Fanfic: A Última Casa do Bairro | Tema: originais

Era quatro manhã, quando acordei de um sonho horrível. Estava em uma casa velha, as paredes estavam em chamas, parecia abandonada há anos, de repente, ouço vozes me chamando, implorando por salvação, pois, alguém cujo rosto era irreconhecível lhe queria fazer mal. Cada vez que eu corria em direção as vozes, pareciam estar mais distantes ainda.

Resolvi deixar de lado e voltei a dormir. Oito horas, eram exatamente oito horas quando acordei, lá fora estava chuvoso e frio. Comecei a lembrar do sonho que tive e das vozes que imploravam por salvação. Fui tirado dos meus pensamentos por minha mãe me chamando para o café.

— Bom dia!

— Bom dia mãe!

— Dormiu bem? Parece que te ouvi falar ontem de noite... — Falou me olhando.

— Sim mãe, impressão sua. — Menti. — O que temos para o café?

— Panquecas e suco de laranja.

— Ah sim!

Tomei meu café da manhã e resolvi dar uma volta. Já no mesmo lugar de ontem encontro Peter novamente.

— Olá Ethan! — Disse se aproximando.

— Ah olá Peter! — Respondi.

— Então o que veio fazer por aqui?

— Estava só dando uma volta. — Disse o olhando. — Então, você acha que poderia me falar sobre a última casa do bairro?

— Claro! — Falou Peter já próximo a mim. — Diz a lenda que naquela casa vivia um homem, sua esposa e sua filha, eles eram muito bem de vida, só que com o passar do tempo, as dívidas da família começaram a aumentar e o homem começou a beber e toda vez que chegava em casa ele batia na sua esposa e na filha, um dia de tão bêbado bateu tanto nelas que chegou a matá-las, não querendo que descobrissem, enterrou-as no quintal de sua casa. Passado alguns dias, não aguentou e acabou se enforcando. Dizem que até hoje o espírito da sua filha e sua esposa assombram a casa. Pelo menos é o que falam! — Termina ironicamente.

— E você acredita?

— Lógico que não, isso provavelmente é só para manter as pessoas afastadas.

— Você poderia me levar lá? — Perguntei a ele.

— Claro, mas primeiro tenho que almoçar. A propósito, quer almoçar?

— Não, minha mãe deve estar me esperando.

— Tudo bem, te vejo depois!

— Ok, tchau!

No caminho para casa penso sobre o que Peter me disse, não sei se devo acreditar em tudo isso, ou se é apenas para manter as pessoas afastadas. Chegando em casa, vejo meu pai lendo um jornal com a seguinte manchete “Mais uma pessoa é encontrada morta no bairro de Clerkenwell”.

— Ah filho, você está por aqui! Onde foi? Sua mãe já estava preocupada.

— Fui só dar uma volta pai.

— É perigoso ficar andando por aí, encontraram outro morto hoje. Dizem aqui no jornal que é a quarta morte este mês.

— Sei me cuidar pai.

— O almoço está pronto! — Grita minha mãe da cozinha.

Fomos almoçar.

***

— Oi Peter! Podemos ir?

— Podemos sim!

Entramos na casa e a porta se fecha sozinha, Peter dá um grito meio afeminado, acho estranho mas continuo andando. Avistamos uma escada e resolvemos subir, chegando lá em cima vemos algumas marcas de sangue nas paredes e no chão. Percebo o quão parecida é essa casa com a de meus sonhos, tudo aqui é tão assustador é como se pudesse escutar novamente todas aquelas vozes me pedindo ajuda, já está escurecendo novamente. Peter que antes dizia não acreditar em nada, me pede pra irmos embora afirmando ter visto algo. Decido então que devemos mesmo ir embora. Seja lá o que for que tenha nessa casa não é algo bom, e uma hora ou outra eu vou descobrir.