Fanfics Brasil - CAP 8 - PORQUE O SOL TINHA QUE APARECER LOGO AGORA? CLÃS - Poder da Pedra

Fanfic: CLÃS - Poder da Pedra | Tema: Clãs


Capítulo: CAP 8 - PORQUE O SOL TINHA QUE APARECER LOGO AGORA?

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Nós corremos muito, muito mesmo, eu não podia nem contar quantos quilômetros percorremos e agora estávamos muito longe da academia, finalmente conseguimos despistar os soldados ou era o que parecia, não podíamos ouvir mais nada alem de folhas, vento, grilos e sapos, apesar de finalmente ter conseguido sair de vez da academia, eu não estava com animo para comemorações, não nessas situações. Decidimos parar de correr quando Kaio começou a resmungar novamente. Ainda era noite, mas logo iria amanhecer, então eu suponho que corremos mais do que eu podia imaginar. A vista era fechada, eu não conseguia ver muita coisa, existia muitas arvores e mato ao redor. Estávamos muito a frente da floresta, mas eu não fazia idéia de onde exatamente.


– Onde estamos? – Perguntei


– Perto da divisa entre os clãs – Caroline respondeu


– Isso é perigoso – Tentei imaginar sermos atacados por lobos - Pra onde vamos?


– Eu conheço um lugar onde existem bruxas é pra lá que temos que ir – Caroline respondeu


– Eu preciso comer – Kaio disse


– Temos que arranjar um lugar para o Thiago ficar primeiro, quando amanhecer ele não pode ficar no sol, vai torrar – Me olhou preocupada – Temos que ser rápidos


Eu concordei, não queria ser torrado no sol. Fizemos uma ronda, Caroline e Kaio eram muito bons nessa coisa de achar lugares, eles tinham bastante tempo na academia pra ter aprendido como sobreviver melhor do que eu. Nós nos separamos por um momento e acabei encontrando uma parte da floresta que era um pouco mais aberta, não tinha muitas arvores, mas ficava bem próximo a um precipício, onde corria um rio barulhento ao fundo. O céu estava clareando, mas eu simplesmente sentei a beira do precipício e sorri. Eu estava feliz por ter saído da academia, independente das circunstancias, lembre-me das vezes que quase perdia a cabeça só de pensar em me mandar dali e aqui estava eu sempre pensativo, olhando para o imenso céu. Uma mão encostou-se ao meu ombro e eu olhei para o lado. Seu semblante puro, com seu lindo sorriso, Caroline se sentou ao meu lado observando as estrelas enquanto eu a olhava, seus olhos fixado no céu pareciam cinza refletindo o brilho da lua. O vento soprou fazendo seus longos cabelos esconderem a visão de seu rosto.


– Kaio arrumou um lugar para você ficar, ele estava desesperado pensando que você torraria, e quando achou, gritou feito um louco “Eu achei! Eu achei!” – Ela imitou em gestos e nós rimos.


– Imagino que o desespero dele tenha sido pior que o meu – Eu ri


– Você nem parece desesperado – Ela disse


– Estou degustando do meu desejo – Eu dei de ombros


– Pena que saímos de lá como fugitivos – Ela suspirou – E não temos uma pedra pra você andar pelo sol.


– Tudo bem, nós podemos viajar a noite e descansar ao dia – Eu sugeri.


– Essa vista é bonita não é? – Ela se virou para o céu novamente – Tinha me esquecido de como era bonito aqui fora.


– Sim, eu nunca tinha chegado aqui – Eu disse.


– Sobre isso – Ela estreitou as sobrancelhas – Como sabia da saída no refeitório?


– Era minha válvula de escape – Eu respondi sorrindo


– Você saia da academia? – Ela perguntou surpresa


– Algumas vezes – Dei de ombros


– Você pensava mesmo em fugir? – Ela perguntou


– Todos os dias – Eu respondi


– E o que fazia você desistir todos os dias? – Ela me olhou


Aquela pergunta era complicada. Eu realmente tive varias oportunidades, mas nunca o fiz, nunca ao menos tentei não voltar para a academia durante meus passeios fora de lá.


– Acho que eu não queria ficar só – Respondi – Eu não conheço meu passado e não consigo ver meu futuro sem você e kaio.


Caroline sorriu encarando o céu, mas não falou nada. Ficamos em silencio por um bom tempo, mas eu queria conversar mais um pouco.


– Você já me hipnotizou alguma vez? – Perguntei para puxar assunto. Caroline torceu seus dedos um pouco, ela parecia nervosa e eu sorri. - Quantas vezes? – Perguntei


– Na verdade... Nenhuma – Ela sorriu um pouco sem graça – Até que já tentei varias vezes... Nunca consegui. – Ela deu de ombros.


– Como assim? - Perguntei


– Também não sei, eu só sei que com você não funciona. – Ela me olhou


– Que tipo de coisa já tentou fazer, me hipnotizando? – Eu ri ao perguntar, mas ela não gostou muito do humor sarcástico. - Ah qual é? Não estraga o momento. Estamos nos dando bem agora.


– Você me lembra alguém – Ela disse um pouco seria - Alguém que eu não queria poder lembrar e eu tentei fazer você não se aproximar de mim, não ser amigo de Kaio, não queria conviver com você.


– Então todas as vezes que falava pra eu ficar longe de vocês era tentando me hipnotizar? – Perguntei um pouco confuso – Achei que era apenas temperamento agressivo.


– Era pra ser agressivo – Ela deu um risinho – Mas sim, era tentando te hipnotizar.


– Com quem eu pareço pra você não querer ser minha amiga? – Perguntei


– Eu sou sua amiga – Ela revirou os olhos – No começo não queria ser, mas agora eu sou.


– Ok, mas ainda quero a resposta da minha pergunta – Eu disse em protesto.


– Parece com alguém que eu amei e que me traiu – Ela disse me olhando


– Ah! – Eu disse um pouco sem graça. Um pouco constrangedor também.


– A gente se conhece tem um tempo, mas não sabe muito sobre mim, eu sei que amigos contam tudo um para o outro, só que não gosto de lembrar-me dessa parte da minha vida. É meio complicado. – Ela deu de ombros


– Não quero soar um pouco idiota, mas complicado como? – Perguntei curioso.


– Complicado tipo, ele não é um vampiro – Ela disse um pouco pensativa.


– Você é apaixonada por um humano? – Perguntei espantado


– Não – Ela riu – Um lobisomem. E eu não sou apaixonada por ele, faz muito tempo isso.


– Isso deve ter sido muito complicado mesmo – Eu disse


– Sabe por que eu conheço a lenda? – Ela me olhou e eu a incentivei a responder – Vai parecer loucura, mas... Ele é filho do lobisomem da lenda.


– O que? Você namorava o hibrido? – Eu perguntei assustado


– Não idiota! – Ela revirou os olhos – O filho mais velho, na verdade não tão mais velho. Filho da primeira mulher dele.


– Você tem mais de cem anos? – Perguntei


– Não – Ela riu – Mas ele sim.


– Achei que lobisomens envelheciam – Eu disse


– Não como humanos, eles podem ter uma aparência jovem por anos, na verdade eles envelhecem quando querem, se eles vivem em bandos eles permanecem jovens, quando abandonam o bando e constroem famílias eles permanecem com seus poderes, mas se não se transformam envelhecem. É como uma escolha. Sei disso por que ele me contou. – Ela deu de ombros.


– Uma aventura em tanto – Eu admiti.


– É, mas não durou muito. Isso aconteceu muito depois de toda essa coisa de híbrido. Eu mal sabia a história, ele quem me contou. Nós compartilhávamos segredos e ele sabia da minha identidade, nos encontrávamos escondidos. Mas ele lutava muito por uma redenção, por ser filho de um traidor, ele era muito cobrado e tinha muito medo de descobrirem que ela estava seguindo os mesmos caminhos do pai. Um dia ele recebeu a redenção, foi chamado para ser soldado do conselho dos originais do bando e então ele me traiu. – Ela disse com um semblante triste.


– Com uma garota? – Perguntei


– Não, ele revelou minha identidade para o bando dele e eu passei a ser caçada. Eu não podia voltar para casa, eles iriam matar as bruxas que me criaram e eu tive que ir pra academia. – Ela disse estreitando as sobrancelhas


– Talvez tenha uma explicação pra isso – Eu disse


– Qual? – Ela perguntou raivosa.


– Talvez ele tenha sido forçado – Caroline me olhou por um segundo, pareceu pensar um pouco sobre aquilo.


– Você acha que ele tentaria me matar? – Ela perguntou – Ele estava junto com o bando me caçando.


– Não posso dizer isso, mas me arrependi de ter feito você se lembrar dessa história, porque não gosto desse seu semblante triste, você combina muito melhor com um sorriso. – Eu disse a ela.


– Não se preocupe – Ela sorriu


– Me preocupo porque gosto de você – Quando ela ouviu eu dizer essas palavras ela ficou um pouco confusa.


– Você nunca disse isso pra mim – Ela se endireitou olhando para mim.


– Estou dizendo agora. Estou admitindo isso pra você – Eu sorri


– Ok, eu também gosto um pouco de você – Ela deu de ombros e sorriu – Obrigada por não surtar com minha história.


– Quem disse que não estou surtado? Você conhece o meio irmão legitimo do híbrido mais famoso de todas as histórias. – Eu disse com ênfase.


– Sua reação foi melhor que a de Kaio – Ela deu de ombros


– Ele sabe? – Ela fez uma careta de culpada – Ok! Você o fez esquecer porque ele surtou – Ela balançou a cabeça confirmamos e nós rimos


– Preciso o fazer lembrar-se das coisas – Ela lembrou e nós rimos mais uma vez


Estava amanhecendo, o céu estava quase azul claro, mas o sol ainda não havia aparecido Caroline me encarou de uma forma diferente dessa vez, o brilho nos seus olhos eram diferentes, seus lábios contornaram em um pequeno sorriso de canto e quando percebi estávamos próximos demais, tão próximos que eu podia sentir o cheiro do shampoo de frutas vermelhas vindo do seu cabelo. Eu simplesmente mergulhei naquele olhar quase cinza e não pude deixar de perceber o quanto eles me tentavam, o quanto me chamavam para mais perto, eu não hesitei em me aproximar porque ela também não.


– Acho que é melhor irmos, ja consigo sentir os raios do sol, você vai queimar aqui. – Ela disse em um sussurro.


– Que péssima hora dele aparecer – Sussurrei de volta. E ela riu.


Nós nos afastamos meio sem graça, não podia negar a vontade de tê-la beijado, mas ela hesitou um pouco, pude sentir, eu não podia simplesmente invadir esse pequeno espaço entre nós. Mas eu podia transformar esse pequeno espaço em algo muito menor e talvez eu quisesse isso, talvez eu sempre quisesse isso. Será que ela também?



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Autor(a): mundo_diversos

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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Chegamos ao local onde Kaio estava, Caroline ainda estava um pouco sem jeito pelo quase beijo que tivemos, então eu resolvi nem tocar no assunto.  Onde se meteram? – Kaio perguntou deitado em um tipo de cama que tinha feito com gramas. - Conhecendo o céu por fora da academia. – Respondi me juntando a ele. - Sai daqui, fiz a sua e a de Caroli ...


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