Fanfic: Simplesmente Dulce(adaptada) | Tema: Vondy
— Anos? Ela ficou presa lá por anos? Meu Deus do céu! Quanta crueldade!
Limpei as lágrimas com as costas das mãos e fiquei de frente para Chris, deixando as palavras daquela história trágica assentarem em meu cérebro. Ele também me olhou e não estava nem um pouco indiferente a tudo. Recontar a história pareceu mexer com seus sentimentos.
— Meu bisavô era um monstro — murmurei. — Como Catarina sobreviveu na ilha?
— Todos os dias, uma empregada ia até lá de barco. Levava comida, livros, contava histórias, falava do filho que ficou para trás e voltava chorando de pena de Catarina. Seu avô, o príncipe Viktor, era pequeno e não entendia o que havia acontecido com a mãe. Quando soube a verdade, já era tarde.
— Nossa! — foi tudo o que consegui pronunciar.
— É isso. E está tudo nos livros de história que as crianças leem na escola. Todo mundo por aqui conhece a tragédia dos Markovs, que foi, de certa forma, compensada mais tarde pela bondade do rei Viktor e do filho dele, seu pai.
Assenti, sem saber ao certo com que concordava. Não conseguia despregar os olhos da ilha. Definitivamente, as pessoas não foram ficando mais maldosas ao longo dos anos. Elas sempre foram.
Depois da sessão recordações dolorosas na varanda de meu quarto, tratei de tirar Christopher de lá, pois o clima ficou meio esquisito, como se tivéssemos transposto uma barreira, mas não soubéssemos como lidar com o novo território compartilhado.
Eu praticamente o escorracei porta afora e ele ficou resmungando umas frases ininteligíveis, acho que em krosvi. Acredito que no meio daquele jorro de palavras deva ter saído muito palavrão.
Mas, enfim, fiz o que Chris e meu pai queriam. Segui o filho da rainha, obediente e resignada.
Minha primeira reação ao ver a moto estacionada no pátio foi de desconfiança. Já contei que sou meio medrosa? Pois é. Ficar sentada a dez palmos do chão numa máquina em movimento acelerado não é a imagem da diversão para mim.
Christopher riu e disse que eu não precisava me preocupar, pois a BMW S1000RR não deixava ninguém na mão. Palavras dele. Só que o pior não é deixar alguém na mão, mas sim estatelado no chão.
Com aquele seu jeito delicado como um trator, ele me mandou sentar logo na garupa e nem se deu ao trabalho de me contar aonde íamos. Mas, assim que me encaixei atrás dele e senti a rigidez de seus músculos abdominais, deixei para lá todo o receio de cair. Eu já estava meio abobada pelas insinuações promovidas pela camiseta apertada. Imagine como foi sentir aquele corpo com minhas próprias mãos.
Se Christopher percebeu a situação, preferiu não comentar. Então, voamos do castelo direto para uma estrada de terra que cortava uma campina muito verde, salpicada de flores selvagens.
Embora o capacete me sufocasse um pouco, consegui sentir o perfume da natureza e fiquei absorvendo os aromas, quase em transe. Até que me dei conta de que boa parte dos odores era do próprio Chris. Ele exalava um perfume masculino, cru, com um toque amadeirado.
Dizer que meu coração perdeu umas duas batidas seria mentir descaradamente. Ele deixou de bater por uns cinco segundos mesmo. E depois, quando voltou, espalhou uma onda de eletricidade por todo o meu corpo.
Cara, eu devo estar muito carente, pensei, bem a perigo mesmo, para ter uma reação dessas. Afinal, eu nem gostava de Chris. Não tinha a menor simpatia por ele.
Ainda bem que minha atenção foi desviada para algo muito mais seguro: a praia paradisíaca. A paisagem surgiu de repente, fazendo-me ofegar de surpresa. Aquele lugar não poderia ser real.
Christopher parou a moto e eu pulei na areia, completamente arrebatada pela beleza do lugar. Arranquei o capacete e inspirei o ar marinho, tão raro para mim. Livrei-me também de minhas Havaianas, chutando-as de qualquer jeito, e afundei os pés na fofura daquela areia branca. Que sensação maravilhosa!
— Este lugar é lindo! — suspirei.
Christopher pegou minha mão e me puxou consigo, enquanto dizia:
— Você ainda não viu nada.
Procurei não dar atenção ao encontro de nossas mãos, unidas pelo único propósito de me guiar até onde Christopher pretendia me levar. Mas que aquele contato inesperado mexeu com meus nervos, ah, mexeu. Afinal, sou mulher, sou humana e tenho hormônios. Ninguém em meu lugar ficaria indiferente àquele modelo de testosterona, tão másculo, tão charmoso e lindo. Ele podia ser o cara mais irritante do mundo, mas ainda assim sabia ser gostoso.
Enquanto me puxava, reparei no movimento de suas pernas e até um pouquinho mais acima, bem no... Bom, melhor não dizer nada. Porque chega a ser falta de educação aquilo tudo numa pessoa só.
Sem falar na tatuagem, que estava me deixando louca. Apesar de não ter coragem de fazer uma em mim, sempre achei homens tatuados um charme, quero dizer, contanto que não fosse nada exagerado, tipo o braço todo ou as costas inteiras.
O próprio Alfonso tinha uma bem na panturrilha esquerda, mas eu não sabia bem qual era o desenho, pois não costumava vê-lo muito de bermuda — o que era uma pena, já que ele também tinha um corpo bonito. Pensando bem, comparado com o de Chris, o corpo de Alfonso não era tão maravilhoso assim. Como será que Chris conseguia manter a forma? Devia viver na academia, só podia.
— Chegamos!
A voz de Christopher me tirou daquele transe perigoso e só então eu constatei que tínhamos caminhado por um bom pedaço da praia e estávamos sobre rochas, bem acima do mar.
— Quero que você conheça a Caverna do Pirata — exclamou ele, com um sorriso genuíno nos lábios.
— Caverna do Pirata?
— É. Vai me dizer que nunca ouviu falar da lenda do Capitão Barba Longa?
Neguei com a cabeça, prevendo outra história daquelas. Christopher fez cara de mistério e, conforme caminhávamos até uma gruta escondida entre as rochas, contou:
— Há muito tempo, mais ou menos uns 500 anos atrás, o Capitão Barba Longa era o rei dos sete mares. Tinha um navio enorme, cheio de alçapões, onde costumava esconder os tesouros que roubava de imperadores e nobres. Também era conhecido como o pirata mais destemido de todos os tempos, pois saqueava os navios dos rivais e sempre levava a melhor. Ninguém tinha coragem de enfrentá-lo, pois bastava uma provocação e ele apontava seus canhões para seus inimigos. Barba Longa já possuía muitas riquezas, mas não havia quem o fizesse largar aquela vida. Ele queria sempre mais e mais. Até que um dia apareceu um pirata à sua altura: o Capitão Caolho.
Nesse ponto da história, comecei a rir. Chris havia alterado o timbre da voz, que soou muito engraçado.
— Qual é a graça? — questionou, de testa franzida.
— Nenhuma. Continue.
— Então. O Capitão Caolho era mais jovem do que Barba Longa e queria muito roubar seus tesouros. Sendo assim, travaram uma batalha sem fim. Ora um vencia, ora o outro. E Barba Longa foi vendo muitas de suas relíquias serem levadas pelo rival.
Autor(a): leticialsvondy
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— O Capitão Caolho invadia o navio de Barba Longa para saquear? — perguntei. Christopher me encarou, mas os olhos enxergaram além de mim. — Sim. Mas nunca conseguiu levar tudo, pois havia muitos tesouros. Então, Barba Longa montou uma estratégia. Em vez de levar os tesouros roubados para seu navio, começou a escondê ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 28
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millamorais_ Postado em 01/08/2016 - 01:05:59
Eu posso morder esse rapaz *--*
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millamorais_ Postado em 01/08/2016 - 00:34:25
Sério, tou lendo o capítulo 20 e qndo ela falou luan Santana pensei logo nessa música kkkkk
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Isy_Rocker Postado em 31/07/2016 - 18:56:43
Ameeeeeeeeei *------* Ansiosa por De Repente Dulce <3 Ficoou demais <3 ----- <3
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Isy_Rocker Postado em 30/07/2016 - 21:18:23
Meu na moral, eu quero que eles fiquem juntos mais que tudo, mas eu to morrendo de raiva da Dulce pqp, tipo ela errou com ele e tudo que ela fez foi mandar um email e agora outro e já desistiu, ela n luta por ele e isso da raiva, acho que ele devia dar um gelo nela sim e ela correr atrás, mas continuaaaaaaaaa pooor favooor *---*
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GiovannaPuentePortillaherrera Postado em 30/07/2016 - 19:44:04
A dulce bebada é muito engraçada mas coitada dela.....Chris não ignora ela dessa vez......continua estou amando
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Isy_Rocker Postado em 29/07/2016 - 23:17:10
Cara, se ele tivesse feito alguma coisa seria a um tempo atrás e ja teria cancelado tudo, então talvez pode ser sei lá que ele mudou de ideia e a puta lá continuou com a armação ou alguma coisa assim, eu só que eu tenho certeza absoluta que ele ama ela demais e nunca armaria algo assim, muito menos na primeira vez dela eu sei que a Dul vai se arrepender de não dar UM voto de confiança, sério to deduzindo um monte aqui neh? Parei shaushas poosta loogo <3
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GiovannaPuentePortillaherrera Postado em 29/07/2016 - 21:47:17
Já não sei mas no que acreditar seu eu acredito no Cris ou nos paparazes......coitada da Dulce......amei a maratona continua
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millamorais_ Postado em 29/07/2016 - 11:06:25
Isso tá cheirando a armação daquela cobra, rezando para que tudo se resolva logo, preciso deles juntos *---*
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Isy_Rocker Postado em 28/07/2016 - 23:19:11
Ameeeei, amei amei demaaaais *-------* Só que agr to chorando aqui, o Chris não fez isso neh? Eu sei que ele n fez '-.- E acho q a Dul deveria ter dado ao menos um voto de confianças, sei que a maratona acabou, mas sacanagem neeh, parar bem nessa parte '-.- shashuahsa Continuaaa logooo *-*
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Isy_Rocker Postado em 28/07/2016 - 23:18:56
OOOOOOIII, leitora nova aqui *------------*