Fanfic: A Vidente AyA | Tema: AyA, Ponny

O MODO COMO ELE SE COMPORTARA DURANTE O ÚLTIMO ANO DEVERIA SER MOTIVO O BASTANTE para que mantivesse distância do homem, não se deixasse envolver pelas palavras doces e carícias. Em muitos sentidos, questionava a sinceridade dos desejos dele, mas não o bastante para se salvar. O máximo que conseguia era esperar que ele não estivesse usando-a simplesmente porque não havia nenhuma outra mulher ao alcance.

- Seria um tanto violento, mas certamente eficaz. - ele beijou logo abaixo da orelha dela. - Ainda sou um homem casado.

- Para quem foi o lembrete? Para mim? Ou para você mesmo? - Anahí acreditava que se algum homem tinha o direito de esquecer a esposa, este homem era Alfonso.

- Para nós dois.

- Nunca me esqueci disso, Alfonso. Nem uma vez sequer.

- Mesmo assim não me repele. - ele a virou para que seus olhos se encontrassem e então segurou o rosto delicado entre suas mãos, acariciando a maciez da pele com os polegares.

- Não, apesar de até mesmo alguns poucos beijos roubados serem considerados errados de acordo com as regras que regem nossas vidas. Repito isto para mim o tempo todo - ela sentiu o rosto corando e continuou num sussurro -, mas ainda prefiro os seus beijos. Não que eu tenha outro parâmetro de comparação.

- Isto me alegra muito mais do que deveria. Assim como deveria fazer com que eu me levantasse e saísse correndo desta sala, pois você é muito mais inocente do que a maioria das moças da sua idade. No entanto, todos esses motivos só me fazem querer ainda mais roubar outro beijo.

Antes que pudesse aprovar ou desaprovar seu plano, Alfonso já estava beijando-a novamente. Ela entrelaçou os braços ao redor do pescoço dele e se deixou levar pela delícia de tocá-lo. Saboreou o modo como os lábios dele e a língua despertaram um calor interno, um calor que desceu ligeiro dos lábios até as pontas dos dedos dos pés e aqueceu todos os lugares no meio do caminho. Saboreou o gosto dele, o frescor de odor masculino que só ele tinha e o modo como seu corpo delicado e pequeno se encaixava com perfeição ao corpo grande e forte de Alfonso. Saborepu até mesmo o modo como ele a tocava. Os beijos silenciaram a voz no fundo da sua cabeça que lhe dizia que ela não deveria estar fazendo aquilo. Mas era esse o seu desejo e, talvez, pela primeira vez na sua vida, ela realmente poderia esticar a mão e pegar o que queria.

Alfonso não conseguia acreditar na potência do desejo que sentia, mas ao mesmo tempo não tinha como negar. Anahí, com seus beijos inocentes e a paixão livre, fazia coisas com seu corpo, mente e coração que ele nunca tinha experimentado antes. Nem mesmo Beatrice, com toda sua astúcia, tinha conseguido deixá-lo louco de desejo tão rapidamente. E sem sombra de dúvida ele estava louco, pois nem a lembrança da esposa assassina o impediu de deslizar a mão dentro do corpete do vestidinho azul, muito simples, que Anahí usava. O modo como ela estremeceu e em seus braços e quando ele acariciou os seios fartos, como ficou sem ar, gemeu e os mamilos enrijeceram, tentadores, só com o leve roçar da ponta do seus dedos, asseguraram que nada o faria parar agora.

- É assim que salda a dívida que diz ter conosco? Seduzindo a mulher que salvou o seu filho?

´Exceto isso´, Alfonso pensou enquanto Anahí esbravejava e se desvencilhava de seus braços. O som da voz de Ucker foi como um banho de água fria. As perguntas, como uma facada no coração. Vergonha corou seu rosto quando se virou para fitar o homem que já estava começando a considerar um amigo tão bom quanto Edgar.

O tom frio na voz do homem e os punhos cerrados disseram a Alfonso que Ucker estava lutando para conter o sangue que fervia em suas veias. Alfonso sabia que não teria sido tão comedido se tivesse apanhado algum homem agarrando uma das suas irmãs.

O olhar de Anahí passeou do primo para Alfonso e voltou para o primeiro. Se eles fossem cães, estariam eriçados e os dentes à mostra. Não sabia o que podia fazer para atenuar o clima entre os dois homens, mas sabia que precisava fazer algo. Afinal, era tão culpada quanto Alfonso pela cena que Ucker tinha acabado de ver.

- Foi apenas um beijo, Ucker - ela disse, no que esperou ter soado como um tom de voz maduro e calmo, e em seguida contraiu as sembrancelhas quando Ucker a encarou com firmeza.

- Um beijo não inclui tocar nos seios de uma mulher - Ucker crispou.

Apesar do rubor que aquecia suas faces e secava a garganta, Anahí olhou séria para Ucker.

- Creio que eu já saiba disso. Assim como sabia que sou uma mulher adulta e o que faço ou deixo de fazer é da minha conta, e não da sua. Assim como qualquer insensatez que eu cometa seja problema meu e de mais ninguém.

- Você é uma mulher solteira que está sob minha tutela. Qualquer tolice que resolva cometer é da minha conta, sim.

Deixando de lado a surpresa por Anahí não estar sentada quietinha, com as belas bochechas enrubecidas, esperando que seu destino fosse decidido por homens, Alfonso olhou para os dois primos. Estava mais do que claro que os dois estavam preste a entrar em uma discussão acalorada.

Apesar da ideia de deixá-los discutindo enquanto ganhava tempo para se recuperar antes que a ira de Ucker se voltasse contra ele ser tentadora, Alfonso resistiu. Não podia permitir que essas duas pessoas, que tinham feito tanto por ele, tivessem uma desavença só por que ele não tinha conseguido conter seus impulos.

- Pretendo me casar com Anahí assim que todos os problemas forem resolvidos e eu estiver livre da minha esposa - ele disse.

Ele esperou por uma sensação de ter sido apanhado em uma armadilha que se abatesse sobre ele, sufocando-o, mas ela não veio. Alfonso percebeu que estava calmo com a ideia de sair de um casamento e entrar em outro.

Capitulo de segunda-feira!

E pra quem achou que o hot fosse agora, sinto-lhes informar que vai demorar um pouquinho kkkkk Como eu sou má, vou parar nessa parte...