Fanfics Brasil - 11 - Aspirante a Lady Di (PARTE 3) Simplesmente Dulce(adaptada)

Fanfic: Simplesmente Dulce(adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: 11 - Aspirante a Lady Di (PARTE 3)

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Irmã Sonja fez um gesto com as mãos e, num piscar de olhos, as meninas se juntaram a seu redor, embora os olhares estivessem fixos nas figuras estranhas que quebraram a rotina delas, ou seja, Chris, Laika e eu. As outras mulheres adultas também se aproximaram e tia Marieva apresentou-as para nós, enquanto Irmã Sonja fazia um pequeno discurso em krosvi para as garotas.


Eu era a única que não estava entendendo nada. E acho que Chris percebeu meu desconforto, pois parou a meu lado e traduziu tudo o que a freira disse, que foi mais ou menos assim:


— Meninas, hoje estamos recebendo aqui na nossa casa uma pessoa muito especial. Ela se chama Dulce e veio do Brasil para colorir ainda mais nosso lindo país.


Que fofo!


Uma menininha de uns 7 anos levantou a mão.


— Pois não, Aleksandra? — Chris repetiu as palavras de Irmã Sonja, em inglês e bem baixinho, com a boca quase colada à minha orelha. Mesmo perto de todas aquelas pessoas, senti minhas pernas fraquejarem. Eu estava no limite de me tornar patética.


— Eu sei quem ela é! — a menina chamada Aleksandra falou e Chris traduziu. — Eu vi na TV, lembra, Irmã Catja? Nós vimos juntas! — Ela parou um pouquinho para fazer suspense. — Ela é a princesa Dulce da Krósvia.


Gritos agudos dominaram o ambiente. Não eram vaias nem exclamações de espanto, mas de reconhecimento. Subitamente, todas as garotas puseram-se a falar e a gesticular ao mesmo tempo, mas permaneceram sentadinhas no chão, muito disciplinadas.


As freiras pediram calma e tia Marieva assumiu o posto de porta-voz. Mesmo de costas, pude ouvir Laika bufar. Quem dera ela resolvesse dar meia-volta e se mandar dali! Não me importaria nem um pouco se voltasse a pé para Perla.


— Meninas, vou falar em inglês porque sei que vocês são capazes de entender. E também precisam treinar, não é verdade? — incentivou tia Marieva.


— Siiiiim — responderam elas, em coro. Na verdade foi yeeeessss.


— Muito bem. A Dulce é isso mesmo, Aleksandra. Nossa princesa. Mas também é uma moça muito inteligente e legal. Ela até fez uns docinhos de chocolate para vocês.


— Oba!


— Podemos comer agora?


— Chocolate ao leite ou meio amargo?


— Quantos eu posso comer?


— Ela vai falar com a gente?


Se eu tinha achado a coletiva de imprensa no dia da cerimônia um festival de perguntas, bombardeio mesmo faziam as meninas do Lar Irmã Celeste. Só não cheguei a ficar tonta como na outra vez. Acho que estava me acostumando.


— Calma, garotas. Vocês vão ter tempo para comer os doces e também para conversar com a Dulce. Ela vai passar um tempinho aqui com a gente, certo?


— Siiiiim — de novo.


Então, minha tia explicou minha história de forma bem resumida e disse que eu estava preparada para responder às perguntas, contando que cada uma das meninas esperasse sua vez. Elas foram organizadas por Irmã Catja e quase não podiam se conter de tanta ansiedade.


Confesso que estava nervosa. Sentia o suor brotar na palma das mãos e me segurei para não secá-las na calça jeans.


Resolvi me juntar às garotas no chão e me sentei entre elas. Foi minha melhor decisão das últimas horas. Fizemos uma grande roda no pátio e o bate-papo soou bem mais informal do que eu esperava. Ficamos um bom tempo por lá e o assunto entre nós fluiu espontaneamente, como se já fôssemos velhas conhecidas.


De cara, constatei que, embora nenhuma daquelas crianças tivesse família, elas não mostravam olhares tristonhos nem pareciam insuficientemente amadas. Isso me deixou feliz e acabou acelerando uma decisão que eu vinha formatando em minha cabeça desde que entrara no Lar: eu trabalharia ali pelo restante de meus dias na Krósvia. Se tia Marieva, que era casada, tinha um emprego e filhos e dava conta disso, por que não eu, uma desocupada de marca maior?


Claro que primeiro eu teria que convencer meu pai de que ficaria tudo bem. Traduzindo: eu precisaria garantir que não seria atacada nem sequestrada por nenhum maníaco ou terrorista. E eu tinha meus métodos de persuasão.


Quando dei por mim, Laika já tinha sumido do mapa. Acredito que não aguentou me ver no centro das atenções enquanto ela era jogada para escanteio. Aposto que durante sua vida inteira ela sempre fora a estrela principal. Engula essa, Nome de Cachorro.


O legal foi que Christopher permaneceu no mesmo lugar e não deu a mínima para os chiliques da namorada. Eu preferiria não ter que pensar nisso, mas era inevitável. Chris fazia parte da maioria de meus pensamentos durante o dia e de todos os meus sonhos à noite.


Eu não quis encará-lo muito, mas deu para notar o olhar de aceitação dele sobre mim. Tinha um quê de orgulho e admiração, como se eu tivesse me revelado outra pessoa, bem mais digna de sua aprovação. Melhor não se empolgar, dona Dulce.


Assim que a conversa com as meninas terminou, seguimos para o refeitório, onde os brigadeiros foram servidos. Para cada garota havia um lugar específico, por ordem de idade, percebi. Na hora, me lembrei daquele desenho Madeline, cujas histórias se passam na França. A menininha que dá nome à série também vive num orfanato, coordenado pela bondosa freira Senhorita Clavel. Fiquei esperando a famosa oração que as internas proferem antes das refeições:


Nós amamos nosso Deus, nós amamos nosso pão, mas acima de tudo nós amamos de coração.


É claro que não rolou, quero dizer, não assim, com essas palavras. Porém, antes de caírem matando sobre o brigadeiro, as meninas juntaram suas mãozinhas e agradeceram pelo alimento, numa prece sussurrada para Deus e para si mesmas.


Constatei que somos seres muito ingratos. A maioria dos seres humanos comem bem e com fartura e são incapazes de agradecer por isso. Já as garotas do Lar Irmã Celeste provavelmente tinham uma alimentação regrada e ainda diziam “obrigada”. Mais uma lição para minha vida.


— Tia Marieva, estou encantada — confessei, assim que me despedi de todo mundo, prometendo repetir a visita. — Elas são fofas e educadas e muito alegres também.


Atrás de mim, ressurgida de algum esconderijo misterioso, Laika deu uma bufadinha, que eu interpretei como: “Deixa de ser puxa-saco, garota!”. Nem liguei.


— É verdade — concordou Christopher, reforçando minhas palavras. Será que ele podia deixar de ser legal para que eu pudesse voltar a odiá-lo? — São meninas muito espertas.


— Até chegarmos aqui, foi um trabalho longo e difícil — tia Marieva revelou, ajeitando uma mecha dos cabelos impecavelmente loiros atrás da orelha. — Muitas meninas vieram completamente desamparadas, num estado terrível de fragilidade. Mas hoje as coisas são bem diferentes. Ainda bem e graças às irmãs que vivem aqui e se doam integralmente.


Aproveitei a deixa para expor minha ideia:


— Sabe, tia, estive pensando... será que eu poderia trabalhar como voluntária aqui no Lar? Eu poderia fazer qualquer coisa, tipo brincar com as meninas ou ler para elas.


Laika me olhou como se eu fosse uma desvairada, mas Christopher sorriu de um jeito encantador. Tia Marieva pareceu refletir, talvez considerando as possibilidades, e acabou dizendo:


— Ler para elas é uma ótima ideia. O problema é que não temos um acervo muito grande e os livros que temos já foram todos lidos.


Então, tive um momento epifânico, como as personagens de Clarice Lispector, sempre acometidas por revelações que mudam sua história.


— Então o problema está resolvido! — quase gritei de tanta euforia. — Meu pai tem no castelo a maior biblioteca que já vi, só perde para a da minha faculdade. Se vocês não têm livros aqui, podemos levar as meninas a eles. Sei lá, duas ou três vezes na semana. A gente pode passar o dia lendo e aproveitando os ambientes do castelo, como o jardim, o terraço, a praia e, nos dias de chuva, a própria biblioteca. Não é uma excelente ideia?


Por um instante, todo mundo ficou mudo, olhando para mim como se eu fosse uma ET e tivesse acabado de dizer que converso com animais. Tia Marieva chegou a abrir a boca, mas desistiu no meio do caminho.


— Você acredita que seu pai vai dar corda para essa ideia maluca, Dulce? — Laika meio que debochou, mas sem ser muito explícita para não pegar mal, para ela, claro.


— Bom, tudo é negociável — rebati, parada diante de tia Marieva, suplicando por seu apoio. — Não é, tia?


— Acho que pode dar certo — Chris profetizou. — Aquele castelo vai acabar virando um museu se alguma coisa produtiva não for feita o mais rápido possível. Quem precisa de tantos livros se ninguém lê? Ou melhor, ninguém lia, né, Dulce? Agora que você está aqui na Krósvia, pelo menos deu uma oxigenada naquela sala abandonada.


Nunca alguém defendera uma sugestão minha com tanta veemência. Normalmente, eu só escuto: “Péssima ideia, Dulce”.


— Concordo com isso — tia Marieva completou. — E as meninas vão poder sair do ambiente delas e ter acesso a uma outra realidade. Dulce, se você não conseguir convencer o Andrej...


— Eu convenço — Chris prontificou-se.


— Ah, não acredito que você vai entrar nessa, Chris! — Laika bateu na perna, num gesto de extrema impaciência.


— Laika, é o mínimo que eu posso fazer — ele se defendeu, dando uma banana para os protestos da namorada cachorra. — E ainda estou me envolvendo pouco. Queria ter a metade da coragem da Dulce para assumir uma responsabilidade dessas para mim.


Corajosa? Eu? Já fora chamada de muitas coisas, mas corajosa não era um adjetivo muito comum, não. Mas vindo de Christopher, era música para meus ouvidos apaixonados.


— Muito bem, então — tia Marieva concluiu. — Acertamos tudo com o Andrej, depois combinamos com a Irmã Sonja. Mas vou sugerir que você fique com um grupo de meninas mais velhas, Dulce. São as mais concentradas. Tudo bem assim?


— Tudo ótimo.


— Maravilha! — Fui abraçada por tia Marieva, que me deixou sem fôlego. — Você pode ter demorado a aparecer, Dulce. Mas, sem dúvida, é uma de nós. Estou muito orgulhosa, querida.


Como não lido bem com elogios, especialmente em público, corei dos pés à cabeça. Devo ter ficado parecida com um morango.


No trajeto de volta ao castelo, depois de beijos e despedidas, a voz de Rogério Flausino dominou novamente o ambiente interno do carro. A raiva de Laika era quase concreta, enquanto Christopher plantava no rosto uma expressão de desdém que me fez ter até dó da garota. Bom, mais ou menos, né?


Eu, de meu lado, optei por ficar quieta, na minha. Se me fingisse de morta, talvez conseguisse escapar ilesa daquela briga iminente. Graças ao bom Deus que sou fã do Jota Quest. Falar era impraticável, mas não li nenhum cartaz avisando que estava proibido cantar. Então eu cantei:


A-ha, isso aqui tá muito bo-om!


A-ha, isso aqui tá bom demais.




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Autor(a): leticialsvondy

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ANAHÍ: — Você vai o quê, Dulce? EU: — Você escutou, Anahí. Ouviu muito bem, por sinal. ANAHÍ: — Sim, mas queria confirmar se ouvi direito mesmo. Então, quer dizer que vai trabalhar com crianças órfãs? EU (corrigindo): — Meninas. ANAHÍ: — Como? EU (arrancando um genero ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 28



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  • millamorais_ Postado em 01/08/2016 - 01:05:59

    Eu posso morder esse rapaz *--*

  • millamorais_ Postado em 01/08/2016 - 00:34:25

    Sério, tou lendo o capítulo 20 e qndo ela falou luan Santana pensei logo nessa música kkkkk

  • Isy_Rocker Postado em 31/07/2016 - 18:56:43

    Ameeeeeeeeei *------* Ansiosa por De Repente Dulce <3 Ficoou demais <3 ----- <3

  • Isy_Rocker Postado em 30/07/2016 - 21:18:23

    Meu na moral, eu quero que eles fiquem juntos mais que tudo, mas eu to morrendo de raiva da Dulce pqp, tipo ela errou com ele e tudo que ela fez foi mandar um email e agora outro e já desistiu, ela n luta por ele e isso da raiva, acho que ele devia dar um gelo nela sim e ela correr atrás, mas continuaaaaaaaaa pooor favooor *---*

  • GiovannaPuentePortillaherrera Postado em 30/07/2016 - 19:44:04

    A dulce bebada é muito engraçada mas coitada dela.....Chris não ignora ela dessa vez......continua estou amando

  • Isy_Rocker Postado em 29/07/2016 - 23:17:10

    Cara, se ele tivesse feito alguma coisa seria a um tempo atrás e ja teria cancelado tudo, então talvez pode ser sei lá que ele mudou de ideia e a puta lá continuou com a armação ou alguma coisa assim, eu só que eu tenho certeza absoluta que ele ama ela demais e nunca armaria algo assim, muito menos na primeira vez dela eu sei que a Dul vai se arrepender de não dar UM voto de confiança, sério to deduzindo um monte aqui neh? Parei shaushas poosta loogo <3

  • GiovannaPuentePortillaherrera Postado em 29/07/2016 - 21:47:17

    Já não sei mas no que acreditar seu eu acredito no Cris ou nos paparazes......coitada da Dulce......amei a maratona continua

  • millamorais_ Postado em 29/07/2016 - 11:06:25

    Isso tá cheirando a armação daquela cobra, rezando para que tudo se resolva logo, preciso deles juntos *---*

  • Isy_Rocker Postado em 28/07/2016 - 23:19:11

    Ameeeei, amei amei demaaaais *-------* Só que agr to chorando aqui, o Chris não fez isso neh? Eu sei que ele n fez '-.- E acho q a Dul deveria ter dado ao menos um voto de confianças, sei que a maratona acabou, mas sacanagem neeh, parar bem nessa parte '-.- shashuahsa Continuaaa logooo *-*

  • Isy_Rocker Postado em 28/07/2016 - 23:18:56

    OOOOOOIII, leitora nova aqui *------------*


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