Fanfic: Procura-se o amor. | Tema: Rebelde, Vondy

Gente, ouçam a música para ler o capitulo clicando aqui. (Alguém sabe pq não da para por mais video?)

- Você não percebe o que esta fazendo Dul? – Anahí me questionou quando contei tudo a ela na semana seguinte.

- Estou esperando Annie e totalmente sem paciência para isso. Tudo bem que na adolescência ele não gostava de mim, mas agora ele disse que tentaria me amar e do nada fica na defensiva? Ele estava mentindo para mim?

Era isso que pensava tudo o que vivemos foi uma mentira. Ele se esquivou de repente quando o coloquei contra a parede. Só poderia significar uma coisa ele não gostava de mim. Tentou me ajuda, mas viu como tudo na minha vida é uma loucura e desistiu. Era típico desse babaca assim que viu que as coisas poderia se complicar deu o fora.

Às vezes penso que é um alivio ele fora de minha vida, já vivi mais de dez anos longe dele... E bem, não consegui ninguém descente desde então, mas isso é só um detalhe. Nunca precisei de homem para ser feliz. Talvez as vezes. Mas o problema é que não consigo odiar como antes, não tenho vontade de dar um soco na cara dele ou xingá-lo, só penso nos momentos bons em que passamos.

Por isso que ser velha é uma droga, você não consegue mais sentir a intensidade de antes. Nada mais é o fim do mundo para você, pois você já esta no fim do mundo. Você chora come chocolate engorda e finge que superou. Não consegue mais colocar as coisas para fora e isso me deixa irritada.

Poderia voltar para as aulas de Box e atravessar tudo o que esta dentro de mim batendo em um saco ou...

- Porque você não conta que gosta dele?

- Porque eu não posso. Imagina chegar para ele: “Então Christopher eu to gostando de você.” Ai ele te olha e diz: “Que bacana Dulce, mas para mim foi só diversão”. E eu faço o que daí Anahí?

Era exatamente isso que pensava sempre que vinha essa ideia em minha cabeça.

- E se ele disser “eu te amo, Dulce”?

 Anahí havia viajado por alguns dias e voltado de lá maluca. Não conseguia pensar nessa possibilidade, ela não existe. Se ele me ama ele poderia me falar isso em todas as vezes que eu perguntei disfarçadamente, mas ele fez o oposto fugiu, pois sabia que era isso. A única conclusão que chego é que Christopher não me ama e esta tentando um jeito de se livrar de mim sem precisar dizer isso.

- Ele não vai dizer.

- Dul, você precisa parar com isso. Não pode ter medo e se ele estiver como você? Já pensou que ele também pode estar guardando tudo para si?

Essa ideia não havia passado por minha cabeça ainda, mas não havia porque fazer isso. Ou haveria. Se ele pensasse da mesma maneira que eu, estaríamos os dois dando murros em pontas de facas e perdendo a chance de ficarmos juntos.

- Ele não estaria fazendo isso... Não é? – perguntei apreensiva.

- Poderia muito bem estar fazendo isso também! Dul, qual é, você vai mesmo se sufocar com todas as palavras que não disse? Vai deixar escapar a chance de finalmente ficar com o Christopher, por conta de um medo bobo e orgulho? Se você o perder agora, não vai mais o recuperar. Não temos mais 15 anos, não espere por ele, de você o primeiro passo.

Anahí era boa em incentivar as pessoas, confesso que fiquei tentada. Não seria uma má ideia chegar e jogar tudo no ventilador. Poderia contar e sair correndo, só para não guardar para mim tudo isso.

E se ele sentisse o mesmo, finalmente teria comigo o único homem que já gostei de verdade na vida. O cara que me tira do sério desde a minha infância e depois de darmos tantas voltas opostas nos encontrarmos de novo e conseguir resolver tudo o que estava no passado seria maravilhoso. Sorri sem perceber com essas possibilidades.

Mas não poderia me iludir, ele poderia não sentir nada e zombar de mim, como já fez milhões de vez. Sei que aquele velho Christopher que me odiava ainda vive dentro dele e se ver minha fraqueza com certeza vai usar contra mim.

A indecisão é uma merda!

- Não sei não, Annie.

- Deixe de ser boba Dul, se arrisque e não guarde isso para si. Pense em tudo que pode acontecer se você contar e como você pode ficar finalmente com o homem que sempre gostou.

Fiquei pensando nas palavras de Anahí quase o resto do dia. Hoje era o tão esperado baile da empresa de Christopher e é claro que eu não iria nem estava falando com ele direito. Não tinha nem comprado um vestido.

E para melhorar depois de amanha seria o casamento de Maite. Não estava muito em clima de festas. Na verdade não conseguia pensar em nada que não fosse contar o que sentia para Christopher.

Estava tão perdida que nem percebi que estava com a xícara trasbordando de café na cafeteira.

- Dulce, você quer alagar a sala de café? – ouvi alguém dizer.

Havia caído café em minha roupa e no chão e quase derrubei a xícara. Nem quando estou na bad o azar vai embora. Agachei-me para tentar limpar e acabei me sujando mias ainda.

- Que droga! – praguejei.

Passei o resto do dia cheirando a café e com a roupa toda manchada. Todo mundo ria de mim no escritório, mas também eu era mesmo uma sátira. Que vergonha! E tudo isso por conta dessas inúmeras caraminholas que Anahí colocou na minha cabeça. Não conseguia um minuto parar de pensar isso.

Ficava imaginando o que poderia acontecer se eu contasse, se ele iria retribuir, se iria me dispensar. Também menti para ele e isso não saia de minha cabeça.

Assim que o dia acabou sai do prédio atrás de meu carro que estava estacionado na rua. Coloquei um casaco para tentar disfarçar a enorme mancha em minha roupa.

E por uma estranha brincadeira da sorte meu carro estava em frente a uma loja de vestidos e na vitrine havia um lindo. Era vermelha, longe e com uma grande fenda na lateral. Era maravilhoso, fiquei encantada. E a única coisa que pensei foi: “se eu comprar esse vestido posso ir a festa e contar tudo a Christopher.”

Chega! Estava na minha hora de arriscar, iria a essa festa e contar tudo a Christopher e que se dane a reação dele. Não poderia guardar mais isso somente para mim. Precisava contar tudo a ele, e tirar esse enorme peso das minhas costas.

Entrei na loja e comprei o vestido.

Assim que cheguei em casa fui tomar banho e fazer chapinha no cabelo, tinha que ser algo rápido e poderia enrolar as pontas com a própria chapinha isso é claro se eu não queimasse todos os meus dedos.

Procurei um sapato de salto preto e brincos compridos. Nunca me arrumei tão rápido, a festa começaria as oito, mas é claro que chegaria bem atrasada. Consegui errar três vezes na hora de pintas as sobrancelhas. Deveria ter chamado Anahí para vir me ajudar, assim terminaríamos bem rápidos.

Enfim estava pronta, não abusei muito da maquiagem, mas passei um batom bem vermelho. Olhei-me no espelho. Estava confiante e determinada. Foda-se o que poderia acontecer, eu só tinha que contar para ele.

Era terrível dirigir com aquele vestido, precisei tirar os saltos e ficar tentando segurar uma parte do vestido. Já eram quase nove quando parei em frente ao enorme salão iluminado.

Parecia ser uma festa bem chique, mas estava vestida de acordo. Dei o convite que Christopher havia me dado e se não pudesse entrar com o dele daria o que Théo havia me dado. Mas consegui. Era um salão magnífico, com uma grande escada que daria acesso para o salão. Tinha muito gente, como iria encontrar ele?

Precisei varrer o salão com os olhos quando encontrei alguém muito parecido com ele ir para a área externa. Agora era a hora. Sai em passos largos até ele torcendo para não cair. Mal conseguia acreditar que estava indo contar toda a verdade. A adrenalina estava invadindo meu corpo e não via a hora de poder colocar tudo para fora.

Mas como nada sai do jeito que quero assim que abri a porta que dava para uma vista linda da cidade o encontrei da maneira que jamais queria ter visto.

- Chris...

Minha voz se cessou assim que o vi com a Belinda sem seus braços aos beijos. Não era possível. Havia passado horas me arrumando, o dia todo aflita para chegar aqui e o ver com outra?

Meu coração doía. Ah como doía, nunca havia sentido tamanha dor. Era por isso que não queria falar a verdade para mim. Ele não gostava de mim, gostava da Belinda. Tinha voltado com ela e eu como sempre sai como a boba da historia.

- Dul...

Assim que ele tentou se aproximar sai correndo, nunca pensei que conseguiria correr tão rápido de salto como fiz. Meu coração estava disparado, sentia minhas mãos tremerem, mas não daria a ele a chance de me ver naquele estado.

Que raiva de mim! Porque fui tão tola a esse ponto?

Christopher estava em meu encalço, mas consegui subir as escadas sem cair. Assim que cheguei à parte de fora o céu não parava de brilhar anunciando a tempestade que estava por vir. Tinha que ir embora daqui precisava ir embora.

Segui em busca de meu carro mesmo assim, mas estava tão nervosa que nem conseguia achar onde estava. A chuva ia cair a qualquer momento e como ela minhas lagrimas.

- Dulce, me espera! – ouvi gritar atrás de mim.

Corri mais um pouco, mas estava perdida naquela rua que não sabia para onde ir. Alguns pingos começaram a cair do céu, tinha que ir embora. Fiz tantos planos para esta noite, para no fim acabar assim.

- Dulce! – ouvi ele gritando ainda tentando me alcançar. – Eu... – Não queria ouvir mais nenhuma palavra da boca dele. – Eu te amo.

E então senti meu coração quase sair pela boca.

Deu ruim meninaaaaas :( Mas nós só sabemos a versão da Dul né...