Fanfic: O Nosso Amanhã | Tema: Rebelde, Ponny, RBD, Anahí, Alfonso, Los A

Depois daquele momento de carinho entre os seis, cada um dos integrantes teve que voltar para os seus quartos individuais já que em menos de meia hora deveriam estarem prontos para uma coletiva de imprensa onde provavelmente teriam que responder perguntas sobre o fim do RBD. 

    Anahí olhava seu reflexo no espelho enquanto passava o gloss nos lábios com delicadeza, mirava seus olhos azuis com expressões indefinidas por uma fusão de felicidade e tristeza! Nossa! Como estava passando rápido aquele dia, guardou o gloss em sua mochila que estava em cima da cama aparentemente já organizada e voltou para frente do grande espelho, esse seria o dia que ela jamais esqueceria...O último show do RBD e o pedido de casamento de Poncho!

    Ela sabia que sentiria muita falta dessa rotina cansativa. Ela nunca havia imaginado o fim do RBD, talvez por isso tenha abalado tanto a ela, talvez por isso ela não conseguisse acreditar que hoje seria o dia do adeus.

    Anahí caminhou de um lado para o outro naquele quarto de hotel esfregando as mãos, ainda podia-se ouvir os gritos dos fãs no térreo uma vez ou outra quando viam (ou pensavam ter visto) alguns dos integrantes pela varanda do quarto. As famosas borboletas nas barriga a incomodavam mais uma vez, Anahí caminhou olhando para os pés até a cama acolchoada, sentou-se afundando um pouco no meio dos lençóis felpudos, pegou o controle da Tv que estava jogado ao seu lado na cama e a ligou sem propósito, só para que esperasse alguns minutos que faltavam para a coletiva.

    “...E nesta noite de vinte e um de dezembro de dois mil e oito, o RBD irá realizar sua última apresentação, aqui em Madri! -Falava a repórter com êxito - Os fãs estão desesperados e inconsoláveis, mas existem alguns que acreditam que isso não passa apenas de uma jogada de marketing:

    - Você vai sentir falta do RBD? –A repórter perguntou a uma jovem ruiva cheia de sardas no rosto molhadas com suas lágrimas.

    -Eu amo o RBD –A menina tremia segurando um cartaz, falava algumas palavras que não podiam serem entendidas pelo tumulto de pessoas que passavam de um lado para o outro fantasiadas com o fardamento do Elite way school, cabelos exageradamente vermelhos,  pessoas pintadas com as cores da banda, com cartazes e cantando as musicas mais famosas, a garota ruiva estava muito emocionada e suas mãos tremiam enquanto segurava um cartaz com o slogan da banda -...e eu não sei o que vou fazer... eu amo eles demais!

    A repórter sorriu para a garota sentindo um leve receio, afastou-se da garota e refez a pergunta a um garoto que tinha o rosto pintado com as siglas da banda, ele aparentemente bem mais calmo que a menina anterior, respirou fundo antes de responder mascando um chiclete.

    -Eu vou sentir falta, sim–A forma com que ele falava, parecia que havia perdido algumas noites de sonos. Mas apenas aparentava, pois sua voz era naturalizada daquela forma –Mais eu acho que eles só tão fazendo isso para chamar atenção, a banda não vai terminar de verdade! -Ele fez uma pequena bola de chiclete que estourou em seguida grudando alguns pedaços em seus lábios, a repórter fez uma cara disfarçada de nojo e voltou a encarar a câmera enquanto o garoto se afastava retirando o chiclete colado de seus lábios.

    -Como podem ver –A repórter apontava o microfone em direção a sua própria boca e falava um pouco mais alto do que normalmente –As opiniões estão divididas, mas só saberemos o que vai acontecer depois do show! Alguns boatos surgiram durante este tempo em que o RBD anunciou o fim da carreira, entre eles que há problemas entre as integrantes Dulce Maria e Anahí, segundo fontes, as duas já não conseguem viver em harmonia! Outra versão para o fim da banda é que eles estão com sérios problemas financeiros! -A repórter arregalou os olhos - E a versão dos integrantes é que tudo tem seu início e seu fim! -concluiu ”

   Anahí desligou a Tv, mas continuou olhando para a tela escura por mais algum tempo com os lábios entreabertos e olhos sem expressões, parecia ter parado de respirar. Estralou os lábios como se não quisesse dar atenção ao que estava pensando naquele momento, antes de levantar-se e caminhar até a porta do quarto. Abriu e fechou a porta devagar. Percorreu o olhar pelo corredor e encontrou Dul com a luz do celular iluminando seu rosto em frente a porta do quarto em que estava hospedada, Any sorriu e caminhou com os braços soltos até a amiga com um semblante melancólico no rosto, Dulce baixou o celular e arrumou uma madeixa de seu cabelo ao ver a aproximação de Anahí e sem trocarem nenhuma palavra fixaram o olhar nos olhos uma da outra, Dulce parecia mais forte ao contrário de Anahí, mas apenas porque Dulce sempre foi melhor em esconder o que sentia, mas quando trancava-se em seu quarto costumava passar sua tristeza para as folhas de papel. Ela escrevia todos os dias. Dulce respirou alto de forma entrecortada e Anahí ainda perdida nos olhos castanhos da amiga sorriu sem vida, juntaram as mãos e abraçaram-se, Anahí respirou fundo abraçada a Dul, apertou os olhos e sentiu o coração pesado demais, aquele abraço acabara de lhe dizer tantas coisas e era sempre assim! Se amavam, eram amigas, cúmplices, irmãs! Ficaram unidas por mais algum tempo, antes de sorrirem olhando uma nos olhos da outra e caminharem de mãos dadas  pelo corredor do hotel em silêncio, em direção ao hall onde seria a coletiva.

    O som dos saltos altos em pisadas pelo chão expandiram-se pelo corredor silencioso, mas foram diminuindo a proporção enquanto elas se aproximavam do hall, onde já podia ouvir-se som de pessoas trocando ideias e arrumando câmeras, gravadores, microfones, luzes, apertaram forte uma a mão da outra e ao entrarem no local os olhares foram levados para elas acompanhados de flash de câmeras fotográficas, elas ignoraram o fato e caminharam até os outros quatro que já estavam sentados na bancada onde seriam interrogados,  sentaram-se ao lado deles. Anahí sentiu o olhar de Poncho sobre ela, mas evitou retribui-lo.

    Alguém sinalizou para que pudessem começar as perguntas e assim foi. Um repórter negro com cabelos molhados de gel foi o primeiro a levantar-se segurando seu gravador apontado para a bancada:

    -Eu tenho uma pergunta parra Dulce Marria –O repórter tinha um sotaque francês –Vucê lançou o livro, Dulce Amarrago e ele tuve muita repercussão em todos os paisses que fui lançado! -Dulce apertava os lábios e acenava com a cabeça enquanto ele criava a questão – E em Dulce Amarrago, fala muitas veces de solidão. É assim que vucê se sente nesse tempo que parssaste com o RBD?

    Ela sorriu e balançou a cabeça enquanto buscava a resposta em sua mente, pigarreou e inclinou o microfone antes de responder

    -O RBD...-Pigarreou novamente -Foi incrível porque eu tenho meus companheiros ao meu lado -Ela olhou para os companheiros que a olhavam com sorrisos discretos - e sei que posso contar com eles para qualquer coisa, mas ao mesmo tempo se tornou uma das minhas etapas mais difíceis, porque é viagens atrás de viagens, ficar longe da família e dos amigos, só viver para trabalhar e a maior parte da minha vida é ficar sozinha em um hotel. –Ela apoiou os braços na bancada antes de continuar a responder -E...claro que temos os momentos alegres e felizes! Mas como nós viajamos tanto, trabalhamos tanto, as vezes ficávamos sem tempo para parar e conversar e respirar um pouco! E é isso o que eu resolvi transmitir através do Dulce Amargo, meus sentimentos mais ocultos. Estamos sempre com milhares de almas coroando nossas músicas e logo depois sozinha em um hotel onde pedia para comer e pensava que faltava muito para ver minha família e dormir na minha cama.-Ela levantou as sobrancelhas fazendo com que leves rugas formassem em sua testa - É uma solidão muito grande e minha maneira de enfrentá-la foi escrever muito. Por isso acabei lançando um livro!

    O repórter agradeceu pela resposta e sentou-se, logo outro repórter iniciou sua questão a Christian Chavez:

    -Agora com o fim do RBD, O que você pretende fazer? Atuar ou continuar no ramo da música? -Ele enrolou o fio do microfone em duas voltas em sua mão.

    -Esse é um grande problema –ele riu, seu sorriso era sempre contagiante–Porque eu gosto tanto de cantar quanto de atuar! E eu ainda não sei o que farei depois de hoje. Mas tentarei manter um equilíbrio entre ambas artes!

    -E como vai ficar as traumadas? Vão sentir falta? -Outra repórter mais jovem, provavelmente uma blogueira.

    Any e Poncho não puderam evitar de trocar olhares e sorrirem em seguida, ela apertou os dedos e deixou a responsabilidade de responder a pergunta para outro integrante.

    -Eu acredito que não terão fim –Ela ouviu Poncho responder, mas preferiu continuar olhando para os dedos. Sentia suas bochechas corando. Ele riu antes de continuar –Principalmente o trauma Ponny –ele olhou para Anahí enquanto as pessoas presentes faziam um barulho com os lábios em unanimidade. Ele riu fazendo com que todos acreditassem que só foi mais uma brincadeira sobre o trauma que (para os repórteres) não era real –Não vai acabar, assim como o RBD também não! Serão sempre vivos nos corações dos fãs e nos nossos.

    -Alfonso Herrera, pretende continuar cantando depois do RBD? -A repórter tinha lábios carnudos e seios fartos em um belo decote, Anahí não pôde deixar de notar que ela deu uma rápida piscadela para Poncho antes de continuar com a questão -Porque pelo que sabemos seu forte é a atuação.

    -Não, não pretendo continuar como cantor -Ele olhou constrangido, rapidamente para Anahí coçando a nuca e não pode deixar de perceber a irritação da loira. Ele evitou olhar diretamente para a repórter enquanto respondia a questão, sabia que Any daria uma bronca nele depois da coletiva mesmo sem ele ter culpa nesse caso -a verdade é que eu gosto muito de atuar e...não me vejo como cantor depois do RBD.

    Poncho segurou a mão de Any por baixo da bancada para que os repórteres não vissem e a olhou nos olhos, ela baixou o olhar rápido novamente e soltou a mão da dele, ele queria beijá-la mais não podia! Não naquele momento.

    -Como vocês explicam essa paixão dos jovens por vocês? Pessoas que até ameaçam cortar os pulsos se o RBD realmente acabar.

    -Nós seis somos pessoas com personalidades muito diferentes –Iniciou Maite, gesticulando com as mãos enquanto falava- e acho que por isso os jovens nos veem como um espelho, se veem em nós! Nós somos seres humanos que brigamos, choramos, rimos, sonhamos e acredito que eles se identificam com esta parte! Quanto as ameaças de morte contra eles mesmos, por favor –ela olhou fixamente para as lentes de uma câmera que gravava a coletiva –Não façam isso! Suas vidas valem muito!

    -Christopher, ficamos sabemos que você já está estudando uma série para o ano que vem é mesmo?

    -Sim -Ele mordeu os lábios distraído - se chamará Kdabra, mas possivelmente só estreará em novembro do ano que vem. Até lá vou descansar um pouco, relaxar e curtir.

    -E a música deixará de lado?

    -Não –Ela mexeu-se na cadeira a procura de uma posição mais confortável, coçou sua barba no final do queixo e respirou –Mas estou pensando em algo novo, algo diferente do RBD vai ser um som mais alternativo. Bom, pretendo me dividir entre a música e a televisão futuramente. Mas agora, primeiramente vou tomar um tempo apenas para descansar!

    -Anahí, o que mais vai sentir falta do RBD?

    -Dos meus amigos obviamente –falou sem pensar duas vezes  –E dos fãs, e dos grandes shows, e da produção –Os olhos dela começaram a ficarem úmidos e suas mãos tremeram levemente, ela queria não ficar emocionada quando falava do RBD, mas era um sentimento maior que ela –E de tudo! E é só, não posso falar mais ou vou chorar –Ela sorriu enquanto erguia as mãos tampando os olhos para esconder as futuras lágrimas, Poncho a puxou para mais próxima dele e começou a dar-lhe batidinhas com a mão em seu cabelo para acalmá-la enquanto ela tampava o rosto.