Fanfic: Cupido es un criminal | Tema: Vondy

Ela se levanta, ainda olhando fixamente em meus olhos. Sua boca parece querer balbuciar algo mas ela permanece em silêncio.

Minha cabeça ainda está a mil: Como assim eu salvei a menina que vou assassinar? O que houve comigo? Christopher você é um completo idiota!- Penso comigo mesmo.

Finalmente ela solta minha mão, abaixa a cabeça e solta um "obrigada" bem baixinho, parecia timida.

- Você está bem garota?

- Estou... sério obrigada. Você salvou minha vida.

Ah ótimo. Salvei a vida de quem vou matar e ela está me agradecendo. Que irônia. Ela volta a me olhar fixamente. O que eu faria? Não podia rapta-lá nesse estado.

Eu via o medo em seus olhos, e a gratidão por eu a ter salvado. Minha única saida era deixar a oportunidade para outro dia. Ela então começa a procurar algo no chão

- Perdeu algo? Eu pergunto

- Sim meu celular, quero ligar pro meu pai vir me buscar, deve ter caido do meu bolso quando aquele...

Seus olhos se enchem de lágrimas novamente

- Calma. Já passou. Eu lhe ajudo a procurar seu celular.

Abaixo procurando, vejo o celular quebrado, num cantinho. Aquele mendigo deve ter pisado em cima.

- Garota, seu celular já era...

Digo entregando o celular quebrado em suas mãos

- Droga, por acaso você poderia me emprestar o seu ? Juro que até te pago, só quero sair logo daqui.

Tiro meu celular e empresto a Dulce, ela digita rápidamente o numero. Eu desfarço, mas ouço toda a conversa.

- Pai, quase me aconteceu uma coisa muito ruim que não vou explicar agora, vem me pegar por favor, to perto do meu curso de ingles, numa viela.

Dulce começa a ficar nervosa, aparentemente com alguma resposta de seu pai.

- Ok, sua reunião é mais importante do que eu ? Ta bom pai. Fique com sua reunião nem sei por que perdi meu tempo te telefonando.

Dulce devolve meu celular desfarçando as lágrimas.

- Muito obrigada, mais uma vez, por tudo nunca esquecerei o dia de hoje. Agora vou indo tchau

- Espere

Seguro o braço dela, ela me olha

- Você vai sozinha ? 

- Sim, meu pai ta ocupado, meu motorista ta de folga hoje. Não tenho mais ninguém, vou procurar um táxi.

- Se quiser lhe dou uma carona. Meu carro está aqui perto, você ta com a roupa bem rasgada, é perigoso ficar andando assim

Ela da um pequeno sorriso.

- Não quero te incomodar mais

- Não é incomodo. Vamos ?

Os olhos dela se encheram de alegria, não sei por que ela estava me olhando daquela maneira, nunca alguém havia me olhado tão expressivamente.

Caminhamos juntos em silencio, ela com a cabeça baixa. Eu com milhões de pensamentos e ainda confuso por tudo que estava acontecendo.

Seguimos assim até meu carro, onde continuamos em silencio, eu estava ali sentado ao lado da minha próxima vitima, eu estava com uma arma pra estourar seus miolos e agora simplesmente estou dando carona pra ela após salva-lá.

Ela começa a me explicar o caminho pra sua casa, finjo que não sabia pois ela não poderia saber que eu já sei todos os seus detalhes.

Quando ela termina a explicação, derrepente começa a me olhar novamente

- Qual seu nome ?

- Christopher

- Que nome lindo

- Obrigado.

- Me chamo Dulce Maria

- Seu nome também é bonito.

- Obrigada, foi minha mãe que escolheu. Ah que saudade. Se ela estivesse aqui eu não estaria aqui nesse momento. Tenho certeza que ela viria me buscar. Ela sim se importava comigo.

Ela abaixa a cabeça novamente parecia triste. Eu não nasci para consolar ninguém, mas por educação pergunto o que houve com sua mãe.

- Minha mãe faleceu quando eu tinha 6 anos, desde então vivo só com meu pai e as várias namoradas que ele arranja, fui criada praticamente por empregados

- Também cresci sem mãe. Aliás sem pais. Entendo seu vazio, Dulce. Mas a unica pessoa que deve se preocupar com você é você mesma.

Ela começa a conversar comigo sobre várias coisas que passa, sinceramente eu não estava me importando, mas algo nela me fazia querer ouvi-lá. Sua voz, seu jeito timido, era tudo muito diferente pra mim. Finalmente chego na casa dela. estaciono em frente ao portão

- Mais uma vez, Obrigada. Você foi um verdadeiro anjo da guarda hoje

- Não precisa agradecer menina. 

Ela e eu nos entreolhamos por uns segundos. Sua expressão de medo havia sumido completamente. Agora estava mais segura, e dando sorrisos timidos, e suas bochechas estavam vermelhas. Derrepente ela me surpreende me dando um beijo no rosto

- Espero que a gente se veja outra vez algum dia, Christopher.

Diz ela, abrindo a porta do carro e saindo.

- Nos veremos, Dulce. Nos veremos...

Sussurro enquanto a observo entrar em sua casa.