Fanfic: O Nosso Amanhã | Tema: Rebelde, Ponny, RBD, Anahí, Alfonso, Los A

Anahí obviamente foi bem acolhida novamente na casa dos pais, toda sua família estava reunida nos primeiros dias, as vezes ela até conseguia se distrair com os assuntos durante o jantar. Todos pareciam quererem ajuda-la, pois percebiam a tristeza que estampava seu rosto e também percebia que ela constantemente verificava o celular na esperança de ver alguma mensagem ou alguma ligação. Havia dias em que passava as vinte e quatro horas sem dar um sorriso e completamente pensativa e distante, viam que ela tentava mudar aquela realidade, mas também percebiam que era muito difícil mentir para si mesmo e fingir que estava feliz.

    Any manteve contato telefônico com os ex-companheiros de palcos nas primeiras semanas depois do fim do grupo, mas com o passar do tempo os assuntos foram ficando escassos e repetitivos e aos poucos foram ficando cada vez mais raras as ligações até se extinguirem completamente. Apenas Poncho mantinha contato fixo, mas apenas uma vez por semana e as ligações dele estavam ficando cada vez mais rápidas. As vezes nem ligava, apenas mandava uma mensagem de texto dizendo “boa noite, se cuida!”, até mesmo soavamcomo se fosse uma obrigação para ele se comunicar com ela todos os dias e não uma coisa que ele realmente quisesse fazer.

    O primeiro mês, sem o RBD foi difícil e solitário para a loira. Anahí sentia falta de algo que já não podia ter, mas não conseguia definir o que era! A tristeza foi dominando-a, apesar de seus pais sempre estarem atentos e fazerem de tudo para vê-la sorrir. Ela passava horas no seu quarto trancada, e justo ela que era tão ativa e alegre estava tornando-se uma pessoa sedentária apenas admirando o silêncio e a escuridão, as vezes passava horas com os olhos abertos olhando para o escuro e quando saia do quarto se emocionava com facilidade com coisas cotidianas, uma certa vez chorou rios de lágrimas ao assistir uma cena qualquer e sem importância de um filme de comédia onde um cachorro revirava a lata de lixo atrás de comida, ela chorou tanto naquele dia que assustou seus pais, mas recusou-se ir ao médico.

     Anahí estava muito estranha, sentia dores abdominais mas preferia sofrer em silêncio do que falar a seus pais que a obrigariam ir a um médico e tudo o que ela não queria era sair de casa. Não era apenas as dores abdominais, mas também fortes dores de cabeça e as vezes chegava a suar frio. Ela sentia medo, mas não sabia o que temer. As vezes ela dormia mais do que o normal e gostava de passar muito tempo dormindo, para ela era uma maneira de fugir da realidade de que não gostava, mas as vezes ela virava noites sem dormir pois não conseguia parar de pensar no RBD, nos fãs, em Poncho, em Poncho, em Poncho e Poncho! Estava sempre muito cansada, muito ansiosa e nervosa, mas a cima de tudo preferia ficar só naquele quarto com as janelas sempre fechadas. Negava-se a receber visitas e quando recebia chegava a um certo ponto da conversa que sempre chorava, não importava qual fosse o assunto.

    Ela começou a perder peso e este foi o limite para seus pais que temendo que a filha voltasse a sofrer anorexia chamaram um médico em casa para que atendesse Anahí em seu quarto e tentasse retirá-la da escuridão em que estava vivendo. Sr.Pietro, era o psicólogo e Anahí já havia se consultado com ele outras vezes, com ele talvez Anahí conseguisse falar a verdade e dizer o que estava acontecendo.

    Os dois estavam no quarto dela, ela deitada na cama com os olhos fechados enquanto lágrimas quentes escorriam em direção ao seu cabelo e ele em uma cadeira bem em sua frente. Ela teve que acender a luz do quarto a contragosto para prosseguir a consulta com o médico:

    -O que você está sentindo, Anahí? –Perguntou enquanto arrumava o óculos.

    -Ai, doutor –Ela balançou a cabeça em negatividade com voz de choro prosseguiu –Eu sinto tanta coisa! Eu me sinto péssima...eu me sinto irritada por estar nessa cama todo o tempo sem fazer nada, mas é que eu não tenho nada para fazer. Minha vida não tem sentido!

    -Porque?

    -Porque eu não tenho que me apressar para não perder um voo, porque eu não tenho que escolher o meu figurino para o show desta noite, eu não posso escolher quais roupas o Poncho vai usar –Ela riu nessa parte e abriu os olhos avermelhados ardidos de tantas lágrimas –Eu sempre escolhia a roupa dele para todas as ocasiões! Como será que ele está se saindo, agora?

    -Me fale deste “Poncho”.

    -Ah! Sr. Pietro...ele é o amor da minha vida. Estas palavras resumem tudo!

    Pietro anotou alguma coisa em sua caderneta e voltou a olhar para a face tristonha de Anahí a analisando.

    -É seu namorado?

    -É –Ela olhou para o anel de compromisso em seu dedo magro e sorriu ao lembrar do pedido de casamento –Vamos nos casar quando ele voltar das gravações de um filme, eu acho que esse trabalho está sobrecarregando muito ele porque a gente está se falando muito pouco ultimamente e isso não é...não é normal! As vezes parece que ele nunca vai voltar! -Ela encarou o teto com os olhos vidrados como se estivesse morta - Está demorando tanto!

    -Porque se tranca neste quarto, Anahí? -Ele cruzou as pernas -Sua família está a alguns passos de você, eles gostam de ver teu sorriso, não acha que eles merecem um pouco da sua atenção, não acha que eles são um bom motivo para levantar-se dessa cama e voltar a ter uma vida saudável?

    -Eu amo eles! –Falou irritada, olhando com as sobrancelhas juntas para Pietro -...

    Os dois continuaram aquela conversa por um longo tempo e não demorou para Pietro constatar que o que Anahí estava era depressão e se não cuidassem logo, ela voltaria a ter problemas de saúde mais graves. Durante o seu tempo com o psicólogo, ela falou tudo sobre o RBD, seus desejos mais sinceros, sobre Poncho e sobre o futuro que desejava ter ao lado do rapaz, mas suas palavras eram cheias de tristeza e melancolia, apesar de ter tanta esperança, falava como se fosse apenas um sonho, falava como se isso nunca fosse ter uma forma de acontecer. O médico indicou alguns antidepressivos e no início os pais de Anahí os colocavam na comida ou no suco pois ela recusava a toma-los, e reagia com agressividade quando percebiam que queriam medicá-la, ela foi obrigada a tomar banho de sol pelo menos uma vez por dia e com isso sua melhora foi chegando aos poucos, semanas depois já conseguia sorrir e até conseguia esquecer um pouco de Poncho e do RBD, conseguia conversar civilizadamente de outros assuntos e também conseguia assistir filmes de comédia e não chorar com cenas relevantes. Anahí estava voltando a ser sorridente, estava voltando a ser iluminada pelo seu sol interior e logo já era ela mesma, mas não mentia quando falava que dentro dela havia uma pequena parte escura e que talvez voltasse a se iluminar com a volta do homem que ela amava.

    Certo dia estava brincando de boneca com sua sobrinha no chão cozinha quando Maria, a empregada da casa de seus pais a interrompeu:

    -Anahí, o senhor Alfonso Herrera está aqui e quer falar com a senhora.

    -Como? –Anahí deixou que a boneca caísse de suas mãos e sorriu para a sobrinha e em seguida para Maria, ambas retribuíram o sorriso ao ver o rosto dela encher-se de felicidade -Você disse...você disse Alfonso? Ele está aqui?