Fanfics Brasil - CAPITULO 6 - UM SORRISO O Delirante Destino de Caroline Von Randow

Fanfic: O Delirante Destino de Caroline Von Randow | Tema: Caroline von Randow


Capítulo: CAPITULO 6 - UM SORRISO

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No sanatório, Caroline permanecia em claro por dias, mal conseguia dormir. Ela sofria de pensamentos invasivos. Até mesmo uns meses atrás, antes de ter sido internada. Sua mente era uma pessoa fora dela. Com seus desejos, suas ideias, suas ações. Ela não tinha controle nenhum sobre a sua própria mente. Ela via isso e não sabia o que fazer. Deixava-a agir por conta própria. Imaginava cenas sangrentas, dias ensolarados, noites de solidão e sofrimento. Era um misto de emoções. E para Caroline isso era como assistir um filme dirigido e escrito por ela mesma. Porém, sem dar as ordens. Amanhecia, anoitecia, amanhecia de novo. Ela não tinha noção de tempo, de espaço. O quarto diminuia em frente a ela. Aumentava. Ela via pessoas, ouvia vozes. Se ela não era louca antes de entrar naquele sanatória, com certeza ela sairia de lá pirada. 

Ela caminhou naquele dia até a fila para tomar os remédios. Seis vezes por dia. As outras pacientes faziam isso de forma tão automática, que mal sentiam os medicamentos descerem por suas gargantas. A hora do banho de sol era o único momento em que Caroline podia sair de perto daquelas paredes brancas e visualizar um pouco de céu naquele lugar sombrio. 


- Você costuma a viajar muito, não é? - Sentou uma menina loira ao lado dela. 


- Quem é você? - Perguntou Caroline, ignorando a curiosa garota. 


- Evelyne. - Estendeu a mão branca para Caroline. Porém ela se quer moveu seu corpo. 


- Vejo que você não é sociavél. - Sorriu.


- Eu só não vejo motivos para tal. - Disse Caroline. Ela permanecia o tempo todo olhando para o chão. A última coisa que ela queria era puxar assunto com alguém daquele lugar. Era a mesma coisa que aceitar aquela realidade deprimente. O banho de sol acabou. Era hora de voltar para a o quarto. No caminho, Caroline podia jurar que viu um homem tirando uma foto das detentas. 


- Hey, enfermeira! Aquele homem acabou de tirar uma foto! - Notificou uma das enfermeiras que passaram por ali. 


- É o que todas dizem. - Riu e saiu, ignorando completamente o comentário. É claro que elas não iriam acreditar. Quem iria acreditar em uma louca como ela? Caroline sentiu-se sozinha naquele momento. "Será que eu estou ficando louca?". Ela estava caindo na armadilha de Mauro. Os planos dele de alguma forma estavam dando certo e o que ela poderia fazer? Seguir conforme a dança. 


Mais uma noite tentando dormir. E mal conseguia. Nem memos aquele arsenal de remédios que tomava adiantavam. Seus olheiras estavam cada dia mais escuras e fundas. Seu inferno não lhe dava trégua. 


Mais um dia. Mais um banho de sol. O tempo passava muito rápido. Caroline mal sentia. Mal sentia a vida passar. Ela estava correndo em direção a sua morte. 


- Você costuma a viajar mesmo, não é? - Era Evelyne mais uma vez questionando Caroline. 


- Sim. - Atendeu ao questionamento dela. 


- Finalmente. Achei que jamais conseguiria responder a isso. - Fazia parte de seu plano. - Veja, você tem que aceitar essa realidade. É a única forma de um dia você querer sair daqui. Quando eu entrei, eu mal falava, mal pensava, eu apenas existia. Hoje eu tenho plena consciência desse lugar e porque ele existe. Eu sei que isso é meio que decretar que está louca, confirmar aquilo que sempre te diziam. Mas se você está louca mesmo. Faça-os acreditar. Bom, eu penso assim. 


- Eu não tenho muito tempo. - Disse Caroline, ainda olhando para o chão. Mas alguma coisa havia mudado dentro dela. Sabia que ela não era a única e que ter alguém ali para conversar, pelo menos iria tira-la do tédio. Estava quase na hora de terminar o bando de sol. Evelyne tocou na mão de Caroline e acrescentou. 


- Você tem que dançar conforme a musica. É o único jeito. - "Dançar conforme a musica" Essa frase permaneceu por muito tempo na cabeça de Caroline. 


Mais uma noite passava, Caroline ainda pensava nas coisas que poderia estar fazendo no Brasil. Sair de casa, beber na rua, ir para o Acústica, até mesmo o Garage. Todos os lugares do mundo eram melhores que aquele ali. Seu peito doía. Quando se deu conta. Estava chorando muito. Sentia falta de tudo. Era pior que perder alguém. A pior sensação é de saber que tudo ao seu redor existe, menos você e que ninguém poderia ajuda-la. Ela se sentia impotente. Se sentia fraca. Ela era forte fisicamente. Mas seu coração e sua alma estavam fazias e sendo sugadas ali. Era hora de tentar erguer a cabeça. Talvez ela estava louca. Talvez seu pai havia tomado a decisão certa. Talvez tudo aquilo era um sonho. Caroline pensou "Eu te amo." E nesse momento, passou em sua mente todas as pessoas que ela amava na vida. Ela precisava lutar por elas. Ela precisava sair dalí. "Dançar conforma a musica." 


- Isso, dançar conforme a musica! - Disse para si mesma. E ela dançou. 


No dia seguinte, Katja batera três vezes na porta antes de gritar com sua voz rouca e velha. Caroline só não queria responde-la. Ela entrou pisando como um cavalo, como sempre fazia. Deparou-se com Carol sentada na cama, pronta para ser levada. 


- Vamos? - Perguntou Caroline. - Katja olhou para ela. "Finalmente". Pensou. 


- Vamos. - Ela pegaou no braço esquerdo dela e caminharam juntas até a fila para o medicamento. Por mais que não fosse necessário leva-la pelo braço, era ordem de cima. E isso mantinha as pacientes amendrontadas. Claro que Caroline não se sentia amedrontada de jeito nenhum. Ela poderia brincar desse jogo de se rebelar pelo resto da vida. Mas certamente isso não a ajudaria. Pôs a língua para fora, a colherada entrou como um trem entra num tunel. Ela "engoliu". Dessa vez eles não verificaram se ela havia engolido. Caminhou até o patio central e se sentou na árvore como de costume. De longe vinha Evelyne. Sentou ao seu lado novamente.


- Você sempre viaja não é mesmo? - A pergunta mais manjada de todas.


- Você sempre pergunta isso? - Um sorriso tirado do fundo da alma.


- Olha, um sorriso. Vejo que já está aceitando sua realidade. 


- Eu não estou aceitando minha realidade. Estou encenando-a. - Respondeu Caroline. A menina sorriu e disse.


- Boa resposta! - Comentou. - Qual é a sua história? - Perguntou olhando fixadamente para os olhos de Carol.


- Quem dera eu saber. - Respondeu Caroline sorrindo. Elas se olharam muito por um bom tempo. Algo em Evelyne encantava Caroline. Não sabia se eram seus olhos cor castanhos, ou seu cabelo loiro bagunçado, ou seu ar descontraído. Era fato que a garota não era qualquer pessoa. Ela encantava. O banho de sol havia terminado. Evelyne gentilmente segurou as mãos de Caroline. Ela se sentiu muito bem. De fato ela era real. Se das coisas ruins podemos tirar bom proveito, Evelyne era algo de bom naquele lugar. As duas caminharam lado a lado até seus respectivos dormitórios. Caroline e Evelyne estavam frente a frente. Antes ela não tinha reparado. Quem sabe ela poderia ve-la através da janelinha da porta? Talvez uma companhia para conversar durante a noite. E foi assim que aconteceu.


- Hey, Evy, está acordada? - Sussurrou Caroline, querendo não acordar o vigia. 


- Sim. - Respondeu a garota. - Como esta?


- Não sei dizer como estou. - Respondeu - sei que não estou bem. 


- Eu entendo esse sentimento. - Comentou Evy. - Tudo vai melhorar, você vai ver!


- Eu espero... Vou tentar dormir. Até amanhã - Despediu-se Caroline. 


- Adeus. - O corredor silenciou-se. 


No dia seguinte, Caroline acordara pensando em diversas coisas que poderia fazer naquele lugar. Tomar os remédios, era uma. Tomar banho de sol, era outra. Infelizmente não haviam outras alternativas. Conversar com Evy. Uma nova. Pela primeira vez, estava ansiosa para ir ao pátio central. Comeu pela primeira vez toda a refeição que deixavam por debaixo da porta. Ela estava melhorando. Mas ainda tinha olheiras profundas nos olhos. Fila dos medicamentos concluída. Hora do banho de sol. 


- Você sempre fica viajando né? - Essa voz era familiar.


- Acertou em cheio! - Sorriu Caroline. 


- Já sabe qual é a sua história Caroline? - Perguntou Evelyne com um sorriso maior que o normal. 


- Ainda não. - Respondeu Caroline - E qual é a sua? 


- Hmmm... A minha é um pouco macabra. Acho que não daria um livro. - Brincou Evelyne.


- Nem a minha. - Sorriu Caroline. Havia magnetismo entre as duas. Lance de outras vidas. Uma energia conectada a outra. "Ela era uma pessoa tão linda". Pensava Caroline. Muito linda para este lugar. Hora de acabar o banho de sol. Caroline segurou as mãos de Evelyne. E Caroline, nervosa e tímida. Passou a mão nos cabelos de Evelyne. As duas ficaram uns cinco minutos se olhando sem cessar. Até que uma voz do fundo, quebrou todo aquele clima.


- Hey, vocês aí?! O que está havendo? - Era um homem alto, vestido com uma roupa preta. 


- Desculpe! - Disse Evelyne. 


- Quem era ele? - Perguntou Caroline.


- Petroski. Ele inspeciona as pacientes.


- Ah sim. - Respondeu Caroline levantando-se para voltar ao quarto. 


 


Durante a madrugada, Caroline caminhou até a porta para ver se Evy estava acordada. Quando se preparava para chama-la. Uma voz masculina interrompeu o processo.


- Eu a vi com uma garota. - Era o guarda Petroski. - Sim, ok. - Ele falava ao telefone. 


- O que devo fazer, Mauro? - Perguntou. Caroline não entendia nada da conversa, mas entendeu um nome bem familiar. 


- Caso ela dê trabalho, sabe o que fazer... - Ela retornou a cama. Deitou-se. "Mauro?". "É o nome do meu pai". 


"Mauro." Dormira com isso na cabeça. Por que aquele guarda disse o nome do pai dela? Algo estava errado. Muito errado...



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Autor(a): darlansz

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