! Não aguento ficar tanto tempo longe de vocês.

 

Sandra – Ah filha, eu adoraria você por aqui de novo, mas o Rio de Janeiro é pertinho, a gente vai... você vem... podemos nos visitar quando quisermos. E o Danilo?

 

Renata – Ah! Se ele quiser ficar comigo, ele me acompanha.

 

Sandra – Não é assim Renata! Me desculpe, mas você precisa repensar sua teoria. Pelo o que vi semana passada mesmo quando o pareceu ser um bom rapaz. Você ama ele?

 

Renata – Claro, mas eu não nasci para depender de homem, se ele me ama assim como eu, ele vai largar o Rio de Janeiro e vai se mudar comigo pra São Paulo.

 

Sandra meio que desaprova as palavras de Renata:

 

Renata – Mãe! O Danilo também é formado em administração ele pode trabalhar na construtora assim como eu. O Danilo é quem eu estava esperando... quero casar com ele!

 

Sandra – Não está cedo?

 

Renata – Não!

 

Sandra – Não faz nem um ano que você me contou que estava namorando.

 

Renata – Tudo isso você quer dizer né? Mas não se preocupe, eu jamais vou pedi-lo em casamento, eu não... esse papel ainda é do Homem na minha opinião.

 

Sandra sorri:

 

Sandra – Também acho!

 

Renata – Porque os homens fazem isso hein?

 

A empregada Fátima chega na sala e espera o momento oportuno para falar, Sandra percebe e interrompe a conversa com Renata:

 

Sandra – Só um momento filha! Oi Fátima quer dizer alguma coisa?

 

Fátima – Desculpe dona Sandra, mas o porteiro informou pelo interfone que uma mulher chamada Isadora deseja vê-la.

 

Sandra se anima com a notícia:

 

Sandra – Ah sim! Diga que pode deixa-la entrar.

 

Fátima – Sim senhora!

 

Sandra – Obrigada Fátima!

 

Fátima sai da sala e segue em direção a cozinha. Sandra retoma a conversa com Renata:

 

Sandra – Desculpe filha! A Isadora já chegou eu precisar recebe-la depois a gente conversa está bom?

 

Renata fica um pouco preocupada:

 

Renata – Ok.

 

Sandra – Tchau!

 

Renata – Só um pouquinho mãe! Espera.

 

Sandra – O que foi?

 

Renata – Tem certeza?

 

Sandra – Do que?

 

Renata – Que conhece bem essa mulher?

 

Sandra – Claro que sim. Já fomos irmãs um dia e hoje, ela precisa de mim. Depois você conhece ela ok?

 

Renata – Está certo! TCHAU.

 

Renata encerra a chamada e levanta de sua cama, onde estava sentada e caminha para a varanda do apartamento. Pensativa, ela admira a vista da praia de Copacabana. Passados alguns segundos assim Renata sente alguém chegar por trás e colocar as mãos sobre seus olhos, ela sorri:

 

Renata – Eu acho que sei quem é!

 

Ela vira-se e constata que é Danilo e eles sorriem:

 

Danilo – Meu amor!

 

Eles se beijam e se abraçam:

 

Renata – Estava falando de você com a minha mãe.

 

Danilo – O que? .... Não saiu coisa boa hein.

 

Renata – Bobo!

 

Danilo – Está afim de um passeio?

 

Renata – Onde?

 

Danilo – Surpresa! “C” acha que vou contar?

 

Sorrindo Renata acaricia o rosto barbudo de Danilo olhando em seus olhos:

 

Renata – Eu te amo!

 

Danilo segura no queixo de Renata e a beija rapidamente abraçando-a em seguida, seu rosto não demonstra tanta felicidade assim.

 

Sendo conduzida pelo porteiro, Isadora segue-o fazendo o percurso do portão principal até a entrada da casa, sem deixar passar nenhum detalhe do lugar magnífico. Ao direcionar seus olhos para a frente ainda de longe ela avista Sandra, que também a admira depois de tanto tempo. Com um sorriso encantador e lágrimas nos olhos Sandra não controla as lembranças ruins daquele fatídico dia da enchente que levou seus pais, um rápido filme se passa em sua cabeça deixando-a fora de si, Sandra retorna com a insistência de seu empregado porteiro:

 

-  Dona Sandra! Dona Sandra! Sandra – Oi!

 

-  A senhora está bem? Sandra – Sim.

 

-   Essa é a senhora que deseja vê-la.

 

Finalmente frente a frente elas se aproximam, Isadora expressa um choro convincente:

 

Isadora – Sandrinha! Eu nem acredito que isso está acontecendo.

 

Chorando com ar de felicidade Sandra abraça Isadora que solta sua mala no chão:

 

Sandra – Meu deus... que saudades Dora! Minha irmã! Achei que nunca mais voltaria a vê-la. Você está linda!

 

Isadora – Imagina! Você é que está maravilhosa! Fina. Eu estou destruída acabei de perder meu esposo.

 

Sandra – Eu sei ... eu sinto muito, mas não fale assim. Aqui você vai recomeçar ok? Vamos entrar?

 

Isadora pega sua mala e enquanto caminham Sandra enxuga suas próprias lágrimas e as de Isadora também:

 

Sandra - Eu nunca esqueci de você, eu voltei lá depois de alguns anos, voltei para ajudar. Mas você havia saído da cidade, foi quando eu fiquei sabendo que seus pais também haviam falecido eu não pude nem me despedir deles estando no final de suas vidas.

 

Isadora – Dos meus pais?

 

Sandra – Sim! Se hoje estou aqui é por que eles me ajudaram, naquele dia. Você é mais nova que eu, mas deve lembrar, não é?

 

Elas param na porta da casa:

 

Isadora – Claro! Impossível não lembrar, sabe que ... eu só fui pra Curitiba por que meus pais morreram doentes. Se não, continuaria morando lá no interior do Paraná, eu acho que tenho um sério problema com mortes, porque depois que elas acontecem... eu saio, não consigo conviver no mesmo lugar.

 

Sandra – Teremos muito tempo para colocar nossas palavras em dia.

 

Quando Sandra vira-se para abrir a porta Isadora muda a expressão de mulher sofrida para outra emitindo ódio e uma certa raiva de Sandra.

 

No Rio de Janeiro, Renata e Danilo estão a passeio dentro de um bondinho que liga o morro da “URCA” ao “PÃO DE AÇUCAR”, admirando a paisagem abraçados:

 

Danilo – E aí gostou?

 

Renata – Você é muito bom com surpresas!

 

Danilo – Estava me subestimando e deu nisso. Não esperava tanto.

 

Renata – Não é verdade! Eu só não imaginava o bondinho, aliás foi bom, foi ótimo, estou aqui a quase um ano e parece piada, mas ainda não havia visitado isso aqui.

 

Renata pega seu smartphone e percebe que está descarregado:

 

Renata – Droga! Me empresta seu celular vamos fazer uma selfie?

 

Danilo estava com o celular na mão e rapidamente coloca-o no bolso sem que Renata perceba:

 

Danilo – O meu também está descarregado, você sabe como eu sou relaxado.

 

Renata – Ah! Fala sério... queria registrar esse momento.

 

Danilo – Já perdi as contas de quantas vezes fiz esse percurso de bondinho, a maioria das vezes acompanhado.

 

Renata entende como inapropriado o assunto franzindo a testa:

 

Renata – O que?

 

Danilo – Nossa! Eu tive tantas mulheres na minha vida! Todas elas eu trouxe para cá.

 

Renata começa a achar estranho a atitude de Danilo mas fica em silencio.

 

Danilo – E elas ficavam encantadas, mais apaixonadas ainda.

 

Danilo sorri libertinamente, ele parece tirar sarro da situação:

 

Danilo – Elas diziam: “Ah Danilo que coisa mais linda”...

 

Renata o interrompe se afastando dele:

 

Danilo – O que foi?

 

Chateada Renata descarrega-se:

 

Renata – E é exatamente isso que eu estou dizendo, não é? Eu sou mais uma imbecil da sua lista, é isso?

 

Danilo – O que? Nada disso.

 

Renata –Danilo, se você acha que sou mais uma, você está enganado demais querido.

 

Danilo começa a sorri sem parar.

 

Danilo – Olha a sua cara! Fica tão linda com raiva. Você acreditou?

 

Renata ainda não acha graça na brincadeira:

 

Renata – Você é um idiota!

 

Danilo – vem cá!

 

Ele pega no braço dela e a traz para perto dele:

 

Danilo – Eu te amo, você é louca? A surpresa que eu tinha para você, não era o bondinho não. É isso aqui ó!

 

Do bolso direito da bermuda ele tira uma caixa e ao abrir Renata vê que são dois anéis de ouro, Renata fica emocionada:

 

Renata – Está brincando ainda?

 

Danilo – Não! Agora eu estou falando muito sério. Eu quero me casar com você Renata, dividir o resto da minha vida contigo. Você também quer?

 

Uma lágrima desliza no rosto de Renata:

 

Renata – Eu quero. Quero sim.

 

Eles sorriem juntos e se beijam e ao encerrar o beijo Renata avisa:

 

Renata – Que bom que você teve uma ótima desculpa para justificar aquela brincadeira desagradável. Eu não deixaria barato.

 

E eles continuam sorrindo.

 

Alguns instantes se passam e enquanto saem do telégrafo e solo firme colocam em seus dedos os anéis de noivado sequência com abraços e carícias tendo como pano de fundo os lugares mais lindos da cidade.

 

Em certo momento Renata e Danilo já estão no apartamento de Renata. Eles se beijam e trocam carícias, tirando a roupa se jogam na cama.

 

Na mansão de Sandra, já em seu quarto, Isadora conversa com Marcelo pelo celular:

 

Isadora – Você não faz ideia do quanto ela é rica. A casa é uma mansão mesmo, cheia de empregados, um jardim enorme, eu estava com mixaria e não sabia.

 

Marcelo se refere a Luigi:

 

Marcelo – Ah... também não exagera o velho aqui até que te bancou legal.

 

Isadora – Se você voltar a citar aquele velho asqueroso, acabo com a sua cara de canalha.

 

Marcelo sorri:

 

Isadora – Tão gentil... tão educada, disse que estava morrendo de saudades de mim. Desgraçada! Sabe o que ela fez de verdade?

 

Marcelo – trabalhou pra caramba para chegar onde está diferente de você que ficou recorrendo a velhos ricos para ter alguma coisa.

 

Isadora se irrita:

 

Isadora – Marcelo! Cala boca seu imbecil. Se eu sou uma vagabunda interesseira, aposto que a Sandrinha ... também deve ser. O marido dela é podre de rico! Ele é dono da “CONSTRUTORA PAES MEDEIROS” já ouviu falar dela por aí?

 

Marcelo fica um pouco surpreso e Isadora enche os olhos com lágrimas de ódio e mente sobre as atitudes de Sandra:

 

Isadora – Sim. Pois é, é muito conhecida e é dele. A Sandra casou com ele e nem se quer lembrou de mim e dos meus pais, meus pais morreram pobres lá naquele “muquifo”. Mas ela que se prepare porque logo, logo, isso tudo aqui.... Vai ser meu!

 

Na “Construtora Paes Medeiros” em sua sala Ernesto assina alguns papeis entregues por dois executivos Genesis e Giovanna que está grávida com tempo de 7 meses, eles estão sentados lado a lado em frente à mesa de Ernesto:

 

Ernesto – Vocês precisarão de mais alguma coisa para adiantar o início das obras?

 

Giovanna – Só do seu consentimento e isso o senhor já está fazendo.

 

Ernesto sorri:

 

Genesis – Já está tudo encaminhado, provavelmente na semana que vem encaminharemos as equipes para os terrenos.

 

Ernesto – Ótimo! Três grandes obras para começar no mesmo mês. Três grandes pepinos para resolver.

 

Giovanna – Verdade!

 

Ernesto – E vocês como sempre dando conta de tudo, juntos. Não tenho só um braço direito como todo mundo, tenho dois.

 

Giovanna e Genesis sorriem e ela tocando na barriga se refere ao bebezinho:

 

Giovanna – Acho que são três braços direitos Senhor!

 

Ernesto cai na gargalhada:

 

Ernesto – Ah é verdade! Quantos meses já Giovanna?

 

Giovanna – 7!

 

Ernesto – Nossa... pertinho hein. Sinceramente, eu nunca vi um casal trabalhar junto e se dar tão bem como vocês!

 

Sorrindo Genesis e Giovanna dão as mãos e se olham.

 

Genesis – Tem explicação. Agente se ama.

 

Ernesto – Genesis seu espertinho.

 

Giovanna fica emocionada e todos sorriem.

 

O casal se levanta:

 

Giovanna – É verdade! Senhor Ernesto, vamos dar continuidade.

 

Genesis pega os papeis da mesa e coloca-os dentro da pasta que está em suas mãos.

 

Ernesto – Ok muito obrigado! Me deixem informado sobre as novidades.

 

Genesis – Claro que sim.

 

Giovanna – Até mais Senhor!

 

Genesis – Tchau!

 

Ernesto – Tchau queridos!

 

Eles saem da sala e ao constatar que já foram, Ernesto tira o smartphone do bolso e confere suas mensagens recebidas, ao ler uma delas ele aparenta se irritar e faz uma ligação para o número da mensagem, alguém atende:

 

Ernesto – Eu já disse para você não me mandar mensagem!

 

A pessoa na linha fala algo e Ernesto responde ainda irritado:

 

Ernesto - Claro que não. Você quer me prejudicar?

 

Ele ouve mais alguma coisa e responde:

 

Ernesto - Não interessa, mais tarde conversamos.

 

Nesse momento Lorena, a bela responsável e tímida secretária de Ernesto entra na sala e Ernesto desliga a ligação:

 

Lorena – Desculpe Senhor!

 

Ernesto – Não tem importância Lorena pode falar!

 

Lorena – O senhor me pediu esses relatórios ontem, aqui estão.

 

Ernesto – Ah sim... obrigado.

 

Ernesto estende as mãos junto com Lorena e ele ao pegar os papeis de uma certa forma acaricia os dedos da secretária que percebe e fica um pouco desconfortável:

 

Ernesto – Muito obrigado Lorena! Você está muito bonita hoje.

 

Ainda sem Graça Lorena se retira:

 

Lorena – Obrigada Senhor Ernesto.

 

Ele continua admirando a beleza da moça com um olhar fixo e deslumbrado.

 

Isadora conversa com Sandra na sala de estar casa, olhando fotos no álbum da família, já com uma roupa mais bonita e melhor maquiada ela vê uma foto de Renata:

 

Isadora – Essa é a sua filha né?

 

Sandra – Minha vida!

 

Isadora – Muito linda!

 

Sandra – Ela mora no Rio de Janeiro.

 

Isadora – Casada?

 

Sandra – Não, mas não vê a hora.

 

Isadora – Desculpa, mas porque ela mora lá?

 

Sandra – O namorado... ou melhor, “Namorido” mora lá. Ela foi só para passear, aí eles se conheceram e ela acabou ficando por lá até hoje.

 

Isadora – Nossa ela deve gostar muito dele né?

 

Ao virar a página do álbum Isadora avista Ernesto e admira-o com ambição:

 

Isadora – Seu marido?

 

Sandra – Sim Ernesto, meu grande amor. Quando cheguei em São Paulo naquela época, trabalhei na construtora do pai dele, essa que hoje é dele eu era secretária.

 

Isadora – Dele?

 

Sandra – Não! Do pai dele, o Ernesto nem trabalhava lá ainda. Mas o Dr. Henrique, o pai do dele, gostava muito de mim como funcionária dele e me convidou para uma dessas festas de lançamento que eles fazem quando terminam a obra de algum edifício sabe.

 

Isadora ouve com atenção:

 

Sandra – Foi lá que eu conheci o Ernesto era um rapaz tão lindo, educado bem vestido eu o vi e me apaixonei de cara, mas foi só isso, acho que ele também me notou por que depois daquele dia, ele sempre passava na construtora antes de ir para a faculdade só para me ver.

 

Isadora – Nossa! Então ele também ficou louco por você.

 

Sandra – Disse ele que sim.

 

Isadora – E depois vocês se casaram...

 

Sandra – Nossa demorou demais, eu tinha uns 19 anos e ele 22 a gente namorou um bom tempo.

 

Sandra fica triste:

 

Sandra – Então, ele se formou em engenharia, antes já era formado em administração foi quando o Dr. Henrique faleceu e ele assumiu a presidência.

 

Isadora – Eu não tive a mesma sorte que você.

 

Entristecida, Sandra segura a mão direita de Isadora que mais uma vez simula emoção e mente se referindo a morte de Luigi:

 

Isadora – Eu o amava tanto.... Só tinha ele comigo sabe. Ele chegou bem em casa ainda conversamos, fiz um chá de cidreira que ele adorava. E aí de repente, de repente ele caiu do sofá, do nada ele caiu com a mão no peito com muita dor. Ele tinha problemas no coração e não havia tomado o remédio.

 

Sandra – Ele era mais velho, não é?

 

Isadora – Sim, mas isso não mudava o que eu sentia por ele. Ele queria que eu casasse com ele sabe, de papel passado, mas eu não queria, porque nada do que ele tinha financeiramente falando me interessava, eu o amava eu queria estar com ele não com os bens dele.

 

Sandra – Eu sei! Calma!

 

Sandra a abraça forte e Isadora pelas costas da amiga, comemora mais uma cena convincente que fez.

 

Conversando abraçados deitados na cama, Danilo e Renata imaginam o futuro para eles:

 

Renata – Você... já pensou em morar em São Paulo?

 

Danilo – Hum... eu amo o Rio de Janeiro.

 

Renata fica pensativa:

 

Danilo – Achei que estivesse gostando daqui.

 

Renata – Estou adorando. Mas minha vida está em São Paulo, podemos construir algo juntos lá.

 

Danilo se irrita:

 

Danilo – Por que? Quer ficar perto de seus pais, não é?

 

Renata – Também! Mas é claro, só que vai muito além disso... Danilo minha família é proprietária de uma empresa importante que tem anos de existência, uma vou precisar assumir.

 

Danilo – Olha Renata, você tem que desapegar mais dos seus pais sabe, eu sei eles são legas, sua mãe é legal, mas precisamos começar do zero fazer nossa própria trilha, você quer pegar o bonde andando.

 

Renata – Olha aqui Danilo eu amo você mas tem momentos que você demostra ser muito estúpido.

 

Franzindo a testa Danilo rebate:

 

Danilo - Estúpido?

 

Em tom firme e direto Renata repete:

 

Renata – Estúpido! Você já pensou no seu futuro Danilo? O que você quer da sua vida afinal? Você nem trabalha! Você vive de uma maneira que nem eu conheço. Quem é você?

 

Danilo fica pensativo e olha para Renata:

 

Danilo – Eu já te falei antes sobre minha vida.

 

Renata – Mas ainda não me provou nada. Olha, eu te conheço a quase um ano você pediu hoje em casamento e isso foi maravilhoso, mas não entendo por que você esconde segredos de mim.

 

Danilo – Quer saber, eu vou para casa.

 

Danilo levanta da cama, veste a bermuda e a camisa. Renata fica intrigada com a atitude do noivo e só observa enquanto ele sai do apartamento. Renata coloca as mãos na cabeça e ao virar-se para o outro lado da cama, ela sente algo embaixo dos lençóis e procura achar com as mãos, é o celular de Danilo:

 

Renata – Hum... esqueceu!

 

Danilo já no corredor do andar esperando o elevador abrir, percebe que deixou o celular na cama de Renata e com a preocupação em seu rosto e passos apressados ele volta em direção ao apartamento, ao chegar lá encontra Renata sentada na cama chorando em silencio, com o olhar fixo no aparelho. Danilo fica assustado e visivelmente nervoso ao ver a cena. Renata olha para ele com revolta:

 

Renata – O que é isso? Dessa vez você não está brincando comigo, não é?

 

Danilo fica pasmo com a situação.