Fanfic: Amado -Entre Dois Amores | Tema: RBD, Roberta Pardo, Mia Colucci, Miguel Arango, Anahí, Dulce Maria, Alfonso Herrera, Rebelde, Trendy

Lupita era a única que estava realmente interessada em terminar de escrever o que o professor havia escrito no quadro negro, dessa forma acabou ficando sozinha na sala de aula, copiando em seu caderno enquanto os outros saíam as pressas daquele ambiente.

    Distraiu-se por um segundo quando ouviu passos apressados se aproximarem da sala de aula, continuava segurando sua caneta na posição de escrita, mas prestava atenção na porta, queria ver quem estava chegando e deparou-se com olhos azuis penetrantes. Novamente aqueles olhos! Lupita movimentou-se na cadeira como se estivesse procurando a posição perfeita para continuar a escrever, parando de olhar o professor sem nem ao menos disfarçar. Ele ficou espantado por ela não cumprimenta-lo, mas saiu rapidamente do estado de choque e caminhou até o birô onde os professores costumam sentar, pegou um estojo que havia esquecido ali e caminhou até aporta pensando em ignorar Lupita completamente, mas não conseguiu controlar suas vontades.

    -Não se preocupe, Lupita! –Ele falou girando os pés na porta e encarando o rosto inocente de Lupita agora voltado para ele – Eu não mordo!

    -Eu não lembro de ter insinuado isso –Sua sobrancelha estava fortemente arqueada e ela apontava a caneta para o professor.

    -É...-Ele caminhou até a banca onde ela estava sentada e cruzou seus braços sobre a mesma, fazendo com que Lupita na tentativa de ganhar distância se contraísse na cadeira –Por que você não “insinuou” nada –Ele revirou os olhos quando disse a palavra insinuou.

    -Não lembro de ter regras nesse colégio que obriguem os alunos a cumprimentarem os professores!

    -Não é uma regra colegial, está mais para uma questão de respeito mesmo! –Piscou os olhos em combinação com um falso sorriso.

    -Pois digo que quem faltou com o respeito –Ela disse essa última palavra com mais intensidade –Foi o senhor. Porque eu estava antes aqui na sala, o senhor, chegou e não me cumprimentou. E quem chega é quem fala...- Entortou o pescoço e sorriu.

    -Olha só. Sabe fazer rima –aplaudiu.

    -Não é só isso o que eu sei fazer –Ian arregalou os olhos para Lupita e só então ela percebeu o duplo sentido que pode haver nessa frase e gaguejou –Eu não...não estou sendo...não estou sendo vulgar –Corou. –Apenas falei sem pensar!

    -O que está copiando? –Perguntou Ian, mudando de assunto ao perceber que Lupita havia ficado desconfortável. Lupita apontou para o quadro, dizendo que estava copiando o que estava escrito –Porque está copiando essas baboseiras?

    -Como assim? –Lupita vidrou seus olhos em todo rosto de Ian –Foi o senhor quem mandou nós copiarmos isso.

    -Eu sei! E também sei que isso não vai servir para nada!

    Lupita o encarou por alguns segundos com raiva. Se não servia porque ele mandara os alunos copiarem? Ian continuava a encarando com um sorriso esticados nos lábios por ver o rosto decepcionado e irritado de Lupita. Logo os dois já não se aguentaram e começaram a rir, gargalharam.

    -Lupita...-Ele demorou um pouco para continuar sua fala, seus olhos se mexiam rapidamente como se ele estivesse pensando em alguma coisa - ...eu ganhei dois ingressos para um recital importante que vai acontecer na capital na próxima semana. –Ele pensou novamente antes de continuar outra vez –Eu, estava pensando em levar algum aluno comigo, já que não tenho...não tenho uma pessoa especial que goste de recitais. Então, eu pensei em levar você. Se você quiser ir é claro –Ele virou-se e começou a fingir que lia alguma coisa no quadro enquanto esperava a resposta de Lupita –Se você não quiser ir, tudo bem. Eu convido o Tomás ou a Josy, eles tem cara de que gostam de recitais –Mentiu. Para Ian a única pessoa que parecia cabível a participar de um recital importante como aqueles ao seu lado era Lupita, mas ficou com medo de que ela recusasse o convite por pensar que ele teria outras intenções. Ele sabia que nunca agiria errado com Lupita, nunca! Ele sabia qual era o seu lugar de professor.

    -O senhor está falando sério? –Para Ian a voz de Lupita soou fria de mais, ele apertou os olhos acreditando ter cometido um erro ao convidá-la. Virou-se para ela novamente e começou a se desculpar sinceramente.

    -Me desculpe, Lupita! Eu não queria...Eu só queria –ele não sabia como pedir desculpas por uma coisa que ele não sabia exatamente onde teria errado.

    -É CLARO QUE EU QUERO IR PROFESSOR! –Lupita levantou-se da cadeira e abraçou o professor com firmeza, enquanto ela o abraçava ele continuou por um rápido tempo com as mãos levantadas como se estivesse se rendendo. Seu coração acelerado por sentir uma leve adrenalina ao ouvir a voz de Lupita aceitando com tanta alegria o seu convite. Um sorriso simples foi formando-se em seu rosto e ele pôs as mãos com leveza sobre as costas de Lupita a retribuindo o abraço. –VAI SER INCRÍVEL –Ela falava com muita empolgação, saindo dos braços de Ian –EU QUERO MUITO IR!

    -Está bem, está bem! –Ele sinalizou com as mãos para que ela cessasse com a alegria exagerada –Não é para tanto.

    -Muito obrigada, professor –Falou Lupita segurando a mão do professor e com os olhos cheios de alegria. Ela falava com educação dessa vez –Eu aceito o seu convite, eu quero ir com o senhor ao recital e...

    -Muito bonito –Falou aquele homem com cabelos loiros adentrando a sala batendo palmas teatrais –Então já encontrou um novo professor para se divertir, Lupita? –Lupita e Ian olharam para William e seu sorriso debochado.

    -Mais respeito pelos alunos, William. E peço que não me confunda com você –Ian se aproximava dele enquanto falava. –Não sou eu quem me aproveito de alunas inocentes...

    -Inocentes? –Ele fingiu admiração –A Lupita? Está enganado, amigo.

     -Fale mais uma bobagem dessas e eu acabo com você antes de você conseguir dizer “O quê”.

    William riu de lado e se aproximou de Ian, os dois ficaram cara a cara, olho no olho, prontos para um confronto ali e agora!

    -Como você ousa falar assim de mim, William? –Lupita se aproximava com agressividade de William, tomando a frente do professor Ian que não tentou impedi-la –EU NÃO SOU UMA QUALQUER!

    -Não?

    Lupita ergueu sua mão e a desceu com força no rosto de William. O rosto do professor Ian ficou visivelmente satisfeito, enquanto o rosto do outro foi jogado para o lado em que o tapa lhe havia ordenado. William ergueu a mão igualmente ao movimento em que Lupita fizera a pouco e a moça sentiu um pouco de medo, puxou a respiração empancada e fechou os olhos, esperou ser atingida pela mão pesada do ex-amante. Escutou o som do impacto, mas não sentiu a dor e voltou a abrir os olhos. Ian estava segurando com firmeza o braço de William e o olhando com os olhos ardentes em ódio, mas falava com calma.

    -Toque um dedo...Só um dedinho, nessa garota! –Ele começou a torcer o braço de William que lutava para não gemer de dor e dar prazer ao professor Ian –E ganhe um motivo para que eu te mate!