Fanfic: A Vidente AyA | Tema: AyA, Ponny

ANAHÍ E CHRISTOPHER OLHARAM SURPRESOS PARA O LORDE HERRERA. NÃO TINHA OCORRIDO nenhum alerta de que ele estava prestes a acordar, nenhum movimento, nem mesmo um leve ruído. Quando ele tentou se sentar, arfou de dor e ficou muito pálido. Rapidamente, Anahí ajeitou um travesseiro em suas costas, enquanto Christopher o amparava para que ele pudesse baber um pouco de cidra com ervas para evitar infecções e fortificar o sangue.

- Conheço você - Alfonso disse depois de respirar fundo algumas vezes, bem devegar, numa tentativa de se esquivar da dor. - Você é Sir Christopher Portilla Uckermann de Starkley. - Ele olhou para Anahí - Mas não a conheço.

- Anahí Portilla. Sou prima de Ucker. - Anahí se apresentou.

Definitivamente havia algumas semelhanças entre os dois, Alfonso concluiu. Anahí também era esbelta, apesar de ser bem mais baixa que o primo. Alfonso duvidou que ela tivesse mais que um metro e sessenta. Ela tinha os cabelos da mesma cor dos do primo, um tom castanho bem escuro, mas os dele pareciam mais lisos que os dela, que tinham cachos nas pontas. Os dois também tinham a pele branquinha. Com seus imensos olhos azuis, Anahí era mais engraçadinha do que bela; enquanto os de Christopher eram cor de mel. Alfonso quase pulou de susto quando, de repente, se lembrou de onde tinha ouvido aquela voz suave e doce antes.

- Você estava lá - ele disse. - Quando eu fui atacado.

- Sim, eu estava - Anahí decidiu que seria melhor não contar para o homem como ela soubera que ele precisava de sua ajuda. Era comum as pessoas terem dificuldades para entender, ou tolerar, suas premonições. - Eu e os homens de Ucker, Todd e Wynn.

Com a mão esquerda, Alfonso tocou nas ataduras ao redor de sua cintura e ombro.

- Qual a gravidade?

- O senhor vai sobreviver. Os ferimentos foram profundos o suficiente para necessitarem de pontos, mas não são mortais. A área foi limpa, o sangramento estancou rapidamente, e o senhor continua sem sinal de febre ou infecção. Além disso, o senhor dormiu tranquilamente por quase dois dias inteiros, o que é bom.

Ele assentiu abatido.

- Eu deveria ir para casa. Meu criado pode cuidar de mim e livrá-los do fardo.

- Isso não seria sensato - aconselhou Christopher. - É a quarta vez que alguém tenta assassiná-lo, milorde. Desta vez, aqueles que o querem morto quase conseguiram. Na verdade, chegaram muito perto. Acho que o senhor deveria considerar a possibilidade de deixar que eles fiquem pensando que conseguiram. Os rumores de seu triste destino já começaram a rodar.

Antes que Alfonso pudesse perguntar como Sir Christiopher sabia que este tinha sido o quarto atentado, ele foi surpreendido com a chegada de Edgar Dramfield. Ele observou seu velho amigo cumprimentar Sir Christopher de um modo acalorado e se perguntou quando os dois homens tinham se tornado tão íntimos. Mas Alfonso ficou mais surpreso quando Edgar cumprimentou a Srta. Portilla como se também a conhecesse a um bom tempo.

- Ou aqueles que estavam tentando matá-lo são completamente incapazes ou você é um homem muito sortudo, Alfonso. - disse Edgar.

- Acho que as duas coisas - respondeu Alfonso. - Você veio me levar para casa? - Então, percebeu que Edgar olhou para Christopher antes de responder e este acenava negativamente com a cabeça.

- Não. - respondeu Edgar.

- O que está acontecendo aqui? - Edgar se sentou na cadeira que Christopher tinha colocado ao lado da cama.

- Decidimos que já está na hora desse jogo mortal acabar, Alfonso. Você foi atacado quatro vezes. Quatro vezes alguém tentou matá-lo. A sua sorte não pode durar muito mais. Você realmente quer continuar dando a chance para eles conseguirem? Para eles vencerem?

Alfonso fechou os olhos e sussurrou uma blasfêmia. Estava dolorido, mas se perguntava o que havia naquela bebida que tinham lhe dado, pois a sua dor definitivamente estava bem mais amena do que quando acordara. Mesmo assim, ele não tinha vontade de discutir aquele assunto. Por outro lado, Edgar tinha razão. Até então ele tivera sorte, mas desta vez, não fosse pelos Portilla, estaria morto em um beco úmido do lado de fora de um bordel. Mas o que os Portilla tinham a ver com seus problemas, ele não sabia. Seu olhar se voltou para Edgar novamente.

- Não, eu não quero que eles vençam, seja lá quem sejam. - ele respondeu.

- Acho que você já sabe exatamente quem está por trás disso tudo, Alfonso. - Edgar disse calmamente, com um olhar gentil.

Sem vontade de dizer o nome, Alfonso voltou sua atenção para os Portilla e franziu a testa.

- O que exatamente vocês têm a ver com isso tudo?

Anahí sentiu uma pontada de simpatia pelo homem. Ela sabia que a dor que pairava naqueles lindos olhos verdes não era apenas por causa dos ferimentos. Mesmo que ele tivesse perdido todo o seu amor pela esposa, a traição ainda parecia feri-lo profundamente e ela estava prestes a adicionar mais dor. Quando seu primo retomou o lugar aos pés da cama, ela cruzou as mãos sobre o colo e tentou pensar no que ia dizer e qual seria a melhor maneira de fazê-lo.

- Creio que podemos deixar para mais tarde as explicações de como acabamos nos envolvendo nisso - Christopher respondeu.

- Assim será melhor - Anahí concordou e em seguida lançou um leve sorriso para Alfonso. - Estamos envolvidos com seus problemas há algum tempo, milorde. - Edgar assentiu.

- Christopher foi quem o levou para minha casa da última vez que você foi atacado.

- Mas não ficou até que eu pudesse lhe oferecer a minha gratidão pelo socorro prestado? - Alfonso indagou.

- Não - Christopher respondeu. - O senhor não tinha se ferido tanto quanto desta vez e achei que ainda tínhamos tempo.

- Tempo para que?

- Para conseguir as provas que o senhor vai precisar para pôr um fim a este jogo mortal. - Christopher soltou uma leve imprecação. - Está na hors de sermos francos, milorde. O senhor sabe quem está tentando matá-lo. Edgar sabe. Nós sabemos. Posso entender a sua relutância em reconhecer a verdade cruel em voz alta.

- Você pode?

- Oh, sim, certamente. Nossa família sabe muito bem o que é uma traição.

- Certo - Alfonso disse entre dentes cerrados. - A minha esposa deseja a minha morte.

- A sua esposa e o amante dela.

- Qual deles? - A amargura que escapou pela sua voz foi tão acentuada que Alfonso estremeceu, embarçado pela demonstração de emoção.

- O único que possivelmente poderia lucrar com a sua morte seria o seu tio, Arthur Herrera.

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Oiiii gente! Me desculpem não postar esses dois dias, é que minha net deu problema... Aproveitem a leitura...