Fanfic: A Promessa | Tema: Belo Desastre, A Seleção, Os Instrumentos Mortais, As Peças Infernais, Desastre Iminente, Estilhaça-

De volta ao Setor 45, mas dessa vez com o dobro de pessoas e o dobro de mesa. Por algum motivo, que ainda não parei para pensar, Maxon nos acompanhou com seu carro, Júlia tinha seu próprio e praticamente nos obrigou a ir com ela, Letícia preferiu não ir e o casal, Lethicia e Rob já nos esperavam ocupando duas mesas vazias para nós. Quando chegamos, já havia praticamente todos do time de futebol e um ou outro que fazia parte do clube de luta. Maxon entrou ao lado de Larissa, conversando e rindo com ela enquanto eu vinha mais na frente, pedindo ao Anjo força para andar e não parar ao lado e ouvi sobre o que falavam. Já estava me irritando essa minha curiosidade para saber o que existia entre os dois. Será que Larissa estava tendo um caso com os irmãos Maddox e estava escondendo das amigas? Será que ela estava gostando de um deles e o outro ajudando? Será que eles sabia da promessa?

– Karlla! – era Lethicia balançando as mãos no alto da cabeça, eu ri e me aproximei.

– Você parece aqueles bonecos de ar. – falei sorrindo, ela riu e me abraçou forte.

– Você é uma graça, mas não. Achei que vocês não iriam chegar. – falou com uma careta para Júlia, que deu de ombros observando os garotos que conversavam entre si.

– Júlia é daquelas que param em cada sinal vermelho. – Maxon falou jogando um braço em volta no pescoço de Lari, fazendo alguns caras rirem.

– É óbvio que ela está certa, Maxon! – Lethicia o repreendeu com as mãos na cintura, apertando os olhos para ele que deu de ombros, sentando em um lado da mesa. Fiz questão de sentar no outro.

– Oi Robbie. – falei sorridente, fazendo-o erguer a palma da mão e acenar rapidamente. Manu e Camila sentaram ao meu lado observando o lugar e a mesa, eu conhecia bem suas  caras e feições, ao seguir seus olhares encontrei Aaron, Conor e Dylan virando doses de tequila. 

Foi difícil não ri.

– O que? – Júlia perguntou a mim.

– Nada. – falei ainda rindo, pensando em como fui idiota em pensar em homens enquanto elas só queriam se divertir. – Bebida? – perguntei as quatro que sentavam ao meu redor, mas foi Aaron o mais rápido a responder.

– Vocês bebem? – perguntou olhando de mim para Manu e Camila com total incredulidade. Cami concordou com a cabeça e sorriu, levantou-se e ergueu uma sobrancelha para nós, aquele lance de conversar por olhar. – Essa eu quero ver. – Aaron disse levantando de sua cadeira.

– Eu já as vi, Aaron. Acho que você encontrou garotas que provavelmente te deixaram no chão. – Maxon disse e Lari concordou ao seu lado. 

Eu estava nervosa agora, eles pareciam um casal. Não um casal de amigos, mas um casal de namorados. Pareciam até Lethicia e Rob escondendo o relacionamento e por algum motivo, não consegui suportar aquele pensamento. Levantei da cadeira e fui até o bar, Manu e Camila vieram atrás e Aaron apressou o passo para nos alcançar.

– Tequila? – ele perguntou ao meu lado se encostado no balcão. Concordei com a cabeça ainda sem querer/poder falar. 

Será que Maxon e Larissa estavam mesmo ficando? Ou já se beijaram? A imagem de Larissa e Maxon dando amassos no carro me deixou angustiada. Ou eu estava ficando louca por achar que minha amiga escondia algo assim de mim ou estava completamente alucinada por ficar pensando nele desse jeito. O barman foi rápido e certeiro, bateu quatro shorts de tequila no balcão e encheu até a borda, Aaron pegou as duas em sua frente e me entregou uma, Camila e Manu já seguravam as suas esperando apenas um sinal. Fiz que sim com a cabeça e viramos. Essa desceu queimando como o inferno, mas eu queria outra. Sim, eu poderia esquecer os pensamentos ridículos com algumas doses de tequila e era esse o meu plano. Camila e Aaron se sentiram intimidados e rindo, pediram outra rodada. Manu não desistiu na terceira e eu já estava apreensiva se iria conseguir acompanhá-las.

Na quinta rodada eu já não sentia meus pés no salto alto, meus dedos estavam lá, eu os via, mas não os sentia, Aaron estava sorrindo, mostrando covinhas na bochecha que me faziam encará-lo mais do que o permitido. Depois da sexta rodada, voltamos para a mesa, rindo, cambaleando e conversando sobre assuntos que nem imaginava como tinham começado. Aaron era um cara legal além de toda aquela beleza, era divertido e engraçado. Muito até. E foi um alívio vê-lo puxar uma cadeira para o lado de Manu e continuar um papo cabeça sobre a faculdade. Ele poderia nem lembrar no outro dia, mas era bom conversar com alguém que queria saber nossos interesses, mesmo que esse alguém já esteja mais para lá do que para cá. As luzes se apagaram e um holofote foi ligado em direção ao palco, eu nem mesma tinha notado que havia um ali. As pessoas nas mesas bateram palmas e um homem de jeans surrado e blusa xadrez subiu ao palco.

– Boa noite pessoal! Sou o Luke. – ele disse ao microfone. – Vejo que hoje temos mais rostos conhecidos do que na semana passada. Por onde vocês andaram? Não me diga que arranjaram outro karaokê? – as pessoas riram e eu continuei olhando o homem, ele não era, de modo algum, engraçado. – Muito bem, muito bem. Hoje, excepcionalmente hoje teremos uma cantora profissional conosco. Não fiquem encabulados, não. Não fiquem. Ela está de férias. – mais uma onda de risos e eu não conseguia mexer os lábios.

– Está tudo bem? – Júlia perguntou em meu ouvido, levantei o olhar e a vi com unindo as sobrancelhas para mim, assim como Lethicia e Rob. Olhei para minha blusa procurando algo de errado e voltei a encará-los.

– O que foi?

– Você está quase dormindo na mesa. – Lethicia sussurrou. 

Eu não aguentei, pus a mão na boca, mas a gargalhada já havia saído ecoando por todo o bar e claro, chamando atenção de todos.

– Ora. Ora. Não sabia que eu era realmente engraçado. – o homem que apresentava falou, colocando a mão livre sobre a testa impedindo a luz e apertou o olhar para os fundos do bar. – Essa deve está muito animada, não é? – as pessoas da frente concordavam enquanto as outras de mesas vizinhas a nossa me observavam como se eu fosse louca. Os caras bêbados da nossa mesa se levantaram e apontaram para mim, falavam o nome de alguém, talvez o meu, mas eu estava em choque demais para ouvir. Camila caía em gargalhadas ao meu lado e eu queria correr até que uma luz brilhou em meu rosto que me deixou cega por uns instantes, uma mão surgiu em meu ombro e o apresentador estava lá, bem ao meu lado com um sorriso aberto no rosto.

Luke que apresentava a noite do karaokê no Setor 45 perguntou meu nome e pôs o microfone em meu rosto, eu ainda atordoada me mantive calma para não sair correndo e gritando até a saída. Manu respondeu e Luke gritou para que todos ouvissem. Os caras do time de futebol bateram palmas, incentivando aos outros e até as minhas próprias amigas. Camila chorava de rir e me empurrava para levantar, mas eu estava congelada. Luke percebeu meu nervosismo e me confrontou afirmando que eu não conseguiria, Aaron concordou com a cabeça e gritou algo que chamou atenção de todos e fez o apresentador cair na gargalhada. Virei o copo de cerveja que Júlia bebia e levantei puxando a mão com o microfone de Luke, avisando a Aaron que se eu cantasse, ele iria pagar mais duas rodadas de tequila para mim. Todos riram e ele concordou com a cabeça colocando a carteira sobre a mesa. Luke me puxou até o palco falando algo que eu não conseguia ouvir, minha vista estava desfocada, mas eu concordava com a cabeça quando via seus lábios se mexerem. Ele sorriu e foi para as sombras ao lado do palco, olhei para minha mão que segurava um microfone e eu nem mesmo o sentia, olhei para frente, mas a luz forte do holofote me impedia de ver as pessoas que me observavam.

– SEJA UMA MULHER, Karlla! – ouvi alguém gritar e sorri, era a voz da Manu.

A música começou e esperei para ouvir a voz da cantora, mas nada, apenas a batida da guitarra e bateria, que eram os únicos instrumentos que eu conseguia distinguir da minha quase inconsciência. Ergui o indicador pedindo um minuto e virei de costas, a música parou e respirei fundo duas vezes. Baixei a cabeça ficando tonta e ainda mais fora de órbita, mas já que eu estava ali, iria fazer a coisa mais idiota na vida. Levantei a blusa amarrando as pontas logo acima do umbigo e sorri para o chão, me virei para frente e concordei com a cabeça dando sinal para a música tocar.