Fanfic: Simplesmente Dulce(adaptada) | Tema: Vondy
Acordei no início da manhã, ainda bem cedo. Apesar de meu corpo estar meio moído, sentia- me muito feliz, realizada e completa. Minha primeira vez fora surreal. Ou eu deveria dizer primeiras vezes? Sim, porque, com a tempestade, tivemos que passar a noite inteira na Ilha de Catarina. Portanto, tivemos tempo de sobra para realizar todas as minhas fantasias — no bom sentido, pelo amor de Deus — com Christopher.
Valeu a pena esperar. Eu sempre fora criticada por minhas amigas porque adiara ao máximo a perda de minha virgindade, enquanto a maioria preferira seguir pelo caminho do “deixa rolar”, muitas vezes com qualquer um. Ainda na época da escola, vira muitas meninas de minha sala esconderem cartelas de anticoncepcionais em bolsos falsos da carteira para não serem flagradas pelos pais. Não porque tivessem um namorado, mas porque estavam sempre na expectativa de uma aventura nos finais de semana.
Numa dessas, uma garota acabou engravidando. Ela só tinha 15 anos. E sabem quem era o pai? Um universitário que namorava outra menina havia séculos.
Por essas e outras, sempre tive muito medo. Assim, optei por me preservar. E não me arrependo. Eu não poderia ter escolhido um homem mais perfeito para ser meu primeiro, nem um cenário mais ideal que o daquela noite.
Saí da cama com cuidado para não acordar Christopher. Devido à chuva, o clima estava bem frio. Enrolei-me numa manta e fui até a cozinha, pé ante pé. Meu estômago exigia comida. Também, depois de tanto esforço...
Sorri ao repassar na mente cada momento, desde a chegada de Chris ao chalé, quando me dera o maior susto, até o último suspiro da noite, ou melhor, do final da madrugada. Lembrei- me de termos perdido a razão a ponto de eu não diferenciar meus gemidos dos dele. Acho que a sincronia foi perfeita.
O mais impressionante de tudo foi a pergunta que Chris me fez, enquanto ainda vestíamos parte de nossas roupas. Fiquei completamente desconcertada.
— Dulce, o que fez com aquela sacola enorme de lingeries?
— O quê? — ofeguei, com o rosto enterrado em um de seus ombros.
— As lingeries novas. Eu vi a sacola da Victoria’s Secret naquele dia da orgia consumista.
Meu rosto quase entrou em combustão espontânea. Ele não podia estar falando sério.
Apoiei-me nos cotovelos e o encarei.
— Eu não saio por aí com meus conjuntos lindos e novinhos, principalmente se for para ajudar na faxina de um chalé abandonado.
Christopher gargalhou e desceu os olhos para as peças desencontradas que eu estava usando. Seu olhar me queimou.
— Garanto que elas não foram estreadas do jeito certo. Temos que providenciar isso. Não vejo a hora de desvendar os segredos de Victoria.
Rimos juntos. Realmente, minhas belezuras de renda e cetim mereciam uma plateia, mesmo que fosse de uma pessoa só.
Meu estômago chiou mais uma vez e enfiei a cara na cesta de piquenique, intocada desde que fora colocada sobre a mesa. Ataquei logo uns três pãezinhos de mel e pulei as frutas sem a menor sensação de culpa. Já tinha perdido calorias demais naquela noite. Mastiguei um pão olhando perdidamente pela janela da cozinha. Ainda chuviscava, mas o pior da tempestade já havia passado. Ainda bem que Andrej não estava na Krósvia. Como explicaria a ele o fato de não ter dormido em casa? Mesmo assim, estremeci. Teria que me explicar de qualquer forma. Todos notariam a mudança de clima entre mim e Chris.
Num dos intervalos da madrugada, comentei com Christopher sobre essa minha aflição. Ele disse que se encarregaria de conversar com meu pai.
— Pode deixar comigo, Dulce. Eu mesmo quero falar com o Andrej. Como já negamos uma vez, var ser esquisito admitir o contrário. Mas ele vai entender se eu explicar.
Não fiquei muito tranquila, não. Sabia muito bem que minha hora chegaria. Meu pai não perderia a oportunidade de me fuzilar com perguntas.
— Outra coisa está me incomodando, mas não tem nada a ver com o Andrej — Chris disse, com a cabeça apoiada numa mão, enquanto a outra fazia carinho em minha barriga. Quase perdi a concentração. — Essa sua certeza de ir embora. Por que não fica mais? Um ano, pelo menos. Depois a gente pensa numa outra solução.
— Não posso ficar eternamente de férias, Christopher. Preciso terminar meu curso, voltar a trabalhar, dar um jeito na vida.
— Não dá para fazer tudo isso aqui mesmo?
— É complicado. Muita coisa me prende ao Brasil.
— E aqui? Nada?
Dei um beijo na ponta de seu nariz e suspirei.
— Não me torture desse jeito. Não é justo me pedir para escolher. Eu estou presa dos dois lados. Mas, antes de definir minha vida, preciso acabar o que comecei. Me formar é muito importante pra mim.
— E a gente?
— Não quero pensar sobre isso agora. Temos tempo pra achar uma solução.
— Então, venha aqui e me faça esquecer.
Bebericava languidamente um suco de caixinha sabor pêssego quando os braços fortes de Christopher envolveram minha cintura e me puxaram de encontro a seu corpo, coberto apenas pela calça jeans. Ele não sentia frio?
— Não gostei de acordar sozinho — reclamou, com a boca torturando minha nuca. — Por que já está de pé?
Apontei para a cesta de piquenique.
— Fome.
Christopher riu, presunçoso, orgulhoso por ser o motivo de meu apetite voraz. Rodou-me em seus braços para que pudéssemos ficar frente a frente.
— Matou a fome?
— Quase.
Sorrimos um para o outro. Joguei os braços sobre seus ombros e fiquei na ponta dos pés para beijá-lo. Nunca fora muito descolada com garotos, mas com Chris eu ficava muito à vontade. Se bem que ele estava longe de ser apenas um garoto.
— O que tem debaixo dessa manta? — quis saber, os olhos carregados de segundas intenções.
— Simplesmente Dulce.
Era isso mesmo. Perto de Chris, eu não tinha um título real, não me lembrava de ser filha de um rei e nem morava num castelo de verdade.
Ele me agarrou e recomeçamos todo o processo de amassos, que não teria sido interrompido caso uma terceira pessoa, estranha e deslocada no contexto, não tivesse surgido através da vidraça da cozinha e acionado o botão de uma câmera fotográfica, flagrando Chris e eu, agora sim, numa posição para lá de comprometedora.
Dei um pulo para trás, com o coração aos pulos, e puxei a manta até o queixo, perplexa demais para reagir de outra forma. Christopher se colocou na minha frente, encobrindo-me com seu corpo. Sua expressão mudou instantaneamente de sedutora para irada.
Mas o fotógrafo não se acanhou. Pelo contrário! Ficou ainda mais confiante quando outros dois apareceram não sei de onde e fizeram o mesmo: nos fotografaram sem parar.
Tive a impressão de que ia desmaiar. Eu não podia passar por toda aquela especulação outra vez, principalmente porque agora o fato seria respaldado pelas malditas fotos! E, pelo amor de Deus, como aquele bando de urubus chegara à ilha, ou, melhor dizendo, a mim e Chris?
E então, como se tivesse lido meus pensamentos, um dos paparazzi disse, caprichando no inglês, de modo que não houve chance de eu não entender:
— Pronto, Chris. Tarefa cumprida. Fizemos do jeito que você combinou.
Levei uns dez segundos para processar aquelas três frases. Até que a compreensão me atingiu em cheio e dilacerou meu coração em milhares de pedaços: eu havia sido enganada da maneira mais sórdida e repugnante possível. Caíra num joguinho ordinário, que provavelmente fora orquestrado com bastante antecedência por Chris e a nojenta da Nome de Cachorro. Meu Deus, quantas noites aqueles dois deviam ter passado arquitetando minha humilhação e rindo da minha cara! E eu, toda boba e apaixonada, agora prestes a ser ridicularizada na frente do mundo inteiro.
Retesei o corpo e me agarrei à borda da pia para não cair. Chris tentou me amparar, mas me afastei bruscamente. Até quando continuaria fingindo?
Enquanto isso, os flashes não paravam de pipocar. Meu estômago deu uma cambalhota, anunciando um enjoo horroroso.
— Sumam daqui! — Chris gritou. Pura encenação. — Desapareçam, senão vou processar vocês!
— Processar? Mas por que, se foi você que nos contratou?
Corri para o banheiro, desesperada, e me agarrei ao vaso sanitário. Vomitei os três pães de mel e o suco de pêssego. E mesmo quando não tinha mais nada no estômago, continuei tendo espasmos. Senti minha energia indo embora.
Chris disparou atrás de mim e se agachou a meu lado. Suas mãos seguraram meus cabelos para que não se sujassem, mas, tão logo recobrei a consciência, rejeitei-as com tapas histéricos.
— Não me toque! Não ouse colocar essas mãos imundas sobre mim! — berrei. Lágrimas desciam feito cachoeiras por meu rosto, nublando minha visão.
Chorei convulsivamente. Mais uma vez, Chris tentou me segurar, mas eu o impedi. Ele tinha estraçalhado meus sentimentos, minha confiança.
— Dulce, para com isso. Me escuta. Eu não sei quem são esses caras. Não tenho nada a ver com essa loucura. Por favor, olha para mim!
Autor(a): leticialsvondy
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— Se você falar que é coincidência eles estarem aqui, eu não respondo por meus atos. — Levantei com vontade de sumir do mapa. Mas antes precisava vestir minhas roupas e dar um jeito de escapar dali. — Você jogou sujo, Chris, e agora eu vejo há quanto tempo você e a safada da Laika andam armando para mim! — ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 28
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millamorais_ Postado em 01/08/2016 - 01:05:59
Eu posso morder esse rapaz *--*
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millamorais_ Postado em 01/08/2016 - 00:34:25
Sério, tou lendo o capítulo 20 e qndo ela falou luan Santana pensei logo nessa música kkkkk
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Isy_Rocker Postado em 31/07/2016 - 18:56:43
Ameeeeeeeeei *------* Ansiosa por De Repente Dulce <3 Ficoou demais <3 ----- <3
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Isy_Rocker Postado em 30/07/2016 - 21:18:23
Meu na moral, eu quero que eles fiquem juntos mais que tudo, mas eu to morrendo de raiva da Dulce pqp, tipo ela errou com ele e tudo que ela fez foi mandar um email e agora outro e já desistiu, ela n luta por ele e isso da raiva, acho que ele devia dar um gelo nela sim e ela correr atrás, mas continuaaaaaaaaa pooor favooor *---*
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GiovannaPuentePortillaherrera Postado em 30/07/2016 - 19:44:04
A dulce bebada é muito engraçada mas coitada dela.....Chris não ignora ela dessa vez......continua estou amando
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Isy_Rocker Postado em 29/07/2016 - 23:17:10
Cara, se ele tivesse feito alguma coisa seria a um tempo atrás e ja teria cancelado tudo, então talvez pode ser sei lá que ele mudou de ideia e a puta lá continuou com a armação ou alguma coisa assim, eu só que eu tenho certeza absoluta que ele ama ela demais e nunca armaria algo assim, muito menos na primeira vez dela eu sei que a Dul vai se arrepender de não dar UM voto de confiança, sério to deduzindo um monte aqui neh? Parei shaushas poosta loogo <3
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GiovannaPuentePortillaherrera Postado em 29/07/2016 - 21:47:17
Já não sei mas no que acreditar seu eu acredito no Cris ou nos paparazes......coitada da Dulce......amei a maratona continua
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millamorais_ Postado em 29/07/2016 - 11:06:25
Isso tá cheirando a armação daquela cobra, rezando para que tudo se resolva logo, preciso deles juntos *---*
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Isy_Rocker Postado em 28/07/2016 - 23:19:11
Ameeeei, amei amei demaaaais *-------* Só que agr to chorando aqui, o Chris não fez isso neh? Eu sei que ele n fez '-.- E acho q a Dul deveria ter dado ao menos um voto de confianças, sei que a maratona acabou, mas sacanagem neeh, parar bem nessa parte '-.- shashuahsa Continuaaa logooo *-*
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Isy_Rocker Postado em 28/07/2016 - 23:18:56
OOOOOOIII, leitora nova aqui *------------*