Fanfic: O Delirante Destino de Caroline Von Randow | Tema: Caroline von Randow
A televisão estava no último volume, já havia anoitecido. O lugar estava empestiado, cheirando a álcool puro. Mauro estava estirado no sofá, trocava de canal a cada 5 segundos, Hollywood Azul na mão esquerda. Já havia fumado mais de 4 maços. A aparência dele estava terrível. O que se passava na cabeça dele? Na cabeça de um psicopata. A obcessão dele pela filha, subira a cabeça. Aquilo não era uma pessoa sã, de fato. Era uma bomba relógio, capaz de ferir todos aqueles que estiverem perto. Levantou cambaleando. Caminhou por todo apartamento, desde o banheiro da suite até a varanda ao lado da cozinha. Ele olhava cada canto do apartamento, era como se estivesse dizendo adeus.
No sanatório, Caroline estava se adaptando. Havia passado quase duas semanas. Ela sentia como se o tempo lá fosse diferente. Sentia que a vida passava de vagar e em câmera lenta. Muitas vezes pensava. "Por que será que o tempo ta passando tão rápido?". Era porquê ela só existia, assim como Evelyne disse. A propósito. As duas estavam cada vez mais proximas. Caroline ria de forma sincera com ela. Não era mais aquele jogo forçado que fazia com os outros. Aquela máscara que colocava para que as pessoas a olhassem e não vissem a escuridão que estava dentro dela. Com Evy, havia uma luz, mesmo que sutil. Uma luz é uma luz.
- Hey, você sempre viaja não é mesmo? - Se não perguntasse isso, não seria Evy. Não seriam mais os banhos de sol diários.
- Hey, você sempre viaja não é mesmo? - Retrucou Caroline. Nesse momento Eveyline deu dois passos para trás, piscou para uma das paciêntes que se encontrava encostada na parede. Ela retribuiu a piscada e fez um sinal para uma outra paciênte. E a mesma fez a mesma coisa. Nesse momento, vieram três meninas caminhando lentamente até Caroline.
- Você passou no teste. - Disse Evy.
- Teste? - Caroline parecia não ter entendido o que estava acontecendo.
- Nós achamos que você não era capaz disso. Você não é louca. A prova está aí. Quando eu te perguntei todas aquelas vezes se você está sempre viajando. Eu quis saber se você teria capacidade de me retribuir a pergunta. Quando você faz isso, acaba questionando o que é viajar. E isso não é uma atitude de uma louca. Na verdade, a maioria das garotas aqui não são capazes de completar uma frase. Acho que você seria de grande ajuda para o nosso grupo. Você quer sair daqui não quer? - Perguntou. Porém, Caroline permaneceu paralisada. Tentava falar algo mas gaguejava. Levantou da grama e enconstou-se na árvore. As outras meninas vieram e se apresentaram.
- Serena. - Uma garota negra, de estatura média, olhos amendoados. Voz doce.
- Lilith. - Uma garota branca, de cabelo castanho e olhos azuis. Estatura média. Um pouco gordinha. Sorridente.
- Myla. - Uma garota branca, ruiva, olhos azuis e estatura baixa. Séria.
Evelyne explicou tudo para Caroline.
- Você sabe o que todas nós, incluindo você, temos em comum? - Perguntou Evelyne. Caroline fez que não com a cabeça.
- Todas nós, fomos colocadas aqui, sem mais nem menos. Nenhuma de nós é louca, ou pelo menos temos problemas a ponto de sermos internadas. - Caroline permaneceu calada ouvindo tudo atentamente. - Todas nós fomos colocadas aqui injustamente. Todas nós representávamos uma ameaça.
- Muita coisa fazia sentido na cabeça de Carol. Ela estava montando o quebra-cabeça, peça por peça.
- Temos que sair daqui, Carol. Você está com a gente? - Todas as garotas nesse momento, olharam para Caroline esperando alguma reação. Elas tinham esperança em seu olhar e era isso que Caroline admirava naquelas garotas. Parecia que sair da li era impossível. Não custava tentar. Não estava sozinha. De fato. E estranhamente naquele momento, ela se sentiu em casa.
- Estou. Eu topo. - Caroline sorriu. Especialmente para Evy, que a olhava de uma forma apaixonante. As duas se olharam muito naquela tarde. Era como estar de frente a um espelho. Evelyne era muito parecida com Caroline. Na garra, no jeito, na aparência. Cada uma era uma versão alternativa da outra. Isso era, sem dúvida, o mais interessante. Infelizmente, aquela reunião não passara despercebida. Alguém havia percebido algo diferente naquela tarde. Petroski permanecia olhando fixadamente. "Elas estão tramando alguma coisa". Pensou. De agora e diante, seus olhos estariam muito mais abertos que o de costume.
Mauro retirou de baixo da bancada um galão. Começou a despejar o liquido por toda a casa. Nos banheiro, no quarto de Caroline, na sala, na varanda, na cozinha. Todos os móveis estavam banhados naquele liquido. Mauro andou até a porta, tirou do bolso uma caixa de fósforos. Puxou um de dentro e acendeu. Havia uma expressão doentia no rosto dele. Por um momento, encarou a chama do fosforo aceso que refletia em seus óculos. Olhou de volta para o apartamento e sem pensar, atirou-o no chão. Poucos segundos, a chama tomava conta de tudo ali. Ela estava faminta. O apartamento estava repleto em chamas. Ele fechou a porta. Tinha que sair de lá o mais rápido possível, antes que o alarme soasse. Descera pela a escada de incêndio. Andou até o elevador rapidamente e desceu. A verdadeira máscara de Mauro havia caído naquele momento. Ele pusera fogo no apartamento de sua filha. Aquele ato, era apagar toda a vida que Caroline tinha ali. Tudo estava sendo consumido pelas chamas. Estava dirigindo agora, para onde não se sabia. Mas ele carregava no retrovisor do carro, uma foto de Caroline na viagem para a disney. Ao lado dela. Uma outra foto. Nela estava Larissa, Darlan e Caroline na Quinta da Boa Vista. Havia algo diferente na foto. O rosto de Caroline estava riscado. Obviamente, Darlan e Larissa serão os próximos.
Autor(a): darlansz
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