Fanfics Brasil - CAP 3 - O QUE MEU NOME ESTÁ FAZENDO NESSE PAPEL? CLÃS - Poder da Pedra

Fanfic: CLÃS - Poder da Pedra | Tema: Clãs


Capítulo: CAP 3 - O QUE MEU NOME ESTÁ FAZENDO NESSE PAPEL?

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 Enquanto caminhava para o dormitório me encontrei com Kaio, eu contei para ele o que havia acontecido na sala, tanto sobre a coisa toda que tinha acontecido comigo, quanto o professor e suas loucuras e a briga entre mim e Caroline. Chegamos ao prédio dos dormitórios e estava quase amanhecendo.


— Cara, você tem que saber o porquê aconteceu isso. – Kaio dizia enquanto procurava algo nas gavetas.


— Eu acho que devem ter sido por causa do meu estresse, esses dias eu ando com muita fome e o sangue que essa espelunca oferece são de animais, isso não enche minha barriga.


— Não são de animais. – kaio disse


— São sim - Insisti


— Como sabe? – Ele se virou pra mim com uma cara confusa ajeitando seus óculos.


— Eu sinto o cheiro, é diferente, acha que nunca senti o cheiro de sangue humano?


— Esqueci que seus faros são super dotados, sentir o cheiro de comida a mais de um quilometro de distancia é recorde mundial cara. – Ele se virou para a cômoda novamente


— Estou me focando tanto em sair daqui que estou ficando bom nisso – Meus olhos fitavam o teto como se eu estivesse assistindo uma TV.


— Mataria um humano? Porque do jeito que você está, assim que sair daqui será o mais novo procurado por assassinatos. E você sabe que não podemos chegar nem perto da vila onde os humanos vivem, existem bruxas lá e bruxas são humanas perigosas. – Ele disse enquanto tentava imaginar uma bruxa e fez uma careta medrosa.


— Eu sei que isso é contra as regras, consigo me controlar, não vou matar ninguém, já assisti em vídeos e pesquisei na internet que não é preciso matar para beber sangue humano. – Eu expliquei


— Vai virar um daqueles sangolatras que roubam estoque de bolsas de sangue do hospital? – Sua fala começou a ficar diferente.


— Talvez. – Eu me virei para olhá-lo – Cara o que esta fazendo?


— Me barbeado, não está vendo? – Ele apontou para seu rosto coberto de espuma.


— Mas você não tem barba. – Eu disse


 Kaio soltou uma garfada de ar, um pouco deprimido.


— Eu sei, isso é tão frustrante, tão...


— Ridículo? – Sugeri.


— Na verdade eu ia falar injusto, mas devido à situação, ridículo soa melhor – Ele admitiu.


— Já não basta esses óculos fora de moda? – Perguntei rindo.


— Me dão sorte. – Kaio revirou os olhos


— Não me surpreenderia se você fosse parente do Sr Forl, você é outro maluco. – Eu disse


— Falando nele, o que você acha sobre o surto dele? – Kaio franziu a testa.


— Eu prefiro nem pensar, mas, algo me diz que isso não é coisa boa. O jeito que ele me encarou, foi assustador – Eu me tremi


— Como assim? – Kaio pareceu um pouco mais interessado – Espere um pouco. – Ele pegou seu celular e o que me pareceu ter mandado uma mensagem de texto.


 Quando ele terminou colocou o celular no bolso e sorriu, eu desconfiei do que ele havia feito, mas tentei continuar a conversa e é claro que como eu suspeitava ela foi interrompida com o barulho de alguém batendo na porta.


— Entre – Ele disse, e Caroline entrou, eu revirei os olhos e tapei meu rosto com a almofada.


— O que está rolando? – Ela perguntou.


— Eu sei que vocês dois brigaram... De novo – Seu tom saiu meio que brincalhão e irônico – Mas você realmente precisa ficar por dentro do assunto. É a mais esperta de nós.


 Eu tirei a almofada do rosto para encará-la e me surpreendi com o que eu senti, talvez alivio ou felicidade repentina, eu na verdade não gostava de ficar sem falar com ela. Quando seu olhar parou em mim, sua cara fechou e eu dei um sorriso torto. Ela se sentou ao meu lado no pé da cama.


— Bem... Continuando – Eu disse olhando para Caroline. – Eu não sei qual foi a do maluco lá na sala, mas ele falou comigo como se eu soubesse de algo que eu não podia saber. E depois pareceu que ele queria me forçar a esquecer o que a gente acabou conversando.


— Aprontou alguma coisa?- Kaio fez a mesma pergunta que Caroline mais cedo – Você disse que ele não gostou das suas perguntas. O que exatamente você perguntou?


— Eu perguntei sobre o sacrifício do híbrido, só isso. Você não prestou atenção? – Perguntei a ele


— Acho que eu estava distraído – Ele deu de ombros


— Eu preciso mostrar uma coisa a vocês - Caroline disse - Isso tem algo a ver com você? – Caroline perguntou me entregando um papel.


Eu peguei o papel escrito em letras pequenas “Pesquise sobre a real história da lenda”


— Não. – Fiz uma careta


— Tem certeza? – Ela perguntou


— Tenho, porque? – Perguntei. Então Caroline virou o papel ao contrario e lá estava escrito “Thiago” - Onde achou isso? – Perguntei


— No livro que eu tinha emprestado a você – Ela respondeu


 Na verdade, no fundo algo gritava em mim, como se eu estivesse realmente envolvido nisso. Mas não sabia explicar porque eu me bloqueava tanto com tudo nessa academia.


— Alguém nos mandou pesquisar sobre a historia real da lenda, porque não nos aprofundamos? – Kaio perguntou


— Na verdade o papel pedia pra o Thiago pesquisar, só veio parar na minha mão, porque o livro era meu, e ele não teve a chance de ver antes – Caroline deu de ombros.


— O que significa “História real da lenda”? – Perguntei.


— Híbridos – Caroline respondeu – Se você notar, a lenda tem um final de continuidade que a academia não menciona. A suposta pergunta que todos tem medo de fazer...


— O que realmente foi a criatura gerada pela união dos dois clãs – Eu sussurrei.


— Exatamente – Caroline disse – Híbridos. Mistura de raças.


— Não há nada falando sobre híbridos de lobisomem com vampiros aqui, a não ser sobre, bruxas transformadas que não são híbridos de verdade, mas me assustam – Kaio fez uma careta - Quantas vezes você acha que eu pesquisei sobre essas lendas? – Kaio disse um pouco irritado por não saber de algo.


— Me desculpe senhor sabichão, mas, não seria muito esperto colocar na biblioteca da escola coisas que eles não querem que os alunos saibam. – Caroline disse.


— Como assim? – Minha cabeça fez um nó


— Que se tem algo para se pesquisar sobre algum hibrido, é porque eles existem e a academia de vampiros não quer que a gente saiba, não será na nossa biblioteca que vamos achar sobre isso– Caroline disse


— Onde então? – Perguntei


— Na biblioteca deles – Kaio pareceu finalmente entender


— Se híbrido existem de verdade e são tão ameaçadores como os livros que temos dizem, então pesquisar sobre eles podem nos levar a conhecimentos perigosos e se eles existem a academia não poderia oferecer esse tipo de informação. Vamos ter que ir a fonte de todas as histórias. – Caroline disse


— Não é tão difícil entrar lá não é? – Kaio perguntou


— Não com dois gênios em ação – Caroline olhou para Kaio e os dois sorriram


— Eu não sou gênio o bastante? – Perguntei


— Não! – Os dois responderam e eu revirei os olhos.


— Eu quero saber porque meu nome esta escrito aqui – Disse um pouco irritado.


— Vamos descobrir – Caroline me confortou


— Isso vai dar encrenca. – Kaio contorceu a boca relutante com a decisão de seguir em frente com a ideia louca de descobrir algo.


— Vai ser mais fácil do que pensam – Caroline afirmou


— Como você tem tanta certeza? – Perguntei


— Eu sou uma descendente original e eu mais que qualquer pessoa dessa academia tenho minhas suspeitas de que essa lenda é real e não apenas um conto de fadas. – Ela explicou


— Você é o quê? – Kaio e eu perguntamos ao mesmo tempo.


— Claro! - Kaio disse - Mais rápida, mais forte, mais esperta, mais velha... Você é uma trapaceira sabia? – Kaio perguntou incrédulo – Porque nunca me contou, nos conhecemos há anos, mas do que posso contar.


— Na verdade eu já te contei isso, mas você ficou tão excitado com a noticia que começou a demonstrar isso para as pessoas aqui e eu o fiz esquecer. – Ela fez uma cara de culpada.


— Você... Ahh... Você me hipnotizou? Quantas vezes? – Kaio ficou curioso e meio magoado.


— Não muitas, mas olha só – Ela puxou o braço dele – Essa pulseira é feita de uma joia antiga que apenas as bruxas possuem, ela evita você ser hipnotizado e ser queimado a luz do sol, apesar de você nunca saber disso - Ela riu - Eu lhe dei para te proteger, não só de mim, mas das pessoas que sabiam que eu sou uma descendente dos originais.


— Não acredito que posso andar pelo sol e você nunca me contou - Kaio disse um pouco emburrado.


— Desculpe - Ela deu de ombros


— Como assim? Proteger? – Perguntei


— Você não pode ser amigo de pessoas como eu. Porque acha que não tenho muitos amigos? Acha que gosto de estar sempre sozinha esperando que vocês possam ter tempo pra mim? – Ela deu de ombros


 Senti uma pontada de culpa, por saber que todos esses anos em que eu estava aqui, mesmo sendo melhores amigos, não andava muito com Caroline, sempre a deixava em segundos planos. Eu fiquei olhando para seu rosto me sentindo a pior pessoa do mundo naquele momento


— Quantas pessoas sabem sobre você aqui? – Kaio perguntou


— Só vocês sabem – Ela nos fitou - Meus pais morreram quando eu ainda estava em fase de crescimento, normalmente uma criança vampira para de envelhecer aos dezoito anos. Eu fui criada por uma família de bruxas que eram próximas aos meus pais, nem todas as bruxas são assustadoras – Ela disse especialmente olhando para Kaio – As bruxas que me criaram fizeram um feitiço nesse colar. – Caroline o puxou para fora da blusa. – Para que nenhum vampiro, nem mesmo originais pudessem perceber que tenho descendência original e foi assim que consegui entrar na academia.


— Eu não sei o porque isso nos levou a essa conversa, estávamos falando sobre Thiago. – Kaio disse meio assustado.


— Kaio, bem, eu meio que sei o que está acontecendo e isso não vai ser nada bom. – Caroline disse.


— Conte tudo Caroline, você já falou muito então não pare agora. – Eu disse


— Acredito que Sr. Forl tentou te hipnotizar e fazer você esquecer sobre a conversa mais cedo. Justamente porque não queria que você procurasse suas respostas. Foi por isso que eu perguntei o que tinha acontecido com você mais cedo, não queria ser chata. – Caroline sorriu meio sem graça.


— Não, você não estava sendo chata, é que eu estava meio estressado... Desculpe-me. -Eu peguei a mão dela e alisei me sentindo um merda.


— Tudo bem. – Foi a única coisa que disse.


— Então acabamos nos envolvendo em alguma coisa que pode nos matar – Kaio disse


— Exatamente – Caroline afirmou


— E vocês vão levar isso a fundo – Kaio supôs.


— Quero saber porque meu nome esta escrito aqui – Dei de ombros.


— O papel não veio parar aqui por nada. Parece que nós somos os peões do plano de alguém, alguém que quer nos dizer algo. – Caroline disse.


— Vamos morrer – Kaio enfim concluiu.


Caroline e eu rimos.


— Essa foi a coisa mais corajosa que já ouvi você dizer hoje. – Eu enfim lhe disse e nós três rimos


 Eu não sabia em que estava me metendo, sentado aqui, rindo com meus amigos parecia uma tarde normal, mas alguma coisa estava me dizendo que isso não duraria para sempre. Foi exatamente como Caroline nos disse, nós somos os peões, parte do plano de alguém, que precisa nos avisar sobre algo, mas o que mais me incomodava era que independente de quem fosse essa pessoa, sabia onde estava se metendo. Não acredito que aquele papel pedindo para pesquisar sobre a lenda e com meu nome escrito tenha ido parar no livro de Caroline por descuido, pois ela era a única de nós três que conhecia a historia ou grande parte dela. Eu olhei para Caroline e ela para mim e der repente percebi que ela estava pensando o mesmo, éramos parte de um quebra-cabeça que precisava ser juntado e tínhamos que tomar cuidado, pois agora já estávamos jogando, sem regras, sem avisos, sem a certeza de que ganharíamos, mas tínhamos um ao outro junto com Kaio e faríamos de tudo pra ficamos unidos e fortes.


 



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Autor(a): mundo_diversos

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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