Fanfics Brasil - CAPÍTULO 12 - E agora? O Delirante Destino de Caroline Von Randow

Fanfic: O Delirante Destino de Caroline Von Randow | Tema: Caroline von Randow


Capítulo: CAPÍTULO 12 - E agora?

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Darlan pressionava bem o ferimento da bala com um pano umido. Laisa apertava o colchão de tanta dor, seus pés se contorciam, sentia seu braço inteiro queimar. Larissa andava de um lado para o outro sem saber o que fazer, nem seus próprios pensamentos ela ouvia. Nina porém, encontrava-se entretida com o celular, mesmo que desligado, ela colocava-o proximo ao rosto e murmurava algo semelhante a "alô?". Em nenhum momento eles pensaram que Mauro pudesse estar vindo atrás deles, haviam se passado quase meia hora e nenhum sinal do assassino. Os amigos estavam num empasse. Arriscar a vida de todos ao levar Laisa num hospital. Ou permanecer lá trancados naquele quarto, rezando para que Mauro não entrasse e matasse todos. De qualquer maneira, o tempo corria e eles não tinham outra escolha. 


- Temos que leva-la a um hospital... - Sinalizou Darlan para Larissa, que mesmo assim não parou de dar voltas no quarto. O rapaz respirou fundo. Rasgou um pedaço de lençol que estava no armário. Amarrou no ferimento de Laisa, e ajudou a amiga a levantar. Larissa estava vermelha. Muitas coisas se passavam em sua cabeça. Dentre elas, a raiva do Mauro, a vontade de ve-lo morto ou preso pelo resto da vida. A situação dos três era de extremo risco. Infelizmente, eles não poderiam contar com a justiça. Já que havia o medo de Mauro matar Lúcia, que encontrava-se em algum lugar em cativeiro. Nina engatinhou até a beirada da cama, fez um gesto de que queria subir, mas Darlan ignorou completamente aquilo. Ele recolhia no quarto tudo que fosse útil para eles. Escovas de dentes, toalhas, sabonetes, alguns copos de água lacrados, frutas, inclusive uma faca. "Era necessário garantir a sobrevivencia de todos eles", pensava Darlan. Todos os três pensavam muito na Nina. Ela não poderia viver aquele horror. Após tratarem o ferimento da Laisa, era necessário procurar um lugar seguro e deixar a bebê sã e salva. 


- Larissa temos que sair! - Não obteve resposta. Laisa se contorcia de dor, suava frio, já estava perdendo a consciência. Darlan não viu outra forma de chamar atenção dela. Estendeu a mão e deu um tapa na cara de Larissa que na mesma hora parou o que estava fazendo. Um sentimento de arrependimento talvez tenha batido em Darlan se ele não estivesse tão preocupado com aquilo tudo. Esperava que Larissa enfiasse as unhas no pescoço dele. Mas ela apenas agradeceu. Respirou fundo e como num passe de mágica, começou a sugerir planos de escapatória. "Até que enfim você voltou", pensou Darlan.


 


Os quatro entraram por um beco que ficava ao lado do Motel, caminharam, subiram uma escada, desceram, andaram por lugares grotescos. Haviam pessoas estiradas no chão, drogadas, bebadas. Darlan podia jurar que vira alguém morto, mas não quis pensar naquilo. Os dois carregavam apoivam Larissa nos braços. Eles desceram umas quatro escadas e se viram na Av. Presidente Vargas.


- Agora pra que lado vamos? - Perguntou Darlan. Porém Larissa não respondeu. Ela permaneceu calada e pensativa. Darlan não quis perguntar de novo, mas por dentro sentia um desespero imenso em levar Laisa ao hospital mais próximo.


- Não podemos leva-la ao hospital. - O rosto de Darlan franziu.


- Como assim não podemos leva-la? - Retrucou, erguendo a voz.


- Se levarmos ela lá, eles vão querer saber o porque do tiro e provavelmente vão acionar a policia. E se Mauro descobrir que isso aconteceu, vai matar minha mãe ou fazer coisa pior. - Ela tinha razão e Darlan sabia disso. Mas de qualquer forma, ele ainda acreditava que devia levar a Laisa para o hospital.


- Então o que faremos? - Perguntou Darlan apreensivo.


- Eu tenho uma ideia... - Na verdade, ela não sabia se ia dar certo, mas precisava tentar. Laisa havia perdido muito sangue. Alguma coisa deveria ser feita, claro. Mas era algo que poderia custar a vida de Laisa. Mesmo assim ela quis prosseguir com o plano. Ela indicou a direção e todos os quatro foram. Nina permanecia inquieta. Darlan sentia o braço dormente. Num dos braços estava a pequena agitada que não parava de se mexer e no outro braço, Laisa quase caindo, mesmo esforçando-se para continuar à pé.


- Vamos naquele bar ali. - Darlan permaneceu calado e seguiu o plano sem contestar. Ele confiava em Larissa. Ela de qualquer forma, sabia o que estava fazendo e muitas vezes agia de maneira sensata. Como não havia uma outra opção, preferia confiar nos instintos dela.


- Opa. - O dono do bar comprimentou-os com um sorriso desdentado. Haviam dois homens bebados sentados numa mesa ao lado, eles conversavam sobre algo que ninguém entendia. Estava completamente vazio.


- Posso usar seu banheiro? - Perguntou Larissa.


- Claro minha filha, é logo ali. - E por incrível que isso pode parecer. O dono do bar pensou que Laisa estivesse passando mal, prestes a vomitar por ter bebido muito, do que ter levado um tiro por um assassino. Aquilo caiu como uma luva. Ao caminhar até o banheiro, Darlan pegou um garfo e uma faca. Mas antes, pediu uma dose de cachaça, com o pouco dinheiro que tinha no bolso. Eles entraram no banheiro.


- Coloque ela ali. - Ordenou Larissa, aparentando que sabia o que estava fazendo. Laisa sentou-se quase se jogando na no vaso sanitário, ergueu a cabeça para trás, recostando-se no cano da descarga. Darlan cortou um pedaço de sua camisa, molhou-o na bica e esfregou no rosto de Laisa para mante-la acordada. Larissa pensava muito, segurando o garfo na mão.


- Laisa... Você sabe o que eu vou fazer não sabe? - Perguntou Larissa, não esperando uma resposta. E nem receberia. Laisa estava grogue e mal conseguia entender o que estava acontecendo. Darlan olhou para o rosto da amiga, ainda preocupado e não acreditando no que eles iriam fazer.


- Veja... A bala pegou bem no ombro. Acho que vai ser mais fácil retira-la. - Argumentou Larissa. Darlan permaneceu quieto, observando atento. O ferimento era relativamente pequeno. Havia muito sangue no ombro de Laisa. Com o pano molhado, eles limparam ao redor da bala e viram a situação. Larissa respirou fundo. Muito suor escorria pela testa dela. Havia chegado a hora.


Larissa pegou a cachaça que estava apoiada na pia e atirou no ferimento de Laisa e o que havia sobrado, no garfo e na faca. Laisa na mesma hora, gritou de dor. O que a fez acordar um pouco. Larissa trêmula, posicionou a faca na reta do ferimento da bala e afundou-a. Darlan teve que segurar Laisa, ela gritava e se debatia. Darlan pegou o pedaço da camisa - mesmo com sangue - e colocou na boca dela, para abafar os gritos. O forró que tocava naquele momento, era a trilha sonora perfeita para a ocasião - ironicamente falando. Larissa ia cada vez mais fundo no ferimento, até que sentiu uma superficie mais dura.


- Achei!! - Um sorriso estampou o rosto dela. Ela direcionou a faca para direita, de modo que a abertuda do ferimento tornou-se maior. Com a outra mão, introduziu o garfo no ferimento, afundando cada vez mais até atingir a bala. Laisa gritava e apertava o pulso de Darlan. Ela continuou até qus entiu a bala. Direcionou um pouco para a esquerda e colocou os dentes do garfo embaixo da bala e assim ela pressionou para cima. Laisa se debatia cada vez mais, suava muito. O sangue escorria cada vez mais. A testa de Larissa suava demais. Darlan tremia e segurava o choro. Ela puxou e puxou e puxou. E um grito de alivio, fez com que Laisa ofegasse ali sentada. A bala havia saido. Larissa a segurava com as pontas dos dedos. Darlan sentiu-se aliviado, e deu alguns tapinhas nas costas de Larissa.


- Eu consegui... - Larissa parecia não acreditar. Ela havia conseguido. Laisa reconhecera isso. Ela queria demonstrar algum afeto naquele momento, mas estava muito fraca para isso. Ao invés de usar palavras. A irmã apenas tocou a mão da irmão, mesmo que por um segundo. Em seguida ela fechou os olhos e parecia estar dormindo. Os dois continuavam limpando o ferimento com outra dose de cachaça e fizeram um curativo novo. Nina observava tudo com uma expressão séria no rosto. Até que o celular apitou. Um numero estranho havia aparecido no telão. Nina sem querer atendeu quando pegou o celular que estava próximo ao seu pé. Foi então que eles entenderam. O celular estava sendo rastreado por Mauro.


- Mas é claro. - A mente de Darlan praticamente estalou. - Ele está nos seguindo por causa do celular. - Nesse exato momento, a voz de Mauro se fez presente ali no bar. Ele conversava com o dono.


- Uma cachaça com vinho por favor. - O dono do bar imediatamente recolheu as bebidas e serviu ao assassino.


- Você viu esses jovens. - Ele mostrou a foto em que estava Darlan e Larissa, na Quinta da Boa Vista - não havia Caroline na foto. O rosto dela havia sido cortado. - O dono do bar pareceu um pouco nervoso, mas logo respondeu a pergunta.


- Obrigado. - Disse Mauro e caminhou em direção ao banheiro. As mãos prestes a tocar na maçaneta.


- Hey amigo. Esse banheiro ta interditado. - Mauro parou no meio do caminho. Havia girado a maçaneta pela metade. Ele deu meia volta e voltou ao banco. Virou o que restava da bebida e saiu do bar. Ele supostamente sabia que eles três estavam ali. Já que estava rastreando o celular. Na verdade, no GPS mostrava que eles estavam caminhando e chegavam proximos ao campo de santana.


- Boa ideia! - Parabenizou Larissa. - Jogar o celular no vaso, vai despita-lo por um tempo.


- Obrigado! - Eles riram e sairam de dentro do banheiro. O dono do bar estava de pé, com a testa franzida. Ele reparou no braço de Laisa e antes que os três começassem a falar, ele interrompeu.


- Eu tenho um lugar aqui em cima. É pouca coisa, mas vocês estarão seguros. - Por algum motivo, os três ficaram abismados com aquilo.


- Porque está ajudando a gente? - Perguntou Larissa com um tom de desafio.


- Eu conheço um assassino quando vejo um. - Respondeu de forma rispida. - Agora subam. - Por mais estranho que fosse, aquele senhor passava verdade e todos os dois sentiram isso. Aquilo era a melhor coisa que podia acontecer-lhes. Já estava amanhecendo e eles precisavam descansar. Entraram por um corredorzinho e uma escada estreita até chegarem em cima do bar. Lá havia uma kitnet com apenas três comodos. A cozinha, a sala-quarto e o banheiro. Eles deitaram Laisa na cama e a colocaram de forma confortável.


- Como você aprendeu tudo isso? - Perguntou Darlan, com um leve sorriso no rosto.


- Grey`s Anatomy. - Respondeu Larissa, enquanto puxava o maço de Carlton do bolso.   


 



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Autor(a): darlansz

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