Fanfic: O Nosso Amanhã | Tema: Rebelde, Ponny, RBD, Anahí, Alfonso, Los A

O jatinho do RBD decolou pela última vez com os integrantes emocionados por saberem que em poucas horas estariam se desagrupando e iniciando uma vida solista. O engraçado é que eles tinham a impressão de que viveram juntos desde sempre, mas não era assim, antes do RBD eles também tinham vida, mas o grande problema é que eles não sabiam como retomar aqueles caminhos deixados pra trás, não sabiam como darem os primeiros passos sozinhos, sem olharem para trás. E quando desembarcaram não puderam mais esconder a emoção que controlaram durante todo o voo.

    Dulce Maria foi a primeira a descer as escadinhas do jatinho em silêncio, com um rosto um pouco contorcido enquanto mordia os lábios na tentativa de não chorar, ela apertava as alças de sua mochila com força mesmo sem ser necessário. Maite, Christian, Ucker e Anahí vieram em seguida, todos muito calados e silenciosos, obviamente tristes. Ao se depararem com cinco carros pretos em frente a pista de voo, Dulce logo percebeu o que aquilo significava "cada um dos integrantes entraria em um carro e a partir daquele momento iniciariam suas vidas como solistas, seguiriam por caminhos diferentes" Dul não conseguiu esconder a emoção e começou a chorar alto repentinamente, Ucker passou por entre seus companheiros com o veto balançando seus cabelos e a abraçou tentando consolá-la, mas nem ele mesmo conseguia conter a emoção, seus óculos pretos não conseguiram disfarçar as lágrimas que se espalhavam por seu rosto. Maite tampava os lábios enquanto as lágrimas escorriam silenciosas, Chris passou o braço pelo ombro de Any e Mai...estavam olhando para o fim e também para um novo começo!

   Sabiam que este dia chegaria, sabiam enquanto as horas passavam, sabiam a dez minutos atrás, todos sabiam que não seria fácil, mas não imaginaram que seria tão difícil! Tão doloroso, tão triste como estava sendo agora. Eles sentiam-se perdidos.

    O vento zunia em seus ouvidos. Normal, estavam em uma área aberta muito grande e localizada em um ponto mais alto.

    Os cinco uniram-se em um abraço como faziam em ocasiões importantes e em um silêncio choroso, soluços baixinhos foram ouvidos, olharam-se e disseram coisas que a boca não podia dizer. Por um segundo Anahí podia jurar que Poncho estava ao seu lado a consolando, com a mão apoiada em seu ombro lhe dando as forças que ela já não tinha, mas como uma fumaça ele sumiu no ar. Em fim já não podiam adiar a separação, apertaram as mãos ainda em um círculo e as soltaram em seguida. Maite, Ucker, Chris, Any e Dul pegaram suas malas/mochilas tentando evitar olhar para os companheiros e cada um caminharam em direção a um carro. Any colocou sua mala dentro do carro e segurou a porta por mais um tempo aberta, olhou para os outros carros enquanto o vento desordenava seu cabelo e viu seus amigos entrando nos devidos outros veículos. A loira baixou o olhar, enxugou as lágrimas com as pontas dos dedos e adentrou no veículo escuro, imediatamente o motorista deu partida sem precisar da autorização da loira e ela achou melhor assim, durante o percurso os carros foram seguindo rumos diferentes. E então era apenas ela sozinha agora.

    Sozinha, sem Poncho e sem os outros, o mais puro e verdadeiro significado de "sozinha". Apenas ela e o motorista naquele carro, havia muito tempo em que havia passado por uma situação assim, havia muito tempo desde a última vez que se sentiu tão sozinha. Antes desse dia, ela sempre estava acompanhada e na maioria das vezes por alguém relacionado ao RBD. Pegou o celular no primeiro bolso da mochila e procurou uma foto em que estava abraçada com Poncho em um show, amava aquela foto por que naquele dia foi o dia em que eles perceberam que o que sentiam um pelo outro não era apenas a fantasia que ficara dos personagens e sim amor de verdade que já os consumia, e lá estava: Any e Poncho, abraçados e felizes com os sorrisos verdadeiramente apaixonados. Seria pedir demais para voltar alguns dias? No dia da foto? Ela queria tanto ficar abraçada com ele de novo. Ela respirou fundo e guardou o celular, seus olhos ardiam, o fuso horário havia modificado o céu, em Madri estava noite e no México já era dia, provavelmente dormiria muito para compensar todas as horas em que se manteve acordada. Durante o percurso dentro do carro, uma vez ou outra Anahí caia no choro, sendo consolada por ela mesma e em seguida se controlava, seus nervos estavam afetados e isso é natural para uma pessoa que teve um dos dias mais emocionantes da sua vida.

    Deitou-se encolhida no banco do carro e de repente estava envolvida no calor dos braços de Poncho deitados em uma cama vermelha e coberta de pétalas de rosas da mesma cor, em um quarto pequeno com exceção da cama havia apenas um espelho.

    -Você me ama, Poncho? –Ela estava tão linda e seus olhos mais azuis, um sorriso largo dominava-lhe a face.

    -Não – Ele sorria e continuava a abraça-la como se não tivesse dito nada demais.

    -Não? –Os olhos de Anahí já não eram azuis, mas amarelos como seu cabelo. Ela parecia assustada com sua aparência e com a resposta de Poncho –Porque?

    -Acabou, Anahí! –Ele levantou-se da cama jogando o lençol que o cobria em cima de Any e caminhou para encarar o pequeno espelho. Ele estava sem camisa e com a barba mal feita –Acabou a banda, acabou a magia, acabou o amor! Não existe mais –Ele sorria delicadamente –Foi tudo um sonho!

    -Mas eu te amo, Poncho –Seu rosto estava começando a arder e seus olhos já não tinham cor. Ela estava nua?

    -Adeus –Ele abriu a porta do quarto e se retirou soltando-lhe um beijo quase que debochado.

    Anahí desesperada levantou-se da cama, sem se preocupar com a aparência ou com fotógrafos que poderiam estar esperando-a na porta, correu em direção ao espelho e sua face havia voltado ao normal, puxou o lençol vermelho da cama deixando que as pétalas fossem ao chão e enrolou-se com ele, abriu a porta do quarto e começou a correr atrás de Poncho, mas por mais que gritasse e corresse não conseguia alcança-lo. Apenas ele e ela em um corredor sem fim, onde ele jamais chegava ao final e ela nunca conseguia alcançá-lo.

    -Senhorita? Senhorita acorde. –O motorista cutucava o braço de Anahí usando suas luvas brancas –Chegamos.

    Anahí abriu os olhos assustada, analisou a face do motorista que não demonstrava nenhuma emoção, parecia um boneco de cera com vida, ela pôs a mão sobre os olhos para cobri-los já que a claridade estava muito alta, havia cochilado no carro e sonhado ou melhor, havia tido um pesadelo, agora estava em frente a sua casa. O motorista retirou a mala do carro, parecia estar com pressa e ela colocou a mochila nas costas antes de sair do veículo.

    -Obrigado –Disse ao motorista sentindo seus olhos um pouco pesados. Ele a cumprimentou levando a mão até o chapeuzinho engraçado que usava e foi-se embora, Anahí estava em frente a casa de seus pais segurando uma mala e com a mochila nas costas. Só precisava apertar a campainha, Espere! Não! Não precisava apertar a campainha, ela estava em casa!

   Puxa! Ela não se sentia mais em casa. 

    Demorou para que sua mente se conscientizasse de que estava de volta e que ficaria, que aquele era o seu lugar, onde deveria sentir-se em casa e não o jatinho ou a vã, nem os hotéis em que passava algumas noites e em seguida deixava-os para trás. Seu corpo cansado, da viagem e das lágrimas que lavaram seu rosto. Ela estava disposta a não chorar mais, pelo menos não durante aquele dia. Ela sabia que tinha que erguer a cabeça e continuar sua caminhada. O primeiro passo que tinha que dar a partir daquele momento era bater na porta e esperar que seus pais atendessem, ela poderia simplesmente abrir a porta e entrar, mas não, queria que alguém a recebesse com alegria, queria abraça-los e se permitir sorrir. Chega de lágrimas! Chega de dor! Pelo menos por hoje não queria mais chorar e nem pensar no que havia ficado para trás. Queria apenas colocar a cabeça no seu travesseiro e descansar a mente, não sonhar, apenas dormir.