Fanfic: Procura-se o amor. | Tema: Rebelde, Vondy

Os dois pararam o que estavam fazendo e começaram ao mesmo tempo tentar se explicar para mim. Isso já estava me enchendo o saco, não agüentava mais esses dois correndo atrás de mim. Eles não estavam me conquistando, estavam me deixando com raiva.

Não bastam os micos que já pago com meu azar ainda precisa passar por constrangimentos com esses dois. As pessoas na rua nos olhavam como se tivéssemos fugido de um manicômio. Às vezes parecia mesmo, só podem ser loucos para brigarem no meio da rua e ainda trazerem carro de som.

Ah que vergonha! E para melhorar ainda havia tomado um banho no meio da rua. Parecia cena de filme de comedia, um triangulo amoroso se envolvendo em confusões sem fim. Mas não era um filme, era a sátira da minha vida.

- chega vocês dois! Estou cansada disso! Nada disso vai me convencer a ir com vocês, pelo contrario eu tenho vontade de sair correndo de vocês dois.

- Dulce, por favor... – Théo começou, mas logo o interrompi.

- Vamos subir e conversamos melhor, como pessoas civilizadas.

Subimos em silencio. Assim que cheguei troquei de roupa e voltei para a sala para enfim terminarmos a conversa tumultuosa. Théo não poderia ser gay, ele era super fofo, gentil e carinhoso. Não é possível que estivesse me enganando. E Christopher, ah, por favor! Ele jamais gostaria de mim, sempre foi rejeitada por ele, é por isso que precisei sufocar todo e qualquer sentimento por ele.

Os dois deveriam estar mentindo, era a única explicação, não poderiam estar falando a verdade. Essas acusações não tinham legitimidade, pelo menos não para mim.

- Dulce, acho que temos que te pedir desculpas, acho que passamos dos limites.

- Que bom que você sabe Théo, passar do limite foi pouco.

- É melhor sermos mais sinceros com você Dul... – olhou para Christopher. – Devemos contar toda a verdade.

- Vai falar que é gay?

- Você não vai ser sincero com ela Christopher?

Olhei para ele. Estava escondendo alguma coisa de mim? Porque ser sincero? Pensei que já estava sendo quando tentou se aproximar tentou me conquistar. Mas parecia haver mais coisas ainda, das quais não fazia nem ideia. Abaixou o olhar e não disse nada.

Então Théo prosseguiu iria contar toda a verdade e temi por ele realmente ser gay. Será que era tão azarada a ponto de tentar conquistar um homem que gosta das mesmas coisas que eu?

- Desculpa Dul, mas o que o Christopher disse é verdade.

- Como assim verdade? Você não estava morrendo? Você me disse que eu era sua única esperança.

- E você é! – respirou fundo e depois prosseguiu. – Bem, eu tenho duvidas sobre minha orientação sexual... Na verdade, sinto atração por homens sim, mas a minha família não aceita de maneira nenhuma. Então pensei que se me relacionasse com uma mulher talvez eu pudesse por a prova meus reais sentimentos.

Não posso acreditar nisso, ele estava me usando. Usando! Como pode? Pensei que havia dois homens interessados em um, mas havia dois homens com interesses no que poderiam ganhar de mim, Théo a duvida sobre a sexualidade e Christopher o fim do azar para nós dois. Como sou tola, pensei que eles estavam brigando por mim, mas a verdade é que estão brigando por interesses próprios dos quais sou apenas uma das etapas do processo.

- Você me usou Théo? Aproximou-se de mim para tentar enganar a si mesmo. Porque justamente eu, a garota mais azarada do mundo?

- Por isso mesmo. Todas as mulheres bonitas e de meu meio querem relacionamentos sérios ou uma noite de sexo. E você não, pelo contrario, você é engraçada, atrapalhada e até meio inocente... E também você gosta do Christopher, o que ajudava bem mais.

“Gostava do Christopher” não gosto dele, mas as pessoas insistem em dizer que sim. Pelo menos Théo estava sendo sincero. Já Christopher levantou a cabeça somente quando ouviu seu nome, ele não pode saber que gosto dele. Ops, não gosto dele!

- É mentira! Não gosto do Christopher coisa nenhuma. Na verdade estou bem decepcionada com vocês dois.

Estava mesmo, o que os dois fizeram não foi legal. Senti-me usada e mais uma vez sozinha. Só queria encontrar um amor e alguém que goste de mim e que queria estar mesmo comigo, apesar de toda minha confusão. Mas estava óbvio que os dois não queriam isso.

- Desculpe Dul. Desculpe-me mesmo, sei que agi errado em não te contar a verdade. Mas queria ter totalmente certeza antes, por isso queria te levar ao baile. Perdoa-me.

Ele estava sendo sincero e apesar de tarde pelo menos havia contado a verdade. Não tinha porque guardar raiva dele. Já era de se esperar que acontecesse alguma coisa assim, sou Dulce Maria o azar em pessoa.

- Tudo bem Théo... Mas você sabe muito bem que mesmo me levando ao baile ou a qualquer lugar as suas certezas continuaram as mesmas. Não há problema nenhum em gostar de pessoas do mesmo sexo, e eu te desculpo pelas mentiras. Só nunca mais faça isso.

- Prometo que jamais farei. – sorriu e então veio me abraçar.

Foi bom o tempo em que passei com Théo, apesar de todas as confusões que passei com ele, foi bom conhecê-lo. Mas acho que agora ele tem certeza sobre sua orientação ou que não ira rolar nada mesmo entre nós. Um tempo depois ele foi embora e então ficamos somente eu e Christopher.

Agora era a hora ou ele me contava sobre todos os verdadeiros sentimento e toda essa historia de amor adolescente ou acabávamos de vez com toda essa historia.

- E então, você também tem algo a me falar?