Fanfic: Procura-se o amor. | Tema: Rebelde, Vondy

Quando somos adolescentes somos bobos que tentam se mostrar fortes e indiferentes a tudo. Talvez este fosse o maior problema entre mim e Christopher, sempre queríamos nos mostrar indiferente ao que o outro pensava, sentia e dizia e isso nos obrigava a esconder muita coisa e mostrar uma falsa imagem. Isso foi um agravante em nossa amizade e em meus sentimentos. Jamais disse a ele que gostava, pois sabia que seria tratada com indiferença e iria ter de me mostrar forte.

Acabei adormecendo no caminho, não era muito longe, mas mesmo assim consegui cochilar um pouquinho. Algum tempo depois chegamos a tal fazenda. Depois que Maite e Christian começaram a namorar vínhamos muito aqui. Era um bom lugar, amplo e tinha muito mato, animais, e um riacho. Era um bom lugar para relaxar, coisa que estou precisando e muito.

- Até que enfim vocês chegaram. – Maite veio até nos. – Que demora em? – olhou para Alfonso. – Ah, você deve ser o namorado da Anahí? Seja bem vindo. – o cumprimentou. – CHRISTIAN VEM CONHEÇER O NAMORADO DA NAHÍ! Olha aqui fique sabendo que nós que somos os amigos dela, ainda não te aprovamos ok? Então esse final de semana será como uma prova de fogo. – ameaçou.

- May, eu e ele não somos...

- Não quero saber! Não me venha com essa Anahí, você esta me contando dele há uns trezentos anos. Enfim, ele vai ser seu parzinho hoje eu acho, não sei parece que está faltando gente... Ah meu deus eu estou ficando LOUCAAAAA! – agarrou os próprios cabelos. O que será que Maite anda tomando? Depois dizem que eu tenho probleminhas na cabeça. Ela olhou para mim e Christopher e abriu um enorme sorriso. – Oi Christopher, como vai priminho?

- Você bebeu? – perguntei, ela não estava em sã consciência. Tudo bem que Maite não era muito certinha, mas hoje ela estava um pouco mais do que o normal.

- Adoraria. – deu um sorriso irônico. – Vão logo pra dentro. Vou achar Christian. E por favor, Dul, não durma com Annie ou estragara a noite dela. Durma com Christopher. Você precisa mesmo dormir com ele não é?

-Maite! – a repreendi, mas já estava longe.

Alfonso estava vermelho como um pimentão pelos comentários de Maite e Anahí o olhava com cara de boba sem saber como se desculpar. Os dois estavam engraçados, ira zombar, mas minha vontade de fugir de Christopher era maior.

Peguei minha mochila e entrei na casa a procura de meus pais. Havia muitas pessoas, a família de Christian, de Maite e os amigos de ambos. Como a casa é grande tenho certeza que caberá todo mundo, mas mesmo assim é agitação demais.

Estava perdida no meio da multidão quando Maya a irmã mais velha de Maite me chamou. Ela deve ser uns cinco anos mais velha que eu, então quando era criança e meus pais me deixavam sozinha era ela quem cuidava de mim.

- Dulce! – me abraçou. Era muito parecida com Maite, mas com os cabelos bem mais curtos.

- Oi Maya. Como vai?

- Estou ótima, e aliviada por estarmos todos aqui, assim essas crianças podem se perder nessa matagal. – Ela tinha dois filhos, uma menina e um menino, mas os dois eram novos, não deviam ter mais de sete anos. – Menina, você não tem ideia de como é difícil cuidar de criança. Tenho até dó de May.

- Eu imagino. – dei um sorriso simpático e buscando uma forma de fugir dela.

- Fiquei sabendo que a Annie trouxe o namorado, ai que tudo. E ele é um gato!

- Acho que eles não são namorados... – Já ate imagino onde essa historia ira parar.

- É claro que são, eles estão de mãos dadas. E cadê o seu em?

- O meu o que?

- Seu namorado, fala sério Dul, toda vez que eu te vejo você esta sozinha.

Como ela tem coragem de dizer isso na minha frente? É verdade meus relacionamentos não são duradouros e eu nunca estou com alguém no natal ou ano novo. É um terror minhas amigas sempre arranjam alguém ou até se casando e eu estou sempre na mesma solteirona.

- Ah eu não namoro, to nova ainda tempo de curtir não é, não quero ficar presa a uma pessoa só, com tantas possibilidades por ai. – dei a mesma desculpa de sempre.

- Nova? Mas não é esse ano que você faz trinta? – Precisava mesmo lembrar que estou velha e encalhada?

- Pois é, mas acho que preciso me tornar mais independente para depois pensar em namoro, casar e ter filhos... – sorri amarelo, não sabendo mais o que inventar.

- Mas você já não é independente? Mora sozinha, é formada, tem um bom emprego, um carro, ajuda seus pais...

- Ta bom, ta bom Maya eu já entendi.

- Só estou dizendo que quando eu cuidava de você lá nos seus quatorze, quinze anos você era mais ativa. Ficava com mais garotos, chorava por alguns e eu fazia brigadeiro para você, se lembra? E quando você gostava do Christopher, jamais vou esquecer-me de você confessando isso dormindo. – Falo quando durmo às vezes, faço isto desde criança.

- Não me lembra disso Maya, você me chantageou por duas semanas e ainda ficou com ele. Eca.

Maya disse que iria contar para ele caso não a ajudasse ir a uma festa a noite, bolamos um plano e convencemos a mão dela que ela iria estar em minha casa. Ela estava mesmo, mas fugiu pela janela para ir a tal festa e neste mesmo dia ela ficou com o Christopher, nessa tal festa. Nunca chorei tanto de raiva.

- Desculpe Dulcinha, me sinto a pior pessoa do mundo quando me lembro disso. Ele era só um fedelho, que tipo de amiga eu era! – me abraçou novamente. – Você não gosta dele ainda não é?

- Não. – respondi rápido. – Na verdade nem me lembro mais dessa época, não gosto não, claro de não. De jeito nenhum. Não mesmo. – Ou será que gosto?

- E por falar nele, Oi Ucker. – me virei na direção que Maya olhava, Christopher estava com os olhos grudados em mim. Ou será que era só paranóia de minha cabeça? Abriu aquele sorriso e tenho certeza que dei aquele suspiro apaixonada e continuei seguido com os meus olhos ate parar ao meu lado.

- Oi Maya, quanto tempo.

- Você sumiu menino. E olha só como ta bonito, ta solteiro?

- Sempre direta. Não, estou namorando.

- Ah que pena Dulce! – deu uns tapinhas em meu ombro. – Espero que ela não tenha vindo se brincarmos de verdade ou conseqüência vou jogar só bafão na rodinha ela não vai curtir, não é Dul?

Ela saiu e me deixou com a incógnita. Só faltou revelar as coisas do passado agora mesmo. E ainda me jogou para cima dele não foi? Sei que quero Christopher, mas no sentindo de livrar meu azar. Nada alem disso, não é? No passado eu gostava dele mesmo e odiava todas as garotas que se envolviam. Era uma boba, não tinha coragem de assumir seus sentimentos, mas também não gostava que nenhuma garota se aproximasse dele.

Às vezes passa pela minha cabeça o que poderia ter acontecido se eu tivesse lhe relevado tudo que havia guardado em meu coração. Acredito que haveria acontecido o mesmo que aconteceu, Christopher sempre foi idiota e jamais iria aceitar o que sentia, nunca iria corresponder.

- O que ela tem para colocar na rodinha? – me perguntou.

- Nada, deve ser coisas da adolescência, quando ela era minha baba.

- Então deve haver muitas coisas para se confessar. – o encarei sem entender ao certo de quem ele se referia. Era como se quisesse dizer mais do que estava falando. Algumas frases de Christopher para mim também são incógnitas.

- Dela, de você ou de mim?

- De todos nós Dul.