Fanfic: O Nosso Amanhã | Tema: Rebelde, Ponny, RBD, Anahí, Alfonso, Los A

Anahí continuava encostada naquela árvore de cascas grossas, agora olhando para o visor do celular pelo qual havia acabado de receber a notícia de que o homem por quem era apaixonada já não queria nada com ela, se não estivesse sentada na grama verde e bem aparada do quintal provavelmente cairia no chão. Sua visão estava embaçada e tudo em sua volta estava acontecendo muito devagar, o vento ao tocar a grama, o barulho das folhas nas copas das árvores balançando, os seus cabelos desordenados contra o tronco. Sentia-se tonta e cansada, por isso respirava e expirava alto demais para uma pessoa saudável, começara a soar frio e estava tão ofegante. Apesar de estar com os olhos bem abertos, ela não conseguia enxergar nada direito, borrões verdes que julgava ser a grama era o que conseguia identificar. Estava sentindo tanto calor, mas não conseguia erguer as mãos para se abanar, passava a mão sobre o rosto na tentativa de retirar o excesso de suor, mas parecia impossível. Suas mãos não paravam de tremer. Um calor vindo do interior de seu corpo saia por seus lábios ressecados e pálidos, os olhos molhados não enxergavam nada, os borrões verdes começaram a escurecer, escurecer, escurecer...e de repente tudo apagou.

    -Ela está acordando –Anahí ouviu alguém sussurrando muito próximo ao seu rosto. Sentia a presença de mais de uma pessoa.

    -Cale a boca!

    -Ah! Cala você...ela já está acordada!

    -Por acaso você é o médico? –Anahí sentiu alguém apertando sua mão direita, a mão em que ainda usava o anel de compromisso. Ela estava consciente do que estava acontecendo naquele momento, sua família estava ao seu redor e ela estava em sua cama, havia desmaiado. Ela não queria dar explicações, nem mentir, mas não poderia continuar fingindo que estava dormindo.

    -Caladas as duas! –A Voz autoritária do pai dela fez com que as outras duas vozes femininas calassem. Ele passou a mão na face de Anahí e ela abriu os olhos –Está se sentindo melhor, filha?

    Anahí balançou a cabeça em confirmação, neste momento seu estômago revirou, um queimor subiu-lhe pela garganta chegando próximo a boca. Ela pensou que iria vomitar, mas a sensação sumiu repentinamente e ela engoliu a saliva que se formava em sua boca.

    -O que aconteceu? –Ela tossiu ainda deitada.

    -Você desmaiou! –Falou Diana rápida sentando-se ao seu lado na cama com os olhos fixos no celular –Aqui diz que os motivos de desmaios variam entre medo, trauma emocional, estresse, queda súbita de pressão, Dor severa, baixo nível de açúcar no sangue devido ao diabetes ou longos períodos em jejum, hiperventilação (respiração rápida e superficial), Desidratação, Ficar em pé por muito tempo...

    -Entendi –Disse Anahí interrompendo a irmã que lia os resultados que havia encontrado na internet –Obrigada. –Diana sorriu sentindo-se útil.

    -Você esqueceu de citar um motivo muito importante Diana! –Falou Marichelo, a outra irmã de Anahí –Gravidez!

    -O QUE? –Todos presentes indagaram em unanimidade, todos mantinham a mesma expressão assustada no rosto a não ser Marichelo que parecia lívida e com aquele sorrisinho desafiador no roso.

    -Ué, gente! –Ela sorriu olhando para o rosto de todos, Anahí parecia constrangida, agora sentada na cama encostada na cabeceira com os braços cruzados e balançando a cabeça em negatividade, com os olhos apertados em direção a Marichelo –Porque me olham assim? A Any pode estar grávida sim! Porque não?

    -Isso é um absurdo Marichelo! –Ela cuspiu as palavras no rosto da irmã –EU NÃO ESTOU GRÁVIDA!

    -Filha, se estiver –Tisha, a mãe dela apoiava a mão no ombro do pai que ainda não parecia ter digerido todo o diálogo –Tudo bem. Somos uma família moderna!

    -QUEM É O SAFADO? –Gritou Enrique, o pai de Anahí retirando o cinto que estava suspendendo sua calça cor de pastel. Anahí se encolheu na cama e estendeu as mãos em direção ao pai, como se pedisse que ele “cessasse o ataque”. Ela pulou da cama e cambaleou, Diana segurou seu corpo e ela retomou o controle.

    -Pai, não existe safado nenhum! –Disse Anahí abraçando o pai –Eu não estou grávida. É tudo paranoia da Chelo.

    Enrique parecia ter recuperado a calma com aquelas palavras e suspirou relaxando, não gostava nem de pensar em alguém fazendo mal a sua filhinha caçula, a protegia com todo o amor que um pai é capaz de ter por uma filha. Ele sabia que nos últimos dias, Anahí não estava muito bem, podia perceber apenas de olhar nos olhinhos azuis dela, coisa de pai!

    Ele pôs o cinto no lugar em que deveria continuar e beijou o rosto de Anahí, em seguida a guiou até a cama enquanto as outras mulheres presentes apenas assistiam a cena em silêncio e com ternura. Anahí deitou-se na cama novamente e o pai cobriu seu corpo com uma coberta fina já que o dia estava calorento.

    -Então, me diga o que está sentindo, Any –Ele a olhava com olhos tão meigos e ternos, Anahí podia ver a preocupação estampado neles. Enrique apertava a mão de Anahí como sempre fazia quando colocava ela para dormir quando criança –Está tão diferente ultimamente. Você desmaia, não encontra as palavras, você vive tristonha pelos cantos da casa e você não é assim.

    -Verdade, Any –Continuou Marichelo passando a mão sobre os cabelos loiros de Anahí enquanto a mesma concentrava o olhar nela –Estamos acostumadas com o teu sorriso contagiante e ele sumiu!

    -O que está acontecendo, Any?

    Anahí estava rodeada de pessoas que a amavam e sentia-se tão grata por pertencer aquela família, que apesar dos desentendimentos uma vez ou outra continuava sempre unida. Estavam todos preocupados com ela, as pessoas que a amavam estavam preocupadas com ela, e ela percebeu naquele momento que não poderia se permitir a continuar sofrendo por um homem que não tinha coragem nem de ao menos olhar no seu olhar para dizer que já não a amava!

    Seguiria sua vida. Não lutaria e nem choraria mais por Poncho! Pensou que “se ele realmente se importasse estaria ali ao seu lado”.

    -Eu...-Anahí baixou o olhar na tentativa de encontrar as palavras corretas para responder as perguntas feitas por seus familiares, mas nada que pensara era muito convincente. Seu pai sentado na cama segurando sua mão, Marichelo acariciando seu cabelo carinhosamente, Diana sentada do outro lado da cama a olhando como quem espera o resultado final de um jogo e sua mãe sorrindo como se já soubesse a resposta que ela daria –Eu vou seguir em frente! –Sorriu.

Anahí levantou seu tronco corporal da cama e abraçou seu pai, suas irmãs também os abraçaram. Tisha assistia a cena como quem asiste a um final feliz de um filme