Fanfic: Simplesmente Dulce(adaptada) | Tema: Vondy
— Puxa, como vou fazer para controlar essa saudade louca que ando sentindo? — quis saber Alfonso, cheio de graça.
Não sei, mas um mês longe dele me fizera perceber que nossa paixão não era tão grande assim. Afinal, fazia dias que eu nem pensava nele direito. Também havia outros motivos, tipo ele quase nunca fazer contato ou ser evasivo nas poucas conversas que tínhamos. Mas nada a ver com Chris, que isso fique bem claro.
— Bom, a gente já tinha combinado que deixaria para resolver a situação quando eu voltasse ao Brasil — contemporizei. — É difícil falar sobre isso pelo telefone.
— Falar sobre o quê? — questionou Alfonso. — Sobre saudade? Não vejo problema nenhum.
Fiquei impaciente. De repente, queria desligar logo a praga daquele aparelho e descer para jantar com meu pai.
— Beleza, Alfonso. Gostei da sua ligação. Mas agora eu preciso ir. Meu pai está esperando...
— Certo — cortou ele. — Já entendi. Você está me dispensando.
Oh, Senhor!
— Eu não faria isso. — Não pelo celular, há quase 10 mil quilômetros de distância. Mas isso eu não disse em voz alta.
— Bom, princesa. Vamos deixar as coisas como estão. Prevalece então o que combinamos aqui no Brasil, certo?
Eu não queria dizer sim. Não estava preparada para reforçar nosso combinado. Já não sentia o mesmo por Alfonso, não conseguia me imaginar apaixonada por ele, namorando ou, pior, usando com ele minhas lindas lingeries da Victoria’s Secret.
— A gente se fala depois — prometi. Era o mínimo que eu podia fazer.
Desliguei o telefone, sabendo que Christopher estava prestes a fazer uma observação. Levantei os olhos para ele, que apenas comentou, em inglês, claro:
— Essa língua portuguesa é muito confusa.
Sorri. Ele completou:
— Vem. Vamos jantar.
Dizer que a tal da Laika era bonita é ser econômica. A danada da garota era maravilhosa, aquele tipo de mulher que faz com que qualquer outra se sinta o cocô do cavalo do bandido, se é que me entendem.
Na hora que bati o olho nela, me lembrei logo de Ana Hickmann: alta, esguia, loira, fatal. Se eu tivera a ridícula sensação de que Christopher vinha flertando comigo, acabei de constatar que tudo não passava de invenção de minha cabeça. Eu devia ter interpretado aquele lance do quase-beijo de forma totalmente errada.
De cima de um salto agulha de uns dez centímetros, Laika me analisou minuciosamente assim que pus os pés na sala de jantar. Instantaneamente, fiquei constrangida, sentindo-me pequena e... bem, básica. Ao contrário de mim, Laika não se importou em parecer extravagante. Vestia um short curto, branco, meio solto, e uma camiseta de seda coral, cujo decote deixava muito pouco para a imaginação alheia. As já mencionadas sandálias tinham um tom neutro e faziam a dona delas ainda mais alta. Os cabelos batiam nos ombros e foram cortados de um jeito despojado, num estilo que só as mulheres muito confiantes têm coragem de assumir.
Mas resolvi manter o apelido secreto Nome de Cachorro. De que outra forma eu poderia desdenhar daquela que em poucos minutos se tornara alvo de minha inveja? Bonita, bem-vestida, fashion e ainda namorada de Christopher. Dava para ser pior?
Christopher se adiantou a mim assim que viu a namorada. Por alguma razão, eles não chegaram juntos e o fato de nós dois termos aparecido no mesmo momento não passou despercebido a Laika. Antes de mais nada, ela o beijou. Na boca. Na frente de todos nós, ou seja, Andrej, Irina e eu. Nem consigo descrever a fincada que senti quando presenciei aquela cena, bem no meio do peito. Ainda bem que a cara de Irina também não era das melhores. Já meu pai parecia indiferente a qualquer tipo de animosidade.
Depois, Nome de Cachorro resolveu me dar atenção e esticou uma mão branca, fina e cheia de anéis para me cumprimentar. O aperto que trocamos foi mole, fraco, como se ambas tivéssemos medo de tocar na mão uma da outra.
— Kosov — ela disse.
Quê? Não acredito que ela usou krosvi para falar comigo. Se me cumprimentou ou me chamou de vaca, eu não tinha como saber.
Meu pai sorriu e explicou:
— Não, Laika, a Dulce não fala nossa língua. Todos nós nos comunicamos com ela em inglês. — Então, ele se dirigiu a mim. — E a Laika disse “muito prazer”, Dulce.
Juro por Deus que tentei ser simpática e tal, mas, só de olhar para a cara daquela garota, mal conseguia disfarçar minha antipatia. Tive que me segurar para não fazer uma piadinha com o nome ridículo dela ou chamá-la de patricinha afetada na frente de todo mundo. O que estava acontecendo comigo, hein?
— Finalmente, Dulce! Demoramos a nos conhecer, mas só outro dia fiquei sabendo sobre você. Engraçado o Chris nunca ter mencionado nada. Ou melhor, ele falou, sim, mas só muito recentemente.
Com certeza essa foi uma tentativa de deixar bem claro que Christopher não dava a mínima para mim. Lancei os olhos na direção dele e, pela primeira vez na vida, Chris pareceu desconcertado.
Decidi entrar no jogo.
— Ainda bem. Estamos procurando manter segredo por enquanto, sabe? Manter as coisas só entre a família mesmo. — Em seguida, dirigi-me a meu pai. — Viu, Andrej? O Chris é um cara de palavra.
Sabe aqueles personagens de desenhos infantis que soltam fumacinha pela cabeça quando estão com raiva? Pois é. Se a Laika fosse um desses, estaríamos presenciando uma cena assim.
Andrej indicou o lugar para cada um de nós à mesa de jantar, mas foi o último a se sentar. Antes, puxou a cadeira para Irina e para mim. Claro que Christopher fez o mesmo para a namorada, que lutava para parecer descontraída. Mas o que a postura dela demonstrava era justamente o contrário. Não sei por que cargas d’água a bela filha de senador/executiva/namorada de Chris estava muito incomodada com minha presença. Então, o sentimento era recíproco.
— Que bom estarmos todos aqui hoje! — exclamou Andrej, enquanto Karenina e uma outra moça, Petra, serviam o jantar. — Temos muitas novidades, não é mesmo, Irina?
Com o peito estufado de prazer, Irina assumiu a responsabilidade pela atualização das últimas notícias.
— Bom, já temos uma data para a apresentação da Dulce — anunciou, olhando diretamente para mim. Limitei-me a sorrir para não interrompê-la. — Será no dia 10 de outubro.
— Puxa, que notícia maravilhosa! — Minha adrenalina ficou a mil. — É uma data ótima para o pessoal do Brasil, porque o dia 12 é feriado lá. Ai, Irina, que maravilha! Talvez fique mais fácil para eles agora.
— Você ainda não os convidou? — perguntou Andrej, tocando de leve em minha mão.
— Comentei por alto com a Anahí, minha melhor amiga, mas ainda não combinei nada, nem com minha mãe. — De repente, uma sombra nublou minha euforia. — Peraí! Eu não vou ter que usar nenhum vestido repolhudo, né?
Todos ficaram me olhando com uma expressão de dúvida, como se não tivessem entendido meu questionamento. Apenas Laika escondeu um sorrisinho malicioso atrás de uma das mãos.
— Vestido repolhudo? — indagou Andrej.
— É, tipo cheio de babados e todo rodado, ou, pior, cem por cento rosa-bebê. Porque eu não uso rosa-bebê. De jeito nenhum.
Meu pai riu, enquanto Irina parecia processar o que eu havia acabado de dizer, anotando mentalmente minhas recusas.
— Não vai precisar — assegurou-me ele, respirando com prazer em cima de seu prato recém-servido.
— Ah, majes... digo, Andrej, mas é claro que a Dulce vai ter que vestir um traje bonito, condizente com a posição de princesa da Krósvia — Irina replicou. — Não dá para aparecer na frente do mundo inteiro vestindo calça jeans e camiseta.
— E como seria um traje condizente, Irina? — eu quis saber.
— Sugiro um longo, claro — interveio Laika. — Mas nada de azul ou nude. Não combinam com sua pele.
Ui! Magoei. Eu amo azul!
— Dulce, vamos ter que sair para escolher o vestido ideal para a ocasião. E deve ser o mais rápido possível. — Às vezes, a eficiência de Irina beirava o fanatismo.
— Outra orgia consumista?! — Chris se manifestou. — Cuidado, Andrej. Essas duas soltas pelos shoppings são um perigo para sua conta bancária.
Fuzilei-o com os olhos. Era a primeira vez que o olhava abertamente desde que nos reunimos para o jantar. Mas não encontrei crítica nem desprezo naqueles olhos verdes que vinham assombrando meus pensamentos há dias. O que eu vi foi diferente, porém, reconfortante. Quase sorri para ele, mas tive medo do outro par de olhos que também me encarava.
— Não faz mal — replicou meu pai. — Já deixei claro para a Dulce que ela tem carta branca para gastar quanto quiser. E ela é bem consciente, não é, filha?
— Se você está dizendo — respondi. — Minha mãe não acharia o mesmo.
O cheiro da sopa servida como entrada fez minha boca se encher de água. Mergulhei uma fatia de pão no caldo e suspirei enquanto degustava toda aquela delícia.
Irina me olhou, perplexa.
— Não vai querer saber o que vai acontecer nesse dia, Dulce? Como vai ser a cerimônia?
Com a boca cheia, tive que responder balançando a cabeça. A verdade é que eu nem tinha pensado nisso. Acreditava que era só aparecer em público, de preferência através da TV, e dar um oi para a galera.
— Bom — continuou ela. — Primeiro, seu pai vai reunir a imprensa e fazer o comunicado oficial. Em seguida, ele vai chamar você. Nessa hora, a população vai estar reunida em frente ao Palácio de Perla. Você vai surgir na sacada principal.
— Quê?! — engasguei. O pedaço de pão ficou entalado em minha garganta e foi preciso um generoso gole de água para soltá-lo de lá. — Vou ter de aparecer em público?
Olhei para Andrej, suplicando por apoio, mas ele apenas devolveu uma expressão condescendente.
— Ora, Dulce — disse Laika, nada simpática. — Você queria o quê? Um tchauzinho diante das telas e pronto? O povo merece sua consideração.
Por quê? Eu não significava nada para aquele país e ninguém nem ao menos sabia de minha existência. E, por mais que eu estivesse curtindo de verdade meus dias na Krósvia, ainda não me sentia pertencente àquele lugar.
De repente, perdi a fome.
— E depois? — murmurei.
Irina se animou novamente:
— Bom, daí você e seu pai saem numa volta em carro aberto pelas ruas de Perla. O Chris também vai, claro.
— Quê?! — repeti, mas agora em coro com Christopher.
— Gente, eu não sou a Kate Middleton — argumentei.
— Andrej, não acho que minha presença seja necessária — disse Chris.
Irina olhou de mim para ele, desaprovando nossa postura com um gesto de cabeça. Pela primeira vez na vida, vi meu pai falar de um modo que não permitia questionamentos:
— Você, Dulce, precisa entender que as coisas por aqui são assim.
Envergonhada, murchei na cadeira.
— E você, Chris, é tão parte desta família como a Dulce. Portanto, não estamos lhe fazendo um convite. Entendido?
Chris e eu nos entreolhamos. Se a situação não fosse dramática, seria cômica. E Christopher parece ter pensado a mesma coisa. Dissimulamos um sorrisinho antes de concordamos em uníssono:
— Sim.
Quem não gostou nada dessa cumplicidade foi Laika, que cruzou os braços, emburrada. Se dependesse de mim, ela não teria a menor participação nesse circo chamado Cerimônia de Apresentação da Princesa Dulce.
Autor(a): leticialsvondy
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EU: — Diga que vem! Mal terminei o jantar e corri para falar com minha mãe. Estava desesperada para ouvir a voz dela e contar as novidades, inclusive sobre o convite de meu pai para que ela, meus avós e Anahí viessem à Krósvia para a cerimônia, blá-blá-blá. Já não suportava mais falar nisso. ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 28
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millamorais_ Postado em 01/08/2016 - 01:05:59
Eu posso morder esse rapaz *--*
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millamorais_ Postado em 01/08/2016 - 00:34:25
Sério, tou lendo o capítulo 20 e qndo ela falou luan Santana pensei logo nessa música kkkkk
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Isy_Rocker Postado em 31/07/2016 - 18:56:43
Ameeeeeeeeei *------* Ansiosa por De Repente Dulce <3 Ficoou demais <3 ----- <3
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Isy_Rocker Postado em 30/07/2016 - 21:18:23
Meu na moral, eu quero que eles fiquem juntos mais que tudo, mas eu to morrendo de raiva da Dulce pqp, tipo ela errou com ele e tudo que ela fez foi mandar um email e agora outro e já desistiu, ela n luta por ele e isso da raiva, acho que ele devia dar um gelo nela sim e ela correr atrás, mas continuaaaaaaaaa pooor favooor *---*
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GiovannaPuentePortillaherrera Postado em 30/07/2016 - 19:44:04
A dulce bebada é muito engraçada mas coitada dela.....Chris não ignora ela dessa vez......continua estou amando
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Isy_Rocker Postado em 29/07/2016 - 23:17:10
Cara, se ele tivesse feito alguma coisa seria a um tempo atrás e ja teria cancelado tudo, então talvez pode ser sei lá que ele mudou de ideia e a puta lá continuou com a armação ou alguma coisa assim, eu só que eu tenho certeza absoluta que ele ama ela demais e nunca armaria algo assim, muito menos na primeira vez dela eu sei que a Dul vai se arrepender de não dar UM voto de confiança, sério to deduzindo um monte aqui neh? Parei shaushas poosta loogo <3
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GiovannaPuentePortillaherrera Postado em 29/07/2016 - 21:47:17
Já não sei mas no que acreditar seu eu acredito no Cris ou nos paparazes......coitada da Dulce......amei a maratona continua
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millamorais_ Postado em 29/07/2016 - 11:06:25
Isso tá cheirando a armação daquela cobra, rezando para que tudo se resolva logo, preciso deles juntos *---*
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Isy_Rocker Postado em 28/07/2016 - 23:19:11
Ameeeei, amei amei demaaaais *-------* Só que agr to chorando aqui, o Chris não fez isso neh? Eu sei que ele n fez '-.- E acho q a Dul deveria ter dado ao menos um voto de confianças, sei que a maratona acabou, mas sacanagem neeh, parar bem nessa parte '-.- shashuahsa Continuaaa logooo *-*
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Isy_Rocker Postado em 28/07/2016 - 23:18:56
OOOOOOIII, leitora nova aqui *------------*