Fanfics Brasil - 7 - Sou Brasileira, Com Muito Orgulho, Com Muito Amor (PARTE 2) Simplesmente Dulce(adaptada)

Fanfic: Simplesmente Dulce(adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: 7 - Sou Brasileira, Com Muito Orgulho, Com Muito Amor (PARTE 2)

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Uma vez, uma amiga de minha mãe viajou para Dubai e foi conhecer o tal Dubai Mall, o maior shopping center do mundo, aquele que abriga um gigantesco aquário com mais de 33 mil espécies de animais marinhos! Pois bem. Chegando lá, ela se deparou com uma loja que se chamava Brazilian Lingeries. Para sua surpresa — e indignação — todos os manequins usavam calcinhas fio-dental. Como se usássemos roupas íntimas sensuais 24 horas por dia. No dia a dia, gostamos mesmo é daquelas peças confortáveis, de preferência as sem costura. Adoro...


— Filhinha — começou tia Marieva. — Você não quer mostrar seu caderno de desenhos para a Dulce? Aposto que ela vai achar tudo lindo.


Bela saída. No mesmo instante, a pequena Luce disparou para dentro de casa para pegar o tal caderno. Os outros dois, Giovana e Luka, mantiveram-se por perto, tentando entrar na conversa, cada um querendo se exibir mais que o outro para mim. Hilário.


Depois do incidente do fio-dental, os ânimos deram uma acalmada. As crianças me puxaram para um passeio pelo jardim da casa, mas só fui após analisar cada desenho feito pela espontânea Luce.


— Você é nossa prima? — indagou Luka.


— Sim. Filha do tio Andrej — respondi, igual a uma professora do maternal. Deu certo, já que eles continuaram.


— Quem é sua mãe? — agora foi Giovana.


— Ela se chama Blanca e mora no Brasil.


— Por que não é a tia Elena? — perguntou Luce.


— Bom, porque... — engasguei. Como contar para uma menina de 8 anos que as pessoas não precisam ser casadas para terem filhos?


— Ela morreu. — Luka, no auge de seus 5 anos, livrou-me da saia-justa. — A mamãe ficou triste. E o tio Andrej também. Eu vi ele chorar.


— É normal as pessoas chorarem quando alguém de quem gostam muito morre. Até os adultos. Eu mesma choro o tempo todo. Sou a maior chorona.


— A Giovana também chora à toa. Parece um bebezinho — acusou Luka.


— Não choro nada! — protestou a garotinha, franzindo a testa para o irmão. Depois, olhou para mim e confessou: — Só às vezes, quando me machuco e quando o Luka corta os cabelos das minhas bonecas.


Juro que quis ficar séria para mostrar àquele garoto que não se deve fazer essas coisas com as pobres coitadas das bonecas. Mas acabei deixando um sorriso escapar de meus lábios e isso foi suficiente para ele enganchar sua mão na minha. De repente, tínhamos criado um vínculo.


— O Chris também chora. — A declaração de Luce me desconcertou. — Eu já vi.


— É mesmo? — perguntei, devagar.


— Hum-hum. Mas faz um tempão. Eu ainda era pequena.


Fiquei olhando para Luce, tentando imaginar o que ser pequena significa para ela. Porque ter 8 anos devia significar muita coisa mesmo.


Queria saber mais, mas tia Marieva nos chamou para almoçar. Ela foi simpática o tempo todo. E natural também. Não ficou tentando me agradar em excesso nem agiu com formalidade.


— Você precisa mostrar seus dotes culinários para nós, Dulce. Fiquei curiosa — pediu ela.


— Prometo cozinhar para vocês quando forem ao castelo. Mas meu repertório não é muito grande, não — avisei. — Se quiserem experimentar uma comida típica do Brasil, sugiro feijoada.


— Ah, eu conheço! — exclamou Marcus. — Já estive no Brasil, na Bahia, e tive o prazer de experimentar a mais que famosa feijoada.


— Pois é. Todo mundo adora e vocês também vão gostar — disse, olhando para Andrej e Marieva. — Mas preciso de um tempo para planejar, encontrar os ingredientes...


— Prometemos lhe dar um tempinho. Mas você não vai escapar dessa — Marcus disse, brincando. Todo mundo riu. Menos eu.


***


Um pouco mais tarde, Andrej recebeu um telefonema da Irina para avisar que Christopher e sua digníssima namorada — vulgo Nome de Cachorro — jantariam no castelo conosco naquela noite mesmo. Posso até ter ficado um pouco irritada com a notícia, mas a curiosidade de conhecer a tal Laika superou meu mau humor. Estava torcendo para ela ser um dragão de dentes tortos e cabelo embaraçado.


Como eu não queria parecer um dragão, passei mais tempo me arrumando para o encontro do que normalmente ficaria. Fiz faxina completa: tomei um banho de banheira e depois lavei os cabelos no chuveiro. Sequei-os com secador na temperatura morna — para ressaltar o brilho — e me enfiei num dos vestidos novos que comprara com a Irina no shopping. Por dispensar a impressão de brasileira assanhada, optei por um pretinho básico, de um ombro só. Discreto, mas lindo. Calcei saltos e me maquiei — só um pouquinho. Como toque final, espalhei um pouquinho de perfume nos pulsos e atrás das orelhas, um verdadeiro Dolce & Gabbana que ganhara de minha mãe no último Natal. Nos lábios, gloss.


Mal tinha terminado de esfregar um lábio no outro para espalhar o brilho quando ouvi um barulho de porta sendo aberta e fechada. Levando em consideração que a acústica do castelo é perfeita, esse barulho só poderia ser da minha porta. Saí do banheiro apressada, pensando que encontraria Irina. Estava prestes a fazer uma piada qualquer no momento em que dei de cara com Christopher, parado de braços cruzados bem no meio de meu quarto. De novo.


De calça jeans de cintura baixa e camisa xadrez perigosamente justa, ele era a personificação do diabo. Passeou os olhos demoradamente por meu corpo, fazendo uma avaliação mental do que via diante de si. O processo todo demorou uns três segundos, mas eu posso garantir que durou até demais, o suficiente para eu perder o fôlego.


— Decididamente, você não sabe bater — acusei, com medo de que minha voz tivesse saído pouco natural e ele percebesse meu nervosismo. — E se eu não estivesse vestida?


Desejei não ter dito isso.


— Então eu teria muita sorte — respondeu, erguendo levemente a sobrancelha esquerda.


— Posso saber o que você quer? — questionei, toda armada. — Já estou pronta e no horário combinado. Não precisava ter se dado ao trabalho de vir me buscar.


— Não foi um trabalho — ele disse. — E eu não vim te buscar.


Christopher se jogou em minha cama, esticando-se todo, como se fosse o gesto mais natural do mundo. Colocou os braços atrás da cabeça e fingiu estar avaliando a qualidade do colchão. Pode?


Tudo o que eu fiz foi ficar encarando a cena, incapaz de mover um músculo para impedir aquilo. Afinal, era Chris na minha cama. Sagrada face do Pai Eterno!


— Você é muito folgado! — soltei. — E sem noção. Por sua culpa, vou ter que começar a trancar minha porta.


— Ei, eu só vim ver como você estava. Por causa da visita de hoje, lembra? Como foi?


Suspirei. Não. Aquilo não estava acontecendo.


— Não dava para perguntar na hora do jantar? — continuei, relutante. — Precisava invadir meu quarto? Eu poderia estar...


— Sem roupa — completou. — Eu sei. Você já disse isso.


Bufei, furiosa. Claro que eu poderia ter deixado Christopher sozinho e saído do quarto, magnânima, altiva, por cima. Mas não sei o que dava em mim sempre que ficava perto dele.


— E então? Não vai contar como foi com os tios?


— Tudo bem — respondi secamente.


— Tudo bem que vai contar, ou lá foi tudo bem? — Dá para alguém ser mais chato que esse sujeito, meu Deus? — Não precisa ficar economizando palavras. Temos um tempinho.


Revirei os olhos com o máximo de desdém que consegui demonstrar e mandei um comentário muito criativo — e maduro, diga-se de passagem:


— Você é ridículo, Christopher.


Nesse instante, Chris se levantou de um pulo só e parou a centímetros de distância de mim. Dava até para eu sentir o cheiro másculo do perfume que usava, algo seco e selvagem.


— Repita o que disse — ordenou ele, com os olhos faiscando.


— O quê? — eu disse, como se meus nervos estivessem no melhor dos estados. — Que você é ridículo?


Christopher se aproximou ainda mais, a ponto de nossa respiração se misturar. Ele exalava creme dental de menta. E eu? Será que meu hálito estava pelo menos agradável?


— Não. Christopher.


Hein? Fiquei olhando para ele com a maior cara de boba, porque eu realmente não tinha entendido nada. Então, Chris esclareceu:


— Diga meu nome de novo.


Então era isso. Mas o que isso representava, afinal? Um caso esquisito de narcisismo, ou seja, um amor enorme pelo próprio nome que o fazia querer ouvi-lo pronunciado pelas pessoas?


— Co-como? — gaguejei.


Christopher tocou uma mecha de meu cabelo tão lentamente que fiquei em estado de choque, sentindo o trajeto dos dedos dele desde a altura da orelha até as pontas dos cabelos.


— Gosto da maneira como você pronuncia meu nome — justificou-se, concentrado no ato de sentir a textura de meu cabelo. — Aliás, é a primeira vez que você me chama de Christopher. Para todo mundo eu sou só Chris.


— Hum-hum. — fiz. Mas, se ele tivesse me dito que a Terra é quadrada, eu teria concordado da mesma forma.


— Soa diferente na sua voz — continuou. — Deve ser porque você não fala krosvi.


— Pode ser — respondi, meio que no piloto automático.


— Ou é só por causa dessa sua boca mesmo. — Dito isso, Chris traçou o contorno de meus lábios com o polegar e eu fechei os olhos para sentir melhor o toque.


O que estava acontecendo ali? Chris estava me paquerando? Mas não podia! A namorada dele deveria estar a caminho do castelo, se é que já não havia chegado e esperava por ele na sala de jantar!


Apesar disso, pensei que ele fosse me beijar. A forma como encarava minha boca não deixava margem para dúvidas. Os olhos dele ainda faiscavam, mas não era de raiva nem de impaciência. Era algo muito mais poderoso e forte, que o puxava para perto de mim como se fosse uma espécie de hipnose.


No entanto, como isso era possível? Nós nem gostávamos um do outro. Vivíamos implicando e jogando indiretas, mal nos tolerávamos. Eu não suportava aquele homem, mesmo quando ele fazia meu coração dar piruetas só de vê-lo ou me levava para conhecer os lugares mais lindos.


Ele também não morria de amores por mim. Sempre que podia, deixava claro o que pensava a meu respeito e não titubeava em me tirar do sério.


Então, por que agora tudo me levava a crer que Christopher estava prestes a colar seus lábios nos meus? E pior: por que eu ansiava desesperadamente por isso?


Porém, no momento em que meus ombros relaxaram e eu pensei que as coisas iam progredir entre nós, Christopher se afastou. E o encanto se desfez. Só aí escutei o toque de um telefone. Meu celular!


Corri para pegá-lo na mesa de cabeceira e chequei o visor. Alfonso! Se isso não fosse um sinal, não sei o que mais poderia ser.


Tentei o máximo que pude controlar minha respiração. Mas, se eu pensava que Christopher estava prestes a deixar meu quarto, me enganei redondamente. Tudo o que ele fez foi esperar que eu atendesse à chamada. Será que agora ele adivinhava as coisas?


No entanto, eu tinha um grande trunfo para o caso de Chris querer ouvir minha conversa. Falaria em português. Bem feito!


— Oi, princesa! — saudou Alfonso, todo animado. — Saudades...


— Hã... Oi, Alfonso — disse. — Que surpresa!


Christopher usou sua marca registrada ao me encarar: levantou uma das sobrancelhas. Demonstrou estar indignado com minha recusa em deixá-lo entender o diálogo. Curti demais esse momento, soberana.


— Pois é — Alfonso respondeu. — Andei meio sumido. Sabe como é, muito trabalho, muitas matérias para estudar. Mas estou sentindo sua falta. Demais. Já está pensando em voltar?


— Voltar? Não, ainda não. Preciso ficar mais um pouco. Ainda nem fui apresentada à população da Krósvia.


Meu coração batia forte no peito. Minha dúvida era se isso acontecia pelo fato de estar falando com Alfonso ou porque ainda podia sentir os vestígios do quase-beijo entre mim e Chris.




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Autor(a): leticialsvondy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 28



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  • millamorais_ Postado em 01/08/2016 - 01:05:59

    Eu posso morder esse rapaz *--*

  • millamorais_ Postado em 01/08/2016 - 00:34:25

    Sério, tou lendo o capítulo 20 e qndo ela falou luan Santana pensei logo nessa música kkkkk

  • Isy_Rocker Postado em 31/07/2016 - 18:56:43

    Ameeeeeeeeei *------* Ansiosa por De Repente Dulce <3 Ficoou demais <3 ----- <3

  • Isy_Rocker Postado em 30/07/2016 - 21:18:23

    Meu na moral, eu quero que eles fiquem juntos mais que tudo, mas eu to morrendo de raiva da Dulce pqp, tipo ela errou com ele e tudo que ela fez foi mandar um email e agora outro e já desistiu, ela n luta por ele e isso da raiva, acho que ele devia dar um gelo nela sim e ela correr atrás, mas continuaaaaaaaaa pooor favooor *---*

  • GiovannaPuentePortillaherrera Postado em 30/07/2016 - 19:44:04

    A dulce bebada é muito engraçada mas coitada dela.....Chris não ignora ela dessa vez......continua estou amando

  • Isy_Rocker Postado em 29/07/2016 - 23:17:10

    Cara, se ele tivesse feito alguma coisa seria a um tempo atrás e ja teria cancelado tudo, então talvez pode ser sei lá que ele mudou de ideia e a puta lá continuou com a armação ou alguma coisa assim, eu só que eu tenho certeza absoluta que ele ama ela demais e nunca armaria algo assim, muito menos na primeira vez dela eu sei que a Dul vai se arrepender de não dar UM voto de confiança, sério to deduzindo um monte aqui neh? Parei shaushas poosta loogo <3

  • GiovannaPuentePortillaherrera Postado em 29/07/2016 - 21:47:17

    Já não sei mas no que acreditar seu eu acredito no Cris ou nos paparazes......coitada da Dulce......amei a maratona continua

  • millamorais_ Postado em 29/07/2016 - 11:06:25

    Isso tá cheirando a armação daquela cobra, rezando para que tudo se resolva logo, preciso deles juntos *---*

  • Isy_Rocker Postado em 28/07/2016 - 23:19:11

    Ameeeei, amei amei demaaaais *-------* Só que agr to chorando aqui, o Chris não fez isso neh? Eu sei que ele n fez '-.- E acho q a Dul deveria ter dado ao menos um voto de confianças, sei que a maratona acabou, mas sacanagem neeh, parar bem nessa parte '-.- shashuahsa Continuaaa logooo *-*

  • Isy_Rocker Postado em 28/07/2016 - 23:18:56

    OOOOOOIII, leitora nova aqui *------------*


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