Fanfics Brasil - 18 - Meu Mundo Caiu (PARTE 3) - Maratona Simplesmente Dulce(adaptada)

Fanfic: Simplesmente Dulce(adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: 18 - Meu Mundo Caiu (PARTE 3) - Maratona

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Depois de quase sugar todo o ar do ambiente de tanto inspirar, soltei a bomba toda de uma vez. Devo ter gastado uns dez minutos ininterruptos para resumir a história inteira e falei até sobre a última conversa que tivera com minha mãe. Enquanto relatava os fatos, não tirei os dedos de meu colar de diamante. Inconscientemente, elegi o pingente de rosa como meu apoio.


Durante a confissão, não consegui segurar as lágrimas. Havia chegado a meu limite e, àquela altura, eu estava prestes a desabar de vez.


Andrej ouviu o relato. Ficou calado o tempo todo. Parecia uma estátua de pedra, sem demonstrar uma mísera expressão. Mas podia muito bem estar pensando: O que fui arrumar para minha vida? Por que não deixei essa filha pirada para trás?


Quando terminei, um longo silêncio pairou entre nós. Andrej abaixou a cabeça e deixou o tempo passar. Pensei que não quisesse mais falar comigo e usasse esse gesto para me dispensar.


Mas aí, assim que eu desisti de esperar, ele falou, num tom até bem calmo para quem havia acabado de receber uma batata quente nas mãos:


— Eu não acredito que o Chris esteja envolvido nessa confusão.


Um “o” redondinho se formou em minha boca. Eu esperava ouvir de tudo — que eu não merecia ser sua filha, que podia pegar minha trouxa e dar no pé —, menos aquilo, uma defesa tão convicta da inocência do enteado.


— Aquele menino sempre teve um caráter impecável. Nunca deu trabalho para ninguém, mesmo na adolescência. Dulce, eu ponho minha mão no fogo por ele. O Chris não contratou os fotógrafos.


— Se não foi ele, então quem foi? Porque, apesar de você avalizar a conduta do seu enteado, eu não consigo enxergar outra hipótese. Eu sei o que ouvi, pai. Não é viagem da minha cabeça, pode acreditar.


— Para mim, foi uma armação. Ou não. Também pode ter sido uma desculpa de última hora que os fotógrafos deram para justificar a presença deles na ilha. Não adianta, Dulce. Não vou crucificar o Chris.


— Ok — murmurei, arrasada. Quem dera eu pudesse acreditar na inocência dele assim como meu pai estava fazendo!


— Filha, por mais que eu esteja com vontade de torcer o pescoço dele por ter te colocado nessa posição vulnerável, para não dizer coisa pior, estou do lado do Chris.


— E contra mim? — gritei, mal acreditando no que meus ouvidos tinham escutado. Típico pensamento machista.


— Não estou contra você, Dulce, embora não tenha engolido essa história de você e o Chris terem dormido juntos assim tão depressa. Nesse ponto, os dois são culpados.


— Pai! — exclamei, chocada. — Só falta você me acusar de ter pedido para ser fotografada pelos paparazzi só porque... por isso. Aconteceu, não consegui evitar.


— Bom, o que eu posso dizer, então? Você já é adulta e sabe o que faz. Mas agora o mais importante é tentar impedir que as fotos sejam publicadas. Vou entrar em contato com meus advogados. Se pelo menos soubéssemos para qual veículo de comunicação esses caras trabalham...


— É — concordei, desanimada. — Mas isso é fácil de resolver. Pergunte para o Chris.


Andrej incorporou uma postura tensa e me chamou a atenção:


— Dulce, eu sei que está encucada e que os fatos te levaram a pensar mal dele. Mas eu acho que está se precipitando. Vou descobrir o que aconteceu e então teremos a prova da inocência do Chris. Aí, sim, vocês poderão namorar e aproveitar essa paixão toda.


— Acontece, pai, que decidi voltar para o Brasil — disse de uma vez, para não perder a coragem. — Não consigo mais ficar aqui depois disso tudo. Desculpe.


Ele só ficou me olhando, confuso, como se não acreditasse no que havia acabado de escutar. Fiquei com pena — não apenas de meu pai, mas de mim mesma também. Se eu tivesse sido uma boa menina, comportada e menos passional, ainda poderia desfrutar de mais uns meses na Krósvia, no maior bem-bom, sem me preocupar com absolutamente nada. Mas não, eu tinha que estragar tudo e jogar para o alto toda a confiança e as regalias que Andrej Markov, o impressionante rei de uma feliz nação europeia, havia dado de bandeja para mim.


— Quero voltar, se possível, hoje mesmo. Já conversei com mamãe e ela concorda que essa é a atitude mais certa agora. Sinto muito se te decepcionei. Você não merece passar por isso.


Emocionado, além de bastante contrariado, Andrej tentou argumentar:


— Que absurdo, filha! Isso não é motivo para sair correndo do país, como uma persona non grata. Também não estou decepcionado. Você não vai embora assim, de jeito nenhum.


— Eu preciso, pai. Preciso dar um tempo, deixar a poeira baixar. É uma questão de autopreservação. No momento, é o melhor a ser feito. Não fique chateado comigo. Eu vou voltar. Um dia, eu sei que vou.


Então ele balançou a cabeça, meio que resignado, e se calou. Assim que se despediu, pediu que eu ao menos o esperasse voltar da França, pois queria estar comigo pessoalmente antes de minha viagem.


Saí do Skype e fiquei encarando o computador em estado catatônico. Meu celular não tocou nem uma vez, o que indicava que Christopher não havia entrado em contato. Melhor assim.


Chequei meus e-mails só para constatar a mesma coisa: nada de mensagens. Dele, quero dizer. Porque havia outras. Inclusive a resposta de Anahí para minha declaração aflita no dia anterior. Meu Deus! Só havia passado um dia mesmo?


Desavisada, minha amiga escrevera um texto cheio de hipérboles e interjeições, provavelmente pensando que sua animação me contaminaria. Pobre Anahí! Estava um dia atrasada.




 


De: Anahí Portilla


Para: Dulce Maria Saviñon


Assunto: Uhuuuuu!!!


Dulce, minha amiga!


Que notícia maravilhosa (embora não seja nenhuma novidade para mim)! Mas finalmente admitir que está apaixonada por um gato daqueles é um primeiro passo muito importante. E parece que você não está sozinha nessa, não. Porque, como assim? Então o gostosão do Chris anda retribuindo seu interesse por ele? Não sei, não, hein! Isso vai dar namoro, dos quentes.


Já posso prever você e ele, o casal mais badalado do Leste Europeu — se a Krósvia estiver no leste mesmo. Está? Bom, preciso consultar um atlas. Mas, amiga, estou muito contente e confiante que agora vai! Porque vai, não vai? Pelo amor de Deus, já está mais do que na hora. Vê se dá seu jeito.


Quanto à Nome de Cachorro, escreve o que estou dizendo: já é carta fora do baralho. Só de olhar para os dois consegui pressentir isso. E você sabe como sou sensitiva e tal.


Dul do meu coração, pelo menos dessa vez siga meu conselho: ouça seu coração e não se deixe abater pelo pessimismo. Sei que deve estar torcendo o nariz para as minhas palavras filosóficas, mas é isso mesmo. Tente não ser tão precavida, tão preocupada. O Chris é um deus — e um amor também. Não o deixe escapar.


Ah! Sobre o Alfonso. Última atualização do status: virou um chiclete, dos mais grudentos. Cismou comigo mesmo. Não sei mais o que fazer. Será que devo denunciá-lo para a polícia? Sim, porque está beirando a assédio. Ai, ai...


Responde logo, viu? Estou louca para saber as novidades.


Beijos!


Anahí




 


Pobre amiga. Tão desatualizada! Como eu conseguiria contar que o “deus”, o “amor” do Chris era um farsante, um filho de uma boa mãe sem coração, que fizera comigo uma das piores coisas que um ser humano pode fazer com o outro?


Não tive vontade de responder. De qualquer forma, assim que eu aterrissasse em Belo Horizonte, ela seria uma das primeiras pessoas a descobrir a novidade. Bom, isso se os tabloides de plantão não fossem mais rápidos do que eu — e provavelmente seriam, não?


Deixei o computador de lado e puxei minha velha mala pink de uma das prateleiras do closet. Joguei-a sobre a cama e tratei de organizar minha bagagem. Pelo menos, ocupava a cabeça com algo produtivo.


Enchi-a com as roupas que trouxera do Brasil, mas resolvi deixar tudo o que comprara na Krósvia para trás. Não fora uma garota exemplar, a filhinha com a qual todo pai sonha. Portanto, não tinha o direito de ir embora com tudo o que Andrej me dera enquanto acreditava que eu era um doce, um anjo de candura.


Larguei os jeans caros, os vestidos de alta-costura, os sapatos italianos, tudo impecavelmente guardado dentro do armário. Mas o mais difícil foi abrir mão das lingeries da Victoria’s Secret, as tão sonhadas, fantasiadas e almejadas coleções que povoaram meus pensamentos por meses e que acabaram esquecidas numa gaveta qualquer, sem uso. Quem cuidaria delas? Quem as admiraria com tanto ardor? Talvez fosse melhor dá-las a Irina ou Karenina. Se bem que, com elas, aqueles rendas todas também virariam peças de museu, de qualquer forma.


Passei a tarde inteira nessa função de fazer as malas. Na hora do almoço, pedi na cozinha que fizessem o favor de levar minha comida até o quarto. Não estava disposta a interagir com ninguém. Sendo assim, evitei as pessoas deliberadamente, inclusive Irina e Karenina.


Devolvi livros à biblioteca e caí no choro quando encontrei uma boneca de pano esquecida entre as almofadas da sala de leitura. Logo pensei nas meninas do Lar Irmã Celeste e isso me deprimiu. Não poderia me despedir delas e sabia que meu retorno repentino para o Brasil as deixaria tristes, talvez até mesmo magoadas.


Coloquei a boneca na mala. Que mal teria levar comigo uma recordação de momentos de tanta brincadeira e felicidade? Daria um jeito de substituir o brinquedo por outro, comprado especialmente numa loja brasileira para a dona da bonequinha. E, se minha memória estivesse bem calibrada, ela pertencia a Karol.


Da mesma forma, não tive coragem de ligar para tia Marieva. Ela exigiria saber o que acontecera para me fazer voltar tão cedo para casa e eu não estava com disposição para narrar a história mais uma vez. Ficaria em débito com ela e meus lindos primos também.


Felizmente, as fotos feitas pelos paparazzi na manhã daquele dia ainda não haviam sido publicadas. À noite, quando meu pai chegou, ele informou que seus advogados trabalharam duro e acabaram conseguindo uma liminar na justiça que impedia a divulgação das imagens até a próxima quinta-feira, ou seja, dois dias depois. Fiquei mais tranquila.


Então ele quis saber se eu realmente estava decidida a ir embora, se não tinha desistido da viagem.


— Infelizmente, não, pai. Está mais do que na hora de eu ir. Preciso respirar um pouco.


— Vamos sentir muito a sua falta. Você trouxe alegria e cor para este castelo, qualidades que há muito tempo estavam perdidas. Vai ser difícil me acostumar com a sua ausência — declarou, todo emotivo. — Eu sei que não fui um pai muito presente, que deixei você meio de lado, aos cuidados de outras pessoas, mas você é tudo para mim, Dulce. Não nos conhecemos desde sempre, mas eu te amo como se tivéssemos vivido juntos desde o começo.


Abracei-o com força, enterrando meu rosto manchado de lágrimas em sua camisa de linho.


— Também vou sentir sua falta, papai. Muita. Ou melhor, vou sentir saudades. Gostaria de ter sido uma filha melhor, menos exigente, menos reclamona, mais amorosa.


— E quem disse que não foi? Que não é? Filha, você pode não gostar de ser chamada de Dulce Maria, mas seu segundo nome resume bem o que é.


Olhei para ele, com as sobrancelhas arqueadas, curiosa. É sério, eu nunca tinha pesquisado o significado de meu nome.


— Maria — continuou — significa querida em latim. E, onde quer que esteja, sempre será minha queridinha.


Enxuguei as lágrimas com as costas das mãos. Minha garganta estava apertada demais para que eu pudesse falar.


— O nome Maria também indica uma pessoa charmosa, amável e expressiva, muito criativa e um tanto curiosa, como você — completou. Eu fiquei encantada. Que legal era meu segundo nome! E pensar que eu nunca tinha gostado dele. — Portanto, não há a menor possibilidade de você ter sido uma filha ruim, porque isso não combina nem com seus atos, nem com quem você é. *(Significado do nome Carina q é o nome do meio real da personagem na história)


Andrej pediu que eu dormisse mais uma noite na Krósvia e deixasse para viajar na manhã seguinte. Atendi a esse último pedido e fui me deitar.


Com a cabeça no travesseiro, fiz um balanço de minha vida pós-garota comum. Em poucos meses, deixara minha pacata existência de universitária para morar num castelo, ser apresentada para o mundo inteiro como a única princesa da Krósvia, ser perseguida por paparazzi e ter fotos comprometedoras divulgadas na imprensa. Ah! Também fora entrevistada pelo Fantástico.


Mas nada disso, nem uma mísera pontinha, fora mais difícil do que meu último ato no país de meu pai: dormir com o homem de meus sonhos e acordar com um ogro em vez de um príncipe.




Fim da maratona gatenhas!! Espero que tenham gostado!! Comentem pra eu saber o que vocês acharam!!


 






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Autor(a): leticialsvondy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 28



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  • millamorais_ Postado em 01/08/2016 - 01:05:59

    Eu posso morder esse rapaz *--*

  • millamorais_ Postado em 01/08/2016 - 00:34:25

    Sério, tou lendo o capítulo 20 e qndo ela falou luan Santana pensei logo nessa música kkkkk

  • Isy_Rocker Postado em 31/07/2016 - 18:56:43

    Ameeeeeeeeei *------* Ansiosa por De Repente Dulce <3 Ficoou demais <3 ----- <3

  • Isy_Rocker Postado em 30/07/2016 - 21:18:23

    Meu na moral, eu quero que eles fiquem juntos mais que tudo, mas eu to morrendo de raiva da Dulce pqp, tipo ela errou com ele e tudo que ela fez foi mandar um email e agora outro e já desistiu, ela n luta por ele e isso da raiva, acho que ele devia dar um gelo nela sim e ela correr atrás, mas continuaaaaaaaaa pooor favooor *---*

  • GiovannaPuentePortillaherrera Postado em 30/07/2016 - 19:44:04

    A dulce bebada é muito engraçada mas coitada dela.....Chris não ignora ela dessa vez......continua estou amando

  • Isy_Rocker Postado em 29/07/2016 - 23:17:10

    Cara, se ele tivesse feito alguma coisa seria a um tempo atrás e ja teria cancelado tudo, então talvez pode ser sei lá que ele mudou de ideia e a puta lá continuou com a armação ou alguma coisa assim, eu só que eu tenho certeza absoluta que ele ama ela demais e nunca armaria algo assim, muito menos na primeira vez dela eu sei que a Dul vai se arrepender de não dar UM voto de confiança, sério to deduzindo um monte aqui neh? Parei shaushas poosta loogo <3

  • GiovannaPuentePortillaherrera Postado em 29/07/2016 - 21:47:17

    Já não sei mas no que acreditar seu eu acredito no Cris ou nos paparazes......coitada da Dulce......amei a maratona continua

  • millamorais_ Postado em 29/07/2016 - 11:06:25

    Isso tá cheirando a armação daquela cobra, rezando para que tudo se resolva logo, preciso deles juntos *---*

  • Isy_Rocker Postado em 28/07/2016 - 23:19:11

    Ameeeei, amei amei demaaaais *-------* Só que agr to chorando aqui, o Chris não fez isso neh? Eu sei que ele n fez '-.- E acho q a Dul deveria ter dado ao menos um voto de confianças, sei que a maratona acabou, mas sacanagem neeh, parar bem nessa parte '-.- shashuahsa Continuaaa logooo *-*

  • Isy_Rocker Postado em 28/07/2016 - 23:18:56

    OOOOOOIII, leitora nova aqui *------------*


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