Fanfic: Simplesmente Dulce(adaptada) | Tema: Vondy
— Eu quero o Chris! — desatei a chorar novamente. Dali para a frente eu só chorei, que nem criança contrariada.
Até o pobre coitado do motorista se sensibilizou e me passou uma caixa de lenços de papel, gentileza que eu aceitei prontamente.
— Por que ela está tão triste? — escutei-o perguntar para Anahí.
— Desilusão amorosa.
— Entendo — concordou o taxista, cheio de piedade no olhar. — Escuta, filha. Não fique triste. Já passei por isso. Fique tranquila que o tempo cura tudo, viu?
Funguei. Olhei para Anahí e a vi encolhida de vergonha. Não entendi o motivo. Eu só estava botando para fora todo o meu desespero. Que mal havia nisso?
Só sei que em poucos minutos paramos em frente do meu prédio. Mal consegui alcançar o elevador sem quase cair umas três vezes. Anahí quis me acompanhar, mas recusei a oferta. Nada melhor do que uma fossa bem curtida na companhia da completa solidão.
— Ai, minha cabeça — choraminguei, enquanto tentava me levantar da cama para tomar um comprimido de Neosaldina.
— Que bonito, né, dona Dulce Maria? Bebendo sem moderação!
Seriam meus tímpanos ou a voz de minha mãe havia subido para uns 200 decibéis?
— Não me diga que agora vai começar a compensar suas mágoas com bebida?
Joguei o travesseiro sobre o rosto e abafei um grito. Tinha uma caixa de abelha zunindo dentro de meu cérebro e minha mãe ficava armando sermão.
— Mãe — gemi —, pode acreditar. A bebedeira de ontem foi um fato isolado. Não vou virar alcoólatra por isso, né? Agora, me deixa dormir. Ainda é muito cedo.
— Realmente — disse ela, escancarando as cortinas para que eu visse o céu. — Cedo demais, afinal são “só” cinco horas da tarde.
Como era horário de verão, o sol ainda reluzia sobre a cidade.
— Você está dormindo há mais de 12 horas. E deve ter tido um sono agitado, pois gemeu e falou o tempo inteiro, principalmente o nome do Chris.
Encolhi. Por que o amor nos transforma em seres tão ridículos?
— Não me diga que continua tendo aquele sonho recorrente. Pensei que já tivesse passado.
Olhei para minha mãe, não querendo exatamente enxergá-la, mas fiquei pensando sobre o que ela disse, sobre os dois assuntos que mamãe, sem querer, abordou na mesma conversa. Ela afirmou que eu havia dito o nome de Chris enquanto dormia e perguntou se meu sonho recorrente ainda existia.
De repente, algo se acendeu dentro de mim. Foi como se uma luz tivesse entrado em minha cabeça para iluminar meu raciocínio. Por que eu nunca tinha feito as conexões corretas? Por que ficara cega por tanto tempo? O tempo todo, a resposta estivera bem na minha frente.
— Está escutando, Dulce?
— O quê? — Minha cabeça estava longe.
— Eu mandei você levantar dessa cama e tomar um banho para ver se esse corpo melhora. Depois, vê se come alguma coisa. Fiz uma lasanha. Vou ter que sair agora, pois tenho um evento mais tarde.
Concordei. Mas, depois de minha brilhante constatação, concordaria com tudo para me livrar logo de minha mãe. Assim que ela saiu, fui para o chuveiro. Prestes a tomar uma decisão importante, eu precisava estar cem por cento segura a respeito do que faria.
Minha boca continuava seca, sintoma da bebedeira da noite anterior, mas meu corpo não exalava mais nenhum cheiro da noitada. Respirando fundo para acalmar meus ânimos, liguei o computador, acessei o gerenciador de e-mails e me pus a escrever o texto mais difícil — e também o mais libertador — de minha vida.
De: Dulce Maria Saviñon
Para: Christopher Uckermann
Assunto: Meu lugar
Querido Christopher,
Esta é a última vez que procuro você. Prometo que não o incomodarei mais depois que terminar de escrever esta mensagem. Aliás, já estava determinada a te esquecer desde aquele meu e-mail que ficou sem resposta. Sou boa em interpretação e entendi seu recado silencioso. Sei que pareço insistente e pegajosa, mas não posso deixar de compartilhar com você a revelação que tive hoje mais cedo, depois de quase ter morrido de tanto beber vodca na virada do ano. Pelo menos, a bebedeira serviu para clarear minha mente. Contraditório, não?
Bom, estou enrolando. É melhor eu ir direto ao assunto antes que você decida deletar a mensagem. Espero conseguir me expressar com clareza, de modo que, depois de ler este texto, você pelo menos entenda minhas atitudes durante o tempo que fiquei na Krósvia.
Chris, nunca comentei isso com você, mas desde pequena uma história se apodera de meus sonhos. Sempre a mesma história. Não que eu tenha o mesmo sonho todas as noites, mas ele é frequente, a ponto de eu conhecer intimamente cada detalhe. Começou quando eu tinha uns 7 anos e entendi que era diferente das outras crianças porque, ao contrário delas, o nome do meu pai não estava registrado na minha certidão de nascimento.
A história falsa que minha mãe me contou foi compreensível, mas deixou um buraco no meu peito, pois não é fácil para uma menininha ficar sabendo que o pai abandonou a mãe quando soube da gravidez. Claro que, na época, ela amenizou o fato, mas eu me via como a garota com o registro de nascimento incompleto.
De certa forma, acredito que o conhecimento desse episódio tenha provocado o sonho. Sei lá! O surgimento dele foi tão imediato! E olha que eu tentei entendê-lo recorrendo a tudo quanto é tipo de profissional, desde psicólogos até sensitivos. Mas ninguém me deu uma explicação satisfatória.
Até que o Andrej apareceu. Ao mesmo tempo em que foi maravilhoso descobrir que eu tinha, sim, um pai e que ele também estava feliz por me conhecer, fiquei apavorada ao saber que ele era um rei e queria que eu me tornasse a princesa do país dele.
Foi aí que conectei meu sonho com a descoberta da outra metade de minha vida. Ambos pareciam tão semelhantes! Para que você mesmo tire suas conclusões, vou resumir a história: nesse sonho, eu sempre apareço sozinha, num campo muito verde, com flores numa espécie de canteiro nas laterais. Uso um vestido amarelo-ouro, longo, tomara que caia e bem rodado a partir da cintura. Para meu espanto, ele é idêntico a um que encontrei no armário de minha bisavó Catarina, na ilha. Pensando nisso, agora vejo claramente como tudo faz sentido. Meus cabelos estão presos num coque perfeito. Atrás de mim existe uma escadaria sem fim. Não sei para onde ela vai. Fico olhando para o alto, primeiro com uma expressão confusa, mas sorrio depois. Então, de repente, começa a ventar, e venta tanto que meus cabelos se soltam e rodopiam em volta de minha cabeça. Olho para cima outra vez e fico transtornada. Não sei o que vejo, mas não deve ser coisa boa. Em seguida, algo chama minha atenção do outro lado do campo e eu me viro. Alguma coisa me deixa contente e então estendo a mão. Mas não chego a tocar em nada, pois, quando estou prestes a fazer isso, acordo.
Não me considero uma garota espiritualista, com dons mediúnicos nem nada. Mas desde que “encontrei” o vestido amarelo do sonho, tenho me perguntado sobre a possibilidade de estar recebendo algum sinal do céu, dos deuses, sei lá! Então, concluí que o sonho foi uma premonição, um aviso para que eu me preparasse para encarar a nova vida que caiu de surpresa sobre mim. Também deduzi que estar entre dois lados no meio da ventania simbolizava minha dificuldade de conviver com minhas duas nacionalidades: a brasileira e a krosviana.
Como eu estava enganada! De certa forma. Porque o problema verdadeiro é outro. Eu só me permiti ser dividida em duas — uma Dulce do Brasil e uma Dulce da Krósvia — porque não enxerguei antes que só posso ser uma pessoa plena se me aceitar como a união de minhas partes. Não posso ser só Dulce Saviñon, nem só Dulce Markov, pois o que define minha identidade é a soma de todos esses nomes, ou seja, sou Dulce Maria Saviñon Markov. Independentemente do país onde esteja, da língua que fale, sou una.
Portanto, não preciso optar entre o Brasil e a Krósvia. Pertenço aos dois. E, se naquele dia não acreditei em sua palavra, hoje sei que foi por medo. Inconscientemente, associei a escolha de ficar com você com a extinção de minha personalidade brasileira. Como fui burra! A ventania de meu sonho é a paranoia que me consumiu nos últimos meses. O susto em meu olhar simboliza o tal receio de me perder. A escadaria sem fim, minha indecisão. Mas a mão que estendo para algo ou alguém que não vejo é para você, porque você é que está lá do outro lado, que é o cara que me deixou à vontade para ser eu mesma. E o vestido? Apenas um recado da Catarina. Ela queria que eu escolhesse o caminho certo e me conduziu até ele.
Pena que eu não soube reconhecê-lo no momento certo. Mas agora tudo está claro. Meu caminho é você.
Chris, se tiver lido até aqui, peço, mais uma vez, que me perdoe. Entretanto, se nossa história não tiver mais jeito, saiba que vou seguir minha vida. Já sofri e me condenei demais. Agora, chega. Também não vou desaparecer da Krósvia só para evitar esbarrar em você. Lá é meu lugar também.
Eu realmente te amo demais, mas não posso viver afundada no que perdi.
Sinto sua falta. Chega a doer. Mas, se tiver que ser assim, vou superar.
Um grande beijo!
Dulce
Nem sei quantas vezes reli a mensagem. Também não tinha certeza se fizera bem de escrevê-la. Mas o que mais poderia fazer? Eu devia explicações para Christopher e pelo menos pude contar a verdade, já que finalmente eu a tinha descoberto.
Fechei os olhos e enviei. Meu coração batia acelerado de tanto imaginar as repercussões daquele e-mail, se é que teria alguma. No entanto, eu não queria me iludir. Vai saber o que Chris faria quando lesse meu nome em sua caixa de entrada. Talvez nem chegasse a abrir a mensagem. Porém, eu encerrava por ali. Não me manifestaria mais. Meu orgulho me impedia de prosseguir.
Autor(a): leticialsvondy
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 28
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millamorais_ Postado em 01/08/2016 - 01:05:59
Eu posso morder esse rapaz *--*
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millamorais_ Postado em 01/08/2016 - 00:34:25
Sério, tou lendo o capítulo 20 e qndo ela falou luan Santana pensei logo nessa música kkkkk
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Isy_Rocker Postado em 31/07/2016 - 18:56:43
Ameeeeeeeeei *------* Ansiosa por De Repente Dulce <3 Ficoou demais <3 ----- <3
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Isy_Rocker Postado em 30/07/2016 - 21:18:23
Meu na moral, eu quero que eles fiquem juntos mais que tudo, mas eu to morrendo de raiva da Dulce pqp, tipo ela errou com ele e tudo que ela fez foi mandar um email e agora outro e já desistiu, ela n luta por ele e isso da raiva, acho que ele devia dar um gelo nela sim e ela correr atrás, mas continuaaaaaaaaa pooor favooor *---*
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GiovannaPuentePortillaherrera Postado em 30/07/2016 - 19:44:04
A dulce bebada é muito engraçada mas coitada dela.....Chris não ignora ela dessa vez......continua estou amando
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Isy_Rocker Postado em 29/07/2016 - 23:17:10
Cara, se ele tivesse feito alguma coisa seria a um tempo atrás e ja teria cancelado tudo, então talvez pode ser sei lá que ele mudou de ideia e a puta lá continuou com a armação ou alguma coisa assim, eu só que eu tenho certeza absoluta que ele ama ela demais e nunca armaria algo assim, muito menos na primeira vez dela eu sei que a Dul vai se arrepender de não dar UM voto de confiança, sério to deduzindo um monte aqui neh? Parei shaushas poosta loogo <3
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GiovannaPuentePortillaherrera Postado em 29/07/2016 - 21:47:17
Já não sei mas no que acreditar seu eu acredito no Cris ou nos paparazes......coitada da Dulce......amei a maratona continua
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millamorais_ Postado em 29/07/2016 - 11:06:25
Isso tá cheirando a armação daquela cobra, rezando para que tudo se resolva logo, preciso deles juntos *---*
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Isy_Rocker Postado em 28/07/2016 - 23:19:11
Ameeeei, amei amei demaaaais *-------* Só que agr to chorando aqui, o Chris não fez isso neh? Eu sei que ele n fez '-.- E acho q a Dul deveria ter dado ao menos um voto de confianças, sei que a maratona acabou, mas sacanagem neeh, parar bem nessa parte '-.- shashuahsa Continuaaa logooo *-*
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Isy_Rocker Postado em 28/07/2016 - 23:18:56
OOOOOOIII, leitora nova aqui *------------*