Fanfic: A Esposa Virgem - adaptada *vondy* | Tema: vondy

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Dulce entrou no primeiro quarto que encontrou aberto. Embora menor que o de Christopher, era tão luxuoso quanto ele. Porém, ela não admirou os móveis e tapeçarias, indo diretamente para a janela onde havia um assento forrado com almofadas coloridas. Sentou-se e, com as mãos no rosto, entregou-se às lágrimas.

Dulce não havia chorado nos anos passados no convento, pois não gozava de privacidade. Mas agora o pranto e os soluços a dominavam. Teria continuado por muito tempo se não ouvisse uma voz estranha. Levantou a cabeça e deparou-se com uma mulher de meia-idade, baixa e gorducha que tentava consolá-la.

- Não chore, meu bem. As coisas não podem estar tão ruins. Conte aqui para Edith e acabará se sentindo melhor.

O constrangimento de Dulce dissolveu-se sob a expressão carinhosa dos olhos castanhos da estranha. Desde a morte da mãe, ninguém a tinha consolado nos momentos de tristeza. Instintivamente, aconchegou-se ao peito de Edith e murmurou entre soluços:

- Sou uma criatura grande demais, desajeitada e feia. Ele me odeia!

- Nada disso, minha menina. E alta, mas não é gorda nem feia. Deixe eu olhar bem para a senhora.

Tentando reter as lágrimas, Dulce levantou-se e esperou que a mulher a examinasse, virando-a de um lado para outro.

- Bem, é muito diferente de minha Anahí, mas isso não quer dizer que também não seja adorável. Ora, seus ; olhos parecem esmeraldas raras. E cílios tão longos e densos! Aposto como a cor de seus cabelos, fulgurante como uma chama, será suficiente para provocar a paixão de um homem.

Desacostumada a qualquer tipo de elogio, Dulce enrubesceu. Embora achasse que as palavras de Edith tinham o propósito de consolá-la, viu-se sob uma perspectiva diferente. De fato não era grande demais e a cor dos cabelos não passava de algo raro e talvez até especial.

- Mas quem foi o grande tolo que a fez se sentir feia? - Edith perguntou.

Antes de Dulce poder responder, a porta escancarou-se e Christopher apareceu.

A toalha de linho amarrada na cintura ressaltava-lhe o corpo magnífico. De olhos arregalados, Dulce o observou da cabeça aos pés. Sob a pele, delineavam-se músculos nos braços, nos ombros e no peito. Deste, ela se lembrava muito bem: liso, duro e coberto por pêlos encaracolados que, ao tocá-los, lhe provocaram uma sensação curiosa. E abaixo, o que ela tomara tanto cuidado para não olhar durante o banho, esboçava-se atrevidamente sob o linho fino. Enrubescendo, ela desviou o olhar depressa.

Postando-se à frente de Dulce, Edith quebrou o silêncio provocado pela chegada abrupta de Christopher.

- Meu senhor! Como se atreve a andar por aí sem roupa? Ignorando-a, ele lançou um olhar feroz para Dulce.

- Volte para o quarto, mulher - disse em voz baixa, mas ameaçadora.

Dulce, entretanto, ofendeu-se e em tom alterado, respondeu:

- Você acabou de me mandar sair de lá.

- Não grite comigo! - advertiu ele.

- Meu senhor Christopher, o que está acontecendo? - interferiu a criada.

- Não extrapole seus limites, Edith - resmungou Christopher.

- Está tudo bem. A briga dele é comigo - Dulce disse passando para frente da criada, mas esta continuou como se não tivesse sido repreendida:

- Por Deus, nunca imaginei ver uma cena desta. O senhor é quem deveria estar em seu quarto e não andar desse jeito por aí a fim de apanhar um resfriado. Lady Dulce pode ficar aqui comigo.

- Este quarto é de Anahí - protestou Christopher.

- Como Anahí tem seu próprio castelo agora, tenho certeza de que ela não se importará com a presença de lady Dulce aqui.

Embora parecesse ter vontade de matar as duas, Christopher não se mexeu.

- Está bem, Edith. Mas você fica responsável por ela. E, pelo amor de Deus, arranje-lhe uma roupa decente.