Fanfic: Simplesmente Dulce(adaptada) | Tema: Vondy
Parecia uma novela de época. Só trocaram as carruagens por automóveis. Mulheres em seus melhores trajes, empregados por todos os lados e homens, bem, de preto.
A caravana era grande: um carro com tia Marieva e família, outro com o casal Muriev, Irina e o assessor de Andrej, cujo nome eu não havia guardado ainda, além do nosso, digo, o que levava meu pai, Anahí, Chris e eu.
Sim. Eu estava imprensada entre Anahí e Christopher. Claro que aquela posição foi minuciosamente orquestrada por minha amiga maquiavélica e fiquei me questionando por que meu “quase irmão” não saíra direto do apartamento dele.
Tudo bem que a visão era das melhores. De fraque, Christopher fazia astros de Hollywood, como Robert Pattinson e Zac Efron, por exemplo, parecerem simples mortais. Ele até tinha domado a juba, embora despenteado fosse o estilo ideal para ele.
Mas o que realmente estava me tirando do sério e me ajudando a não pensar na cerimônia que me aguardava a poucos quilômetros dali era a perna direita de Chris pressionando minha perna esquerda, com apenas o tecido da calça dele servindo de barreira entre nós.
Como se não bastasse, devido a seu avantajado tamanho, ele precisou passar o braço atrás de minha cabeça e posicioná-lo sobre o encosto para não ficar todo espremido. Com isso, seu perfume subiu até minhas narinas ultrassensíveis, o que foi suficiente para eu ter um flash bastante vívido do sonho que tivera na noite anterior. Como eu poderia ter esquecido?
Foi assim:
Chris e eu estávamos na Caverna do Pirata, mas dessa vez fomos até lá para mergulhar. Usávamos roupas leves — short e camiseta —, mas eu tinha consciência do biquíni por baixo de tudo.
Caminhamos calados sobre as pedras, só que de mãos dadas. E nossos dedos estavam entrelaçados. Percebi que isso fazia uma diferença enorme.
Ao entrarmos na caverna, Chris disse que eu precisava me preparar para nossa primeira aula. Portanto, eu deveria colocar um macacão de mergulho. Por sorte, ele havia levado dois dentro da mochila que se materializou nos ombros dele. Atirou o traje para mim e começou a se despir para vestir seu próprio macacão.
Senti um perfume amadeirado quando sua camisa voou até o chão e minha boca ficou seca de repente. Christopher estava na minha frente, só de sunga. Então, ele ordenou que eu me apressasse e vestisse logo meu macacão, pois o tempo dele era curto.
Obedeci a ordem, morrendo de vergonha de ficar só de biquíni. Pedi que ele olhasse para o outro lado e Chris me atendeu. Mas só em parte. Foi só eu tirar o short que ele quebrou a promessa e me encarou. Primeiro, deu uma boa olhada em meu corpo. Depois, cravou os olhos nos meus. Fiquei roxa.
Deu um passo, depois outro, devagar, até ficar a um palmo de distância de mim. Minha respiração perdeu a regularidade e ficou pior quando Chris se inclinou. Fechei os olhos, pois sabia que o beijo era uma questão de milésimos de segundo.
De repente, eu sabia que estava sonhando. Sabe aquela sensação? Mesmo assim, eu queria aquele beijo mais do que tudo no mundo.
Mas não aconteceu. Nem no sonho. Claro que acordei na hora H e estraguei tudo. Que ódio!
Olha só a que ponto cheguei. Agora, fico desejando ser beijada por Chris, acordada ou não. Será que existe remédio para obsessão?
Senti seu olhar desviando-se de vez em quando em minha direção. Algo me dizia que minha perna roçando na dele não distraía só a mim.
Anahí também estava lutando para se conter. Eu previa sua ânsia de dizer algo. Então, adiantei-me, surpreendendo todo mundo.
— Anahí, falei com o Alfonso outro dia. Ele queria saber que dia eu volto para BH. — Fiz questão de pronunciar cada uma daquelas palavras em inglês, só para Christopher escutar e ficar sabendo que ele não era o único que tinha o direito de esfregar a namorada na nossa fuça.
— É mesmo? — Anahí se sobressaltou. Pareceu surpresa. — Pensei que o lance entre vocês tivesse minguado.
Chris se remexeu, mudando a posição do braço. Agora ele estava ao lado do meu, pressionando-o como se quisesse o espaço só para si. Ô, Anahí, me ajuda aí! Christopher pregou o olhar em mim, aguardando minha resposta. Já que eu tinha começado, o jeito seria ir até o fim.
— Bom, se depender do Alfonso, acho que não — esnobei.
— Tem certeza? — indagou Anahí, sendo irritante ao extremo. Que amiga eu fui arranjar.
— Como assim? — Já estava mais do que na hora de eu entender por que Anahí resolvera ser tão do contra em se tratando de Alfonso e eu. — Você está sabendo de algo que não sei?
Christopher pigarreou. Estava se divertindo às minhas custas. Ai, que ódio! E eu querendo fazer ciúmes nele, nem que fosse só um pouquinho...
Andrej se ajeitou no banco da frente. Até ele queria ouvir a resposta de Anahí. Dava para a situação ficar pior? Para que fui provocar, meu Deus?
— Bom... — começou ela, hesitante. — Você não quer conversar sobre isso depois?
Transferi o olhar de meu pai para Chris, tentando me decidir. Se eu fosse sensata, acataria a proposta dela e deixaria o papo para mais tarde — ou para outro dia. Mas quem disse que sou?
— Fala, Anahí.
Primeiro, ela tossiu. Na verdade, forçou a tosse. Em seguida, olhou para Christopher, buscando cumplicidade. Por mim, Anahí poderia dizer que Alfonso saía cada dia com uma garota diferente no Brasil, desde que ela parasse de olhar para Christopher daquele jeito!
Opa! Que droga de pensamento fora aquele?
— Chegamos! — exclamou Chris, apontando com o indicador os fundos do Palácio de Perla.
Lógico que todas as atenções foram desviadas de mim para o prédio — e foi melhor assim. Escrachar minha vida nada amorosa na frente de Christopher seria, no mínimo, humilhante. Anahí soltou o ar como se fosse um balão furado. Mais do que nunca, eu tinha certeza de que as notícias sobre Alfonso não prestariam. Não mesmo.
Assim que o carro estacionou na garagem do palácio, constatei que meus batimentos cardíacos deviam estar como os de um corredor dos cem metros rasos. Claro que era por causa da situação e zero devido a Alfonso. Quer saber? Nada que Anahí pudesse me contar teria importância, pois eu não gostava mais dele.
Estávamos prestes a seguir até o elevador quando Christopher segurou meu braço e me fez parar. Anahí olhou para a cena e decidiu não interromper, nem deixar que alguém fizesse isso. Manteve o ritmo e levou Andrej consigo. Por algum motivo, meu pai achou que não tinha nada de mais eu ficar para trás com seu enteado.
— Que foi agora? — Usei um tom carregado de impaciência, só para disfarçar o nervosismo.
Christopher estreitou o olhar, que não se dirigia a mim. Ergueu uma das mãos e tocou o pingente em meu pescoço sem nem sequer encostar em minha pele. Achei o gesto bastante calculado, por sinal.
— Como foi que conseguiu isso? — ele questionou, ao mesmo tempo em que ficava traçando os contornos da rosa de diamante.
— O Andrej me deu. — Fiz questão de empinar o nariz. Se ele pretendia me acusar de roubo ou coisa parecida, encontraria uma resistência hercúlea.
Mas Chris apenas balançou a cabeça, bem de leve, em transe.
— Foi da minha mãe — disse. Ainda sem me olhar. — Mas primeiro foi da mãe do Andrej, sua avó.
— Eu sei — murmurei.
Queria saber se ele havia ficado chateado. Queria perguntar como era a sensação de viver sem a mãe, pois eu não poderia nem imaginar ficar sem a minha. Queria mergulhar meus dedos nos cabelos dele e consolá-lo. Sei lá! Queria ser algo mais que uma simples turista na terra dele, a quem ele era obrigado a tolerar por consideração ao rei. Queria... queria tanto...
— Ficou bem em você — concluiu, retirando a mão do colar.
— Chris, eu...
— Está atrasada — ele completou. — Venha. Todo mundo está esperando você.
Literalmente, o mundo inteiro.
***
Eu não fazia ideia. Poderia até ter previsto, mas jamais dimensionaria com exatidão o tamanho daquilo. Não estou falando do Palácio de Perla nem das proporções de seus aposentos. Refiro-me ao número de pessoas que estavam esperando pelo pronunciamento de Andrej, dentro e fora do palácio, e à importância que isso tinha para a população da Krósvia.
Entramos juntos — Andrej, Chris e eu — no gabinete do rei, enquanto os demais membros de nossa comitiva foram instalados numa sala de estar, com direito a um coquetel maravilhoso e uma televisão gigantesca, conectada no maior canal do país, de onde o pronunciamento seria transmitido.
Todo mundo decidiu que me beijar me deixaria mais calma, e minha mãe acabou batendo o recorde. Sentei-me toda dura na ponta de uma poltrona, mal ouvindo o que meu pai e Christopher conversavam. Nesse meio-tempo, um homem que vestia um terno preto, com um microfone de apresentador de TV, entrou e ficou dando instruções para Andrej, tudo em krosvi. Meu pai só concordava, mas depois traduziu tudo para mim.
— Chegou a hora, Dulce. Preciso ir. Daqui a pouco a Irina vem chamar você. Vou estar na sala ao lado. Como eu disse, não vai precisar dizer nada. Por isso, tente ficar calma, certo?
Impossível. Seria impressão ou minha barriga estava começando a doer? Ah, não! Por favor, intestino, colabore!
— Chris, fique com ela. E, quando a Dulce for chamada, quero você junto de nós o tempo inteiro. Entendido?
— Sim. Vou cuidar para que nossa Dul aqui não desmaie nem saia voando pela janela — disse ele, cheio de graça.
Andrej sorriu. Chris tinha dito o que ele queria escutar.
Juntei uma mão na outra e esfreguei-as com força. Havia pouco mais de um mês, era uma garota normal que pensava que o auge de sua vida seria a viagem à Europa que pretendia fazer quando se formasse. Na televisão, nunca sonhara aparecer, a não ser por meio dos vídeos caseiros que fazia com sua câmera digital — e com aquelas fitas de VHS, quando era criança. Entrar num castelo de verdade? Só se ele fosse aberto à visitação pública. Bater papo com um rei? Talvez o Rei Momo no Carnaval do Rio de Janeiro. E nunca, jamais mesmo, essa garota fora chamada de princesa na vida, exceto pelo projeto de namorado chamado Alfonso. Mas isso não contava.
Senti dedos longos e ásperos procurando os meus. Eu não esperava que Christopher fosse se sentar a meu lado, nem que tivesse intenção de segurar minha mão. Levei o maior susto, embora soubesse que era um gesto inocente, tranquilizador, sem segundas intenções.
Deixei que ele fosse meu apoio e não senti vergonha ao me recostar nele, minha cabeça descansando confortavelmente em seu peito. Chris reagiu fazendo carinho em meus cabelos com a outra mão.
Suspirei, mais relaxada do que deveria, vamos combinar.
— Eu ainda não disse que você está linda — elogiou ele, devagar. Sua voz saiu distorcida devido à nossa posição.
— Não — concordei, adorando estar sendo paparicada por Chris pela primeira vez.
— Está linda, Dulce — repetiu, com mais ênfase. — Uma princesa!
— Não tem mais raiva de mim? — indaguei, incapaz de olhar em seus olhos.
— Nunca tive raiva de você — rebateu, segurando-me nos ombros para me encarar.
— Como não? Vai dizer que eu imaginei todas as vezes que você foi rude comigo?
— Não — reagiu. — Mas não era por ter raiva de você.
— Então, era por quê?
— Dulce, venha! — Irina interrompeu. Que droga! Eu estava prestes a ter uma revelação. Por que comigo as coisas sempre pareciam ficar pela metade? Mais cedo, com Anahí e a história sobre Alfonso. Agora, com Chris.
Autor(a): leticialsvondy
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Fui levada às cegas até a sala de imprensa, a tempo de ouvir meu pai anunciar em krosvi e, depois, em inglês: — Quero que todos conheçam finalmente minha filha, Dulce Maria Saviñon Markov, a princesa Dulce da Krósvia. Por pura falta de iniciativa da minha parte, Chris me puxou consigo. Minha aparição na frente do ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 28
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millamorais_ Postado em 01/08/2016 - 01:05:59
Eu posso morder esse rapaz *--*
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millamorais_ Postado em 01/08/2016 - 00:34:25
Sério, tou lendo o capítulo 20 e qndo ela falou luan Santana pensei logo nessa música kkkkk
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Isy_Rocker Postado em 31/07/2016 - 18:56:43
Ameeeeeeeeei *------* Ansiosa por De Repente Dulce <3 Ficoou demais <3 ----- <3
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Isy_Rocker Postado em 30/07/2016 - 21:18:23
Meu na moral, eu quero que eles fiquem juntos mais que tudo, mas eu to morrendo de raiva da Dulce pqp, tipo ela errou com ele e tudo que ela fez foi mandar um email e agora outro e já desistiu, ela n luta por ele e isso da raiva, acho que ele devia dar um gelo nela sim e ela correr atrás, mas continuaaaaaaaaa pooor favooor *---*
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GiovannaPuentePortillaherrera Postado em 30/07/2016 - 19:44:04
A dulce bebada é muito engraçada mas coitada dela.....Chris não ignora ela dessa vez......continua estou amando
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Isy_Rocker Postado em 29/07/2016 - 23:17:10
Cara, se ele tivesse feito alguma coisa seria a um tempo atrás e ja teria cancelado tudo, então talvez pode ser sei lá que ele mudou de ideia e a puta lá continuou com a armação ou alguma coisa assim, eu só que eu tenho certeza absoluta que ele ama ela demais e nunca armaria algo assim, muito menos na primeira vez dela eu sei que a Dul vai se arrepender de não dar UM voto de confiança, sério to deduzindo um monte aqui neh? Parei shaushas poosta loogo <3
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GiovannaPuentePortillaherrera Postado em 29/07/2016 - 21:47:17
Já não sei mas no que acreditar seu eu acredito no Cris ou nos paparazes......coitada da Dulce......amei a maratona continua
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millamorais_ Postado em 29/07/2016 - 11:06:25
Isso tá cheirando a armação daquela cobra, rezando para que tudo se resolva logo, preciso deles juntos *---*
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Isy_Rocker Postado em 28/07/2016 - 23:19:11
Ameeeei, amei amei demaaaais *-------* Só que agr to chorando aqui, o Chris não fez isso neh? Eu sei que ele n fez '-.- E acho q a Dul deveria ter dado ao menos um voto de confianças, sei que a maratona acabou, mas sacanagem neeh, parar bem nessa parte '-.- shashuahsa Continuaaa logooo *-*
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Isy_Rocker Postado em 28/07/2016 - 23:18:56
OOOOOOIII, leitora nova aqui *------------*