Fanfics Brasil - 12 - O Pescador de Corações (PARTE 2) Simplesmente Dulce(adaptada)

Fanfic: Simplesmente Dulce(adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: 12 - O Pescador de Corações (PARTE 2)

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— Bom, podemos combinar o seguinte... — disse, tentando ganhar tempo para elaborar uma ideia brilhante. — A gente vai à biblioteca primeiro. Quando nos cansarmos de ler, fazemos um piquenique na praia, mas sem usar roupa de banho por enquanto. Legal assim?


Minha proposta foi aceita com entusiasmo. Para quem não vivia rodeada por crianças, eu até que levava jeito. Talvez trocasse de curso assim que voltasse para o Brasil. Pedagogia era uma boa, né? Ou psicologia, quem sabe?


Brincadeirinha.


Eu sabia que os livros não me decepcionariam. Por quase três horas, ficamos mergulhadas em páginas e mais páginas de ficção. Pedro Bandeira fez o maior sucesso com o grupo Os Karas, mas só com as mais velhas. As menores acabaram escolhendo histórias mais infantis e também se deixaram levar pelo mundo da imaginação.


Gosto de ler desde pequena, graças ao estímulo e ao exemplo de minha mãe. Ela sempre foi uma leitora frenética e nunca negou sequer um livro para mim. Na verdade, tomei gosto pela coisa com as revistinhas da Turma da Mônica. E não parei mais desde então.


Agora imagino como deve ser motivo de orgulho para um adulto constatar que seu filho aprecia os livros, pois eu estava me sentindo assim: orgulhosa. E olhe que eu não tinha mérito nenhum pela curiosidade literária daquelas meninas.


Karenina entrou com o lanche, depois voltou para buscar o que restara e, nas duas vezes, encontrou todas elas esparramadas pelos tapetes e almofadas, concentradíssimas em suas histórias. Ela apenas piscou para mim e saiu toda satisfeita, também com sua dose própria de orgulho no olhar.


Quando chegasse a hora de voltar para Belo Horizonte, uma parte de meu coração ficaria para trás. Digo isso sem querer ser piegas nem sentimental demais. O fato é que me apeguei às pessoas. Karenina, Irina, tia Marieva, meus primos, as meninas do orfanato — de quem eu queria cuidar, proteger, dar carinho —, meu pai...


E era melhor eu nem colocar Christopher nesse grupo, se não aí é que a coisa ficaria feia mesmo. E eu que achava que sentiria falta de Alfonso por ficar seis meses na Krósvia. Era até covardia comparar isso com o que eu sentiria quando deixasse Chris para trás.


— Dulce, você deixa a gente ir para a praia agora? Hein?


Devanear perto de crianças não é legal. Elas não esperam a gente voltar a raciocinar.


— Podemos, Dulce?


— Claro que a Dulce vai deixar, não é, princesa?


Dei um pulo. Apesar de todos os rostos terem se mexido automaticamente pela manifestação de uma voz masculina naquele ambiente dominado por garotas, eu me mantive na mesma posição, ou seja, de costas para a porta e impossibilitada de verificar quem entrava e saía na biblioteca. Não que eu precisasse olhar, diga-se de passagem, pois sabia exatamente quem era o dono da voz mais profunda e sexy da face da Terra.


Por que Chris tinha que aparecer para complicar um dia tão bom? E como assim, me chamar de princesa? Ridículo.


Ainda sem me mover, respondi calmamente — se é que dava para ficar calma naquela situação —, como uma professora das mais pacientes:


— Se vocês estiverem mesmo cansadas de ler por hoje, não vejo nenhum problema em levá-las à praia. Mas não vamos nadar, certo? E só vamos sair depois de guardarmos os livros.


Rapidamente, as meninas deram conta de organizar a sala. Quer motivação melhor que a promessa de um passeio ao ar livre na praia particular do Palácio Sorvinski?


Durante todo o momento de arrumação, senti os olhos de Chris me observando. Ele ficou parado na porta, com um ombro encostado de maneira despojada no batente, de olho em tudo, ou melhor, em mim. Claro que primeiro cumprimentou as meninas e fez um gesto rápido com a cabeça em minha direção, mas nem se preocupou em nos ajudar, nem disse nada. Só ficou lá, com aquele olhar de lince, avaliando meus movimentos, como um encarregado de turma numa fábrica.


— Precisa de alguma coisa? — indaguei, a personificação da indiferença. Pura fachada.


— Nada, não — disse, todo confortável. — Só estou esperando vocês para o passeio. Vou acompanhá-las.


Deu para perceber o tom? “Vou acompanhá-las” e não: “Posso acompanhá-las?”. É muita confiança, fala sério.


— Não precisa. Vamos fazer um programa feminino, não é, garotas?


— Ah... Mas ele pode ir, se quiser — falou Karol, meio enfeitiçada por Christopher. E quem é que não ficaria? Até uma garotinha de 7 anos.


— Obrigado pelo convite, lindinha — agradeceu, charmoso. — Porque, se dependesse dessa princesa aqui, eu ficaria sozinho, sem nada para fazer.


Encarei-o com fúria. Princesa era a vovozinha. Bom, eu também era, mas não precisava ficar lembrando disso toda hora.


— Você não tem que trabalhar? — questionei. Sim, pois, de acordo com Nome de Cachorro, Christopher já tinha perdido tempo demais comigo.


Ele levantou o punho da jaqueta — a já mencionada, de couro, preta — e checou o horário no relógio de atleta. Sei disso porque esse tipo de relógio é... bom... Ah, sei disso porque sei.


— Trabalhei o suficiente por hoje. Mereço uma tarde relaxante. Concordam, meninas?


— Siiiiim!


Ai, Senhor. Vencida por dez pirralhas que passaram o dia comigo e deveriam estar do meu lado. O que um homem bonito faz com o cérebro das mulheres? Congela?


— O que vocês acham de a gente pescar? — sugeriu Chris, todo empolgado. — Conheço um lugar superlegal.


— Como assim, pescar? — guinchei, de um jeito nada atraente.


— Bom, a gente usa vara, anzol e isca e joga na água. — Chris cruzou os braços no peito e plantou no rosto uma expressão bem safada. — Se o peixe for fisgado, significa que a gente pescou. Entendeu agora?


Ele estava zoando com minha cara. Que sujeitinho mais irritante! Ou ele se achava muito engraçado, ou sabia que me afetava. Senti o sangue subir para minha face, rompendo o restante de autocontrole que eu ainda possuía.


— Nossa! Essa piada foi hilária. Viu como eu ri? — ironizei. — Agora, vamos, meninas, senão fica tarde.


— Dulce, eu estou falando sério. Quero levá-las para pescar. O lago da Caverna do Pirata é um lugar excelente para pescaria. Qual é o problema?


Pus as mãos da cintura e empinei o nariz.


— O problema, Christopher, é que não dá para ir a pé até a Caverna do Pirata. E também não temos o equipamento adequado para essa atividade.


Ele não se deixou vencer. Como aspirante a advogada, meu poder de persuasão ia de mal a pior.


— As meninas chegaram aqui de quê? Vi uma van parada no estacionamento. Imagino que tenha trazido as garotas. — Então, ele andou até parar bem perto de mim e completou: — E o castelo tem um depósito cheio de apetrechos de pescaria. Podemos até escolher. E agora? Mais algum empecilho?


A derrotada na discussão acabou sendo eu. O que mais eu poderia alegar? Não, Christopher, não vamos com você porque quase morro quando estamos juntos. Ou então eu poderia dizer também: É melhor não sairmos juntos mais porque eu mal consigo respirar perto de você.


Murchei os ombros, sentindo-me diminuída. Em compensação, as crianças ficaram em êxtase. Dispararam um falatório em krosvi e rodearam Christopher, resolvendo deliberadamente que a companhia dele gerava muito mais diversão do que a minha.


Olhei para minhas roupas. Não eram adequadas para uma pescaria. Afinal, um conjunto de plush confortável foi feito para, no máximo, uma caminhada com pouco suor.


Chris, percebendo minha hesitação, questionou:


— O que houve agora?


— Nem as garotas nem eu estamos vestidas para a ocasião.


Com a paciência por um fio, Chris passou a mão pelos cabelos e suspirou:


— Dulce, pelo amor de Deus, qualquer roupa serve. Vamos ficar sentados na beira do lago, com as varas estendidas sobre a água. Não estamos saindo para mergulhar. Deixa de fazer drama.


Pronto. Agora ele tinha mexido com meu orgulho.


— Tudo bem. — Virei as palmas das mãos na direção de Chris e baixei a guarda. — Mas vamos depressa, antes que fique muito tarde.


Não preciso nem comentar que o sorriso que ele me lançou fez minhas pernas amolecerem e meu coração mudar de ritmo. Não preciso, embora não me canse de contar.


— Os peixes desse lago não são ornamentais?


— Não se tiverem mais de 30 centímetros. E aqui a maioria tem.


Não gosto muito de pescar porque morro de pena dos peixes. Odeio ver o anzol agarrado na boca dos bichos, o que deve causar uma dor horripilante. Mesmo quando a pescaria é do tipo “pesca e solta”, fico imaginando a sensação de ter a boca furada e ser largado de volta na água.


Mas as meninas estavam achando o máximo. Cada uma ganhou uma vara e se ajeitou em torno do lago da caverna, repetindo tudo o que Chris havia explicado a elas sobre pescaria.


Graças aos céus, o trajeto até a Caverna do Pirata fora tranquilo. Depois das primeiras semanas falando da princesa declarada da Krósvia, os jornalistas começaram a se dispersar e meu pai manteve as medidas de segurança só por garantia. Está certo que eu ainda não tinha permissão para ir e vir a meu bel prazer, mas só o fato de poder entrar numa van sem Zlafer e Boris já era um imenso progresso.


Achei prudente avisar tia Marieva antes de nos aventurarmos fora dos limites do castelo, mas ela concordou que fôssemos passear, especialmente porque Chris iria junto.




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Autor(a): leticialsvondy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 28



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  • millamorais_ Postado em 01/08/2016 - 01:05:59

    Eu posso morder esse rapaz *--*

  • millamorais_ Postado em 01/08/2016 - 00:34:25

    Sério, tou lendo o capítulo 20 e qndo ela falou luan Santana pensei logo nessa música kkkkk

  • Isy_Rocker Postado em 31/07/2016 - 18:56:43

    Ameeeeeeeeei *------* Ansiosa por De Repente Dulce <3 Ficoou demais <3 ----- <3

  • Isy_Rocker Postado em 30/07/2016 - 21:18:23

    Meu na moral, eu quero que eles fiquem juntos mais que tudo, mas eu to morrendo de raiva da Dulce pqp, tipo ela errou com ele e tudo que ela fez foi mandar um email e agora outro e já desistiu, ela n luta por ele e isso da raiva, acho que ele devia dar um gelo nela sim e ela correr atrás, mas continuaaaaaaaaa pooor favooor *---*

  • GiovannaPuentePortillaherrera Postado em 30/07/2016 - 19:44:04

    A dulce bebada é muito engraçada mas coitada dela.....Chris não ignora ela dessa vez......continua estou amando

  • Isy_Rocker Postado em 29/07/2016 - 23:17:10

    Cara, se ele tivesse feito alguma coisa seria a um tempo atrás e ja teria cancelado tudo, então talvez pode ser sei lá que ele mudou de ideia e a puta lá continuou com a armação ou alguma coisa assim, eu só que eu tenho certeza absoluta que ele ama ela demais e nunca armaria algo assim, muito menos na primeira vez dela eu sei que a Dul vai se arrepender de não dar UM voto de confiança, sério to deduzindo um monte aqui neh? Parei shaushas poosta loogo <3

  • GiovannaPuentePortillaherrera Postado em 29/07/2016 - 21:47:17

    Já não sei mas no que acreditar seu eu acredito no Cris ou nos paparazes......coitada da Dulce......amei a maratona continua

  • millamorais_ Postado em 29/07/2016 - 11:06:25

    Isso tá cheirando a armação daquela cobra, rezando para que tudo se resolva logo, preciso deles juntos *---*

  • Isy_Rocker Postado em 28/07/2016 - 23:19:11

    Ameeeei, amei amei demaaaais *-------* Só que agr to chorando aqui, o Chris não fez isso neh? Eu sei que ele n fez '-.- E acho q a Dul deveria ter dado ao menos um voto de confianças, sei que a maratona acabou, mas sacanagem neeh, parar bem nessa parte '-.- shashuahsa Continuaaa logooo *-*

  • Isy_Rocker Postado em 28/07/2016 - 23:18:56

    OOOOOOIII, leitora nova aqui *------------*


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