Fanfic: Ma Belle

8 Voz

Foi meses sem troca de palavras entre Gustavo e Julia.

Ela havia cumprido sua palavra,e uma das qualidades de Julia era guardar assuntos e cumprir promessas.

Gustavo ouviu muito de sua mãe e se arrependeu de ter trancado e numa noite ele bateu na porta de Julia que se encontrava só.

Ela abriu a porta,bonitinha más não mais linda como ele achava.

Pois ela estava com um semblante abatido e cansado.

Ele a abraçou tão forte que este sentiu o cheiro de amaciante da roupa de Julia.

-Não me diz que eu estou trancando o curso dos meus sonhos só pra não te ouvir mais...Não importa se é noticia boa ou ruim,eu sou teu amigo,e estou pronto pra ouvir tudo que venha de ti Belle...Você não sabe como eu me preocupo contigo.

Julia ainda abraçada,se sentou,pensativa..

-Só a tua voz...Não importa o que tu disser.Gustavo a abraçou mais forte ainda.

-Eu estou aqui,por perto,quando precisar...

Mesmo assim,Julia não pronunciou nada.

Gustavo estava abrindo mão de muita coisa por Julia,e ele achou e teve certeza que a amiga estava certa.

O que era estudar e esperar,os anos passam tão rápido e Julia se o amasse de verdade o esperaria.

E ela e sua mãe estavam certas de estarem bravas.

E muito.

9 Não entendo o porque.

 Ele conversou por messenger com Arthuro.

Thuro disse: Oi,quanto tempo.

Gus disse;Nem tanto assim.

Thuro disse:E como andam as coisas,a Julia?

Gus disse: Muda,quieta,fez um voto de não falar comigo.

Ele explicou o por que da mudez da moça a Arthuro e desligou seu computador e tentou dormir.

Ele pensava nela,na faculdade,nos estudos,no seu futuro,com Julia ou sem Julia.

E por que ele pensaria nela,se esta somente apenas amiga era?

Gustavo estava estranho.

Julia teve que conversar ou enrolar a sua vó,com algumas respostas nada surf,e ela ficava angustiada quando Julia não respondia com certeza.

Eram perdas de memórias recentes e as antigas pareciam que a cada dia iam se aconchegando na cabeçinha da vó de Júlia que estava mais angustiada que Dona Emilia.

Ela ligou Death Cab for cutie que era uma de suas bandas preferidas e se sentou ao lado de sua vó.

E esta quis ficar sozinha no quarto.

Apenas Júlia sozinha na sala,engoliu o choro a seco e foi preparar a janta.

O ventinho gostoso de verão na janelinha da cozinha e o chão geladinho e refrescante não eram o suficiente para levantar a estima.Nem mesmo uma música especial.

-“Ah se eu não fosse assim tão tristonha...”

 As cebolas fizeram com que ela lacrimejasse e os lacrimejos se tornaram choros.

Ela pensou em chamar Gustavo más tinha feito a promessa e não poderia quebrar.

Ela agüentou e terminou de preparar a janta.

Decidiu quebrar sua promessa.

Ligou para Gustavo que venho rapidinho sem que sua mãe soubesse.

-Eu te amo muito,me perdoa,você está errado,eu sou sincera,não quero mais ficar longe de ti.Nunca mais.

-Você chorou?

-É o que mais faço de uns tempos pra cá.Ver que sua vó de um dia por outro perde a memória e ainda vai perder mais dela.É triste.

-Eu to contigo para o que der e vier.

-Eu queria um castelo forte...

-Você me tem,eu vou te ajudar,enquanto tu não superar e conseguir se erguer e se acostumar eu não volto pra São Paulo.

Júlia ofereceu janta a Gustavo que aceitou e comeu junto com Dona Emilia e esta logo se retirou.

-Minha mãe acha que eu estou na casa do Guilherme.

-Posar na casa dele?

-Sim,quero passar a noite inteira do teu lado.

-Eu te amo,amo e amo,não sei de devo proferir estas palavras.Quebrei com a minha personalidade.

-Foi por um bom motivo,e você é a mesma.Eu faria o mesmo.

Julia lavou a louça,ainda ouvindo Death Cab e voltou a falar com Gustavo.

-A sua mãe não me suporta,deve me odiar até por ter tirado seu filho por um bom tempo do bom caminho.Eu me culpo por isso Guto.

-Ela não disse nada,más não gostou,más eu fiz o melhor,eu te considero,você é como se fosse da família,desde a maternidade Julia,que vinculo maior poderia ter entre nós?

Julia quieta.

-Eu falei pra ela que eu iria continuar até você se acostumar com a nova vida e fase.

-Você não existe.

-Existo sim.

Júlia o levou correndo para a varanda.

Serviu-o com suco de bergamota.

-Que isso?

-Suco de bergamota.

-Legal,diferente,meio aguado,parece laranja.

-Invenção minha.

Gustavo tomou tudo e Júlia também.

E se repugnou.

-Não sei devo te mostrar os cartões que eu escrevi pra ti,que eu ia mandar pra São Paulo via correio.

Ela mostrou.

Gustavo leu todos,até as 1h30 da madrugada.

Alguns postais  mais importantes.

Guto,estou quase dormindo más estou escrevendo(do jeito mais antigo possível)por que estou sem tempo definido sem a net,más pelo menos eu lembrei de ti.

Agora  as ideias fugiram da minha cabeça,é sempre assim já percebeu...

Te amo.

Guto...

Guto e mais Guto,a vida,os dias sem ti são um susto.

Te amo Guto.Menino bom em tudo,esse é o Guto.

Saudades.

Gustavo releu estas duas olhando de relance para Júlia que dormia no sofá sentada.

-Acorda Belle,vamos dormir.

-Que horríveis as minhas cartas.Como diz Fernando Pessoa “Todas as cartas de amor são ridículas”

-Eu discordo com o Pessoa.

-Não vai me contar o por que?

-Conto,gosto é gosto e não se discute.

-Certo está você.

Júlia colocou seu pijama e Gustavo tinha levado na sua mochila,seu pijama,ou melhor um calção.

Ele mostrou a Júlia as matérias da faculdade e Júlia quase fez um nó no cérebro.

-Que fácil...Você é de verdade um crânio de ouro.Tirei o meu chapéu.

-E eu as minhas meias,que calor.Não estão chulezentas.

-Assim espero.

Júlia colocou suas meias listradas até os joelhos e prendeu seu cabelo fazendo uma banana..

-Não consigo dormir,minha mãe imagina que eu estou lá.

-Você não está lá.

-Não estou lá.

Júlia segurou o pulso de Gustavo que a olhou com um ar de riso escutando ambos “Legião urbana”-Ela segurava forte e respirando forte, e Gustavo estava com o acelerado coração e seu corpo estava quente e seu rosto corado e suado. Júlia também estava corada

E soltou o pulso de Gustavo.

-Pode morder,eu sei que dá vontade.

E ela mordeu,foi uma mordida suave e pontudinha,más delicada e com direito a gloss de melancia em seu pulso.

-Não se preocupa,nem doeu.Deixei você ter seu momento “vampire princess”.

-Desculpa qualquer coisa ou mordida.

Julia desabou.

-Ela está diagnosticada.

Gustavo percebeu que sua amiga estava  sofrendo demais.

Ele a mandou deitar sobre seu colo.

-Ela está agressiva e a cada semana que passa ela está pior,não tão por causa dos remédios.Eu estou a perdendo Guto.

Gustavo pesquisou sobre a doença na internet juntamente com Júlia que olhava atentamente para as informações.

-Eu não sei o que fazer mais...

-Esperar e ver se os remédios estão fazendo efeito.

-Estou me sentindo impaciente.

-Tem que esperar,você não é a menina do tempo.

-acho que nós dois temos problemas demais,e cada um de nós temos que enfrentar seus gigantes sozinho pois nós vamos,um dia,nos separar.Acabou o nosso conto de fadas Gustavo,a realidade chegou pra mim e para ti faz tempo más ó agora que nós fomos cair nela.Primeiro pelo olhar maldoso das pessoas em relação ao nosso amor e depois...

-Por que um problema deixa uma pessoa tão amarga?Queria obter uma resposta.

-Por que a vida não é tão doce assim...Não seja burro de ficar com uma amiga que tem uma vida cheia de problemas e triste que só ela só,Não perde a oportunidade lá em São Paulo por minha causa.Se você me ama de verdade,me larga de mão,sofre um pouco,chora se tiver que chorar,más supera,você tem um futuro brilhante...Pelo amor de Deus,não o desperdice.Vai pra São Paulo pela sua família que te quer ver muito bem e por...

-Ti.Não tenha vergonha pois é por ti que eu estou aqui.

-Faz isso por mim então...

Gustavo pensou e chegou a uma resposta.Sim.

-Eu faço sim,mesmo querendo ir pra São Paulo,eu quero ficar junto contigo o resto da minha vida.

-Eu não quero frustrar as tuas idéias más são 5 anos e até lá nos temos que viver...

Gustavo entendeu que era sobre relacionamentos amorosos e pensou numa resposta boa.

-Júlia,se os teus sentimentos coincidirem com o que eu vou te dizer agora...

-5 anos,eu termino,me guardo e volto pra ti,e você se guarda pra mim,agüenta durante estes 5 anos?

Júlia pensou,ligou “Only ones why..” do “Arctic monkeys”e respondeu:

-Me guardo,más por que?

-É meio que um sacrifício e uma confiança tremenda.

-E saber que em São Paulo tem tantas paulistas interessantes e mulheres interessantes que vão pra lá..E você também é interessante e mora numa república...Então é um sacrifício completo.Você tem certeza,está sóbrio e são pra concordar com o que diz?

-Tenho e absoluta do que digo.

Gustavo disse numa total firmeza que convenceu Júlia a concordar de verdade em se guardar.

-Eu ainda sou por tua causa,eu não descumpri aquela promessa boba feita entre nós aos 10 anos.

-Você?

-Sim,eu.Por que?

-Você é para casar.Não acredito nisso Gustavo!

-E você,cumpriu?

Júlia ficou séria e com uma expressão de “AFF” disse sim.

-Eu não acredito Júlia,até tu.

-Promessa é promessa,não importa a idade.