Fanfic: O Nosso Amanhã | Tema: Rebelde, Ponny, RBD, Anahí, Alfonso, Los A

Anahí não esperava por aquela resposta, mas também não se abalou como Poncho esperava ou até mesmo desejava. Ela direcionou os olhos em várias direções como se estivesse seguindo os ponteiros de um relógio e apertou os lábios, aparentemente estava pensando em algo, aprofundada em pensamentos como se buscasse no fundo da mente o que iria dizer, mas conseguiu surpreender Poncho ao apenas mostrar-lhe um sorriso delicado no rosto, um sorriso que dizia “tudo bem”.

    -Não vai gritar? –Ele levantou os braços com agitação quase que exagerada –Não vai chorar aos meus pés, como uma louca? –Ele parecia decepcionado com o sorriso delicado e gentil de Anahí, ele não esperava que ela agisse daquela maneira, ela era sempre tão sentimental e ele não conseguia entender porque ela não havia caído nos prantos ainda. Ah! Aquilo realmente o decepcionou, ele estava com raiva! Estava com raiva de ter visto Chris acordando ao lado dela e a fazendo rir de uma forma tão exagerada. Ele queria incomodá-la, tirar a felicidade do rosto dela pelo menos por um minuto até se arrepender.

    -Não –ela respondeu levantando os ombros e sorrindo novamente sem mostrar os dentes.

    Ele acabou ficando confuso com aquela grande confissão que ela lhe dera em apenas uma palavra, e os pensamentos de Poncho agora davam voltas e nós, ele pensava em se Anahí já havia o deixado de amar também, se ela já estava com outro ou se ela na verdade nunca o amou! Sentiu-se triste ao encarar novamente o sorriso quase que ingênuo de Anahí se não fosse por alguns traços de maldade. Ela passou ao lado dele esticando o corpo para não encostar no dele e saiu do quarto correndo saltitante e alegre no corredor da casa em direção a cozinha, onde estava Christian, seus pais e a irmã Diana.

    Poncho ficou sozinho no quarto e sem atitudes, ele não sabia o que estava fazendo ali, Qual foi o real motivo que o levou até a casa de Any? Se fosse verdadeiramente apenas para ver se ela estava bem, ele pôde conferir que ela aparentava estar melhor do que ele imaginava e então já poderia ir embora feliz.

    Ele adentrou no quarto da moça, observando cada detalhe como se procurasse uma pista, os pingos de chuva batiam na vidraça fazendo um barulhinho aconchegante, ele apoiou o braço na estante e se deparou com um porta-retratos deitado propositalmente ao lado de vários outros retratos, ao revirá-lo Poncho viu que era a sua foto com Anahí. Ele pegou o porta-retratos e o ergueu frente ao seu rosto, lembrou-se do dia em que tiraram aquela foto ainda estavam gravando os primeiros capítulos da segunda temporada de Rebelde, ainda não haviam assumido o romance, mas já haviam começado a ficar, ela foi flagrada saindo do quarto dele várias vezes, mas mesmo assim continuaram negando o namoro. Estavam tão felizes naquela foto: Any suspensa no ar com um sorriso gigantesco e Poncho que a envolvia em um tipo de abraço coberto de areia usava uma camisa vermelha na cabeça, o mar foi o plano de fundo da fotografia, ele nunca esqueceria aquele dia, estavam fazendo cenas para a novela, mas nada parecia fictício.

     “ Poncho e Anahí estavam prestes a se beijarem em mais uma das cenas românticas de Mia e Miguel na ilha, Poncho dividia o olhar entre os lábios rosados e os olhos azuis da companheira de gravação, apertava seu corpo contra o dela com as mãos em suas costas nua e sentia os seios arfantes da loira em um sobe e desce que o deixava fora de si. O barulho do vento passando rápido sobre seus ouvidos e envolvendo o cabelo dela deixava tudo mais mágico. Era algo maior do que apenas uma interpretação e ele sabia disso!

    -Okay! Corta! –Falou Pedro no auto-falante, saindo da cadeira dobrável em que estava sentado e caminhou descalço sobre a areia branca com as pontas da calça dobrada, ele caminhou em direção a Anahí e Alfonso que já não estavam mais abraçados, mas não haviam tomado distância um do outro. O pessoal da produção estava desarmando equipamentos. Any e Poncho se olhavam fixamente com uma respiração profunda. Pedro deu duas tapinhas no ombro de Poncho e sorriu para Anahí, chamando a atenção deles –Vocês estão fazendo um trabalho incrível! Parabéns –Ele sorriu novamente para os dois que retribuíram o sorriso. Pedro começou a caminhar em direção oposta a que eles estavam, enquanto tomava distância dos dois ergueu a mão e mostrou-lhes três dedos – Vocês terão trinta minutos de descanso, depois voltaremos a gravar.

    Anahí ficou cutucando a unha com os olhos baixos em frente a Poncho que a olhava fixamente e via a face dela corar durante aquele silêncio romântico que se formara entre os dois. O azul do mar bem ao lado deles e a areia branca aos seus pés, parecia que eram só eles no paraíso caribenho.

    -Então –Ela olhou para Poncho com os olhos um pouco encolhidos por causa da claridade –Você tem meia hora para mudar a minha vida!

    -Então em meia hora você vai fazer qualquer coisa? –Ele sentia a respiração dela próxima a ele e aquilo o deixava em êxtase, ele sabia que dentro dele havia um sentimento muito intenso de alegria, prazer, admiração, entre outros apenas por estar tão perto dela sendo ele mesmo. O coração dele estava disparado e ele pensou que podia senti-lo –Vem comigo? –Ele estendeu a mão para ela –Vamos fugir!

    Ela sorriu e apertou a mão dele, os dois saíram correndo sem saber ao certo qual caminho estavam tomando, apenas corriam tocando os pés no mar, não gravaram mais naquele dia. Pedro e o pessoal da produção ficaram loucos atrás deles, mas eles não se arrependeram de nada que fizeram mesmo levando uma grande bronca de Pedro, e a partir daquele dia nunca mais se separaram até então chegar o fim do RBD.”

    Poncho pôs a foto novamente no lugar em que estava da mesma forma que a encontrara, ele estava inquieto, suas mãos iam dos lábios para os cabelos, seus olhos estavam completamente perdidos e ele expirou pela boca enquanto fechava os olhos na tentativa de se acalmar. Ela não tinha certeza de que estava fazendo a escolha certa ao terminar com Any.

    -Você está tenso –Agora era ela quem estava encostada na porta com os braços cruzados e um olhar piedoso –Poncho, você está confuso e eu compreendo isso. Eu sei que você gosta de mim –Ele baixou o olhar e balançou a cabeça em negatividade, ela se aproximou e ergueu levemente o rosto dele fazendo com que ele a olhasse no fundo dos olhos –Eu vou te deixar pensar melhor, vou te dar uma semana para você entrar por essa porta –ela apontou para a porta do quarto –e dizer que ainda me ama. Se isso não acontecer, eu vou lutar e vou te esquecer. Eu prometo!

   -Não, Any -Ele empurrou a mão dela do rosto dele -Eu não quero pensar melhor, eu já decidi e só quero que você entenda isso! é tão difícil para você?

   Ela deu um passo para trás e cruzou os braços em silêncio, esperando que ele prosseguisse.

   -Eu só vim ver se você estava bem, se tinha aceitado numa boa, okay? 

   -Pois então tome seu anel -Ela deslizou a mão sobre o anel e o retirou, o anel que ganhara de Poncho no dia em que ele a pediu em casamento, se ele queria realmente finalizar a história dos dois, não haveria o porque ela continuar usando aquele anel e como ela não teria a coragem de jogá-lo no lixo a única opção era devolvê-lo -Eu não quero mais nada que me ligue a você. -Poncho suavizou a expressão que tinha no rosto, ele não esperava por aquela atitude, ele não queria aceitar o anel de volta. Uma confusão se passava em sua cabeça, ele não queria que Anahí o devolvesse o anel pois aí seria o verdadeiro sinal de que os dois já não teriam volta, mas ele não queria mais continuar ao lado dela. Ele já não sabia o que queria.

   -Não, Any -Ele falava baixo e cauteloso enquanto Anahí segurava o anel em direção a ele o oferecendo com o rosto sério -Não precisa disso. Eu quero terminar de uma forma amigável, quero continuar sendo seu amigo...não quero que você saia da minha vida!

   -CHEGA! -Ela gritou e em seguida mordeu os lábios, esperou um minuto para que pudesse falar sem fraquejar, enquanto Poncho a olhava boquiaberto e com a face levemente tristonha -Eu sei que vou sofrer -ela deu uma pausa e suspirou antes de continuar mais uma vez -Sei que vou chorar mais por você! -Ele apenas a olhava parado -MAIS EU ESTOU VIVA! 

   -Any...

   -EU TENHO MEU ORGULHO! A MINHA DIGNIDADE! -Ela levantava e baixava os braços enquanto falava ainda segurando o anel que queria devolver a Poncho - EU NÃO VOU MAIS ACEITAR QUE VOCÊ ME FAÇA DE BRINQUEDO, ALFONSO! EU TENHO SENTIMENTOS! -Ele baixou o olhar envergonhado, Anahí estava certa, ela estava certa -O amor...o amor não suporta ser tão humilhado assim! 

   O silêncio prevaleu por um instante, ele evitava olhar para ela, mas ela o fitava severamente. Anahi havia chegado ao limite, já não sabia o que Poncho queria dela, ele parecia estar gostando de torturá-la, estava na hora de por um ponto final naquilo.

   -Quando você sair por esta porta novamente, não se preocupe em voltar para certificar-se de que eu estou bem ou mal. Vá embora e me deixe sozinha, em paz! E siga seu destino

   -É isso o que você deseja? -Ele mantinha a voz tão baixa que certamente só ela podia ouvi-lo.

   -Sim -Disse decidida segurando as lágrimas que estavam prestes a cair. Alfonso Herrera lhe deu as costas pronto para sair novamente por aquela porta, mas Anahí ainda precisa dizer-lhe mais algumas palavras -Poncho -Com o chamado ele voltou a olhar para ela, ainda triste. Ela ergueu novamente a mão em que segurava o anel e ele a olhou parecendo surpreendido -Pegue o seu anel -falou cada palavra cuidadosamente -Não quero mais nada que venha de você! -Ela ergueu o anel em frente aos olhos deles, e o olhar dos dois cruzarem-se dentro do arco daquele anel que selaria a aliança entre os dois. Era o fim definitivo. Poncho não tinha mais o que fazer, ergueu a mão e deixou que Anahí soltasse o anel sobre ela.

   Ele olhou para aquela mulher que estava deixando para trás mais uma vez e uma lágrima caiu dos olhos de ambos em unanimidade, nenhum dos dois se dispôs a enxugá-la, Poncho baixou o olhar e de costas para Anahí cruzou aquela porta sem olhar para trás