Fanfic: Procura-se o amor. | Tema: Rebelde, Vondy

Dois dias depois.

O salão de beleza da tia de Anahí estava uma loucura. Era tanta mulher e tanta conversinha que estava me sentindo louca. Havia fila para tudo, até para tomar um cafezinho na maquina. Se eu estava ficando louca imaginei as mulheres do salão elas corriam para lá e para cá que nem baratas tontas.

Só precisava manter minha boca fechada até a hora do casamento.

Porque inventei essa historia ridícula de ficar quieta até o casamento? Sou burra, só pode. Não tenho controle sobre minha boca, se Maite me pressionar mais uma vez vou contar tudo a ela e a todo mundo. Mas eu não quero que ninguém saiba, preciso tomar essa decisão sozinha.

Mas eu já sei qual é a reposta, já sabia desde muito antes de dizer que iria pensar.

- Dulce Mariaaaaaa! – gritou Maite atrás de mim. – Eu estou grávida você sabia? Eu posso perder esse bebe por sua culpa. Porque você não abre a maldita boca e conta tudo que aconteceu logo de uma vez? – era a quinta vez que ela me cercava para saber alguma coisa.

- Vai Dul, conta. Você perguntou se ele te amava e ai? O que ele respondeu mulher? – Anahí apareceu ao lado de Maite.

Eu poderia contar é claro. Mas queria deixar todos com curiosidade, até eu estava curiosa. Tinha planejado o discurso mil vezes. Estava tão ansiosa, há quanto tempo eu não decido alguma coisa? Esse era meu momento e eu queria manter segredo.

- Meninas, irei fazer as sobrancelhas e não gosto de conversar enquanto alguém mexe em mim.

- Ah não. – Maite segurou meu braço. – Dulce, eu to quase roendo as unhas... de gel. Você precisa me contar. Vocês estão juntos?

- Não. – respondi enquanto me sentava na cadeira de sobrancelhas.

- Então vocês terminaram? – perguntou Anahí.

- Também não. – sorri divertida. Era engraçado ver o quanto elas estavam curiosas.

- Você não pode fazer isso comigo. Eu to grávida! – se ajoelhou ao meu lado. – Por favor, conta, eu preciso saber Dul... O Chris não sabe de nada e não tem como ligar para o Ucker.

- Quanta curiosidade garotas. Parem com isso! – quase ri, elas estavam desesperadas.

- Conta Dul, por favor. – Anahí se ajoelhou também. – Se você não contar te prendemos aqui e você não será madrinha.

Arregalei os olhos com essa hipótese, tinha que ir a esse casamento de qualquer jeito. Havia planejado certinho tudo que iria fazer. Fico ate nervosa toda vez que lembro, mal posso acreditar no que vou fazer hoje.

- Que? Vocês não podem me prender aqui!

- Podemos sim, boa ideia Annie. Se você não falar chamo outra para ser a madrinha.

Que droga! Essas garotas não iriam sair do meu pé. Mas eu sei muito bem o que elas vão falar. Dirão que eu sou uma boba e que perdi uma oportunidade e tanto, mas fiz aquilo que achei certo.

- Só se você deixar a gente ganhar massagem também.

- Eu deixo, tudo bem. Massagem para todas nós. Vamos logo, to quase tendo um piripaque.

Fomos para a parte da massagem em uma salinha especial, Maite quase expulsou as pessoas que estavam lá enquanto estávamos na massagem comecei a contar tudo.

- Pode começar Dul...

- Bom, depois que eu perguntei a ele a chuva parou definitivamente... – comecei a contar.

“Ele me olhou sorrindo e eu confesso que quase perdi o ar. Era impressionante o efeito que um simples sorriso tinha sobre mim. E o mais triste era que iria perder tudo isso, ainda não estava convencida. De qualquer maneira ele beijava a Belinda.

- Eu tenho a mais absoluta certeza Dul... Desde o dia em que você apareceu naquela praia, você mudou minha vida. Mexeu com todas as minhas certezas, agitou tudo que era calmaria. Quando fui embora tinha total convicção que jamais daríamos certo, você e eu sempre fomos opostos e bem, eu achava que você não gostava de mim. Mas depois que te vi de novo e pude perceber o quanto você estava diferente, era quase impossível não se encantar por você de novo, Dulce. Você é tão divertida, maluca, espontânea. No começo achei que era loucura minha, que eu não podia gostar de você, mas ao mesmo tempo não conseguia me afastar. Tudo o que eu queria era estar perto, te observar, te admirar. Não queria transar com você não só por causa da Belinda, mas também por não querer me afastar de você.

Se eu disser que tinha lagrimas nos meus olhos da para acreditar? Era como um sonho ouvir o que ele dizia. Ele enxergava tantas coisas boas em mim e não fugia somente por ela, fugia também por mim.

- Você não entendeu o que aconteceu lá dentro, sei que parecia outra coisa. Mas na vida tudo tem um ciclo, um começo meio e fim. A Belinda foi sim importante na minha vida, e quando você me encontrou eu a amava. De verdade. Ela teve papel fundamental me ajudou em muitos momentos e devo mesmo muita coisa de minha vida a ela, tivemos uma história, mas como todos os ciclos eles chegam ao fim. E o que você viu lá dentro, foi isso o fim de um ciclo. A despedida. Foi um beijo de despedida. Um adeus.

De onde saiu esse cara lindo falando tanta coisa inteligente? Eu o olhava impressionada, admirada, surpresa.

- Mas a nossa historia eu sinto que não Dulce. Nós tivemos uma pausa, um intervalo, onde amadurecemos, crescemos, mudamos nossas concepções, pensamentos. Tornamo-nos pessoas diferentes Dul, e agora sim sei que temos maturidade para resolver o que deixamos pendentes. O nosso ciclo não esta nem no meio ainda e acho que precisamos resolver isso. Então é claro que eu te amo Dulce, te amo louca, brava, triste, apaixonada. Eu te amo de todas as maneiras e precisamos encerrar muitos ciclos antes para chegar a essa conclusão, da qual eu quero ficar com você. Pra sempre.

Nunca havia recebido declaração mais linda. Não conseguia parar de chorar. O Christopher meu primeiro amor adolescente, idiota e imaturo, estava se mostrando o homem mais lindo e especial que um dia eu pude conhecer. Não sabia nem o que dizer. Eu estava sonhando há tanto tempo com um homem exatamente assim, que percebesse meu jeito, entendesse meus defeitos e me visse além de uma maluca que quer se livrar do azar. E ele me via exatamente assim.

Estava em estase, meu coração pulava como canguru dentro do peito. Estava tão feliz que era capaz de sair gritando e pulando pelas ruas da cidade dizendo que havia encontrado o homem da minha vida.

Eu estava atrás do fim do azar, mas a verdade eu estava procurando o amor. Exatamente esse amor, passivo, compreensivo, atencioso. O amor que tanto sonhei e agora estava na minha frente, com a pessoa que eu mais queria.

Chorei tanto que não conseguia dizer nada, minha cabeça estava uma confusão só. Sentia-me exausta por todo o estresse e ao mesmo tempo tão feliz.

- Não consigo fala agora Chris... – disse com muita dificuldade. – Eu... Depois a gente pode conversar? – tentei respirar fundo. – Nunca ouvi isso de ninguém, ér... No casamento... Vemos-nos na sacristia.”

- O QUEEEEEE? – Maite e Anahí gritam juntas.

- Dulce você é burra? Como você não falou tudo o que sente? Meu Deus ele se declarou para você, a declaração mais linda que já ouvi.

- Eu sei Annie, também achei isso. Mas eu não conseguia dizer nada... Foi... – sorri como boba ao lembrar. – Foi emocionante.

- Então precisamos ir logo para a igreja. – disse Maite.

- Calma May ta tudo sobre controle! – tranqüilizei. – Vamos nos arrumar com calma.

Ficamos a tarde toda no salão tinha muita coisa a ser feita, cabelo, maquiagem, unhas, sobrancelhas. E havia muitas mulheres então ficamos o dia todo curtindo o “dia de noiva” com a May. Foi bom, depois que contei para as meninas elas me deram uma paz.

Por volta das seis horas estávamos prontas, ainda tínhamos uma hora para chegar à igreja antes do horário combinado. Todas as madrinhas se vestiram no salão mesmo, por ali rolou algumas fotos e uma comemoração particular. Foi uma tarde e tanto.

Mas finalmente estávamos prontas. Meu estomago começou a embrulhar quando lembrei que antes de entrar na igreja tinha que falar com Christopher. Estava mais aflita com isso do que com o próprio casamento.

- Pronto Dul, vamos. – Eu e Annie íamos juntas.

- O que foi fazer?

- Pegar uns lenços, você sabe como eu choro nesses eventos.

E chora mesmo, na verdade nós duas e muito. Seguimos o caminho da igreja, parecia ate que eu era a noiva, estava tão nervosa, comecei a suar frio. Meu estomago não parava de se revirar estava quase sentindo tonturas.

O caminho parecia imenso por conta da ansiedade. Assim que chegamos à frente da igreja, já estava aberta. E linda, havia o caminho com o tapete vermelho e flores rosa e brancas além dos arranjos. Ia ser divino.

Entramos na igreja e seguimos para a sacristia. Havia poucos convidados, os pais de Christian e os padrinhos apenas. Fui quase correndo para a sacristia. Acho que ia ter um treco a qualquer momento.

E antes de poder tomar fôlego eu o vi, e nossa! Como ele ficava lindo de terno e gravata. Aproximei-me devagar estalando os dedos e torcendo para ele não perceber meu nervosismo.

- Dul! – assim que me viu abriu um sorriso enorme e tive que me segurar para não soltar um suspiro alto. – Você esta linda.

- Obrigada, você também. – falei como uma boba. – Então precisamos conversar não é? – engoli em seco. Porque eu estava tão nervosa.

- Sim. – limpou as mãos nas laterais da calça, ele também estava nervoso? – E então?

- Eu decidi e não! – respondi. 

Ai gente ta acabando, que tristeeeeeeeeeeeeeeeee :((