Fanfic: O Nosso Amanhã | Tema: Rebelde, Ponny, RBD, Anahí, Alfonso, Los A

Anahí continuava desviando seus grandes olhos de Poncho para o anel, ela tinha a mão direita na localidade onde se encontra o coração na tentativa de controla-lo pois este queria fugir, explodir de emoção. Com a mão desocupada ela continuava a se apoiar na estante, tinha certeza que se não tivesse a segurando iria ao chão. Tudo parecia estar em câmera lenta, seu olhar era lento e pesado, Poncho parecia ter virado uma estátua e ela conseguia enxergar o sangue fugindo da face dele aos poucos por medo de uma resposta negativa, ele deveria saber que ela nunca diria não. O vento entrava pela janela envolvendo a cortina transparente que ficara suspensa no ar, mas Anahí não ouvia o seu som. O tempo havia parado para ela!

   -Você quer, Any? – Os movimentos voltaram, a cortina voltou ao normal, Poncho não conseguia esconder a ansiedade, queria ouvir logo a resposta da loira, apesar de acreditar que ela diria sim continuava um pouco receoso pela demora de sua resposta, ele estava branco como uma folha de papel oficio. 

    -Eu quero. –Ela continuava na mesma posição, com a mão sobre o peito, a respiração nervosa, mas agora um grande sorriso se formava em seu belo rosto -Eu quero -Repetiu a resposta para que Poncho ouvisse em sua voz a felicidade que surgia aos poucos. Ela estendeu a mão para que Poncho pudesse inserir o anel em seu dedo, ele retirou a joia com delicadeza da caixinha preta acolchoada em que estava e tocou as mãos de Anahí como quem toca uma taça de cristal. Enquanto ele encaixava o anel em seu dedo ele podia ouvir ela sorrir com descuido pelo nariz, ela estava tão feliz e ele também, era como se estivessem selando um contrato no qual constava que os dois se pertenceriam para sempre a partir daquele momento. Anahí surpreendeu Poncho com um pulo sobre ele em forma de abraço, Poncho  deu alguns passos para trás descuidado enquanto segurava a loira retribuindo o abraço, ele sentiu alívio, paz, harmonia, estava tão feliz! Beijou-lhe os cabelos loiros e ficaram unidos naquele abraço.

    -Eu te amo, Anahí –Ela sentiu que não podia estar mais feliz do que naquele momento, sua felicidade atingira o ápice! Ela já havia ouvido “eu te amo” saído da boca de Poncho outras vezes, mas todas as vezes que escutava era como se fosse a primeira! Ela o amava tanto, tanto, tanto! Era um amor tão forte e imenso que como ela dizia “Parecia não caber dentro do seu peito!” Por um minuto ela conseguiu esquecer a tristeza com que acordou naquele dia.

    O clima estava perfeito, os dois ali abraçados naquele quarto de hotel luxuoso embalando um ao outro como se embala a um bebê delicadamente, o som dos fãs ao longe gritando no térreo em baixo da varanda, o vento carinhoso ao balançar as cortinas, os olhos fechados, o amor pairando no ar. Tudo certo! Tudo estava completo.  A porta do quarto onde eles estavam foi aberta com brutalidade e eles soltaram-se  assustados, mantendo-se unidos apenas pelas mãos.  Dulce Maria havia empurrado a porta sem pedir licença como estava acostumada a fazer, os três se olharam sorrindo.

    -Então os pombinhos estão aqui –Ela sorriu sem sair do lado da porta –Vamos gente, o grupo está reunido lá no quarto do Poncho!

    -Onde? –Ele pensou ter ouvido “no quarto do Poncho”, mas seus amigos não iriam entrar lá sem a permissão dele, ou iriam?

    -No seu quarto, Poncho! Vamos -Dulce sorriu de lado enquanto falava ao ver a cara de condenação que Poncho lhe lançara - E não me olhe com essa cara, foi ideia da Mai, ela disse que o quarto onde você fica é mais auspicioso –É eles estavam lá sem a permissão de Poncho, mas isso já não o irritava, eles haviam perdido as barreiras da privacidade há muito tempo, há uns três anos atrás.

    Poncho e Any seguiram Dul de mãos dadas pelo corredor do hotel com paredes amarelas, enquanto guiava o casal Dulce checava o celular e soletrava palavras que digitava em silêncio. Quando chegaram em frente a porta do quarto em que Poncho estava hospedado, Dulce empurrou a porta da mesma forma que empurrara a porta do quarto de Anahí. Lá estavam, Ucker, Mai, e Chris os esperando sentados em cima da cama que apesar de grande e forte rangia toda a vez que Chris pulava sentado dando suas exageradas gargalhadas como um maluco.

    -Essa cama não vai aguentar nós seis! –Disse Poncho apontando para a única cama que se encontrava naquele quarto enquanto seu outro braço estava sobre os ombros de Anahí que acariciava a mão dele carinhosamente.

    -Vem logo, Poncho! –Falou Dulce depois de pular em cima da cama e ficar deitada com a cabeça apoiada nas pernas de Ucker que alisava seus fios vermelhos com devoção.

    Anahí e Poncho aproximaram-se com delicadeza da cama e sentaram com delicadeza e precaução na beirada, quando perceberam que ela obviamente não havia quebrado se sentiram mais confortáveis sorriram e aconchegaram-se para aproximarem-se dos colegas próximo ao centro da cama.

    -Então pessoal, eu pedi para que a gente se reunisse aqui, porque como vocês sabem –Mai olhava para as unhas enquanto falava, sua voz estava pesada demais, ela estava encostada na cabeceira –Nós vivemos belos dias. –Enquanto ela discursava todos balançavam a cabeça em aprovação -Teremos para sempre boas recordações, daquelas noites de alegrias, músicas e emoções. O que foi felicidade hoje já está me matando de saudade. –Ela riu, erguendo os olhos apertados pelo riso e abaixando-os em seguida, lembrara de alguma coisa e levantou o olhar sorridente mirando em cada um ali presente –Lembram quando o Ucker afogou o boneco Peter Pan da Any no café e a Dul brigou com ele a semana toda por isso? Lembram quando pegamos o Poncho ensinando a Any a baixar filmes pornôs? –Sua fala agora era interrompida por risadinhas, Anahí escondeu-se atrás de Poncho envergonhada –E eu nunca vou esquecer quando todos nós ainda tínhamos uma relação muito profissional e o Poncho nos reuniu no quarto dele pela primeira vez para resolvermos nossas diferenças e depois daquilo...

    -Depois daquilo nos tornamos uma família –Disse Ucker interrompendo Mai, sorrindo e ainda balançando a cabeça em positividade –E eu também nunca vou esquecer quando a Dul e a Any ficaram brigadas por mim –riu convencido, Anahí e Dulce reviraram os olhos como se já não aguentassem mais ouvir aquela frase. Poncho lhe deu um leve soco no braço.

    -Gente o que eu quero dizer é que foram muitas histórias, foram muitas fases, muitos acontecimentos em apenas quatro anos! –Ela expirou parecendo cansada antes de continuar. Maite com certeza era a mais falante do grupo, ela não conseguia ficar sem falar por uma hora e por isso sempre desabafava com todos integrantes do grupo –Eu não quero sentir a falta de vocês! Eu não quero que o RBD acabe agora.

    O tom melancólico com que Mai falou as últimas frases deixou a atmosfera daquele quarto triste e silenciosa, ninguém conseguia dar-lhe palavras de consolo pois realmente não haviam. O silêncio predominou, apenas o som leve do vento o interrompia. Any levantou-se e recebeu todas as atenções daqueles que estavam presentes.

    -Nunca vai acabar -Ela disse séria, com os olhos intensos com que acordara nesse dia tão bipolar - Porque somos uma família! E família não se acaba! –O vento parecia ter se alterado, a ventania fez com que as cortinas da janela levantassem e os cabelos de Anahí ficassem lindamente cinematográficos, ela não se incomodou em domá-los deixou que o vento causasse aquele movimento –O grande problema é que se isso fosse acabando aos poucos, sabe, devagar, talvez não doesse tanto como dói agora em mim, em vocês, em todos. Mas não é assim! O problema é que veio tudo em uma avalanche...eu vou perder vocês todos de uma única vez e eu não consigo aceitar esse destino. –Poncho levantou-se para amparar Anahí que já iniciava a permitir sua voz embargada –Por favor, Poncho. Não me console agora, eu tenho que chorar a perda nesse momento, porque agora é a hora de chorar e depois eu só vou poder sentir saudades! –Poncho sentou-se novamente na cama -Algumas pessoas me disseram que isso não vai mudar nada, vamos continuar unidos mesmo que estejamos distantes e eu acredito nisso, mas o problema é que eu não aceito a me acostumar sem vocês, porque apenas em saber que não vou vê-los todos os dias, todas as horas, me sinto como se estivesse os perdendo. E perde-los muda tudo! Tudo! É o fim de uma fase aqui –Seus olhos estavam trêmulos e molhados, era possível ver os seus lábios engear quando ficava rápidos segundos em silêncio –Nossas vidas cheias de fases: infância, adolescência, o primeiro amor, a primeira vez...mas pelo menos na minha vida nada está sendo mais difícil que dizer adeus a vocês e a eles –apontou para a janela querendo se referir aos fãs – É uma dor tão grande! Não apenas para nós, mas também para aqueles que estão lá em baixo esperando qualquer sinal nosso para enlouquecerem –Ela torceu a parte da blusa que cobria seus seios –Eu não posso dizer adeus! Eu não vou conseguir me despedir...-Ela caiu sentada ao chão, pois já não conseguia se manter em pé e todos seus amigos estavam ali presentes, pularam da cama para apará-la. Os seus olhos transbordavam as lágrimas contidas e dolorosas, ela era tão delicada e tão forte ao mesmo tempo. E todos ali abaixaram-se e puseram a mão sobre ela enquanto se entreolhavam com os lábios apertados e olhos doloridos, acompanharam as lágrimas dela. Choraram juntos em tosses, suspiros e silêncios e um abraço coletivo se tornou uma aliança entre eles naquele momento.

    -Any –Dul levantou o rosto da loira enquanto suas lágrimas caiam em sincronia com a dela –Me escuta, por favor! -Dulce apertou o rosto da loira sobre seu peito - Seremos amigas para sempre! Eu te amo, Any. Todos nós nos amamos –soluços interrompiam a voz de Dulce –Gente...me prometam, que o sentimos agora. Esse amor tão grande um pelo outro, não mudará jamais. Prometam!

    -Eu prometo –Disse Christian atando as mãos a Dulce e a Anahí.

    -Eu prometo –Disse Alfonso e Maite em unanimidade, dando as mãos a Ucker e a Dul.

    -Eu prometo –Falou Ucker sem poder esconder as lágrimas que igualmente aos outros escorriam por seu rosto.

    Eles se abraçaram e beijaram-se uns aos outros misturando suas lágrimas e sorrisos cabisbaixos que iniciaram a surgir entre um abraço e outro. O abraço coletivo selou aquele pacto, para sempre estavam destinados a serem família. E naquele quarto de hotel encontravam-se seis pessoas que naquele momento eram apenas uma.