Fanfic: A Escolha Perfeita (Herroni) | Tema: Rebelde, Herroni, RBD

O corredor branco não me tranquiliza de maneira alguma, esse cheiro de hospital muito menos, porém nada supera ver Elisabeth naquela maca com dor. O parto fora antecipado dois meses e isso me preocupa.

Guilherme meu filho de cinco anos dorme no colo da avó que acaricia seus cabelos castanhos claros. Já eu estou inquieto, não consigo me sentar e ficar calmo, ou ao menos demonstrar serenidade. Sou pessimo ator, Elisabeth mesmo diz isso a mim todas as vezes que vou contar historias para Guilherme dormir. “Você não lê com emoçao, Nick. Tem que ter drama. Parece que está morto!” dizia ela rindo e tomando o livro de minhas mãos. E era só ela ler que Guilherme dormia, ao contrario de quando eu o fazia.

Hana, mãe de Elisa mira-me, mas não diz nada. Ela sabe que o momento é tenso, sabe que a vida de sua única filha e neta corre perigo. Admitir isso para mim não é fácil, me dói o coração, me dissalera o peito por inteiro.

Bebo um copo d’agua e levo um para Hanna.

- Obrigada. – Ela agradece pegando o copo de minha mão.

Apenas assinto e me sento ao seu lado.

[...]

As horas transcorrem rápidamente. O tempo voa, quando dou por mim já são 03 h da manhã, a ansiedade que já era grande se torna insuportavel. Não temos nenhuma noticia e isso é angustiante.

- Não aguento mais essa espera. – Me levanto e recomeço a andar de um lado para o outro.

- Se acalme, Alfonso! – Hanna pede, sua voz está serena, mas posso ver a preocupação em seu olhar.

Bufo. – Isso é tão angustiante! – Recosto minha testa na parede e cerro meus olhos com força, na esperança de quando abri-los que esse pesadelo tenha acabado. Minha garganta se aperta.

- Você tem que ser forte, filho. Pelo Guilherme e por você.

Maneio a cabeça em negativa e abro meus olhos por fim. – Eu sei, Hanna. – Pauso. – Essa demora me aflige, mas eu sei que tudo vai dar certo. Tenho fé que vai. – Respiro fundo.

Ela apenas sorri satisfeita.

[...]

- Familiares de Elisabeth Herrera? – Dr. Harris vem até o nosso encontro.

Levanto-me de imediato.

Ele então guarda a prancheta no bolso de seu jaleco e mira-me sério. – Alfonso, sua esposa teve um trabalho de parto dificil. – Começa a dizer ele. – A criança nasceu antes da hora, e está na icubadora. Terá que ficar alguns dias internada, está fragil e é muito pequena.

Suspiro aliviado. – E Elisabeth, Doutor?

- Sua esposa... Bem, Elisabeth não aguentou, Alfonso. – Ele mantém o olhar fixo nos meus. – Houve uma complicação durante o procedimento. Quando conseguimos fazer a retirada do bebê ela começou a ter paradas cardiacas. Tudo indica que foi devido a uma infecção hospitalar. Sinto muito.

Meus olhos se enchem de lágrimas em um centesimo de segundo. – Quer dizer que... ela morreu? – Elas rolam por meu rosto sem pudor algum.

Ele desvia o olhar dos meus. – Sinto muito mesmo, Alfonso. – Emcolhe os ombros.

Hanna chora desesperada de repente, miro-a e vejo que Guilherme acaba acordando. Ele parece não entender nada. Ela então se levanta e some.

Limpo as lagrimas e caminho rumo a ele que continua sem entender nada.

- O que a vovó tem, Papai?

- Filho... – Me sento ao seu lado. – A mamae... Ela não vai voltar mais para agente. – Minha voz continua embargada. – Ela nos deixou, porem nos deu um pequeno presente.

Ele franze o cenho. – Por quê?

- Porque Deus quis assim. – Respondo o mais calmo possivel.

- Para onde ela foi?

Limpo a garganta. – Para o céu. – Seguro o choro que se forma em meu peito.

Vejo os olhos azuis de Guilherme se encher de lágrimas. – Quero a mamae de volta, papai. – Choraminga com a voz embargada.

- Eu também, meu filho, mas infelizmente não é possivel. – Abraço-o e seguro minhas lagrimas, as quais não caem.

Sinto suas lagrimas molharem minha camiseta. Aperto-o ainda mais em meus braços, enquanto ele soluça.

- Shh... Estou aqui, filho. Estou aqui e sempre estarei. – Sussurro tentando acalmá-lo.

[...]

Cerca de meia hora mais tarde, Guilherme finalmente se acalma e eu vou tratar de assuntos sobre o funeral de Elisabeth e conhecer também Sophia, minha filha.

- Aqui está, Alfonso. – Dr. Harris mostra-me a pequenina na icubadora logo a frente, a única coisa que nos separa é um vidro grosso.

Pouso minha mão no vidro e as lagrimas escorrem, não posso evitar desta vez. – É uma princesa. – Murmuro baixo, só para mim.

É pequena, é fragil, é linda e já a amo.

- Ela ficará alguns dias em observação, enquanto se recupera. – Dr. Harris diz ao meu lado.

- O que irei fazer, Doutor? – Miro-o atonico.

- A respeito de que, Alfonso? – Questiona-me confuso.

- A respeito de ter dois filhos para criar, inclusive uma recem nascida. – Respondo, minha voz soa sem vida, sem emoção.

- Isso é bem mais comum que imagina. – E assim ele começa a dizer, um enorme monólogo, mas não presto atenção em nada que sai de sua boca, só tenho atenção para a boneca logo ali diante dos meus olhos.

[...]

Semanas depois

Balanço o carrinho de Sophia, ela acabará de dormir, depois de cerca de meia hora tentando. Estou exausto, cansado. São 11h15min da noite, e não paro um só segundo des das 05h00min da manhã, esse é o horario que levanto, dou mamadeira para Sophia, arrumo Guilherme para o colegio e vou trabalhar, porém sempre com Sophia ao meu lado. Esse é o lado bom de ser o dono do proprio negocio. No fim do dia, pego Guilherme, faço a janta, arrumo o bebê e a faço dormir mais um pouco para dar banho em Guilherme e por fim jantarmos juntos. Lá pelas 20h00min da noite Sophia acorda novamente, a troco, faço a mamadeira e a coloco para dormir e ela acorda novamente as 22h00min. Todo o dia a mesma coisa, nas mesmas horas.

A deixo no carrinho dormindo. Enfim posso tomar banho, é um alivio mental e fisico também. Quando termino de reitrar a camiseta deparo com Guilherme de pijama diante da porta do meu quarto.

Franzo o cenho. – O que foi, filho? Ainda acordado? – Jogo a camiseta sobre a cama.

Ele coça os olhos. – Não consegui dormir, pai. – Resmunga com seus cabelos castanhos bagunçados.

- Pesadelo? – Fico a sua altura.

- Não. – Nega. – Lê uma historia para mim?

Sorrio. – Claro. – Levanto-me. – Vamos lá? – Pego sua mão e juntos vamos até o seu lado.

Ele logo se deita, então pego um grosse livro sobre o criado mudo e sento-me na cama ao seu lado. Guilherme encosta a cabeça em meu peito e se cobre. Ele nunca havia me pedido isso, quem geralmente lia as historias para ele era Elisabeth, achei até estranho ele não me pedir nada.

- Pai, lê com as vozes diferentes. A mamae fazia isso. - Ele me imterrompe a leitura.

Sorrio fraco e beijo sua testa. – Ok. Vou tentar fazer igual à mamae, então. – Meus olhos lacrimejam de imediato.

[...]

Saio do quarto de Guilherme e nesse instante o telefone na cozinha toca. Corro para atendê-lo.

- Alô?

- Alfonso, é Hanna. Como está tudo filho? – Ela está preocupada, pelo  tom de voz.

- Está... bem. – Respondo incerto. – Na medida do possivel na verdade. – Complemento.

- Já disse que se preicisar de mim é só chamar, mas você é teimoso.

- Hanna, você mora muito longe, em Seattle, não vou ficar te imcomodando. – Suspiro.

- Não imcomoda, sabe disso. Sou a avó deles, ok?

- Eu sei. – Concordo. – Juro avisar se precisar de alguma coisa.

- Assim é melhor. – Pausa. – Sei que você é capaz de criar muito bem essas duas crianças, era um otimo marido, é um otimo pai e pessoa também, mas se precisar me avise.

- Aviso sim.

- Boa noite, filho.

- Boa noite, Hanna.

Desligo e fico ali pensando... Será mesmo que sou capaz? As vezes acho que não sou bom o bastante.

Fic nova amores. 

Comentem,

Beijos <3