Fanfics Brasil - 8 - Dias de Tensão (PARTE 3) Simplesmente Dulce(adaptada)

Fanfic: Simplesmente Dulce(adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: 8 - Dias de Tensão (PARTE 3)

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— Isso foi abrangente, Anahí. Não foi uma declaração nem nada — expliquei, sabendo que a desculpa não colou.


— Entendo. Realmente, o adjetivo gostosão abrange muitas coisas mesmo. — Que raiva! Anahí não queria largar o osso. — E define bem o nosso Chris. Porque ele é isso mesmo, um gostosão. Mas, quanto ao mauricinho, sou obrigada a discordar de você.


Joguei-me na cama, sentindo-me meio derrotada. Enfiei os saltos nos pés e encarei minha amiga.


— Tudo bem, Anahí. Eu me rendo. Admito que o Chris é um gato, que mexe com meus nervos de um jeito inédito pra mim.


Ela levantou as sobrancelhas, como se dissesse “não falei?”.


— Mas nada disso importa. O Chris é um cara comprometido. E enteado do meu pai — acrescentei depressa. — Ou seja, é quase meu irmão.


Agora, sim, a gargalhada me deu medo. Foi igual à de uma bruxa desvairada.


— Conta outra, Dulce Maria! Quase irmãos...


É sempre assim. Quando Anahí está a fim de me enfezar, ela me chama de Dulce Maria. Todo mundo sabe que não gosto de ser chamada pelos dois nomes.


— Olha, Anahí. Não sei por que estamos perdendo tempo discutindo esse assunto. O Chris e eu somos duas pessoas convivendo uma com a outra por obrigação, pela situação. Não fosse isso, jamais teríamos nos conhecido, ou talvez sim, mas não seria nada de mais. E não é, mesmo agora. Daqui a uns meses eu volto para o Brasil e fim.


— Se você está dizendo. — Anahí deu de ombros. — Mas eu particularmente penso...


— Pensa coisa nenhuma — cortei-a. — Vamos, venha me ajudar com a maquiagem. Daqui a pouco precisamos descer e não quero aparecer de cara limpa.


— Uau! E depois você diz que é indiferente ao “mauricinho gostosão”. — Anahí fez sinal de aspas no ar.


— Cala a boca!


E acabei ganhando mais uma sessão de gargalhadas.


***


Eu deveria estar histérica. Mas, estranhamente, me sentia bem. Como tudo transcorreu na santa paz durante o almoço, presumi que os demais momentos daquele dia interminável também seriam tranquilos.


Anahí não falou mais sobre Christopher. De vez em quando, ela desviava a atenção para ele e ficava babando como uma tiete diante do ídolo. Não fiquei com raiva nem nada, só achei meio ridículo.


Mamãe e vovó engataram uma conversa animada com tia Marieva, enquanto as crianças me rodearam para contar as novidades. A mais impressionante de todas foi que Giovana perdera seu primeiro dente de leite. Ela esticou os lábios para me mostrar a janelinha com um orgulho muito pouco disfarçado.


Zlater e Stephania Muriev demonstraram ser um casal simpático. Participaram das conversas como se fossem gente de casa, ignorando solenemente o assunto política. Achei essa atitude excelente, e contou pontos para os dois.


Chris tentou chamar minha atenção o tempo todo. Mas decidi ignorá- -lo — 1, por causa da história do roupão, e, 2, devido às minhas reações nada naturais diante dele. E olhe que ele utilizou várias abordagens: fez piada com meu medo de andar de moto, fofocou que eu era impressionável em se tratando de histórias antigas, contou que eu levava jeito na cozinha — o que deixou minha mãe toda orgulhosa. Por fim, deu um chute em minha canela e eu juro que quase reclamei em voz alta, bem assim:


— Paiê, o Chris me chutou!


Só que não fiz nada disso, é óbvio.


Quando o almoço terminou, despedi-me apressadamente de todos, pois Irina anunciou em alto e bom som que Virna, minha primeira e única manicure na Krósvia, estava me aguardando no quarto.


Mamãe e vovó também se despediram e foram levadas ao hotel para um descanso rápido. Elas acompanhariam a cerimônia de apresentação no Palácio de Perla e seriam levadas até lá por Jorgensen, que estava por conta delas. Não foi fácil separar nós três. Desejava mais um tempo de mimos e paparicos. Por outro lado, sabia que a ocasião exigia paciência. Depois da apresentação, teríamos mais liberdade.


Virna caprichou na produção. Agora já expert nas técnicas brasileiras de manicure e pedicure, fez um trabalho perfeito em minhas unhas. Escolhi vermelho vivo para as mãos e os pés. Quem sabe a cor desviasse a atenção de cima de mim? Quanto menos pessoas ficassem me encarando, melhor seria para meu coração descompassado.


Unhas feitas, hora do cabelo. Eis que surgiu na minha frente a figura mais exótica da face da Terra para “dar um up” em meu visual. Nome: Patrick. Gênero: duvidoso.


Simultaneamente batendo palmas e estalando os dedos, Patrick invadiu meu quarto agarrado numa maleta pink e falando pelos cotovelos. Em krosvi.


— Ei! — praticamente tive que gritar para ser ouvida. — Em inglês, por favor.


Patrick arregalou os olhos — muito bem delineados de lápis preto — e abriu a boca. Mas de lá não saiu mais nenhuma palavra.


— Oh-oh — disse eu. Pelo jeito, ele não falava nem entendia nada daquela língua. E agora?


— I don’t speak English — alegou, num inglês para lá de macarrônico.


— And I don’t speak Krosvi — retruquei, exasperada. Como é que ficaria meu cabelo se nós não conseguíamos entender a língua um do outro? Na certa, se eu pedisse para deixar liso, Patrick acabaria fazendo um permanente.


Levantei as duas mãos para ele, fazendo um gesto para que esperasse. Recorri a Irina, que teria que dar uma de intérprete. Quem mandou contratar um cabeleireiro com o qual eu não conseguia me comunicar?


Resolvida a questão, deixei que ele trabalhasse em minhas madeixas. Até que a figura tinha dedos de anjo, pois fui ficando grogue de sono enquanto Patrick mexia para lá e para cá nas minhas mechas.


— Ele está dizendo que seus cabelos são muito sedosos, Dulce. — Irina me tirou do torpor traduzindo a frase de Patrick.


— O que ele não deve estar querendo dizer em voz alta é que esses meus cabelos são teimosos como uma égua selvagem. E não traduza isso! — ordenei. — Verdade. Posso ter cabelo liso, mas não é nada fácil lidar com ele.


Por fim, tive que admitir que o resultado ficou muito bacana. Patrick fez como Irina sugeriu, prendendo só um dos lados com grampos. Em cima deles, tanto para escondê-los como para dar um charme, colocou um prendedor bonito, incrustrado de minúsculas estrelas de cristal.


— Patrick está dizendo que a cor dos seus cabelos é bonita. — Outra tradução feita por Irina. — E que, se você quiser clareá-los mais um pouco, pode procurá-lo. Ele terá o maior prazer de se tornar o hair stylist oficial da princesa Dulce da Krósvia.


Revirei os olhos, achando a oferta uma graça. Clarear os cabelos? Quem sabe?


Da maquiagem eu mesma cuidei, pois já estava acostumada. Nunca saía à noite sem maquiagem em BH e, de dia, estava sempre de gloss, pelo menos.


Assim que me olhei no espelho de corpo inteiro de meu closet e constatei que não faltava mais nada, suspirei. A sorte estava lançada. Em poucos minutos, eu deixaria de ser simplesmente Dulce Maria Saviñon para me tornar algo próximo a uma celebridade.


Soube que a imprensa brasileira invadiu Perla em peso, mesmo sem saber absolutamente nada sobre mim. Mas, como a assessoria de imprensa do governo soltara uma nota informando que a notícia que o rei Andrej daria naquela tarde dizia respeito ao Brasil também, os jornalistas não ficaram parados, esperando para ver. Acamparam no pátio do Palácio de Perla com câmeras e microfones e lá ficaram o dia todo.


Uma leve batida na porta me provocou um sobressalto. Pensei logo em Christopher, mas ele jamais batia. Entrava de uma vez, com ou sem autorização. Já vacinada contra suas invasões, preferi atender pessoalmente, em vez de mandar entrar.


— Olá! — Era meu pai. — Como está esse coração?


Abri caminho para ele e então vi seus trajes. Andrej estava alinhadíssimo, num fraque impecável, talvez até demais para o horário. Mas, como não entendo muito de etiqueta, nem sei se tinha ou não razão quanto a isso.


— Batendo acelerado — confessei.


Ele me olhou com aprovação.


— Você está linda. Parece uma princesa.


Sorrimos. Ele estava fazendo piada, embora de uma forma bastante sutil. A cara de Andrej.


— Queria garantir a você que será rápido, que você não ficará exposta demais — disse, com uma expressão carregada de ternura. — Que as pessoas não atormentarão você...


Balancei a cabeça, compreensiva.


— Mas eu não posso... — meu pai assumiu, por fim. Deu um longo suspiro, que depois se transformou num sorriso consolador. — Só quero deixar as coisas mais confortáveis, se é que tem jeito. Não haverá coroação, não agora. Príncipes e princesas não precisam ser coroados para serem reconhecidos como herdeiros do trono. Mas, no seu caso, faço questão disso... caso você decida viver aqui para sempre.


Uma camada de ar gelado percorreu minha coluna vertebral. Achei que já tinha deixado bem claro que voltaria para o Brasil, independentemente de qualquer coisa.


Parece que Andrej leu meus pensamentos, pois tratou de esclarecer:


— Não estou exigindo que more na Krósvia, que deixe o Brasil de vez. É só um desejo meu muito, muito forte.


Assenti. E ele voltou a pisar em terreno sólido.


— Vou ficar do seu lado o tempo todo. Você não precisa dizer nada, se preferir assim.


— Prefiro — concordei mais que depressa.


— Só lhe peço um único favor.


— Pode pedir. — Senti que era necessário abrir a guarda. Esse pai era mais do que eu merecia.


Andrej enfiou a mão no bolso do paletó e retirou uma caixinha azul. Fiquei olhando para ela, sem entender. Ele me daria uma joia?


Ao abrir a embalagem, apareceu um colar, que eu julguei ser de ouro branco. Na verdade, era uma correntinha prateada, muito fina e delicada, com um pingente brilhante no formato de um botão de rosa.


— Este diamante pertenceu à minha mãe, sua avó Andrina. — Diamante! E eu pensando que fosse, no máximo, um cristal Swarovski. — Quando me casei, ela o deu de presente para Elena, esperando que um dia tivéssemos uma filha que herdasse a joia. Quero que a use hoje.


Andrej ficou atrás de mim e colocou o colar em meu pescoço. Instintivamente, toquei o pingente. Tão lindo!


— Elena morreu sem saber sobre você. Mas acredito que, se estivesse aqui, faria o que estou fazendo agora, e até melhor, Dulce. Ela era uma pessoa maravilhosa e teria amado você tanto quanto eu.


Senti lágrimas formando-se em meus olhos, mas eu não choraria. Por mim, por meu pai, por tudo, ficaria firme até o fim.


— É lindo — murmurei. E o abracei em seguida. — Obrigada por tudo. Vou fazer meu melhor. Prometo, papai.


E essa foi a primeira vez que chamei Andrej de pai. Deliberadamente.


O rosto dele adquiriu uma expressão de realização, como se aquela simples palavra fosse a mais bonita e importante do mundo. Naquele momento, ela era, sim. Pelo menos para nós.



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Autor(a): leticialsvondy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 28



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  • millamorais_ Postado em 01/08/2016 - 01:05:59

    Eu posso morder esse rapaz *--*

  • millamorais_ Postado em 01/08/2016 - 00:34:25

    Sério, tou lendo o capítulo 20 e qndo ela falou luan Santana pensei logo nessa música kkkkk

  • Isy_Rocker Postado em 31/07/2016 - 18:56:43

    Ameeeeeeeeei *------* Ansiosa por De Repente Dulce <3 Ficoou demais <3 ----- <3

  • Isy_Rocker Postado em 30/07/2016 - 21:18:23

    Meu na moral, eu quero que eles fiquem juntos mais que tudo, mas eu to morrendo de raiva da Dulce pqp, tipo ela errou com ele e tudo que ela fez foi mandar um email e agora outro e já desistiu, ela n luta por ele e isso da raiva, acho que ele devia dar um gelo nela sim e ela correr atrás, mas continuaaaaaaaaa pooor favooor *---*

  • GiovannaPuentePortillaherrera Postado em 30/07/2016 - 19:44:04

    A dulce bebada é muito engraçada mas coitada dela.....Chris não ignora ela dessa vez......continua estou amando

  • Isy_Rocker Postado em 29/07/2016 - 23:17:10

    Cara, se ele tivesse feito alguma coisa seria a um tempo atrás e ja teria cancelado tudo, então talvez pode ser sei lá que ele mudou de ideia e a puta lá continuou com a armação ou alguma coisa assim, eu só que eu tenho certeza absoluta que ele ama ela demais e nunca armaria algo assim, muito menos na primeira vez dela eu sei que a Dul vai se arrepender de não dar UM voto de confiança, sério to deduzindo um monte aqui neh? Parei shaushas poosta loogo <3

  • GiovannaPuentePortillaherrera Postado em 29/07/2016 - 21:47:17

    Já não sei mas no que acreditar seu eu acredito no Cris ou nos paparazes......coitada da Dulce......amei a maratona continua

  • millamorais_ Postado em 29/07/2016 - 11:06:25

    Isso tá cheirando a armação daquela cobra, rezando para que tudo se resolva logo, preciso deles juntos *---*

  • Isy_Rocker Postado em 28/07/2016 - 23:19:11

    Ameeeei, amei amei demaaaais *-------* Só que agr to chorando aqui, o Chris não fez isso neh? Eu sei que ele n fez '-.- E acho q a Dul deveria ter dado ao menos um voto de confianças, sei que a maratona acabou, mas sacanagem neeh, parar bem nessa parte '-.- shashuahsa Continuaaa logooo *-*

  • Isy_Rocker Postado em 28/07/2016 - 23:18:56

    OOOOOOIII, leitora nova aqui *------------*


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